A Câmara Secreta - Por Rony W. e Hermione G. escrita por overexposedxx, Popione


Capítulo 7
Capítulo 7 - A lenda da Câmara




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Filch chegou logo, abrindo espaço entre os alunos tentando ver o motivo do tumulto.

—Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo? - e fez uma pausa incrédula - Minha gata! Minha gata! Que aconteceu a Madame Nor-r-ra? – gritou ele ao chegar à frente e ver a gata.

Ele então olhou pra Harry.

— Você! – gritou. – Você! Você assassinou a minha gata! Você a matou! Vou matá-lo! Vou...

— Argo! - chamou Dumbledore ao chegar à cena, seguido de vários professores, indo até a gata a soltando do porta-archote.

— Venha comigo, Argo – disse a Filch. Hermione e os garotos o observaram de olhos vidrados. – Os senhores também, Sr. Potter, Sr. Weasley e Srta. Granger.

Lockhart deu um passo à frente pressuroso. – A minha sala fica mais próxima, diretor, logo aqui em cima, por favor, fique à vontade...

— Muito obrigado, Gilderoy – disse Dumbledore.

Os alunos abriram passagem para deixá-los passar. Lockhart, com o ar agitado e importante, acompanhou Dumbledore, apressado; o mesmo fizeram a Profa McGonagall e o Prof. Snape.

Ao entrarem na sala, Dumbledore pôs Madame Nor-r-ra na escrivaninha e começou a examiná-la. Harry, Rony e Hermione trocaram olhares tensos e se sentaram, observando, em cadeiras fora do círculo iluminado pelas velas. A Profa McGonagall estava curvada quase tão próxima, os olhos apertados. Snape esticava-se por trás deles, meio na sombra, com uma expressão estranhíssima no rosto: era como se estivesse fazendo força para não sorrir. E Lockhart andava à volta do grupo, oferecendo sugestões.

Dessa vez, Hermione sequer se deu a chance de admirar o que quer que ele estivesse dizendo: seus olhos estavam pregados na gata sobre a mesa, imaginando quem é que havia feito aquilo a ela, e o que poderiam fazer para tirá-la daquele estado - se é que estava mesmo petrificada, como parecia.

— Decididamente foi um feitiço que a matou, provavelmente a Tortura Transmogrifiana. Já a usaram muitas vezes, que pena que eu não estava presente, conheço exatamente o contrafeitiço que a teria salvado...

Filch estava afundado numa cadeira ao lado da escrivaninha, soluçando, com o rosto coberto pelas mãos, sem conseguir olhar para a gata. Dumbledore murmurava palavras estranhas para si mesmo, tocando Madame Nor-r-ra com a varinha, mas nada aconteceu: ela continuava parecendo que fora empalhada recentemente.

Rony, por sua vez, estava tão irritado quanto sempre ouvindo ao falatório do professor: a diferença é que agora estava ocupado demais pensando no que acabara de acontecer para praguejar sobre aquilo, temendo pela ideia de poderem pensar que eles tinham mesmo algo a ver com a gata e a mensagem pelo corredor - e ainda mais, em "poderem pensar", ele não queria nem imaginar que sua mãe pudesse chegar a se incluir.

— ... Lembro-me de algo muito parecido que aconteceu em Ouagadogou – disse Lockhart –, uma série de ataques, a história completa se encontra na minha autobiografia, naquela ocasião pude fornecer aos habitantes da cidade vários amuletos, que resolveram imediatamente o problema...

Então, finalmente Dumbledore se ergueu.

— A gata não está morta, Argo – disse ele, baixinho.

Lockhart parou imediatamente de contar o número de assassinatos que evitara.

— Não está morta? – engasgou-se Filch, olhando por entre os dedos para Madame Nor-r-ra – Então por que é que ela está toda... toda dura e gelada?

— Ela foi petrificada – disse Dumbledore. ("Ah! Eu bem que achei!", disse Lockhart.) – Mas de que forma, eu não sei dizer...

— Pergunte a ele! – gritou Filch, virando o rosto manchado e escorrido de lágrimas para Harry.

— Nenhum aluno de segundo ano poderia ter feito isto – disse Dumbledore com firmeza. Hermione se empertigou na cadeira, cedendo um momento de reflexão àquela afirmação realmente certeira que, pensou ela, devia ter imaginado se não estivesse tão preocupada com o cenário geral. Rony e Harry ergueram os olhos num mesmo tom de alívio. – Seria preciso conhecer Magia Negra avançadíssima...

— Foi ele, foi ele! – cuspiu Filch, o rosto balofo congestionado. – O senhor viu o que ele escreveu na parede! Ele encontrou... no meu escritório... ele sabe que eu sou um... sou um... – O rosto de Filch se contorceu de modo horrendo. – Ele sabe que sou um aborto! – terminou.

— Jamais encostei o dedo em Madame Nor-r-ra! – disse Harry em voz alta. – Nem mesmo sei o que é um aborto.

— Mentira! – rosnou Filch. – Ele viu a carta do Feiticexpresso!

— Se me permite falar, diretor – disse Snape de seu lugar nas sombras. - Talvez Potter e seus amigos simplesmente estivessem no lugar errado na hora errada, mas temos um conjunto de circunstâncias suspeitas neste caso. Por que é que estavam no corredor do andar superior? Por que não estavam na Festa das Bruxas?

Harry, Rony e Hermione, todos desataram a dar explicações sobre a festa do aniversário de morte. – ... havia centenas de fantasmas na festa, que poderão confirmar que estávamos lá...

— Mas por que não foram depois para a Festa das Bruxas? – perguntou Snape, os olhos negros faiscando à luz das velas. – Por que subir àquele corredor?

Rony e Hermione olharam para Harry.

— Porque... porque... – disse Harry, porque estávamos cansados e queríamos nos deitar.

— Sem jantar? – disse Snape, um sorriso vitorioso perpassou o seu rosto magro. Hermione estava quase abrindo a boca para dizer alguma coisa, mas além de não ter certeza se era uma boa ideia, mal sabia o que poderia dizer, considerando que o Professor de Poções parecia empenhado em fazê-los parecer culpados, de toda forma.

— Eu não sabia que nas festas os fantasmas ofereciam comida própria para consumo de gente viva. - explicou Harry.

— Não estávamos com fome – disse Rony em voz alta ao mesmo tempo que sua barriga dava um enorme ronco. Ele praguejou mentalmente e abaixou o rosto.

O sorriso maldoso de Snape se ampliou.

— Suspeito, diretor, que Potter não esteja dizendo toda a verdade. Talvez fosse uma boa ideia privá-lo de certos privilégios até que esteja disposto a nos contar tudo. Pessoalmente, acho que deveria ser suspenso do time de quadribol da Grifinória até que se disponha a ser honesto.

— Francamente, Severo – disse a Profa McGonagall com aspereza –, não vejo razão para impedir o menino de jogar quadribol. Esta gata não foi enfeitiçada com um golpe de vassoura. Não há qualquer evidência de que Potter tenha feito algo errado.

Dumbledore lançou a Harry um olhar penetrante. – Inocente até que se prove o contrário, Severo – disse com firmeza.

Snape pareceu furioso. E Filch também. Rony segurou um suspiro de alívio.

— Minha gata foi petrificada! – gritou, os olhos esbugalhados. – Quero ver alguém ser castigado!

— Vamos curá-la, Argo – disse Dumbledore, paciente. – A Profa Sprout recentemente obteve umas mandrágoras. Assim que elas crescerem, vou mandar fazer uma poção que ressuscitará Madame Nor-r-ra.

— Eu faço – Lockhart entrou na conversa. – Devo ter feito isto centenas de vezes. Seria capaz de preparar um Tônico Restaurador de Mandrágora até dormindo...

— Desculpe-me – disse Snape num tom gelado. – Mas creio que sou o professor de Poções aqui nesta escola.

Houve uma pausa muito incômoda.

— Vocês podem ir – disse Dumbledore a Harry, Rony e Hermione.

Os três saíram o mais depressa que puderam sem chegar a correr. Quando estavam um andar acima da sala de Lockhart, entraram em uma sala de aula e fecharam a porta silenciosamente.

— Vocês acham que eu devia ter falado a eles daquela voz que ouvi? - perguntou Harry.

Hermione negou com a cabeça e Rony respondeu sem hesitar:

— Não! Ouvir vozes que ninguém mais ouve não é bom sinal, mesmo no mundo da magia.

— Você acredita em mim, não é? - Harry perguntou a Rony. O garoto sequer hesitou.

— Claro que acredito. – respondeu Rony, depressa. Então encolheu os ombros. – Mas... você vai concordar que é estranho...

— Eu sei que é estranho – disse Harry. – A coisa toda é estranha. O que era aquela pichação na parede? A Câmara Secreta foi aberta... Que será que significa isso?

Hermione ouvia vagamente à conversa deles, enquanto os acompanhava lado a lado, enfiada em todas as perguntas e hipóteses que rondavam sua mente.

— Sabe, me lembra alguma coisa – disse Rony lentamente, sabendo que já tinha ouvido sobre aquilo, mas não se lembrava quando. Parecia ter sido há muito tempo. – Acho que alguém certa vez me contou uma história de uma câmara secreta em Hogwarts... - ele franziu o cenho, como se pudesse ajudá-lo a lembrar - Talvez tenha sido o Gui... - e continuou a tentar se lembrar, mas se distraiu quando Harry continuou.

— E afinal o que é um aborto? – perguntou Harry.

— Bem... - Rony sufocou uma risada. - Não é realmente engraçado... Mas é o que Filch é – disse ele, dando de ombros. – Um aborto é alguém que nasceu em uma família de bruxos mas não tem poderes mágicos. De certa forma é o oposto do bruxo que nasceu trouxa, mas os abortos são muito raros. Se Filch está tentando aprender magia em um curso Feiticexpresso, imagino que ele seja um aborto. Isto explicaria muita coisa. Por exemplo, a razão por que ele odeia tanto os alunos. – Rony deu um sorriso de satisfação. – É um amargurado.

Um relógio bateu as horas em algum lugar.

— Meia-noite – disse Harry. – É melhor irmos deitar antes que Snape apareça e tente nos culpar de outra coisa qualquer. Rony concordou com a cabeça e os três desataram a andar mais rápido.

Hermione tinha ficado o tempo todo calada - uma coisa realmente incomum para ela -, e tudo porque não conseguia parar de pensar na cena que acabara de ver - em especial, a frase na parede: "A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO."

Câmara secreta... Ela sabia que já havia lido alguma coisa sobre isso, mas, de alguma forma, não conseguia se lembrar onde. E afinal, de que herdeiro estavam falando? E quem seriam seus inimigos?

Com essas tantas reflexões em sua cabeça, Hermione mal notou quando chegaram à sala comunal. E assim que o fizeram, no entanto, ela só pôde pensar em se despedir dos amigos e ir para o seu dormitório - como realmente o fez.

Os dias se passaram e não se falava em outro assunto na escola. Mesmo que alguém quisesse esquecer, Filch garantia que se lembrasse vagando no lugar do ataque ou descontando seu sofrimento nos alunos, tentando passar uma detenção por coisas sem sentido, como estar feliz demais.

Rony reparou que Gina estava muito abalada com o que acontecera e só pôde deduzir que estava assim por adorar gatos. Então, fez uma tentativa de falar com ela na sala comunal:

— Mas você nem chegou a conhecer Madame Nor-r-ra direito – disse Rony, animando-a. – Francamente, estamos muito melhor sem ela. – ele disse com sinceridade, mas quase se arrependeu quando os lábios de Gina tremeram. Rony recuou a postura. Então, sua irmã devia realmente amar qualquer gato. Se não, qual era a explicação para aquela comoção toda?

Ele estava quase se convencendo de que ela era a única pessoa em Hogwarts que tinha algum apreço por aquela gata sinistra.

— Olhe, Gina, coisas assim não acontecem todo dia em Hogwarts. – ele quis tranquiliza-lá, achando que poderia estar assustada com o que ouvira falar.

— Vão pegar o maníaco que fez isso e mandá-lo embora daqui na hora. Só espero que ele tenha tempo de petrificar o Filch antes de ser expulso. - e completou, para descontrair, quando Gina empalideceu. - Brincadeirinha...! – acrescentou ele depressa.

Gina, calada como estava, se manteve: não disse nada e saiu correndo para o dormitório com os olhos marejados. Rony franziu o cenho, num misto de estranhamento e preocupação, e recostou-se de volta no sofá assim que a irmã desapareceu de vista: pelo jeito só estava piorando a situação, então devia ser melhor não falar mais nada.

Enquanto sentava-se sozinho, no entanto, ele não pôde evitar de pensar em como havia ficado nítido que o ataque também afetara à Hermione: quando Harry viera comentar com ele sobre isso, teve certeza que não estava imaginando. Eles repararam que ela passava o tempo todo lendo, muito mais que seu habitual - o que Rony se perguntou se era possível até realmente notar -, e quando eles perguntavam o que estava fazendo, era como se nem os tivesse ouvindo. Foi somente na quarta-feira, quando foram à biblioteca para fazer um dever de História da Magia, que descobriram o que ela pretendia.

Rony foi com Hermione enquanto Harry ficou retido com o Prof. Snape depois da aula. Assim que se acomodaram, Rony começou a tirar seu material da mochila para fazer o dever e Hermione foi ver outra prateleira. Tempos depois, Harry se aproximou dele enquanto media seu dever, que devia ter um metro, sobre o "Congresso Medieval de Bruxos Europeus".

— Não acredito que ainda faltam vinte centímetros... – disse Rony furioso, largando o pergaminho, que tornou a se enrolar. – E Mione escreveu um metro e vinte e oito e a letra dela é miudinha.

— Onde é que ela está agora? – perguntou Harry, pegando a fita métrica e desenrolando a própria redação.

— Ali adiante – disse Rony, indicando as estantes. – Procurando outro livro. Acho que está tentando ler a biblioteca inteira antes do Natal.

Harry contou a Rony que Justino Finch-Fletchley fugira dele.

— Não sei por que você se importa – disse Rony, escrevendo sem parar, fazendo a caligrafia o maior possível. Justino era mesmo um chato, ele não via como Harry podia se importar se ele estivesse fugindo dele ou fazendo qualquer coisa longe o bastante da sua vista: era tudo o que alguém podia desejar, antes que ele abrisse a boca para exaltar Gilderoy Lockhart de novo. – Toda aquela baboseira sobre a importância de Lockhart...

Enquanto Rony torcia o nariz para a ideia, Hermione saiu do meio das estantes. Tinha um ar irritado mas parecia, finalmente, disposta a falar com eles.

— Todos os exemplares de Hogwarts: uma história foram retirados – anunciou ela, sentando-se com Harry e Rony. – E tem uma lista de espera de duas semanas. Eu gostaria de não ter deixado o meu exemplar em casa, mas não consegui enfiá-lo no malão com todos os livros de Lockhart.

— Para que você quer a história? – perguntou Harry.

— Pela mesma razão que todo mundo quer: para ler a lenda da Câmara Secreta. - ela disse, como se fosse óbvio.

— Que vem a ser isso? – perguntou Harry depressa.

— Esta é a questão. Não consigo me lembrar – disse Mione, mordendo o lábio, aflita. – E não consigo encontrar a história em lugar nenhum...

Rony, que estava mais preocupado em acabar seu dever, decidiu implorar por ajuda a Hermione, mesmo sabendo sua resposta.

— Mione, me deixe ler a sua redação – pediu Rony desesperado, consultando o relógio de pulso.

— Não, deixo não – disse a garota com severidade. – Você teve dez dias para terminá-la...

— Eu só preciso de mais cinco centímetros, deixe, vai... - ele fez cara de pidão, mas a garota o ignorou.

A sineta tocou. Rony foi o caminho todo tentando convencê-la a ajudá-lo, mas ela não caiu na conversa dele e argumentava a cada frase. A aula seguinte era História da Magia, a matéria mais sem graça do programa, e aquele dia não estava sendo diferente: o Prof. Binns abriu seus apontamentos e começou a ler num tom monótono que fazia todos adormecer.

Estava falando havia meia hora quando Hermione, que nunca fizera aquilo naquela aula, resolveu apelar e perguntar ao professor sobre o que tanto procurou na biblioteca. Ela levantou a mão, assustando a todos os outros que ainda estavam acordados. O Prof. Binns ergueu os olhos no meio de um discurso mortalmente maçante sobre a Convenção Internacional de Bruxos de 1289 e fez uma cara surpresa.

— Senhorita... ah...?

— Granger, professor. Eu gostaria de saber se o senhor poderia nos contar alguma coisa sobre a Câmara Secreta – pediu Mione com voz clara.

Dino Thomas, que estivera sentado com a boca aberta, espiando para fora da janela, acordou de repente do seu transe; a cabeça de Lilá Brown deitada sobre os braços se ergueu e o cotovelo de Neville Longbottom escorregou da carteira.

O Prof. Binns pestanejou.

— Minha matéria é História da Magia – disse ele naquela voz seca e asmática. – Lido com fatos, Srta. Granger, não com mitos nem com lendas. – ele pigarreou fazendo um barulhinho como o de um giz que se parte e continuou. – Em setembro daquele ano, um subcomitê de bruxos sardos...

Hermione, no entanto, não ia desistir facilmente e voltou a erguer a mão, fazendo o professor gaguejar e parar de falar.

— Srta. Grant?

— Por favor, professor, as lendas não se baseiam sempre em fatos?

O Prof. Binns olhou-a com tal espanto que ela soube: provavelmente tinha sido a primeira a interrompê-lo duas vezes seguidas.

— Bem – disse o Prof. Binns lentamente –, é um argumento válido, suponho. – Ele a estudou como se fosse a primeira vez que olhava para um aluno. – Contudo, a lenda de que a senhorita fala é tão sensacionalista e até tão absurda que...

A classe inteira ficou pendurada em cada palavra que o professor dizia. Ele correu um olhar míope por todos, rosto por rosto virado em sua direção.

— Ah, muito bem – disse vagarosamente, desconcertado por toda aquela atenção que nunca recebera. – Vejamos... a Câmara Secreta...

"Os senhores todos sabem, é claro, que Hogwarts foi fundada há mais de mil anos... a data exata é incerta... pelos quatro maiores bruxos e bruxas da época. As quatro casas da escola foram batizadas em homenagem a eles: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff, Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin. Eles construíram este castelo juntos, longe dos olhares curiosos dos trouxas, porque era uma época em que a magia era temida pelas pessoas comuns, e os bruxos e bruxas sofriam muitas perseguições."

Ele fez uma pausa, percorreu a sala com os olhos lacrimejantes e continuou:

— Durante alguns anos, os fundadores trabalharam juntos, em harmonia, procurando jovens que revelassem sinais de talento em magia e trazendo-os para serem educados no castelo. Mas então surgiram os desentendimentos. Ocorreu uma cisão entre Slytherin e os outros. Slytherin queria ser mais seletivo com relação aos estudantes admitidos. Ele acreditava que o aprendizado de magia devia ser mantido no âmbito das famílias inteiramente mágicas. Desagradava-lhe admitir alunos de pais trouxas, pois os achava pouco dignos de confiança. Passado algum tempo houve uma séria discussão sobre o assunto entre Slytherin e Gryffindor, e Slytherin abandonou a escola.

O Prof. Binns parou de novo, contraindo os lábios, parecendo pensar no que iria falar a partir dali.

— É o que nos contam as fontes históricas confiáveis. Mas, estes fatos honestos foram obscurecidos pela lenda fantasiosa da Câmara Secreta. Segundo ela, Slytherin construiu uma câmara secreta no castelo, da qual os outros nada sabiam.

"Slytherin teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que o seu legítimo herdeiro chegasse à escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos que não fossem dignos de estudar magia."

Fez-se silêncio quando ele acabou de contar a história, mas não foi o de sempre. Desta vez, havia no ar um certo constrangimento enquanto todos continuavam a olhá-lo, esperando mais. O Prof. Binns fez um ar ligeiramente aborrecido.

— A história inteira é um perfeito absurdo, é claro. Naturalmente, a escola foi revistada à procura de provas da existência dessa câmara, muitas vezes, pelos bruxos e bruxas mais cultos. Ela não existe. Uma história contada para assustar os crédulos.

A mão de Hermione voltou a se erguer.

— Professor... o que foi exatamente que o senhor quis dizer com "o horror que ela encerrava"?

— Acredita-se que haja algum tipo de monstro, que somente o herdeiro de Slytherin pode controlar – respondeu o Prof. Binns com sua voz seca e esganiçada.

Os alunos trocaram olhares nervosos. Hermione começou a se deixar levar pelo que quer que aquele acréscimo à história, já tão estranha, pudesse lhe dizer.

— Afirmo que a coisa não existe – disse o professor, folheando suas anotações. – Não há Câmara alguma e monstro algum.

— Mas, professor – perguntou Simas Finnigan –, se a Câmara só pode ser aberta pelo verdadeiro herdeiro de Slytherin, ninguém mais seria capaz de encontrá-la, não é?

— Bobagem, O'Flaherty – disse o Prof. Binns, num tom irritado. – Se uma longa sucessão de diretores e diretoras de Hogwarts não encontraram a coisa...

— Mas, professor – ouviu-se a voz fina de Parvati Patil –, a pessoa provavelmente terá de usar Magia Negra para abri-la...

— Só porque um bruxo não usa Magia Negra não significa que não possa, Srta. Pennyfeather – retrucou o Prof. Binns. – Eu repito, se uma pessoa como Dumbledore...

— Mas talvez a pessoa tenha que ser parente de Slytherin, por isso Dumbledore não poderia... – começou Dino Thomas, mas para o professor aquilo já era demais.

— Basta! – disse ele, com rispidez. – É um mito! Não existe! Não há a mínima prova de que Slytherin tenha algum dia construído sequer um armário secreto de vassouras! Arrependo-me de ter contado aos senhores uma história tão tola. Vamos voltar, façam-me o favor, à história, aos fatos sólidos, críveis e verificáveis!

Não precisou de muito tempo para a aula voltar à sua monotonia habitual. E quando finalmente acabou, os três saíram pelo corredor lotado de alunos para guardar as mochilas e irem jantar. Rony foi o primeiro a tocar no assunto: apesar de alguma surpresa, aquilo fazia todo o sentido com a reputação da Sonserina e as histórias que ouvira sobre ela e seu fundador.

—Eu sempre soube que Salazar Slytherin era um velho maluco e tortuoso, mas não sabia que ele é quem tinha começado toda essa história de puro sangue. Eu não ficaria na casa dele nem que me pagassem. Francamente, se o Chapéu Seletor tivesse tentado me mandar para Sonserina, eu teria tomado o trem de volta para casa.

— Com certeza - concordou Hermione, balançando a cabeça com veemência - Mas, se é assim, eu nunca seria selecionada para aquela casa, sabe... Sou nascida trouxa.

Entrementes, Harry não disse nada: estava com uma cara preocupada, mas os outros dois estavam tão entretidos no enigma da câmara que quase não notaram.

Enquanto se deslocavam pela multidão, Colin Creevey - o fã número dois de Harry segundo Rony -, passou por eles.

— Oi, Harry!

— Olá, Colin – respondeu Harry automaticamente.

— Harry, Harry, um garoto da minha classe anda dizendo que você...

Mas Colin era tão pequeno que não conseguiu resistir à maré de gente que o empurrava em direção ao Salão Principal; eles ouviram sua voz pequenininha:

— Vejo você depois, Harry! – E desapareceu.

— O que será que um garoto da classe dele anda dizendo de você? – perguntou Hermione, sinceramente em dúvida.

— Que sou o herdeiro de Slytherin, imagino. - respondeu, dando de ombros.

— O pessoal daqui acredita em qualquer coisa – disse Rony, desgostoso.

A multidão foi-se esgarçando e eles puderam subir a escada seguinte sem dificuldade.

— Você realmente acha que existe uma Câmara Secreta? – perguntou Rony à garota.

— Não sei – respondeu ela, franzindo a testa. – Dumbledore não conseguiu curar Madame Nor-r-ra, e isto me faz pensar que aquilo que a atacou talvez não fosse... Bem... Humano.

Ao falar, eles dobraram um canto e se viram no fim do mesmíssimo corredor em que ocorrera o ataque: subitamente, pararam e olharam para a parede. A cena era exatamente a daquela noite, exceto que não havia nenhum gato duro pendurado no porta-archote, e havia uma cadeira encostada na parede em que se lia a mensagem "A Câmara Secreta foi Aberta".

— É onde Filch tem estado de guarda – murmurou Rony.

Eles se entreolharam. O corredor estava deserto.

— Não faria mal algum dar uma espiada por aí – disse Harry, largando a mochila e ficando de quatro de modo a poder engatinhar à procura de pistas.

Os outros também foram investigar, cada um para um lado.

— Marcas de fogo! – disse Harry. – Aqui... e aqui...

— Venham só dar uma espiada nisso! – chamou Hermione, que tinha ido até a janela próxima a frase da parede. – Que coisa engraçada...

Ela apontou para eles umas vinte aranhas correndo e brigando para entrar em uma pequena fenda. Um fio longo e prateado estava pendurado como uma corda, como se todas o tivessem usado na pressa de sair.

— Vocês já viram aranhas se comportarem assim? – perguntou ela, pensativa.

— Não – disse Harry –, e você, Rony? Rony?

Mas, quando Rony viu do que tratava-se, se afastou rápido e ficou estagnado. Ele tinha pavor de aranhas. Queria sair logo dali, mas tantas delas, e agindo daquele jeito estranho, quase racional, o deixavam congelado no lugar.

— Que aconteceu? – perguntou Harry.

— Eu... não... gosto... de aranhas – disse Rony com dificuldade. "Não gostar" era um grande eufemismo.

— Eu nunca soube disso – comentou Hermione, olhando para Rony com surpresa. Em nenhuma de suas conversas ele tinha comentado algo daquele tipo. – Você usou aranhas na aula de Poções um monte de vezes...

— Não me importo quando estão mortas – explicou Rony, que tomava o cuidado de olhar para todo lado menos para a janela. Só de imaginar a visão que teria, calafrios subiam pelos seus braços e por sua coluna... – Não gosto do jeito como elas andam...

Hermione riu por causa do motivo, achando, é claro, que era uma brincadeira dele.

— Não tem graça – disse Rony, furioso. Odiava quando menosprezavam seu medo. Seus irmãos já faziam isso bem demais, e vezes demais, de formas absurdas o suficiente. – Se precisa mesmo saber, quando eu tinha três anos, Fred transformou o meu... meu ursinho numa enorme aranha nojenta porque eu quebrei a vassoura de brinquedo dele... Você também detestaria aranhas se estivesse segurando um urso e de repente ele ganhasse um monte de pernas e...

Ele estremeceu, sem terminar a frase. Odiava aquela memória.

Hermione se esforçou honestamente para não rir: não queria chateá-lo e entendia que medo era medo. Mas, ao imaginar enquanto ele falava, a cena lhe pareceu engraçada.

Harry mudou de assunto:

— Vocês se lembram daquela água toda no chão? De onde terá vindo? Alguém a enxugou.

— Estava mais ou menos por aqui – disse Rony, recobrando-se para andar até um pouco além da cadeira de Filch e apontar. – Na altura desta porta.

Ele levou a mão à maçaneta de latão mas, de repente, puxou a mão como se tivesse se queimado. – Que foi? – perguntou Harry.

— Não posso entrar aí – explicou impaciente. – É o banheiro das garotas.

— Ah, Rony, não vai ter ninguém aí – disse a garota, ficando em pé e se aproximando. – É o lugar da Murta Que Geme. Vamos, vamos dar uma olhada.

E desconsiderando o grande aviso de INTERDITADO, ela abriu a porta e levou o dedo aos lábios, pedindo silêncio a eles e se encaminhou para o último boxe. Ao chegar, disse:

— Olá, Murta, como vai?

Harry e Rony foram olhar. A Murta Que Geme estava flutuando acima da caixa de descarga do vaso, cutucando uma manchinha no queixo.

— Isto aqui é um banheiro de garotas – disse ela, olhando desconfiada para Rony e Harry. – Eles não são garotas.

— Não – concordou Mione. – Eu só queria mostrar a eles como... ah... é bonitinho aqui.

Ela fez um gesto vago indicando o velho espelho sujo e o piso molhado.

— Pergunte a ela se viu alguma coisa – pediu Harry disfarçando.

— Que é que você está cochichando? – perguntou Murta, encarando-o.

— Nada – disse Harry depressa. – Queríamos perguntar...

— Eu gostaria que as pessoas parassem de falar às minhas costas! – disse Murta numa voz engasgada de choro. – Eu tenho sentimentos, sabe, mesmo que esteja morta...

— Murta, ninguém quer aborrecê-la – disse Mione. Ela já sabia o que viria em seguida, e desejou que Harry não tivesse falado coisa alguma. – Harry só...

— Ninguém quer me aborrecer! Essa é boa! – uivou Murta. – Minha vida foi uma infelicidade só neste lugar, e agora as pessoas aparecem para estragar a minha morte!

— Nós queríamos perguntar se você viu alguma coisa esquisita ultimamente – falou Mione depressa. – Porque uma gata foi atacada bem ali na porta de entrada, no Dia das Bruxas.

— Você viu alguém por aqui naquela noite? – perguntou Harry.

— Eu não estava prestando atenção – respondeu a Murta teatralmente. – Pirraça me aborreceu tanto que entrei aqui e tentei me matar. Depois, é claro, lembrei-me que já estou... que estou...

— Morta – disse Rony, querendo ajudar.

Murta soltou um soluço trágico, subiu no ar, deu uma cambalhota e mergulhou de cabeça no vaso, espalhando água neles e desaparecendo de vista, embora pela direção dos seus soluços abafados, devesse ter ido pousar em algum ponto da curva em U.

Harry e Rony ficaram boquiabertos, mas Hermione deu de ombros, cansada, e disse:

— Francamente, vindo da Murta isto foi quase animador... Vamos, vamos embora.

Harry mal fechara a porta, abafando os soluços gargarejantes de Murta, quando uma voz alta fez os três darem um salto.

— RONY!

Rony se sobressaltou e, para sua infelicidade, mesmo antes de olhar sabia que se tratava de seu irmão monitor: Percy.

— Isto é um banheiro de garotas! Que é que você...?

— Só estava dando uma olhada – Rony sacudiu os ombros. A expressão de reprovação que Percy tinha no rosto era quase permanente, então não o incomodava mais. – Pistas, sabe...

— Suma... daqui... – ralhou Percy, caminhando em direção a eles e começando a afugentá-los, agitando os braços. – Vocês não se importam com o que isto parece? Voltarem aqui enquanto todos estão jantando...

— Por que não deveríamos estar aqui? – retrucou Rony exaltado, parando de repente para encarar Percy. Só faltava essa, realmente! Seu próprio irmão achando que eles foram os culpados pelo ataque. – Olhe aqui, nunca pusemos um dedo naquela gata!

— Foi o que eu disse à Gina – respondeu Percy, com ferocidade –, mas ainda assim ela parece pensar que você vai ser expulso, nunca a vi tão perturbada, chorando de se acabar, você poderia pensar nela, todos os alunos de primeiro ano estão excitadíssimos com essa história...

— Você nem se importa com a Gina! – disse Rony, sentindo suas orelhas esquentarem. Ele sabia o que aquilo era, e nem que Percy tentasse mascarar com alguma baboseira de preocupação fraternal que nunca tivera, ele não compraria. – Você só está preocupado que eu estrague suas chances de se tornar monitor-chefe...

— Cinco pontos a menos para a Grifinória! – disse Percy concisa e autoritariamente, levando a mão à insígnia de monitor. – E espero que isto seja uma lição para vocês! Nada de trabalho de detetive ou vou escrever para a mamãe!

E saiu a passos firmes, como sempre fazia quando brigava com seus irmãos.

Rony estava furioso, e saiu na frente de Harry e Hermione, chutando o ar e resmungando. As palavras de Percy ecoavam em sua cabeça, dando mais combustível à sua raiva: "... você poderia pensar mais nela!". Como se ele não pensasse! Como se ele não se preocupasse com sua irmã. Quem é que Percy achava que era pra dizer isso? Ele raramente sequer falava com Gina, ou passava tempo com ela, e muito menos brincava com ela quando estava em casa. Mas, agora vinha dizer que ele, Rony, o que mais ficara com Gina por todos aqueles anos, que devia pensar mais nela? E tudo pela sua ambição descarada e obcecada com a monitoria.

Hermione e Harry apenas se entreolharam e o seguiram, sem dizer nada. Hermione já havia ouvido Rony falando sobre a irmã e sabia que ele se importava com ela, então parecia poder entender o quanto Percy o havia irritado insinuando o contrário.

Naquela noite, os três se sentaram na sala comunal para fazer os deveres. Hermione viu que Rony continuava muito nervoso: borrava a todo momento o dever de Feitiços e quando foi tentar limpar, sua mão tacou fogo no pergaminho. Irritadíssimo, ele fechou com tudo o livro e Hermione fez o mesmo, já tentando puxar assunto e desviar a atenção de Rony, a fim de acalmá-lo.

— Mas quem é que pode ser? – perguntou ela baixinho, como se estivesse continuando uma conversa já iniciada. – Quem iria querer afugentar todos os abortos e trouxas de Hogwarts?

— Vamos pensar – disse Rony, fingindo-se intrigado. – Quem é que conhecemos que acha que os que nascem trouxas são escória?

Ele olhou para Hermione, que retribuiu o olhar sem se convencer.

— Se você está pensando no Draco...

— Claro que estou! – exclamou Rony. – Você ouviu quando ele disse: "Vocês serão os próximos, sangues ruins!". Vem cá, a gente só precisa olhar para aquela cara nojenta de rato para saber que é ele...

— Draco, o herdeiro de Slytherin? – repetiu Mione, cética.

— Olha só a família dele – disse Harry, fechando os livros também. – Todos foram da Sonserina; ele está sempre se gabando disso. Podiam muito bem ser descendentes de Slytherin. O pai dele decididamente é bem malvado.

— Eles poderiam ter guardado a chave para a Câmara Secreta durante séculos! – disse Rony. – Passando-a de pai para filho...

— Bem – disse Mione, cautelosa. Odiava Draco Malfoy tanto quanto eles, mas parecia improvável que ele fosse capaz de fazer tudo aquilo, ainda mais sem ser pego. Tinha que haver um jeito de ter mais pistas para aquela suspeita. –, suponhamos que seja possível...

— Mas como vamos provar isso? – disse Harry, deprimido.

— Talvez haja um jeito – disse Mione pausadamente, baixando a voz ainda mais e lançando um breve olhar a Percy do outro lado da sala. A ideia que lhe ocorreu era complicada, e não lhe agradava em muitos níveis. – Claro que seria difícil. E perigoso, muito perigoso. Estaríamos desrespeitando umas cinquenta normas da escola, acho...

— Se, dentro de mais ou menos um mês, você tiver vontade de explicar, você nos avisa, não é? – disse Rony, irritado.

— Muito bem – disse ela então, friamente, tentando relevar o mau humor de Rony – O que precisamos é entrar na sala comunal da Sonserina e fazer umas perguntas a Draco, sem ele perceber que somos nós.

— Mas isto é impossível! – exclamou Harry, enquanto Rony dava risada.

— Não, não é – disse ela, categoricamente. – Só precisaríamos de um pouco de Poção Polissuco.

— Que é isso? – indagaram Rony e Harry juntos.

— Snape mencionou essa poção na aula há umas semanas...

— Você acha que não temos nada melhor a fazer na aula de Poções do que prestar atenção a Snape? – resmungou Rony.

— Ela transforma você em outra pessoa. Pense só nisso! Poderíamos nos transformar em alunos da Sonserina. Ninguém saberia que somos nós. Draco provavelmente nos contaria qualquer coisa. Provavelmente anda se gabando disso na sala comunal da Sonserina neste instante, se ao menos pudéssemos ouvi-lo.

— Essa história de Polissuco me parece meio suspeita – disse Rony, franzindo a testa. – E se a gente acabasse parecendo três alunos da Sonserina para sempre?

— Sai depois de algum tempo – disse Mione, fazendo um gesto de impaciência. – Mas conseguir arranjar a receita vai ser muito difícil. Snape falou que estava em um livro chamado "Poções muy potentes" e vai ver está na Seção Reservada da biblioteca.

— Vai ser difícil entender por que queremos o livro – disse Rony, se lembrando que para retirar um livro da Seção Reservada o aluno precisava de uma permissão escrita do professor. –, se não temos intenção de preparar uma das poções.

— Acho – disse Mione – que se fizermos parecer que só estamos interessados na teoria, talvez haja uma chance...

— Ah, qual é, nenhum professor vai cair nessa – disse Rony. – Teria que ser muito tapado... - e, no entanto, assim que disse a última palavra um nome veio imediatamente à sua mente: Lockhart.


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