Meros Encantos Mortais escrita por LittleR


Capítulo 4
A Origem do Infortúnio


Notas iniciais do capítulo

"Sempre questiono os pingos de chuva.
Questiono o modo como sempre caem, tropeçando em seus próprios pés, quebrando as pernas e se esquecendo do paraquedas ao se desprenderem do céu a caminho de um fim incerto."
Tahereh Mafi, "Estilhaça-me"

Boa leitura!



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III.

— Pegaram você tentando fugir? — perguntou, indulgente, uma moça de cabelos dourados e trançados que estava sentada ao meu lado no vagão. Ela tinha olhos cremosos e uma expressão que exalava cordialidade.

— Sim. Pela fronteira com Alerion

Alguém soltou uma risadinha no fundo da carroça.

— Não funciona — disse a garota pequena com cabelos lisos, muitíssimo finos, tremendamente mal cortados em camadas que não se conectavam. Parecia que ela tinha tentado juntá-los no lugar com presilhas de metal, mas não havia funcionado, e as mechas mais curtas só ficavam estiradas no ar. — Depois que A Marca aparece, a magia impede você de deixar o país. Sabe, tipo uma coleira? Somos cadelas atadas a essa terra.

Havia apenas cinco outras pessoas além de mim dentro do vagão. Só quatro delas eram garotas e todas pareciam ter origem simples, como eu. Bem, eu esperava que eles não fossem tratar filhas de nobres com tanto desleixo como nos haviam tratado. A carroça onde havíamos sido colocadas mais parecia uma prisão que um veículo. Ao menos, era quente. De frio não morreríamos. E para mim, que quase morri congelada alguns dias antes, isso já era algo a se comemorar.

A moça de cabelos ruivos e sardas ao lado da que tinha cabelos espetados continuou:

— Foi o que aconteceu comigo. Quase desmaiei quando cheguei à fronteira com Beltan. Simplesmente não dá pra passar, a magia puxa você. O ideal seria atravessar antes de despertar A Marca, mas como ninguém sabe quando e nem se vai despertar...

— Eu tentei pelo mar — acrescentou a garota dourada ao meu lado. — Eu ia pegar um navio pra Ilherra. Não sei se funciona, os Recrutadores me pegaram antes.

Praguejei comigo mesma.

— Aqueles abutres.

— Funciona se você for pelo Pequeno País Sul e atravessar a fronteira de Caglios — resmungou a última das minhas companheiras de cela. Ela estava sentada do meu lado direito, lendo um livro no idioma antigo. Tinha pele escura, olhos focados, os cabelos cacheados amarrados em um rabo de cavalo baixo. — Os garotos de lá vivem fazendo isso.

— A sorte realmente escolhe pra quem vai sorrir — bufei.

Houve um longo minuto de silêncio enquanto carroça balançava sobre a neve irregular, o barulho da caravana cruzando o vale preenchendo o ambiente. A garota de cabelos trançados se inclinou em minha direção e sorriu.

— Eu me chamo Illana. Sou de Azaleia do norte.

Eu pisquei algumas vezes antes de entender que ela estava se apresentando.

— Eu sou Katherin , de Morrigan, do sul.

— Eu sou Silver! — gritou a moça pequena, do fundo. Ela parecia estranhamente animada, para quem estava na situação em quem estávamos. — Costumava viver em Mashya. Depois em Ludbrica. Daí em Époles. Depois em... enfim, muitos lugares. O que vocês acham que vai acontecer conosco?

A garota de cabelo cacheado que estava lendo me lançou um olhar férreo quando percebeu que eu estava me inclinando para tentar ver o conteúdo do livro. Corei e desviei o olhar quando ela resmungou:

— O que acha que vai acontecer conosco? Deve ter umas trinta garotas ao todo nessa caravana. Com mais trinta que estão na que vem do norte, somos em sessenta. O que se sabe é que só doze delas vão voltar de onde quer que eles estejam nos levando. Uma proporção de 1 pra 5. Você sabe o que essa proporção significa?

Ela claramente estava falando comigo. Todo seu corpo, os olhos dourados, estavam voltados na minha direção, esperando. A moça era mais alta que eu, tinha um rosto longo e solene. Não era difícil ser intimidada por ela. Vincos se formaram em minha testa.

— Está perguntando pra mim?

— Sim.

— Por que eu saberia?

Ela ergueu o livro diante dos meus olhos. Parecia bem antigo, a capa com fecho já desgastada nos cantos. Exalava o odor azedo de folhas velhas e couro ressecado. As palavras do título haviam sido desenhadas com uma tinta dourada quase desvanecida. Estava no velho idioma.

— Você sabe o que diz aqui? Consegue ler?

Illana ao meu lado esticou o pescoço para dar uma boa olhada no livro.

— Wah! Que língua é essa?

— É similare — respondi. — É a antiga língua comum. Está morta há muito tempo.

— Você fala?

Eu deslizei um olhar furtivo e temeroso para a criatura encapuzada sentada num canto do vagão. O quinto e último dos meus companheiros. Não era a mesma de antes, embora fosse igualmente esguia e ameaçadora. Durante todo o tempo em que estivemos falando, ela não moveu um dedo, não soltou um suspiro. Permaneceu imóvel, como parte da decoração. Parecia morta. Contudo, nada me convencia de que ela não estivesse ali para nos vigiar.

— Não ligue para ele — insistiu a garota do livro, percebendo meu olhar. — Está dormindo. Só acordará quando for necessário, o que não é o caso agora. Você fala similare?

— Como pode ter tanta certeza de que ele está dormindo? Você sabe o que é essa coisa?

As sobrancelhas dela se franziram de um jeito a deixar claro que estava perdendo a paciência. Sua voz soou dura quando ela insistiu:

— Você fala a antiga língua comum?

— Ninguém fala. É exatamente isso que significa “língua morta”.

— Mas consegue entender, certo?

— Relativamente. — Endureci minha expressão. — O que é aquela coisa?

Consegui perceber o olhar de todas as outras saltando entre nós duas. Ignorei a tensão nos nós dos meus dedos e minhas sobrancelhas enrugadas. A moça suspirou.

— É um nakrash. Servem ao Duque Ignir. São sensitivos, mas não são hostis, a menos que você seja um tipo específico de criatura. O que, de novo, não é o caso aqui.

Illana se recurvou um pouco.

— Como sabe dessas coisas?

A moça enfiou o livro dentro do decote do vestido.

— Sabendo. — Um minuto de silêncio enquanto ela se reclinava para trás. Então, olhou-me de esguelha. — Kendare. — Ergui uma sobrancelha. — É o meu nome. Lembrem-se dele. Vão precisar.

...

A segunda caravana nos encontrou na noite do sétimo dia. Vinha do norte do Pequeno País e tinha exatamente o mesmo número de carros que a nossa, liderada por um par de carruagens elegantes, luxuosamente lapidadas e ornadas com os brasões do Jardim Oriental. Foi Illana que atentou para este fato, quando nós esticamos nossos pescoços para espiar através da pequena janelinha que havia na parte de cima do vagão.

— Deve ser a carruagem do Duque — disse ela. — Dizem que ele vai pessoalmente para recolher as Marcadas da parte norte.

— Por que são filhas de nobres? — resmunguei com azedume, antes que meus olhos fossem um pouco além da carruagem do Duque.

Dentre o véu de névoa que se espraiava pela noite, avistei uma muralha sinistra de árvores erguendo-se na planície. Seus longos caules, suas raízes secas e galhos afiados. Pavor ressoou em meus ossos, cada pelo de meu corpo se arrepiou. Negra, sórdida e fatal, Seldegra Floresta, que guardava a entrada do Jardim Leste. Eu já ouvi viajantes contarem que era o lugar mais mal assombrado do Grande País. O lugar para onde dizíamos que mandaríamos as criancinhas caso elas não se comportassem bem.

Ninguém precisava entrar nela para sentir os espíritos amaldiçoados que ali se contorciam rogando maus agouros e pragas sobre toda a humanidade. Engraçado, porque era exatamente para lá que estávamos trotando.

— Olha, aqueles devem ser os nobres do Jardim Oriental. — Illana me sacudiu, apontando um dedo através do pequeno espaço da fenestra.

Provavelmente por causa da agonia de ter posto meus olhos em Seldegra, eu não percebi que o vagão havia parado. Do outro lado do campo de neve, a carruagem luxuosa da segunda caravana se abriu.

Primeiro dela saltou um homenzinho atarracado com uma placa de ferro para proteger o peito. Usava um manto de pele de urso-pardo, luvas de couro, botas de combate. O rosto vermelho por causa do frio tinha linhas de expressão que o denunciavam: era o mau humor em pessoa. Imaginei que seria engraçado vê-lo irritado, principalmente porque ele era menor que eu.

Logo atrás dele veio um homem loiro sorridente. Usava o azul do Jardim Oriental em seu manto, totalmente fechado ao redor do corpo, como se ele odiasse o frio. Agitou-se um pouco ao pisar na neve, seus olhos luminosos esquadrinhando a planície. E um sorriso que deduzi ser admiração misturada com animação. Ele se inclinou e disse alguma coisa para o homem mais baixo. Em seguida, soltou uma gargalhada divertida.

O último a descer da carruagem vestia a pele de um lobo negro, a vestimenta acentuando a palidez de seu rosto. Saltou assim, como quem está entediado, e suspirou. Toda a sua silhueta parecia absorver a luz ao redor e fundir-se à noite. Era um homem absurdamente alto, cabelos escuros despenteados e jogados para o lado. Seus dedos estavam cheios de anéis, em sua capa resplandecia o brasão oriental.

— Qual deles será o Duque? — sussurrou Illana, estremecendo.

­Silver saltou para perto e esticou o corpo para conseguir espiar a janelinha.

— Aposto que é o anão — riu. — Esse povo da nobreza é sempre bastante feio.

— Diga isso pros dois atrás dele — comentou Illana.

A porta do vagão se abriu de repente, despejando uma lufada de vento do inverno sobre nós. Eu me contraí e encarei o rosto meio ressequido Roman, seus olhos fundos e a mão enfaixada, parado na entrada do carro.

— Eu vou dizer como é que as coisas vão funcionar — resmungou ele, com amargor, e nos mostrou uma corda trançada. — Estendam as mãos e eu irei amarrá-las pra gente poder ir lá pra fora. O Duque vai dar uma olhada em vocês. Sem gracinhas, hein? A primeira que tentar alguma coisa vai pagar muito caro.

— O Duque vai dar uma olhada na gente? — reclamei, quando ele se aproximou, puxou minhas mãos e começou a atá-las juntas. — O que somos agora? Gado?

— Gado está um nível acima de você, Pestezinha, eles não incomodam falando porcarias — Roman fez questão de apertar bem a corda que me prendia. Soltei um grunhido enquanto ele seguia para amarrar Illana.

— O que houve com seu dedo? — perguntou ela, concernida.

O Recrutador hesitou por um instante, os músculos de sua boca se contorcendo, e alguma alegria infantil se acendeu em mim.

— Foi uma... uma besta irracional que me atacou.

— Talvez ela o ataque de novo — provoquei.

— Ou talvez eu a mate.

Eu revirei os olhos, bem pouco afetada pela ameaça vazia. Eu sabia que ele não tinha permissão pra me matar. Ninguém tem. Eu sou uma Marcarda e minha vida deve ser ceifada apropriadamente durante o teste. Ou naquela floresta logo diante de nós, que com certeza não vai deixar nossa visita barato. É com eles, o teste e a floresta, que devo me preocupar de agora em diante. Balancei a cabeça ao pensar nisso e deixei as zombarias de lado.

— Roman, porque estamos tão perto de Seldegra? Devíamos estar seguindo a leste, mas estamos indo em frente. Explicação?

— Não me chame pelo nome tão casualmente, nós não somos amigos.

A resposta grosseira e evasiva de Roman foi como uma mão apertando a boca do meu estômago. Meu coração talvez tenha pulado uma ou duas batidas à medida em que engoli medo mórbido com saliva seca.

— Por tudo que é mais sagrado, Roman, diga que vamos contornar a floresta. — balbuciei. — Ninguém aqui está pensando em atravessá-la, certo? Ninguém seria estúpido a esse ponto.

Illana, Miya e Silver começaram a murmurar com inquietação, o que não ajudou muito meu humor ou tirou aquela mão de meu estômago. Kendare, por outro lado, parecia alheia ao assunto e isso também não ajudou. Ela sempre parece muito intelectual quando fala, não tem os vícios de linguagens de uma camponesa comum e nem os desesperos tolos de uma garota no início da vida. O que me faz deduzir que ela provavelmente também sabe sobre os boatos de Seldegra Floresta. Sua calma, porém, não me tranquiliza.

 Roman, pra variar, ignorou meus apelos e nos puxou pela corda para fora do vagão sem muita delicadeza. Tropecei ao pular sobre a neve, o frio roçando minha pele mesmo sob o casaco. Chacoalhei-me um pouco para me livrar da sensação. A noite sem nuvens, entulhada de estrelas desde o ocidente até o oriente, poderia ter me engolido. Tudo tinha cheiro de madeira seca e gelo. Todas as outras coisas eram absurdamente pequenas diante da brancura da planície e da negritude do céu.

Exceto por Seldegra. Ela ainda era uma gigante em pé, encarando-nos. Bem pronta para estender seus galhos fétidos e podres sobre todos nós. De sua direção vinham ruídos fúnebres que devoravam os sons da noite. Eu me encolhi, procurando em meu próprio corpo algum tipo de proteção.

— O que merda vocês têm na cabeça? — insisti com Roman, e ele nos pôs em fila, diante do vagão, uma ao lado da outra, como manequins em uma vitrine. O mesmo foi feito às garotas nos outros vagões. — Se entrarmos naquela coisa, vamos todos morrer. Todos, Roman.

O Recrutador suspirou, sinais de impaciência e frustração tomando forma em seu rosto ressecado.

— Até parece que sou eu que tomo as decisões aqui. — Então, exclamou: — Todas vocês, fiquem eretas e com as cabeças levantadas. Eu não acho que preciso repetir pra ninguém tentar nenhuma gracinha.

Roman ficou parado ao nosso lado como se, de alguma forma, fosse responsável por nós. Dei um passo discreto para a direita e observei a longa fileira de garotas que se seguia, lado a lado, rígidas e olhando adiante com um temor contido, como se esperassem quietamente pela besta que as devoraria. Inclinei-me na direção de Kendare e sussurrei:

— Você sabe algo sobre isso?

Você sabe algo sobre isso? — ela rebateu, o olhar adiante.

Ao contrário das outras, seus olhos não vacilavam entre o medo e o desespero. Ela tinha o rosto erguido, sobrancelhas arqueadas e a boca relaxada como se o mundo coubesse na palma de sua mão. Eu soltei ar pelos lábios com rispidez, meus dedos se apertando dentro das minhas luvas velhas e já bem desgastadas. Se eu conseguisse sobreviver ao inverno e depois ao Equinócio, certamente compraria um par novo.

— Por que você nunca responde uma pergunta diretamente? — acusei. — Sempre fica devolvendo o questionamento com esse ar de nobreza.

Ela soltou uma risadinha baixa, ar frio acumulando-se diante de sua boca.

— Estou tentando colocar esse seu cérebro pra funcionar, sua estúpida.

Eu passei a ponta da minha língua por meus caninos, meus olhos espreitando-a de forma rasteira. Se estivéssemos em uma situação diferente, Kendare teria levado um soco. Ela provavelmente percebeu isso, porque se empertigou, pigarreou e completou:

— Por que você acha que eles iriam querer atravessar a floresta? Qual a única vantagem trazida com isso?

Minha atenção foi roubada do rosto absolutamente confiante de Kendare para o grupo de homens nobres que se aproximava. Aquele que vestia negro vinha na frente, sua cabeça se sobressaía às dos outros, as botas afundando na neve com impaciência. Em seu encalço, do lado direito, vinha o loiro sorridente. E, pelo lado esquerdo, mais atrás, o homenzinho atarracado falando alguma coisa com o chefe dos Recrutadores. Um nakrash os acompanhava, apontando cada uma das garotas e dizendo os nomes delas.

— O mais alto deve ser Duque — sussurrou Illana, inclinando-se em minha direção. — Ouvi falar que ele tem os poderes da noite.

— Nas lendas que ouvi, ele tinha três cabeças. E chifres. E um crânio de lobo — ri, meio sem graça, a despeito do temor crescente que apertava meu peito. É assim que normalmente lido com o medo: falo demais. E faço piadas. Nem sempre funciona. — É bem menos assustador pessoalmente.

O Príncipe da Noite, Protetor das Terras do Leste, Ignir, Chama e Sombra. O Duque Oriental. Vossa Graça não sabe como eu alimentei um ódio profundo por ele desde o momento em que pus meus olhos nA Marca em meu peito. E soube, nesse instante, que seria arrastada para seu castelo, feita sua escrava e que minha vida, que eu lutei tanto para preservar, estaria em suas mãos. Um homem que nem conheço. Um homem com quem não tenho nada a ver.

Seu grupo se aproximou e todas as moças mais próximas se curvaram. Inclusive eu. Então, quando nos pusemos eretas, o nakrash nos apresentou:

— Kendare Belladona.

— Vossa Graça, milorde. — Kendare fez uma segunda reverência.

— Qual a sua Marca? — perguntou, de maneira cortês, o homem loiro, curiosidade ganhando forma no jeito como seu rosto se espalmou.

Era um rosto tremendamente bonito, luminoso, sem marcas de expressão ou falhas, liso como uma escultura de cera. Imaginei que era uma das vantagens de ser um nobre: não ter preocupações e não ter um sol escaldante manchando sua cara.

Kendare hesitou por um segundo antes de responder. Uma semana enfiada em um vagão ao lado dela e não era difícil perceber que ela não gostava de sair revelando seus segredos. Mas quem pode dizer não aos desejos de um lorde?

— A pena, milorde.

— Ah! Fascinante! São tão raras! Eu adoraria ver uma demonstração de seus poderes, caso tenhamos a oportunidade...

O Duque pigarreou um pouco desinteressadamente. Ele tinha olhos de um verde vibrante, a despeito da indiferença em sua expressão.

— Yan, não importune a moça mais do que o necessário. Vamos em frente.

Ele deu um passo e parou bem diante de mim. Eu não tinha porque me sentir inferior, e nem queria me sentir inferior só porque eu não tinha a mesma quantidade de anéis nos dedos ou um nome de família nobre. Bem, talvez porque ele é o senhor das terras onde vivo, onde todos vivem, porque seu poder nos mantém a salvo, e talvez eu até pudesse tê-lo tratado com reverência e respeito, se os homens dele não tivesse me arrastado pra longe de tudo o que eu amo.

Eu não tenho porque ter respeito genuíno por este homem e não terei. Mesmo assim, minha cabeça se mantém baixa, minhas mãos tremendo, olhos nas botas elegantemente lustradas do Duque, com desenhos em vermelho e dourado. Estou nervosa, minha garganta se aperta e me conheço o suficiente para saber que isso nunca é um bom sinal.


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Notas finais do capítulo

Tive que dividir o capítulo ao meio porque ficou muito grande, mas amanhã mesmo já trago o próximo.
Notas para mim mesma: Você não precisa comprar mais livros se nem terminou de ler os que você tem.

Até mais!



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