Infamous escrita por Bétula


Capítulo 12
Ymir Fritz em: A Famigerada Fogueira


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Feliz Natal!
Aqui estamos com o ultimo capítulo e muito bem narrado pela verdadeira dona dessa história. Ymir é uma personagem muito divertida então foi muito gostoso de escrever as presepadas dela, é com muita satisfação que entrego a conclusão desse projeto e espero que apreciem bem. ♥
ENJOY!



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— Eu gostaria de dizer algumas palavras. — Eren levantou da sua cadeira na grande mesa quando finalmente todos nos reunimos para o jantar.

— Fique à vontade, meu amigo. — Connie gesticulou com uma taça, ele estava à cabeceira, como um herdeiro rico mesmo sem de fato ser.

— Bom… — Tomou fôlego. — Devo um enorme pedido de desculpas à Annie por toda a confusão de hoje envolvendo o nome dela, ao Armin por ter levado as coisas de forma tão impulsiva, além de um pedido de desculpas ao Connie e a Sasha por criar caos na casa deles e a todos os demais por colocá-los em uma situação de estresse. 

— Está perdoado, Jaeger, acho que posso falar por todos quando digo que já nem levo a mal as suas atitudes ridículas.— Annie riu e foi difícil não rir também diante daquela verdade. —  Só cheque a fonte antes de sair espalhando as coisas de qualquer jeito como uma tia do Zap numa próxima vez.

— Sim, amigo, edificar é importante, só é preciso ter cuidado, mas não se martirize com isso. — Sasha sorriu. 

— Eu fui um histérico. — Armin suspirou. — Sinto muito também.

— Oh, querido, somos todos histéricos cada um a seu modo específico, é praticamente um elenco de novela mexicana. — Marco consolou. 

— Isso se não for indiana. — Tive que dizer, porque sinceramente, é só jogar um pouco de glitter e umas transições estranhas e voilá.

— No fim, acho que fica uma grande lição sobre como é errado se meter na vida alheia. — Marco concluiu e todos rimos, parece piada ouvir aquilo da boca dele.

— Obrigado, pessoal. — Armin sorriu tristemente.

— Agradeço também, só queria deixar claro como sinto muito e como quero que fiquemos todos bem. — Eren concluiu.

E estávamos bem, sempre íamos ficar bem apesar das loucuras, era sempre especial ter esse momento com aquele grupo de foragidos do hospício. Só era difícil aguentá-los sóbria, pelo menos eu teria a companhia de Annie nessa jornada maluca da maternidade, inclusive, eu sabia que aquela safada estava grávida no momento em que botei meus olhos nela no carro do Bert.

Não ousei dizer nada nem sequer pra minha esposa porque, quem era eu na fila do pão, né? Se os meninos pensassem assim também, nada daquilo teria acontecido no fim da tarde, coitadas das galinhas da Sasha iam ter pesadelos com um grupo de homens malucos ciscando na casa delas. Se bem que era querer demais exigir bom senso daqueles sujeitos.

O jantar estava ótimo para meu deleite e das minhas meninas, poderiam falar qualquer coisa daquelas gays safadas, mas que eram boas cozinheiras as bichas eram. A sopa da entrada estava ótima, não sei porque o Reiner comeu tão pouco e fazendo careta, talvez já estivesse acostumado com o tempero do marido, azar o dele, bom que sobrava mais pra mim e minhas meninas.

Eu já estava parecendo os balões do finado padre e depois daquela janta, eu poderia muito bem sair rolando até o terraço da Sasha, onde os meninos iam acender a fogueira. E que vergonha, eram uns merdas mesmo travando uma batalha mortal contra a madeira, Jean e Connie foram até buscar um ventilador pra espalhar as brasas. Bert teve que intervir, parecia um mestre das chamas, foi só ele pegar nos gravetos que os o fogo pegou.

Sasha e sua muleta trouxe um radinho e colocou uns folks e countrys para tocar, Connie trouxe mais licores e vinhos pros idiotas se embriagarem e curtirem a dança da fogueira. Não ia ter jeito, ia sobrar só as grávidas sóbrias, Historia queria ficar sem beber também, por respeito, mas mandei logo ela relaxar e curtir enquanto podia, outro rolê daqueles talvez só ano que vem. 

Annie deu o mesmo conselho para o marido, que também estava de cu doce, mas o dele era compreensível tendo em vista que já tinha bebido como um gambá de tarde. Mesmo assim, ambos os nossos coitados foram atrás das bebidas, e me segurei pra não rir dos dois gnomos meio aos gigantes, totalmente aleatórios e perdidos.

— Vão se mudar do apartamento? — Puxei assunto com a Annie enquanto os outros enlouqueciam ao nosso redor.

— Não sei ainda, existe o mito de apartamento não ser auspicioso para crianças, mas não queria vender aquele espaço ou mesmo locar ele e ir alugar outro.

— É só fazer uma reforma que dá certo, se precisar de ajuda, já chama o trigêmeo perdido dos irmãos à obra. — Apontei para Bert que fumava um cigarrinho afastado por respeito a nós. — Acho que ele faria até de graça pra você.

— Verdade, parece ser uma boa, pode ser apego meu, mas é que é um bom apartamento, apesar de não termos sorte com vizinhos da frente, a Miranda parece ter o dedo podre para inquilino. — Acenou negativamente com a cabeça.

— Aquele pessoal que só falta se matar ainda tá morando lá? 

— Sim, é até divertido ouvir as brigas, para ser honesta.  — Admitiu com um sorriso torto. — Mas a mulher comentou por alto que o contrato deles acaba em dezembro e não vão querer renovar, já tô rezando pros próximos serem de boa e que sejam do tipo que não se importa com choro de criança, claro.

— Boa sorte com isso. — O fofoqueiro já estava com o orelhão a postos, Marco não tinha jeito mesmo. — Aquele casa tem encosto, só vai ter jeito quando um incenso quebra feitiço ambulante entrar por aquela porta, o número 17 é maldito, quizá o 17B.

—  Vai ver que a Miranda cura o dedo podre e arruma alguém para ressignificar esse número. — Tentei consolar a pobre Annie. — Não dê ouvidos a uma yag bêbada.

— Não dou nem quando está sóbria. — Mostrou a língua para Marco, que retribuiu o insulto e depois riram como dois idiotas.

Os rapazes estavam dançando aleatoriamente como um bom bando de bêbados que eram e as três Panteras também não estavam nada atrás. Por Panteras, quero dizer, se encaixando perfeitamente até nas intérpretes: Mikasa Lucy Liu, Historia Cameron Diaz e Sasha Drew Barrymore, e quando começou a tocar pop no radinho da doida das batatas que elas e as viadas saíram da toca mesmo.

Sasha estava no seu elemento, a própria Lady Gaga no clipe de paparazzi fazendo toda a coreografia com as muletas sentiria-se humilhada com a precisão daquela bêbada safada. Os coitados dos héteros se deixaram levar pela vibe, os três querendo ficar de casalzinho com as esposas, graças a Deus a maldição dos casais distantes estava sendo levada pros quintos dos infernos em nome de Javé.

— Eu e o Jean vamos buscar meu tabuleiro de ouija. — Marco sussurrou pra mim, risonho.

— Connie e Sasha, cagões do jeito que são pra esse negócio de assombração, jamais vão deixar vocês abrirem um portal para outro mundo aqui na casa deles. — Tive que dizer prendendo o riso.

— Me responsabilizo por qualquer coisa. — Levantou todo animado,  pegou o marido pela mão e foram dentro da casa.

Meu sensor aranha de confusão estava apitando loucamente, estavam mesmo procurando sarna pra se coçar, essas bichas não tem jeito. O pior foi que me deu um desejo desgraçado de comer cereal simplesmente do nada, obrigada à criança responsável por esse pedido no serviço de útero, agora eu teria que providenciar o tal cereal pra ela não nascer com cara de cereal ou eu cair dura ali mesmo.

Historia se ofereceu pra ir pegar a comida pra mim, mas eu não poderia deixar meu desejo de grávida nas mãos de bêbado, mesmo o bêbado sendo minha adorada esposa. Quando entrei lá dentro, as duas POCs passaram correndo com a tralha mística em mãos, bem feito que caíssem rolando escada da varanda abaixo. Enquanto preparava meu lanche noturno tranquilamente, escutava a algazarra lá fora, que bom que era um local até afastado, senão já tinha batido polícia aqui. 

Se bem que lugar afastado é a cara do filme de terror, e parando pra pensar, as coisas estavam indo por um caminho de clichê de filme de terror. Notei que deu uma diminuída na discussão lá fora e andei de fininho até lá com minha tigela em mãos, me deparei com eles em volta do tabuleiro que estava apoiado em um toco, todos de mãos dadas e concentrados, medo nítido no rosto principalmente de Sasha, Connie, Bert e Armin. 

— Porque os mortos não querem falar com  a gente? — Marco perguntou baixinho.

— Vai ver são homofóbicos. — Reiner brincou. 

— Se for o caso, chama os mortos aí, Jaeger. —  Jean zombou.

— Ah! Vai ser foder! — Eren bufou.

— Vocês vão irritar os mortos e deixar minha casa assombrada! — Sasha brigou.

— Se estiver alguma entidade entre nós, por favor, nos dê um sinal. — Marco voltou pro personagem de jovem místico apesar de ser uma cacura.

E veio um assobio do além, por além quero dizer a minha pessoa, aquilo era hilário, queria registrar a cara de cu trancado deles, dei a volta por trás da casa e dei outro assobio, dessa vez mais longo. Jean notou que o assovio estava se afastando, então caiu na besteira de assoviar de volta, com isso fui me aproximando, os outros putos com ele por ter respondido ao assobiador. 

— Se vocês trouxeram um demônio para dentro da minha casa, vou matar vocês! — Connie brigava desesperado. — Sabia que não devíamos ter inventado isso!

Então dei o golpe de misericórdia e soltei um mega assobio enquanto jogava uma pedra qualquer que achei no chão na direção dos medrosos, o que veio depois foi simplesmente indescritível. Se eu tivesse mirado talvez não tivesse sido tão certeiro, mas pegou no tabuleiro bem em cheio fazendo-o virar e cair, dali foi só ladeira abaixo: gritos, gente levantando de uma vez e a cereja do bolo, que foi Armin caindo quase em cima da fogueira e o pessoal saindo correndo deixando ele e a Sasha e seu gesso para trás.

Foi cada um por si mesmo, não havia amigos, não havia cônjuges, apenas puro instinto de sobrevivência e minhas risadas. Depois de revelado que o espírito assobiador era eu, quem podia rir caiu na risada, quem podia ficar com raiva de mim, ficou, mas o que esperar de uma pessoa que ficou seis minutos enterrada viva só pra pregar uma peça nos irmãos e amigos em plenos doze anos de idade, não é mesmo?

— Hoje não é meu dia. — Lamentou o pobre Armin que por muita sorte não se queimou.

— Você podia ter caído em cheio na fogueira, foram as mãos de Deus dando o livramento. — Bert o consolou.

— Você vai dormir aqui ao relento, Connie Springer! — Sasha bufava, sentada em um toco com os braços cruzados de raiva. — Me abandonou aqui pra ser comida pelo bicho!

— Mas não tinha bicho, era só a Ymir! — Ele tentava argumentar.

— Mas você não sabia disso! — Ela fez um bico e desviou o rosto da direção do marido.

— Em defesa dele, todo mundo abandonou todo mundo, todos péssimos amigos, maridos e esposas. — Tive que dizer. — Claro que ficou mais feio pra ele por causa da esposa debilitada, mas vamos trabalhar com fatos.

— Então encare esse fato, você é horrível, Ymir Fritz! — Sasha brigou comigo. — Você não é mais minha melhor amiga!

— Não me puna desse jeito, vamos todos rir muito disso amanhã durante a ressaca de vocês. — Dei de ombros.

— Depois desse assombro, melhor nos recolhermos. — Concluiu Marco recolhendo sua tábua do chão.

E fomos mesmo dormir, pedi desculpas pela confusão mas todos já estavam rindo, até a Sasha já estava menos chateada com o marido que a abandonou, eu ia só dar um banho na minha maluquinha e me deitar também. O quarto da Sasha era muito confortável, sorte a minha porque meus pés já estavam doendo, foi um dia pra lá de cheio, tanta coisa aconteceu em menos de 24h, mas claro que aconteceu, estava falando desse grupo de pessoas doidas.

Deixei Historia praticamente cochilando na banheira e fui arrumar a cama com certa dificuldade, será que eu ia mesmo aguentar até os nove meses? Esperava que sim, não queria lidar com estresse de bebês em incubadora, eu tinha que ser forte! Connie deu uma passadinha no quarto só pra checar se estávamos bem e confirmamos que sim. Quando finalmente deitamos, Christa me abraçou.

— Quanta idiotice. — Ela sussurrou. — Nem acredito que usei drogas ilícitas, que espécie de mãe eu sou?

— Uma bem divertida. — Sorri e senti chutes nas minhas costelas confirmando minhas palavras.

— Eu amo tanto vocês… — Ela abraçou mais forte e fez carinho na minha barriga. — Será que a Helena está bem?

— Aposto que sim, inclusive, amanhã vai fazer pouco caso de nós, não vai querer voltar da casa da Frida. — Supus.

— Aposto que não. — Fez um bico.

— Quanto? 

— Aposto duas panquecas.

— Feito. Vai ser ótimo comer essas panquecas no café da manhã de segunda.

— Vai ser estranho voltar à realidade na segunda. — Suspirou cansada. — Somos tão doidos, mas pelo menos somos livres. 

— Somos sim.

— Deveríamos fazer isso mais vezes, digo, nos reunir. — Sussurrou. — Talvez até fazer mais coisas incluindo as crianças... Com todos nos tornando mães e pais, vai ser possível.

— Jean e Marco ainda não são pais. — Tive que dizer.

— Disse bem, ainda. — Sorriu. — Algo me diz que é só questão de tempo, estou sentindo todo mundo na mesma página, cada um em seu tempo e com suas próprias surpresas. 

— É verdade.  — Sorri de volta e abracei mais apertado. — Não sei o que o futuro nos reserva, mas mal posso esperar pela próxima surpresa que nos aguarda.

 

FIM


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado desse desfecho. :3
Para quem achava que eu ia fazer a boneca ter as bebês nessa capítulo, achou certo! Pelo menos no meu primeiro roteiro, feito há quase quatro anos atrás. Depois de pesquisar um pouco me dei conta que um parto prematuro de gêmeos na primeira gravidez uma pessoa madura é muito arriscado! Não era o tom que eu queria pra essa história, principalmente com o final da personagem no cannon, não podia fazer a Ymir correr tantos riscos. Fora que minha meta era fazer uma coisinha leve, mais divertida, foi a forma que encontrei para tirar a história da gaveta e espero ter tido êxito.
A quem deu uma chance pra essa maluquice, minha sincera gratidão, obrigada por ter acompanhado até aqui. ♥



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