A Câmara Secreta - Por Rony W. e Hermione G. escrita por overexposedxx, Popione


Capítulo 6
Capítulo 6 - Dia das Bruxas




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As aulas foram avançando e os alunos puderam ver que o segundo ano era bem mais complicado: exceto, talvez, para Hermione, que continuava a se dar bem em todas elas.

Mas, isso, claro, era porque sua dedicação aos estudos era muito acima da dos outros: a garota estava a todo tempo lendo revisando o conteúdo que tinha acabado de ser dado e isso preenchia todos seus pensamentos.Quando tinham uma folga, Rony e Harry se punham a descansar enquanto ela lia qualquer outro livro da biblioteca, para se distrair.

Sua cabeça estava tão focada que ao acordar naquele sábado de setembro nem percebeu que dia era - foi só quando o correio coruja chegou durante o café da manhã, trazendo um pacote para ela, que se deu conta.

—O que é isso? - perguntou Rony, a boca cheia de bolo, ao ver o pacote ser deixado de em frente a ela na mesa, com um bilhete.

—Deve ser de mamãe e papai. - deduxiu ela, já que só eles lhe enviavam correspondência, e foi logo abrindo primeiro a carta.

Querida filha,

Parabéns pelos seus treze anos!

Gostaríamos muito de poder vê-la no dia de hoje, mas sabemos que está muito feliz por aí. Esperamos que goste de seu presente e que tenhamos feito certo para o enviar por coruja - ainda não temos muita prática nisso.

Aproveite seu dia! Felicidades! Amamos você!

Beijos saudosos,

Mamãe e papai.

 

Hermione, então, sorriu de orelha a orelha, dobrou o papel com cuidado e colocou-o no bolso antes de abrir o pacotinho muito bem embalado que viera com ele. Depois de tirar as camadas de plástico bolha, chegou a uma caixinha que trazia um perfume floral muito gostoso.

—Você ganhou uma poção por correio? - indagou Rony com curiosidade, que ainda a observava.

—Não é uma poção. - ela respondeu, rindo - É um frasco de perfume.

—E ele faz o que? - continuou ele, cheirando a tampinha que ela quase colou ao seu nariz, para que pudesse sentir.

—Bem, não faz nada, só serve para passar no corpo e dar um cheiro gostoso. - ela deu de ombros, fechou o frasco e colocou-o de volta na caixa.

—Mas, se só serve pra isso, porque recebeu agora? Esqueceu de por no malão e seus pais enviaram? - Rony tentou entender, ainda empenhado. Aquilo era bem curioso. Seu pai provavelmente gostaria de ver a tal coisa.

—Não... - Hermione hesitou um pouco, incerta em contar sobre a ocasião, e encolheu os ombros - ...É um presente. Um presente de meus pais, só isso.

—Presente? Mas só se ganha presente no... - ele começou a falar, e o sorriso dela o fez perceber, arregalando os olhos - Hoje é seu aniversário, Mione?

Um pouco vermelha, a menina só assentiu com a cabeça.

—Por que não nos contou antes? - perguntou Harry, que até ali só observava a conversa dos dois, se inclinando para abraçar a amiga que estava sentada a seu lado.

—Obrigada, Harry. - ela agradeceu, envergonhada, e se empertigou na cadeira outra vez - Pra falar a verdade, só lembrei que era hoje quando vi a carta dos meus pais.

Rony, um pouco vermelho, estendeu a mão para ela e apertou a sua levemente, dizendo com timidez:

—Feliz aniversário, Mione!

—Ah, obrigada, Rony! - ela sorriu de volta, corando levemente de novo, e colocou-se a organizar seu presente sobre o colo.

—Precisamos fazer algo especial hoje! - disse Harry de repente, empolgado - Que tal um piquenique na beira do lago?

—Boa ideia! - disse Rony, no mesmo tom - Acho que posso arranjar algumas coisas de comer com Fred e Jorge.

—Ah, meninos, não se preocupem com isso. - ela disse, embora com um largo sorriso nos lábios e os olhos marejados pela dedicação prévia deles.

—Como "não precisa"? Só se faz treze anos uma vez, Mione. - disse Rony, sorrindo.

Hermione sorriu para eles, se sentindo muito feliz: eles não sabiam, mas aquele seria o primeiro aniversário que passaria com amigos.

(...)

O dia, afinal, fora ótimo: a tarde foram ao lago e ficaram à sombra de uma árvore conversando e se divertindo, com uma toalha estendida no chão, repleta de coisas para comer e beber que Rony tinha arranjado com os irmãos - como pensado por ele. Depois de se deliciarem com tudo o que havia, Rony e Harry começaram a jogar xadrez bruxo e Hermione se pôs a responder a carta para os pais.

Queridos papai e mamãe,

O presente e a cartinha chegaram direitinho. Muito obrigada! Estão ficando bons em enviar correspondência por correio-coruja.

Adorei o perfume e vou usá-lo sempre.

Desta vez não passei meu aniversário sozinha: Rony e Harry fizeram um piquenique pra mim e curtimos muito. Tive até um bolinho e parabéns improvisado por Rony, com a ajuda de seus irmãos.

Estou realmente muito feliz! Amo muito vocês!

Com saudades,

Mione.

Ela fechou a carta, enfim, e avisou aos meninos que iria ao corujal enviar para casa. Eles assentiram e continuaram jogando enquanto ela se retirava, sorrindo sozinha e agradecendo mentalmente por aquele ótimo - e diferente - aniversário.

(...)

Logo Outubro chegou, espalhando, pelos jardins, uma friagem úmida que entrava pelo castelo. Madame Pomfrey, a enfermeira, esteve muito ocupada com uma repentina onda de gripe entre professores, funcionários e alunos. Sua poção reanimadora fazia efeito instantâneo, embora deixasse quem a bebia fumegando pelas orelhas durante muitas horas. Gina, que andava pálida, foi intimada por Percy a tomar a poção. A fumaça saindo por baixo dos seus cabelos muito vivos dava a impressão de que a cabeça inteira estava em chamas.

Gotas de chuva do tamanho de balas de revólver fustigavam as janelas do castelo durante dias seguidos; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento, e as abóboras de Hagrid ficaram do tamanho de um barraco.

Rony e Hermione conversavam no salão comunal enquanto esperavam Harry voltar de um treino de quadribol: Rony fazia o dever de poções, mas estava cansado e resolveu dar uma pausa e conversar um pouco com a amiga. Hermione tentava explicar para ele como funcionavam os remédios dos trouxas.

—São como poções, eles preparam em forma líquida e sólida e cada um tem uma função, tipo para gripe, dor de cabeça, dor de dente, dor de barriga, essas coisas.

—E eles funcionam mesmo sem magia? - Rony quis saber, intrigado.

—Sim, é claro. Eles fazem estudos de compostos químicos que tratam especificamente cada problema. Veja bem, eles simplesmente fizeram uma variante do que nós bruxos conhecemos como Alquimia, e chamam de Química.

—Hum... - Rony ponderou, processando a informação - Muito espertos esses trouxas. Não é à toa que papai adora suas geringonças.

—Seu pai é muito interessado nessas coisas, não é?

—Sim... quando Harry ficou com a tentemos verão, ele o encheu de perguntas sobre coisas trouxas e você viu a empolgada dele quando conheceu seus pais no Beco Diagonal.

—Eu vi. - falou Hermione rindo se lembrando do episódio - Papai o achou muito divertido.

—Mesmo depois de presenciar a briga dele com o Malfoy?

—Sim... ele percebeu que seu pai tinha sido provocado e depois quando comentei que seu pai ficou irritado com as insinuações de Malfoy sobre ele e minha mãe, virou herói lá em casa.

Rony achou graça e sorriu orgulhosamente.

—É bom saber disso. Papai ficaria felicíssimo em saber. Talvez seria bom à mamãe também. Ela deu a maior bronca nele, disse que havia sido uma vergonha fazer aquilo na frente de todos, principalmente de seus pais. "Que é que os Granger vão pensar dos bruxos agora, Arthur?!" - falou Rony numa imitação ótima de sua mãe, fazendo Hermione rir muito.

A conversa entre os dois fluiu longa e naturalmente: Hermione contou sobre sua pequena família e Rony falou mais da sua enorme família. Ambos estavam tão entretidos que nem perceberam que já estava quase na hora de Harry chegar. Foi só quando o garoto passou pelo buraco do retrato foi que perceberam que já era tarde e Rony voltou à sua lição de poções.

Depois de trocar a roupa imunda e ensopada, Harry se juntou aos amigos e contou que parou para falar com Nick-quase-sem-cabeça e por isso havia sido pego por Filch, que o levou até sua sala com a desculpa que tinha sujado todo o castelo de lama, e também acrescentou como Nick convenceu Pirraça a causar uma distração jogando um armário perto da sala, fazendo Filch se distrair e dispensar Harry. Por isso, o garoto havia se compadecido do fantasma e aceitado ir a seu aniversário de morte.

— Uma festa de aniversário de morte? – disse Hermione, muito interessada – Aposto que não existe muita gente viva que possa dizer que foi a uma festa dessas, vai ser fascinante!

— Por que alguém iria querer comemorar o dia em que morreu?! – exclamou Rony, que estava quase terminando o dever de Poções, mal-humorado. – Me parece uma coisa mortalmente deprimente...

Às sete horas do dia marcado, Harry, Rony e Mione foram às masmorras: apesar da festa no Salão Principal ser muito mais convidativa, Hermione fez questão de lembrar a Harry que ele havia prometido ir àquela.

O local parecia um freezer e o som que deveria ser a música lembrava mil unhas arranhando um imenso quadro-negro. A iluminação era fantasmagórica e a comida totalmente podre - ao que Hermione deduziu que, já que os fantasmas não sentiam o gosto "natural" das comidas, deixavam assim para tentar intensificá-lo.

No centro da mesa havia um enorme bolo cinzento em forma de sepultura, com os dizeres em glacê de asfalto:

SIR NICOLAS DE MIMSY-PORPINGTON FALECIDO EM 31 DE OUTUBRO DE 1492.

 

Hermione avistou a Murta que Geme, um fantasma de uma garota de feição triste que assombrava o banheiro feminino, e começou a contar sobre ela para os garotos, até que Pirraça apareceu e começou a provocar a fantasma, que saiu de lá aos soluços. Nick ia iniciar seu discurso quando sete cavaleiros sem cabeça entraram na festa e roubaram a cena - foi então que Rony percebeu que existia implicância até entre fantasmas, além de pouco entretenimento naquela situação, e percebeu que não havia mesmo por que continuarem ali, passando fome e frio.

— Não dá para aguentar muito mais que isso – murmurou Rony, os dentes batendo.

— Vamos – concordou Harry.

Os três saíram em direção à porta, e um minuto depois estavam andando depressa pelo corredor.

— Talvez o pudim ainda não tenha acabado – disse Rony esperançoso, seguindo à frente em direção à escada do saguão de entrada, mas parou quando percebeu que Harry não o acompanhava e estava apoiado na parede olhando para os lados.

— Harry, que é que você...? - começou a dizer olhando pro amigo.

— É aquela voz de novo, fiquem quietos um minuto...

Eles não ouviam nada.

— Ouçam! – disse Harry com urgência, e Rony e Mione pararam, observando-o, não ouviam nada ainda.

Harry olhou pro teto e disse:– Por aqui – gritou ele e começou a subir correndo as escadas para o saguão. Depois subiu correndo a escadaria de mármore até o primeiro andar, com Rony e Mione nos seus calcanhares.

— Harry, que é que estamos...

— PSIU! - fez Harry como se seguisse algo.

— Vai matar alguém! – gritou ele e subiu correndo o lance seguinte de escada, três degraus de cada vez e se precipitou pelo segundo andar e não parou até entrar no último corredor deserto.

Rony e Hermione estavam perplexos e correram atrás dele ofegantes.

— Harry, do que é que você estava falando? – perguntou Rony, enxugando o suor do rosto. Ele não sabia se estava começando a ficar mais aterrorizado por toda aquela correria sem motivo ou pela ideia de Harry estar ouvindo coisas sobre morte iminente que eles não ouviam.

— Eu não ouvi nada...

Mas Mione soltou uma súbita exclamação, apontando para o corredor.

— Olhem!

Alguma coisa brilhava na parede em frente. Eles se aproximaram devagarinho, apertando os olhos para ver na penumbra. Alguém tinha pintado palavras de uns trinta centímetros na parede entre as duas janelas, que refulgiam à luz das chamas das tochas.

A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO.

— Que coisa é aquela, pendurada ali embaixo? – perguntou Rony, com um ligeiro tremor na voz. A sensação de terror decidira se apoderar dele, finalmente.

Ao se aproximarem, Harry quase escorregou – havia uma grande poça de água no chão; Rony e Hermione o seguraram, e continuaram a avançar devagar até a mensagem, os olhos fixos na sombra escura embaixo. Os três logo perceberam o que era e deram um salto para trás espalhando água.

Madame Nor-r-ra, a gata do zelador, estava pendurada pelo rabo em um suporte de tocha. Estava dura como um pau, os olhos arregalados e fixos.

Durante alguns segundos eles não se mexeram. Então Rony falou a única coisa sensata e decidida que passava por sua cabeça:

— Vamos dar o fora daqui.

— Será que não devíamos tentar ajudar... – começou a dizer Harry, sem jeito.

— Confie em mim – disse Rony, decidido. – Não podemos ser encontrados aqui.

Mas, era tarde demais. A festa no salão Principal tinha acabado e, instantes depois, alunos entravam no corredor pelos dois lados. A conversa, o bulício, o barulho morreu de repente quando os garotos que vinham à frente viram o gato pendurado. Harry, Rony e Hermione estavam sozinhos no meio do corredor, e os estudantes que se empurravam para ver a cena macabra se calaram.

Então, alguém gritou em meio ao silêncio.

— Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins!

Era Draco Malfoy. Ele abrira caminho até a frente dos alunos, seus olhos frios muito intensos, seu rosto, em geral pálido, corara, e ele ria diante do gato pendurado imóvel. Nem Rony, nem Hermione, pela primeira vez, tiveram tempo de cultivar mais raiva pela figura do garoto loiro, tamanho o desespero de estar naquela situação, e sequer entender o que acabava de acontecer.

 


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Notas finais do capítulo

Ah, essa nossa Mione aniversariante foi ou não a coisa mais linda? ♥

Nos digam o que acharam nos comentários!
Se cuidem e até o próximo capítulo! ♥



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