Infamous escrita por Bétula


Capítulo 1
Historia Christa Reiss em: A Famigerada Carona


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus consagrados! Espero que estejam bem. ♥
Dou início aqui à publicação desse projeto chique que esteve na minha gaveta desde 2017, é uma história mais leve e despretensiosa justamente pra lavar um pouco minha alma torturada pelo safado do Isayama com o final do mangá de Shingeki. Espero que seja um entretenimento divertido para você que ficou curioso com esse plot doido de fanfic.
Sem mais delongas... Enjoy!



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— Queima quengaral! — Ymir xingava o despertador que estava descontrolado cocoricando. 

Isso mesmo, nosso despertador era um galo cantando, pelas loucuras de minha esposa. Por que colocar uma música que gosta no despertador e começar a odiar, não é mesmo? Era mais jogo colocar um animal que desgostasse e Ymir odiava galos, tinha medo deles, ela sempre dizia que não conseguia confiar naqueles “pequenos velociraptores”. Levantou resmungando, não me deu nem bom dia, eu já estava habituada a seu atual humor matinal, ou melhor, a falta dele, ela foi direto para o banheiro, arrastando as pantufas cor-de-rosa. 

A gravidez deixava Ymir ainda mais ranzinza e nossas bebês faziam a bexiga da coitada de pula-pula. Ymir era dois anos  mais velha que eu, mas parecia ser tão mais forte que eu em relação a tudo, quando foi minha vez de ficar grávida, eu era mais jovem, mais saudável, era apenas uma criança e só faltei morrer, fiquei o sinônimo da inutilidade. Não me entenda mal, valeu a pena ficar grávida principalmente depois de ver a carinha da Helena, só foi um pouco chocante ver Ymir super ativa como estava, principalmente gerando gêmeas. Era o amor da minha vida mesmo!

Aquela mulher… Ela era a pessoa com quem eu soube na hora que teria uma família, por isso fiquei tão feliz quando finalmente encontramos o doador perfeito - depois de anos de procura - para podermos fazer a inseminação artificial e realizarmos o sonho da maternidade. Foi há quatro anos atrás, estávamos estáveis e felizes, Ymir só faltou colocar as clínicas de inseminação da cidade abaixo, mas achamos um jovem alto, loiro e judeu, com saúde de ferro e dentição perfeita, será que minha esposa era exigente? Nossos amigos ficaram passados de conseguirmos essa pessoa tão específica.  

Somos mulheres de sorte e obrigada doador 287559! Graças aos genes dele, conseguimos nossa primogênita perfeita e saudável, com nossa pequena fazendo três aninhos, decidimos tentar de novo e com o mesmo material genético. Assim como antes, tentamos uma mistura de nossos óvulos em meu útero mas depois três tentativas indo pela culatra, dinheiro suado perdido e variáveis desagradáveis, Ymir havia me pedido para tentarmos mais uma última vez, mas no útero dela. 

— Usamos apenas os seus óvulos, não precisamos dos meus. Já meu corpo, que está muito à frente da medicina ocidental, vai aguentar o tranco. — Ela explicou. — E sinto que vou chocar o mundo ao dizer que quem irá parir sou eu. Se não der certo, partimos para adoção.

Com 35 e 37 anos, era quase o final da linha para sermos mães biológicas saudáveis. Fomos questionadas sobre o porquê de não termos partido logo para a adoção do segundo filho, porém, eu queria muito arriscar nossa vantagem mínima em sermos mulheres. No caso de homens, além de gastar com a inseminação, tem que conseguir uma barriga de aluguel. E quem precisa disso quando se tem uma Ymir tomando a frente? De primeira deu tudo certo e foram logo gêmeas. Como Ymir havia projetado em sua mente ardilosa, o resultado deu o que falar. Jean e Eren até apostaram, o primeiro, que ela ia conseguir e o outro duvidava. 

— Se eu ganhar, você vai deixar o cabelo crescer até a criança nascer. — Dissera Jean a Eren. — Se você ganhar, eu fico careca.

 Eren agora mais parecia um metaleiro, para a desgraça de Mikasa. Ela não parecia muito contente com o novo visual do marido, embora quase todos tenham achado um sucesso. Na verdade, eu acho que era justamente esse o problema, já que o “kit mendigato”, como Marco chamava, era o visual do momento, lidando com uma Mikasa que sempre foi uma mulher ciumenta não ia dar em coisa boa. O cabelo de Eren cresceu muito rápido, em sete meses já estava na altura dos ombros. 

Ymir estava muito contente com a realização, Helena super animada em se tornar uma irmã mais velha, principalmente quando descobrimos que os bebezinhos eram duas meninas, eu não podia estar mais feliz em ver minha família tão bem. Ymir sempre foi o tipo de pessoa que fez tudo por aqueles que ama, então, estava sendo muito responsável nessa gestação, cuidando-se direitinho, abandonou suas amadas aulas de dança a pedido da médica, parou de comer porcarias, não faltava sequer um pré-natal, tudo isso para o bem das gêmeas. Um mulherão forte, embora ninguém acreditasse ao vê-la dormindo no vaso sanitário com a escova de dentes na boca aberta e um livro no chão, ficou doida de vez. 

— Ei, sua maluca! O que pensa que está fazendo? — Perguntei pegando o livro cujo título era “o parto humanizado e a vida”. 

— Meu deus! — Disse Ymir com os olhos arregalados, levantando de supetão. — O que aconteceu? Como vim parar aqui? Cadê a Helena?

— Calma. — Repousei a mão em seus ombros, me segurando para não rir. — Helena nem acordou ainda e você veio pra cá com suas próprias pernas depois do galo cantar.

— Maldito galo! — Ela brigou.

Finalmente fomos tomar um banho, seria uma manhã cheia, além de nos arrumarmos para nossa viagem, tínhamos que acordar e aprontar a Helena também mas pra um passeio diferente. Iríamos para a casa da Sasha e nossa filha iria passar o fim de semana na casa da minha irmã. As malas já estavam prontas desde a noite anterior, então só precisávamos tomar café, ficarmos prontas e esperar Frida vir buscar nossa pequena e aguardar a carona de Reiner e Bert. Sei que parece nada esperto sair assim com o fator filha pequena e gravidez, mas todos confirmaram presença para o passeio proposto pelos Springer, até mesmo Annie, o que deixou os fazendeiros muito satisfeitos, não podíamos fazer desfeita. 

Acho que estavam sentindo a casa vazia com os filhos no acampamento de verão e o pai de Sasha viajando.  A louca das batatas havia se acostumado com a casa cheia, Sasha amava sua família até mais do que suas batatas, ninguém esperava, mas ela se tornou uma mãezona. Nós recebemos o convite de ir no carro dos meninos, que já conhecendo o nosso histórico de carros quebrados, não iriam nos deixar arriscar ficar no meio da estrada carroçal com uma Ymir e seu barrigão. Um dos carros dos homens era um resistente e guerreiro SUV para combinar tanto com a “barice” dos donos e como para comportar a creche que eles tinham, seis filhos não era brincadeira. O veículo aguentaria bem a lama das chuvas de verão da qual Connie nos alertou, disso estávamos tranquilas. 

Depois de muito devaneio, ouvimos uma buzina lá fora, era minha irmã, e Helena já pulou animada, ela amava sair de casa, amava até demais, que menina mais audaciosa. Até a escola foi uma experiência mais difícil pra mim que pra própria criança, ela era um espírito livre mesmo, azar o meu, e a senhorita espírito livre estava toda empolgada de ir pra casa da tia para brincar com os primos. Deu um beijo na barriga da Ymir se despedindo das irmãzinhas e prometeu, toda falante, que se comportaria na casa da tia Frida.

— Essas crianças de hoje só faltam nascer voando, eu nessa idade parecia um quiabo. — Ymir brincou, na calçada, quando dávamos tchau para nossa filha.

— Será que essas daqui vão ser desprendidas assim também? — Toquei a barriga dela.

— Helena é de sagitário, é bagaceira. — Ymir gargalhou. — Essas daqui vão nascer no começo de setembro, vão ser umas virginianas chatas, você que se prepare. 

— Mal posso esperar. — Sorri de orelha à orelha.

Não demorou muito para eu receber a mensagem de Reiner avisando que já estavam chegando, fui levar as malas para fora, Ymir quis ajudar, eu só lhe dei uma bagagem de mão que estava cheia de lanchinhos para ela comer na viagem. Não poderia deixar ela pegar peso, mas confesso que tive certa dificuldade, já que eram ao todo sete malas e só duas eram minhas. Ymir sabia mesmo exagerar quando queria, era só um fim de semana, não iríamos nos mudar pra morar com os Springer. Entretanto, houve uma pequena demora da parte da nossa carona.

— Se não fosse cedo, eu juro que iria matar o Reiner. Que demora desgraçada! Filho da puta tá vindo de ré? — Ymir andava de um lado para o outro resmungando com o vestido longo de estampas floridas que nas palavras dela eram breguice de mãe, mas fazer o que se era a única coisa que cabia nela?

— Calma, deve ter acontecido alguma coisa, você sabe, é o Reiner e o Bertholdt, os homens dos imprevistos, lembra do episódio da água-viva do verão passado?

— Quem diria que eu viveria para ver o Reiner implorar por uma mijada na cara. — Ymir riu alto. — E viveria mais ainda para ver o Bert mijando na cara dele. Golden Shower na gay branquela.

Logo vimos o famigerado carro surgir no horizonte e tudo fez sentido: era nada mais nada menos que Bert no volante. O risco de acidentes era nulo, mas também só chegaríamos, quem sabe, no próximo fim de semana.

— Meu deus do céu, homem de Deus, teme a morte tanto assim? — Gritou Ymir com o motorista que estacionava. Ele de olhos arregalados estava, de olhos arregalados permaneceu. 

— Não queremos nossos filhos voltando pro orfanato, esperava que fosse mais compreensiva já que está enorme. — Reiner zombou da mulher grávida, enquanto descia do carro para colocar nossas coisas no bagageiro. 

— Pau no seu cu, eu vou roubar seu lugar na frente, então. — Disse Ymir mostrando língua para Reiner, entrando no carro e olhando para Bert, no banco do motorista, de uma maneira única que só ela fazia para constrangê-lo. E conseguiu, ao  ver o homem suar nervosamente.

Eu entrei pela porta de trás do carro e vi que Annie estava com eles, dei bom dia, e retribuída com um aceno de cabeça. Que dejavu! Era como voltar no tempo. Ymir e Reiner brigando como fantoches de programa de auditório, Annie com seu fone de ouvido olhando o horizonte na janela do carro, e Bert suando e rindo de nervoso. Exceto pelo fato que agora meus amigos eram dois homens barbudos - Reiner tinha cavanhaque e Bert barbicha - Annie usava um óculos redondo bem hipster e Ymir estava grávida de filhas minhas. 

— Onde está o Armin? — Perguntei a Annie. 

— Não sei e não é da minha conta de qualquer modo. — Deu de ombros.

— O que aconteceu?

— Longa história. — Foi tudo o que ela disse.

“Eles brigaram e ela está lá em casa.” Reiner mostrou escrito na tela de seu telefone enquanto fechava a porta do carro. Suspirei e peguei o celular dele e escrevi “E ele vai pra fazenda dos Springer?” enquanto Reiner apenas acenou positivamente com a cabeça. Não sou nenhuma das cartomantes do Marco, mas previ uma bela confusão.


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Notas finais do capítulo

E ai, curtiram? Relevem qualquer erro de digitação ou ortográfico. Um beijo e até o próximo! ♥



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