Infamous escrita por Bétula


Capítulo 2
Reiner Braun em: A Famigerada Habilitação Perdida


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, tudo bem? :3
E vamos de segundo capítulo dessa fic, o coitado já estava pronto há séculos mas demorou milhões de anos pra ser postado por puro descaso e falta de tempo. T_T
Mil perdões pela demora e... ENJOY!



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— Por que você não está dirigindo e sim a vovó aqui? — Ymir me perguntou apontando para meu pobre motorista Bert.

— Menina, nem te conto. Perdi minha carteira de motorista semana passada. 

— Como assim perdeu? Enfiou no cu? — Ela riu.

— Ymir! — Christa a repreendeu. — Isso lá é jeito de falar!

— Eu estava dirigindo tranquilamente perto de uma ciclovia — Comecei, rindo. —  Um ciclista se desequilibrou e caiu quase em cima do pneu do carro, quando fui desviar dele, bati em outro carro, que bateu em outro, que bateu em outro. 

— Que desgraça, hem? — Ymir riu tirando pipoca da bagagem de mão.

— Foi uma loucura, perdi meus documentos, acho que no meio da rua, quando fui socorrer o ciclista, que era nada mais nada menos que o famigerado Diretor Pixis. 

— Nosso antigo diretor do tempo da escola? Que loucura! — Christa estava boquiaberta. Esse tipo de coisa só acontecia comigo mesmo. 

— Ele estava alto. Mas está tudo bem tanto comigo, como com ele, quanto com a pessoa em quem bati. O seguro cobriu tudo, ficou só um amassado no carro, que já foi consertado na oficina, mas estou sem poder fazer meus drifts. — Disse, gesticulando. — Mas no fim vai ser tranquilo, já que prefiro ir zoando você aqui de trás, Ymir.

— Fico lisonjeada. — Ymir sorriu.

— Já deu entrada na segunda via da carteira de motorista? — Historia me perguntou.

— Sim. E ainda ganhei um amuleto da sorte estranho do Marco, que por coincidência encontrei no departamento de trânsito. 

— Ele também perdeu os documentos dele? O que é isso, um complô contra as bichas do grupo? — Reclamou Ymir. 

— Não, ele havia ido pegar o carro dele e de Jean que havia sido rebocado. Coitado, pagou 100 pratas pra pegar o carro e eu fiquei triste por ter pagado 70 pelo documento perdido. 

— Sabe o que seria horrível? — Ymir riu no banco da frente. — Se acharem sua carteira com você tendo dado entrada na outra.

— Está repreendido, mulher! — Gritei.

Eu amava implicar com a Ymir, eu gosto de acreditar que ela é minha Nêmesis. Na verdade, fico um pouco dividido entre ela e Eren, mas pelo menos eu podia zoar com ela na esportiva, Eren é meio sentimental, levava as coisas pro lado pessoal então eu precisava ter mais cuidado, afinal, ele sempre dava um jeito de reverter tudo e ficar como coitado ofendido. Com a semana difícil que tive, era o que eu mais desejava fazer nessa viagem, digo, espairecer, Bert estava uma pilha de nervos, eu também estava nervoso, mas ele parecia mais irritado que o normal com os preparativos pro bar mitzvah do nosso primogênito, o Bernie. 

Seria em três meses, mas temos um histórico péssimo de aniversários infantis, principalmente os do pobre Bernard. Sempre é um gato de alguém que foge ou cachorro que é atropelado, bolo que vem errado, bode da fazendinha se jogando no muro e morrendo, idoso vestido de mágico tendo um ataque cardíaco e caindo duro ali mesmo. Céus, parando para pensar éramos tão azarados que como nós, só nossos amigos Jean e Marco mesmo. Eu estava com a pele dura dessas adversidades, mas para o Bert, uma coisa que sai fora do script é como morrer na praia. Eu que fui pego pela água-viva em Barbados, eu quem deveria ficar nervoso em morrer na praia. 

Bert estava muito concentrado no volante, ele gostava de ir bem devagar, com toda a atenção, ele tinha muito medo principalmente pelo fato da irmã mais velha dele, a Pieck, correr muito. A vida com ela é Velozes e Furiosos missão Israel, por que choras Gal Gadot? Eu queria ir na frente para ficar mexendo com ele, fazendo um carinho na perna, e esse tipo de coisa, para ver se a irritação diminuía. Só que a abençoada da Ymir roubou minha frente, mas fazer o que, né? A viagem ia ser longa, mas tínhamos o final de semana inteiro para relaxarmos, queria muito nadar naquele lago da propriedade da Sasha, era bom demais.

— Quem ficou com as crianças? — Christa perguntou, gentil.

— Gabi e Falco, Udo e Zophia, foi logo a força tarefa completa dos nossos irmãos caçulas e respectivos cônjuges. — Eu ri. — Embora nossos filhos mais velhos estejam mais tranquilos, Edward e Edna estão numa fase muito difícil, estou dando graças a Deus terem aceitado cuidar deles.

— A Edna passa muito a energia da xará Edna Modas, adoro aquela menina. — Ymir riu.

— Claro que adora, o medo de colocar mais uma Regina George no mundo não é seu. — Bert revirou os olhos.

— Pimenta nos olhos dos outros, meu amor. — Ela mostrou a língua como uma menina sem vergonha.

 A viagem seguiu bem, Ymir e eu fomos verdadeiras najas cuspideiras destilando veneno uma na outra e também nos outros por horas. Falamos mal de Deus e o mundo, Annie revirou os olhos tantas vezes que perdi a conta. Christa e Bert só escutaram, como sempre, Chista por ser uma fofinha e não gostar de se meter e Bert por estar concentrado e sem cabeça pra fofoca. Foi até rápido para um selo colossal de velocidade e com as paradas para Ymir fazer xixi em moitas. Antes do horário do almoço já estávamos chegando na propriedade da doida das batatas e de meu grande amigo Connie, o portão gigantesco foi aberto por Jean que estava à nossa espera usando apenas uma sunga de patinhos. Tá aí algo que não se vê todo dia.

Ymir, que havia comido várias frutas durante o caminho, estava reclamando de fome, mas disse que perdeu o apetite ao ver a cena de nosso amigo. Fomos os últimos a chegar, como era de se esperar, e já havia vários carros parados embaixo das árvores perto da  entrada que dava para a varanda da enorme casa. Quando perceberam nossa chegada, o restante de nossos amigos que pareciam já estar bem instalados, vierem correndo nos receber, corujas com o barrigão de Ymir. Os donos da casa, apesar de animados, estavam abatidos, Connie tinha a barba no queixo um pouco grande, era engraçado principalmente pelo fato de que ele não crescia bigode. Sasha, coitada, estava com a perna engessada e com muletas, então não desceu as escadas, ficou apenas acenando lá de cima. 

— Ah! Bert dirigindo! O mico que você vai pagar vai ser no crédito ou no débito? — Eren headbanger apontou olhando como um maníaco para Jean,  que se aproximando de nós, praguejou. 

— Mico maior que essa sunga? Tá ficando doido, menino? — Ymir, que saía do carro, disse para Jean quase cuspindo.

— Eu estava nadando no lago, sua recalcada. — Jean deu de ombros. — E essa foi a única sunga que Marco trouxe pra mim.

— Alguém andou fazendo besteira. — Foi a vez de Annie que mais parecia a bicha muda, falar.

— Depois te conto, amiga. — Disse, Marco, se aproximando de nós, piscando o olho para Annie e pegando a mala da mulher. Os dois subiram juntos na frente.

— Seus vagabundos, deveriam se envergonhar, apostando o motivo do nosso atraso! — Disse Ymir a Eren e Jean, subindo as escadas que davam para a varanda com a ajuda de Bert e Christa.

— Que bom que o Eren não apostou na minha dica. — Brincou Connie pegando nossas malas junto comigo. — Dei o palpite que sua bolsa tinha estourado.

— Seu lixo! — Gargalhou Ymir. — O almoço já está pronto? Estou com muita fome.

— Depois de ter comida todas aquelas bananas na viagem? — Destilei.

— Banana só satisfaz esse teu rabo arrombado mesmo! — Ela gritou e todos riram, menos Bert, esse sim estava suando e corado. 

— E então, meu amigo, como você está? — Puxei assunto com Connie.

— Sobrecarregado com as coisas da fazenda, mas vai ficar tudo bem. — Ele me disse, sorrindo.

— Vou ajudar no que for preciso. — Prometi.

Todos entramos para a sala da fazenda, onde estava Sasha. Aquela fazenda era de sua família por gerações, eles a conseguiram na prosperidade dos negócios de criação e venda de cavalos. Era grande, tinha um milharal, uma horta, pasto, estábulos e a casa que era espaçosa, além do lindo lago. Sasha, filha única e órfã de mãe desde muito cedo, cresceu praticamente sozinha com o pai, então prometeu pra si mesma que teria uma família grande para encher aquela casa. Connie, que teve uma experiência positiva ao crescer com dois irmãos, foi apoiador do sonho da mulher. 

  — Amiga, o que aconteceu com sua perna? — Perguntou Christa, abraçando Sasha, preocupada. 

— Está tudo bem, caí do cavalo e acabei me machucando. — Ela explicou.

— Você? Caindo do cavalo? — Parecia surreal demais para mim. —  Que loucura.

— Eventos estranhos têm acontecido nessa casa esses dias. — Explicou Connie.

— O maior de todos com certeza é a sua barba. — Brincou Ymir. 

— Muito engraçada, a senhora. — O dono da casa continuou. — Bom, vou explicar como ficou a divisão dos quartos a vocês que só chegaram agora: Sasha e eu vamos ceder nosso quarto para Ymir por motivos óbvios, e Reiner e Bert, vocês ficarão na sala. 

— Não é justo! — Disse Christa. — Tirar vocês do seu quarto assim, ainda mais a Sasha estando machucada.

— Imagina, bobinha. — Sasha riu. — O bem estar de vocês é prioridade, além do mais vamos ficar no quarto do Fred e o Theo, vai ser legal dormir numa caminha da patrulha canina.

— Sinto muito, caras. — Connie nos disse, com pesar. — Jean e Eren fizeram a maior choradeira para ficarem no quarto de hóspedes grande e no quarto do meu sogro.

— Não tem problema. Eu durmo em qualquer lugar. — E transo também, por pouco admiti em voz alta.

— Relaxe, Connie, vamos ficar bem. — Bert lhe sorriu.

— Eu avisei que o Gandhi e a Madre Tereza iam ficar bem no sofá. — Ironizou Jean, que agora estranhamente usava um chapéu roxo, me fazendo revirar os olhos.

— Somos tão previsíveis assim? — Perguntou o pobre Bert.

— Graças a Deus, sim. — Disse Ymir, que depois direcionou-se a Jean. — Não posso dizer o mesmo de você, que espécie de chapéu ridículo é esse? 

— A aposta do atraso de vocês. Quem perdesse ia usar esse chapéu ridículo.

— Não fale assim do meu chapéu! — Connie reclamou, enquanto terminava de trazer as malas de Ymir, meu deus, mulher, pra que tanta mala?

 Eu fui terminar de ajudar o pobrezinho, enquanto os demais partiram até a cozinha onde Sasha iria servir o almoço. Connie me disse baixinho enquanto levávamos as malas das madames para o quarto, que Armin chegou bem cedo, hoje e pediu o quarto da Laura para Annie na hora da confusão dos dois idiotas, ele quis apenas uma rede para dormir na varanda e um espaço qualquer para colocar sua mala. Bem a cara do Armin mesmo. 

Tudo ocorreu bem durante o almoço, com os donos da casa servindo uma imensa quantidade de carnes e legumes aos visitantes. Sasha era uma pessoa muito excessiva com comida e disso eu não duvidava, mas mesmo assim tentamos comer rápido, já que estávamos competindo com uma grávida de gêmeas e com o estômago, que mais parecia um buraco negro, de Sasha Braus-Springer. 

Connie pediu para todos irmos descansar depois do almoço e que ele iria cuidar de tudo. Como se eu fosse deixar ele cuidar de tudo sozinho! E não fui o único, Jean, Marco e Bert prometeram cuidar da cozinha e preparar o jantar. Ótimo, bom saber que vou comer sopa de novo. Não que a sopa fosse ruim, mas Bert vai na cozinha fazer um bolo e volta com sopa. Enfim, talvez Marco e Jean pensem em algo legal e a dispensa dos Springer deve ser bem pomposa.

Os outros foram fazer coisas aleatórias, enquanto eu e Eren fomos saber do que Connie estava precisando de ajuda nos trabalhos da fazenda. Ele explicou que estava precisando de ajuda no milharal, precisava fazer um espantalho e cortar o galho de uma velha árvore que caiu com o raio. Eu disse que iria cuidar da árvore, já ele e Eren foram para plantação de milho pegar o antigo defunto espantalho que o raio matou para usar como molde, já que ninguém sabia muito bem pra onde ia começar um do zero.

— O pai da Sasha que cuida dessas coisas. — Explicou Connie. — Tá sendo dureza esses dias sem ele. Parece que tudo só acontece quando estamos sozinhos.

Eles partiram para sua tarefa e ao receber um machado, dei de cara com a árvore que eu teria que tratar. Era bem grande e eu teria bastante trabalho, entretanto ouvi um murmúrio feminino vindo de não muito longe dali, fiquei bem quieto para entender melhor de onde estava vindo: do celeiro. Me aproximei para ouvir melhor a conversa que identifiquei ser de Annie e Mikasa.

— Quem mais sabe? — A voz de Mikasa perguntou.

— Além de você pra quem acabo de contar, Jean e Marco porque enfim me flagraram e Bert que me acolheu quando tive uma crise de choro na casa dele e se eu não falasse, ia explodir. — Annie respondeu. — Estão guardando bem até demais meu segredo.

— Só são fofoqueiros com coisa de gente de fora, jamais iam desrespeitar seu pedido por sigilo, até por medo de uns chutes na bunda. Disseram alguma coisa?

— Parece até que todo mundo combinou de me dar o mesmo conselho, tanto você como eles me disseram as mesmíssimas coisas. — Ouvi uma risadinha. — Mas honestamente o que vocês falam e bosta pra mim é a mesma coisa. Sem ofensas.

— Nenhuma ofensa tomada. — Mikasa riu também. — A única opinião que mexe com você é a do Armin, né? Por isso precisou desse tempo.

— Exato, você sabe bem como é. — Annie soltou um suspiro. — Era uma decisão que eu precisava tomar sozinha porque a responsabilidade maior até por questões de autopreservação mesmo, é a minha. 

— Com certeza, pra cada pessoa é uma saga diferente, não cabe a ninguém além de você bater o martelo.

— E eu me conheço, se ele pedisse pra eu fazer uma determinada coisa, eu sou trouxa por aquele homem, eu faria. 

— Somos Patati e Patatá, nós duas, sou do mesmo jeito quando se trata do Eren.

— Pois é, agora com minha cabeça fria, minha decisão tomada, sem margem para arrependimentos futuros, estou mais tranquila. Aliás, se eu tiver arrependimentos vai ser por algo que eu fiz do meu jeito pra não jogar culpa e amargura em cima de ninguém.

— Essas amarguras são o que fazem casamentos ruírem, olha o escândalo que foi com o primeiro casamento da Pieck.  

— Sim, totalmente. Deus me defenda de tamanho desastre. 

— Vai falar pro Armin hoje ainda?

— Se tudo ocorrer bem, sim.

Ouvi tudo aquilo com um nó na garganta. O que quase todas as gays sabiam menos eu? Annie estava na minha casa e não respondia nada quando eu perguntava por que ela tinha deixado o Armin. Não poderia mandar nos sentimentos da Annie, mas me deixar de fora era bem rude. Eu estava preocupado com ela tanto quanto Jean, Marco e Bert! Foi um belo tiro na minha cara. De qualquer modo, não dou conta nem dos meus dramas quem dirá dos alheios.

— O que está fazendo? — Uma voz surgiu atrás de mim me fazendo tremer até as orelhas.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Curiosos para ver o que vai se desenrolar daí? Comentem para eu ficar sabendo suas opiniões! ;3
A quem leu, meu muito obrigada e até o próximo!



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