Infamous escrita por Bétula


Capítulo 11
Mikasa Ackerman-Jaeger em: A Famigerada Conversa na Banheira


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente! Sei que a pausa entre atualizações foi bem mais curta dessa vez mas decidi que esse capítulo precisava ser lançado hoje, numa sexta-feira, para o 12º e último cair bem no natal como eu havia planejado desde o início.
Para ser honesta, tecnicamente, as atualizações de domingo e segunda foram as que saíram do cronograma, mas é isso mesmo, o importante é postar. :B
Este é o penúltimo capítulo, narrado pela Mikasa, ele é mais intimista tal qual é a personagem, mas foi fofo escrevê-lo e espero que apreciem bem.
ENJOY!



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O nervoso com a situação do Armin tinha sido o suficiente para fazer Eren ficar mais sóbrio, o álcool foi embora pelo suor meio à correria, quando o sangue esfriou no quarto de hóspedes da casa de Sasha e Connie, ele já tinha praticamente voltado a si. Restava-lhe apenas a dor de cabeça, leves náuseas e a vergonha, afinal, a língua enorme do meu marido foi o pivô da confusão. 

Ele vomitou um pouco, eu o ajudei segurando-lhe o cabelo para não sujar, depois disso, cuidei da limpeza tanto do rosto como da pobre pia que foi agraciada com sua bile. Finalmente no banho, instaurou-se um silêncio pelos primeiros minutos de Eren na banheira, quando se sentiu mais confortável me contou sua versão louquíssima da série de mal entendidos, de onde ele tirou a ideia de eu estar grávida? Nem fizemos nada perigoso nos últimos meses.

— Você estava meio estranha, talvez eu só estivesse desesperado por uma justificativa para sua mudança que fizesse sentido pra mim, que me deixasse feliz. — Confessou, os olhos verdes me encarando. — E mesmo essa minha coisa do Armin pode ter sido um reflexo do meu próprio medo, eu odiaria te perder pra outro homem, fico louco só de pensar.

— Eu sei do seu medo. — Acariciei a bochecha dele, me ajeitando melhor sentada à borda da banheira. — Por isso mesmo fiquei meio sem graça com algumas coisas.

Foi o gancho que eu precisava para finalmente contar da verdadeira conversa com Annie mais o motivo da minha suposta estranheza, que era a loucura do meu genitor. Meu maior medo era aquilo ser a gota d'água pro meu marido em relação às loucuras da minha família e me deixar, ou pior: ficar inseguro ou intimidado em relação a nossos amigos. Armin era uma pessoa muito querida e Annie uma mulher muito bonita, sempre foi, ela tem a mesma cara de vinte anos atrás, a própria Avril Lavigne. 

Inclusive por causa da beleza dela, logo quando a pobrezinha começou a se chegar na gente em nossa juventude - de olho no Armin, obviamente - fiquei com medo dela estar querendo o Eren, sorte a minha ela achar o meu marido - antes mesmo de ser meu namorado - um grande pamonha com cara de perdedor. Eu odiaria ter que competir com ela, amava o fato de termos nos tornado amigas.

— Um trisal com o Armin e a Annie?! — Eren estreitou os olhos, incrédulo ao fim do meu relato. — Eles têm você como uma irmã, o Levi ficou doido?

— Claramente, sim. — Desviei o olhar, muito concentrada em desembaraçar o cabelo dele. — Viu porque eu não queria contar? Meu Deus, que vergonhoso, ficou até estranho encarar vocês três.

— Não devia, aposto que o Levi não perde um segundo das quatro preciosas horas de sono pensando nas coisas que ele faz ou fala. — Prendeu o riso. — Talvez só tivesse fazendo uma projeção em você sobre algo que deu certo pra ele. 

— Sim, mas entre os três foi um caso extraordinário, não é algo que dá certo assim tão facilmente, se fosse o caso não existiriam mais triângulos amorosos no mundo. — Suspirei. — E preciso saber, você ficou mesmo feliz com a possibilidade de eu estar grávida?

— Claro, seria ótimo pro Charles ter um irmãozinho ou irmãzinha. — Ele sorriu. — Não era o caso, mas bom pro Armin e a Annie, a quem inclusive devo um enorme pedido de desculpas.

— E como deve, meu amor, não sei de onde tirou a possibilidade dela estar traindo o Armin, a coitada mal tem energia pra ele. — Prendi o riso.

— Parando pra pensar foi muita burrice, ela está no topo da minha lista de pessoas que não consigo imaginar transando, sempre imaginei ela e o Armin em casa como dois velhos, por isso o perigo de outro aparecer abalando as estruturas. Mas erro meu ficar pensando coisas sobre a vida das pessoas, apesar de concluir depois de tudo isso que o bebê que a Annie está gerando foi originado por partenogênese. 

— Essa teoria é bem mais embasada que a da traição. — Prendi o riso.

— Pior que ainda tive a pachorra de questionar a mulher, meu Deus. — Bufou, envergonhado. — Depois das coisas que você me falou é compreensível a Annie ter medo e seria bem complicado caso você realmente estivesse grávida. 

— Seria sim, mas a verdade é que temos mais estrutura, melhor renda familiar, uma casa maior, além de um centro de apoio maior. — Refleti. — Podemos até desfrutar da mesma quantidade de amigos para dar aquela mãozinha, mas quanto aos parentes, o cenário é outro... O Charlie tem cinco avós, enquanto que o bebê da Annie só terá o Sr. Leonhardt e mal.

— Isso é verdade… Eu não tinha parado pra pensar em tanto detalhe.  — Ele arregalou os olhos. — Nós temos muita sorte.

— Sim. — Sorri. — Seria mesmo bacana dar um irmãozinho ou irmãzinha pro Charlie, sempre quis um irmão mas meus pais nunca quiseram, pudera, cheguei chegando na vida de dois adolescentes irresponsáveis, não foi algo bonitinho, fora que embora o Erwin tenha entrado na jogada anos depois, estavam os três muito focados em me criar.

— Então… Você toparia algo assim mesmo com todos os riscos para sua saúde? — Virou pra me encarar diretamente.

— Sim, se fosse muito arriscado poderíamos adotar como Reiner e Bert, talvez? — Ponderei. — Digo, há várias formas de fazer isso e acho que não custa nada estudar as possibilidades com carinho.

— Está falando sério?! — Sorriu de orelha a orelha. — Isso seria ótimo. 

— Sim, seria ótimo. Aliás… Vai ser ótimo. — Encarei-o com um sorriso.

— Então… É isso? Estamos tentando ter outro filho?

— É… — Sorri, os olhos brilhando, o coração acelerado. — Estamos tentando ter outro filho.

Ele simplesmente levantou da banheira, e mesmo molhado e sem roupas, me puxou para um abraço forte, uniu nossos lábios como se representassem o selar daquele compromisso. Que insanidade, parte de mim só pensava em como eu devia ter enlouquecido e meu lugar era num manicômio, mas por algum motivo eu queria muito outro filho, principalmente depois de todas essas reflexões que vieram dos eventos deste fim de semana. 

Podia ser o clima de crianças a bordo com a Annie e Ymir grávidas, mas isso não mudava o fato de que eu estava animada… Imagina, eu e minha melhor amiga grávidas juntas? Parecia algo infantil e ridiculamente inconsequente, mas eu queria muito tentar, sempre fiz loucuras na minha vida, para uma pessoa que casou foragida em Vegas, o que seria ter mais um filho? Assim que voltássemos, faríamos os exames e se estivesse tudo bem, eu poderia tentar engravidar, caso houvesse alguma complicação entraríamos com a papelada para a adoção. 

Já imaginava o Levi falando coisas ridículas como "era pra você se separar desse traste, não arrumar outro filho dele!" mas eu não estava nem aí, eu sonhava em ter o Eren e ser a esposa dele desde os meus quinze anos, já enfrentamos muita coisa juntos, me sentia bem com essa decisão. Eren também parecia convicto, aquilo não era uma loucura bêbada já que ele quase não apresentava sinais de embriaguez, quando comesse ficaria ainda mais sóbrio. 

Ele se vestiu, ficou muito cheiroso após o banho, era bom vê-lo penteado e sem estar fedendo a fezes de galinha, era meu top 3 de coisas mais fedidas. Antes de descermos, ele me contou das presepadas de Zeke: tinha traído a Yelena também, chocando um total de zero pessoas. Os meninos deviam ter feito um bolão de quanto tempo iria demorar para Zeke Jaeger se sabotar mais uma vez.

Acolhi os sentimentos do meu marido, mas deixei claro que não havia nada que pudéssemos fazer além de pedir pra Han alguma indicação de ajuda profissional para o irmão dele. E nem isso era garantia, uma coisa que minha mãe sempre deixou claro é que o trabalho dela e de outros terapeutas era apenas um caminho, se o paciente não está disposto, nada mudará. 

Quando finalmente descemos as escadas, encontramos a sala de jantar de Sasha parecendo uma feira de comidas. Era um entra e sai de pessoas levando e trazendo caçarolas, pilhas de pratos e jogos de talheres, nem parecia que tinha acontecido um escândalo de surto coletivo naquela propriedade há menos de uma hora atrás. Talvez os anos de convivência já tivessem naturalizado nosso grupo com tanto caos e incorporado aquilo ao estilo de vida cotidiano.

 — Sério, pobre do Sirius Black vendo as pessoas no trono. — Marco reclamava com um Connie que gargalhava também, trazendo guardanapos. — Não sei como conseguem.

— É justamente essa a piada, como fazer isso na frente do Sirius Black? Se bem que a caracterização dele nessa foto mais parece o Comissário Gordon do Batman do Christian Bale. — Connie refletiu.

— Do que diabos vocês estão falando? — Bert teve que perguntar.

— Uma cortina de banheiro bizarra que esses malucos inventaram de colocar no banheiro. — Marco riu.

— O que? Mas como assim? — O pobre homem alto olhou incrédulo.

— Sem julgamentos, minha gente. — Jean chegou com outra caçarola, rindo também. — Casa deles, erro deles. 

— Vocês tem é sorte, só compramos a do Gary Oldman porque a cortina do Jeff Goldblum estava esgotada. — Sasha sentou à mesa.

— Olha só vocês. — Ymir, que colocava os pratos na mesa enorme, riu de nós quando notou eu e Eren ali parados com as caras mais lisas, nos denunciando aos demais. 

— Já estava para ir atrás de vocês também, mas imaginei que assim como a Annie e o Armin, tivessem muito o que conversar. — Historia sorriu ao lado da esposa.

— Sim. — Suspirei. — Falando nisso, onde estão eles?

— Na varanda se acertando. — Marco sorriu de orelha a orelha praticamente dando pulinhos de alegria. 

— Graças a Deus, né? — Jean gargalhou. — Depois desse babado de hoje era reconciliação ou divórcio de vez. 

— Melhorou, Jaeger? — Reiner perguntou.

— Melhorei sim. — Eren riu coçando a nuca, sem jeito. — Que situação aquela, meu Deus. 

— Relaxem, a loucura faz parte do bissness. — Connie colocou a mão de conforto no ombro do meu marido.

— Estamos de volta. — A voz de Annie inundou o recinto com sua chegada, Armin do lado apoiando-se no ombro da mulher. — Já podem servir o jantar.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que estão achando? É nesse clima de quase despedida que desejo a todos um ótimo fim de semana e deixo a quem leu até aqui o meu muito obrigada. ♥



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