Infamous escrita por Bétula


Capítulo 6
Jean Kirsten em: A Famigerada Fofoca da Despensa


Notas iniciais do capítulo

Olá, excelentíssimos, tudo bem? Vamos de capítulo do Jean, foi bem legal escrevê-lo e espero que a leitura seja igualmente agradável. ENJOY!



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Connie e Sasha estavam fazendo sua famigerada dancinha da vitória no meio da despensa mesmo, ela com as muletas parecia a própria Lady Gaga no videoclipe de Paparazzi, tive que me segurar pra não rir, não era aquela a reação esperada para quando alguém chega contando que tem pessoas pervertidas transando na sua adega, mas eram Connie e Sasha, por que eu estava surpreso? Mais preocupante seria se tivessem a reação de um ser humano normal. 

O babado começou quando eu e Eren passamos tranquilamente com o material de fazer o espantalho e ouvimos coisas que preferíamos não ter ouvido, reconhecemos então as vozes de Reiner e Bert. Eren ficou abismado mas eu pedi pra ele não falar nada pra ninguém, mandei ele ir na frente pra começar o trabalho e procuraria os donos da casa para deixá-los a par de qualquer coisa estranha que achassem, tipo algo quebrado ou simplesmente nojento em sua adega, mas já estava começando a me arrepender dessa decisão.

— O que é isso tudo? — Tive que perguntar.

— Nossa operação cupido deu certo! — Connie falou animado ainda meio à sua dancinha.

— Operação cupido? O filme de plot bizarro que os pais simplesmente ficam cada um com uma criança e agem como se a outra nunca tivesse existido?

— Eu nunca tinha percebido como esse plot é doido… Mas anos 90 é assim mesmo, era tudo uma patetice. O ponto é que deu certo e agora só falta o Armin e a Annie se acertarem! — Sasha só não deu pulinhos empolgados porque estava com a perna machucada. — Aliás, você sabe de mais alguém precisando de intervenção?

— Gente, vamos com calma, como assim Reiner e Bert também estavam brigados? Eu sequer tinha notado.

— Seu marido e a Ymir comentaram que o clima estava estranho entre eles, nós também percebemos, então decidimos agir. — A mulher explicou.

— Montei esse plano de deixar eles sozinhos escolhendo as bebidas na nossa linda e romântica adega. — O marido dela riu.

— Em que planeta madeira mofada é romântico?

— São Reiner e Bert, eles só precisam de uma desculpa para se agarrarem. — Connie disse a maior das verdades.

— É, tem razão. Não sei como eles conseguem com aquele monte de filho.

— Talvez não estivessem conseguindo tempo, os maiores conflitos de relacionamentos são causados por tensão sexual reprimida. — A doida das batatas sorriu. — Agora é só montar o plano pro Armin e a Annie se acertarem também.

— O negócio do Armin e a Annie não é tão simples como falta de tempo pra transar por ter um monte de remelento e coisas externas como problemas com parentes. — Tive que dizer. 

— Então você sabe! — Sasha quase pulou. — Ninguém nunca nos conta nada, não é justo!

— E não posso contar nada, prometi segredo. A Annie é uma pessoa geniosa, não façam nada pra irritar ela, pode só piorar as coisas ficar se metendo. — Fui enfático.

— Tudo bem, respeitaremos o segredo. — Connie sorriu derrotado e deu batidinhas nas minhas costas. — Embora seja realmente uma pena.

— Ops. — Historia abriu a porta da despensa e acabei levando uma portada nas costas, nós três que já estávamos ali levamos um susto, ela nos olhou confusa. — Desculpe interromper. Isso é alguma reunião de clubinho secreto na despensa?

— Só se for o clube do tricô de calçada. — Sasha riu. — Fofocas!

— Qual fofoca? — A loira sorriu amplamente.

— Reiner e Bert estão se pegando na adega. — Acabei falando logo.

— Sério? — Ela corou. — Bom pra eles então… Eu ia procurá-los, isso me poupa do constrangimento de flagrar algo. Pretendia chamá-los para se juntar a nós num passeio até o lago, você vem, amiga? Annie e Mika já foram se trocar.

 — Com essa perna não posso nem nadar. — Disse cabisbaixa. 

— Devia ir. — Connie abraçou a esposa. — Passar um tempo com as meninas e aproveitar a brisa, podem levar umas comidas gostosas e aproveitar o restinho de tarde. Eu bem queria ir com vocês mas tenho que ficar dando assistência pro Armin e manter meus olhos bem abertos sobre o macacão Jaeger.

— O Eren que cuide do irmão. — Bufei e depois me direcionei a Christa. — Vão levar o Marco com vocês? Comigo de castigo e Reiner e Bert ocupados, seria bom ele aproveitar o momento entre garotas.

— Jamais iríamos sem ele e você bem poderia estar indo conosco se não fosse tão malcriado. — A pequena mulher colocou uma mão na cintura.

— Verdade, vou repensar minhas atitudes. — Foi um deboche mas ela não reparou, graças a Deus. —  Vai ser praticamente uma tarde das garotas e Marco.

— Soa perfeito pra mim. — Sasha sorriu animada. 

— Pois venha, vamos nos arrumar. — Historia tomou Sasha pela mão e a levou.

— Bom, vou voltar pros meus espantalhos. — Suspirei encarando Connie. — Eren e Eren Jr. 

Ele caiu na risada, Connie me explicou que até queria nos ajudar com o espantalho mas estava com medo de desobedecer Christa, era a casa dele e o espantalho dele mas estava morrendo de medo de uma pessoa que não tinha nem um metro e meio. Pudera, a figura que entrou na dispensa era completamente diferente da que nos repreendeu após o fogo na camiseta, nem minha mãe nunca me botou medo assim, ela e Ymir se mereciam mesmo, mas o Eren era o real culpado, era muito burro mesmo por nos meter naquela cilada, que desgraçado. Eu queria ir pro lago com o resto do pessoal mas algo me dizia que fazer esse espalho com o Eren ia ser uma comédia.

Passando pela cozinha, vimos Zeke ainda estava desfalecido e com a cara cheia de rabiscos, tinha até um pênis desenhado na testa do homem, meu Deus, o que era aquilo? Ymir era mesmo doida, acenei negativamente com a cabeça. Olhei em volta e vi que as carnes que iriam assar já estavam temperadas só esperando a churrasqueira, a sopa da entrada pronta, as guarnições também, o jantar seria ótimo. Connie me perguntou qual jogo de tabuleiro eu indicava para uma pessoa cansada e outra machucada jogarem e eu disse que literalmente qualquer um. 

—  Quero entreter o pobre Armin acidentado, mas como? —  Colocou a mão no queixo agora barbeado, pensativo. —  Ele já estava desanimado, depois do acidente da escada, então...

— Façam um quebra cabeça, sei lá. — Dei de ombros. 

— Só temos os quebra-cabeças da Barbie da Laura, será que vai engatilhar muito o Armin por causa da Annie?

— Provavelmente, mas tente consolar ele. Vocês tem alguma bebida fora da adega dos prazeres? Seria bom os dois já começarem enchendo a cara, e vocês merecem, cara. — Foi minha vez de dar uma batidinha nas costas dele. 

— Você é mesmo um gênio, Jean Kirstein, mas infelizmente eu não tenho nada fora daquela adega. — Ele disse tristemente. — Devia ter repensado meu plano maluco de cupido antes.

—  Na verdade… —  Ponderei algo. —  Só pretendia oferecer para todo mundo mais tarde, mas acho que devo isso a você e o Armin, a culpa não foi minha mas tem dedo meu em toda essa confusão da escada. Como  montar um quebra-cabeças da Barbie à base de brownie da felicidade feito pelo meu digníssimo marido soa pra você? 

— Soa surreal e hilário. — Ele gargalhou. — Se não tiver problema mesmo eu vou aceitar.

— Ótimo então. — Sorri travesso.

Tudo o que eu tinha que fazer era pegar dois pacotinhos de brownie no quarto que nos acomodaram, lá encontrei que já Marco havia se trocado, vestia um calção de banho floral colorido e terminava os últimos detalhes, estava com a terrível dúvida de qual chapéu escolher, a verdadeira escolha de Sophia. Falei do plano de chapar Connie e Armin em plena tarde e ele achou aquela loucura uma ótima ideia, o que se esperar de uma pessoa que aceita casar comigo, não é mesmo? Ele então me encarou um pouco culpado coçando o braço, me encarou incerto, por fim criou coragem pra me perguntar se tudo bem mesmo ir pro lago só com as meninas sem mim.

— Eu poderia ficar e te dar apoio moral, se quiser. — Reforçou.

— Já nadei no lago o suficiente de manhã, se quiser me consolar é só cumprir a promessa da sunga de patinhos quando a noite cair. — Sorri, travesso. — É hora de edificar a relação com as meninas. 

— Você é o melhor! — Ele me deu um beijo doce e alegre. — Será que as meninas iriam querer esse brownies também? Seria uma boa ideia oferecer a elas?

— Só em fazer a Ymir ver todo mundo chapado sem ela poder ficar também já vale a iniciativa. 

— Perfeito, então. — Marco riu. — Ah, e caso Bert e Reiner saiam do ninho de amor nada ortodoxo procurando pelo resto de nós, avisem onde estamos.

— Sim, senhor. — Ali sim eu ri.

— Vou tentar convencer a Historia a repensar o castigo de vocês também, não custa nada, né? — Ele colocou alguns brownies na cesta de piquenique e saiu saltitante com um chapeuzinho de palha que ficou muito fofo nele. 

— Obrigado, meu amor. — Não pude evitar sorrir. 

Quando saí do quarto não muito depois do meu marido, Connie já me esperava no corredor com o quebra cabeças da barbie magia de alados debaixo do braço, ele parecia um vilão de desenho animado esfregando as mãos da forma mais caricata possível, seria mesmo uma boa ideia deixar aquela criatura chapada? Na última vez que aconteceu, ele assustou um cavalo que lhe deu um coice e o jogou diretamente numa cerca elétrica. Jesus amado, o que eu estava prestes a fazer? Mas já tinha prometido, agora a palavra é dívida, não é como se nunca tivéssemos feito loucuras, nossa amizade, na verdade, tinha como principal alicerce a loucura.

— Quão horrível da minha parte seria se eu desse esses brownies pro Armin sem avisar que estão batizados? — Me encarou com travessura.

— Seria sua pior vigarice. — Acabei falando.

— Eu não acho que ele vá aceitar comer algo assim, depois que parei pra pensar. Aquela criatura é muito certinha. 

— Isso é verdade, mas nunca se sabe, vai que a fossa pela mulher tê-lo deixado nos apresenta um novo Armin? — Entreguei os pacotinhos. — Fica por sua conta e risco, de qualquer forma. Não deixe de me chamar em caso de badtrip, isso é pra alegrar o dia não formar tortas de climão, não vamos ficar muito longe de casa.

— Tudo bem. — Ele sorriu.

Depois fui até a parte externa da fazenda e encontrei um Eren debaixo de uma árvore com fios de palha até nas sobrancelhas, me segurei pra não rir disso também, ele estava praticamente lutando com o esqueleto do espantalho. Reclamou pela minha demora me acusando de deixar o trabalho só pra ele, a culpa era dele e ainda ficava fazendo exigências? Tô mole mesmo. Só não briguei porque o homem parecia meio transtornado, talvez ainda da maluquice do irmão a comida de rabo que levamos da Christa? Não sabia ao certo, mas fui ajudar o idiota. Ele olhou pra mim com os olhos verdes arregalados e hesitou um momento antes de relevar o que estava incomodando aquela cabeça de camarão:

— Eu descobri o motivo da Annie ter deixado o Armin. 

— Como assim?! — Me fiz de desentendido.

— Por acidente acabei ouvindo ela e a Mikasa conversando e escutei demais. — Botou as mãos na cabeça. — Hoje está sendo o dia de ouvir demais, meu Deus!

— Então ela contou pra Mikasa… — Suspirei, imaginava que ela ia contar. — O que ela disse exatamente?

— Sobre a ficha finalmente caindo e com isso, o medo da reação do Armin sobre a decisão terrível que ela tomou…  — Estreitou os olhos. — Você já sabia, não era? Sabia do motivo e não contou nada pra ninguém?

— Sim, eu sabia, ela pediu segredo enquanto decidia o que fazer sobre isso, parece que finalmente decidiu. — Suspirei. — E pela sua reação... Más notícias, não é? Não queria que ela fosse por esse caminho, mas é a Annie, ela só faz o que ela quer.

— Quem poderia acreditar que a Annie seria capaz de uma coisa dessas? Ela é uma mulher casada, tem tudo, como pôde?

— Só quem sabe das próprias necessidades são as pessoas. — Tive que dizer. — É a vida dela, só ela pode decidir isso, se o Armin conseguir lidar, ótimo.

— Não sei se ele vai conseguir perdoar ela. — Ele tremeu um pouco. — E não é só isso… 

— O que? Tem mais coisa? — Arregalei os olhos.

— A Mikasa está grávida.  


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Um beijo e até o próximo! ;3



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