Diana tinha certeza de quase tudo na sua vida. Ela sabia perfeitamente bem que ocupava uma posição de privilegio como filha da rainha das Amazonas em Temiscira e, assim, precisava se esforçar ainda mais para corresponder às expectativas de todas no treinamento para se tornar não apenas uma guerreira, mas alguém que desse continuidade ao legado da mãe, a rainha, Hipolita, e da tia, a general Antiope.

Uma das poucas dúvidas, provavelmente, a maior incerteza de sua existência, residia na necessidade de estar em constante alerta. Temiscira era o lar das Amazonas e protegida pelos Deuses. Quem representaria qualquer tipo de ameaça aquele paraíso escondido? E se isso se confirmasse, havia o seu maior medo.

Para que se preparar tanto para uma guerra que jamais chegaria? Ou a guerra estaria lá fora? Por tudo isso, o penhasco mais alto de Temiscira sempre foi o abrigo de Diana. Ver o que havia lá fora. Desde criança, ela tentava enxergar qualquer coisa no mar sem fim. Até que passou a desafiá-lo.

Saltar das alturas e desafiar a força das ondas virou uma diversão pessoal e um temor para a rainha nas poucas vezes que foi capaz de flagrar a aventura de sua filha, a única criança a nascer na ilha desde a sua criação pelas mãos das próprias divindades. As novas e as antigas.

Mas quando a onda quebrou daquela vez trouxe algo diferente. E quando aconteceu, aconteceu muito rápido. Diana visualizou algo no meio das ondas e observou ainda mais atentamente nos segundos seguintes. Não era algo, mais alguém que sequer se esforçava para se livrar das garras do mar sem fim.

E, então, Diana saltou do penhasco para milésima vez. O ar, o mar, o corpo e a falta de reação. Ela espirou, nadou e precisou se esforçar um pouco mais para voltar a superfície. E o caminho até a praia também foi o mais difícil que já enfrentou.

A princesa das Amazonas necessitou de alguns segundos para respirar antes de notar que quem havia resgatado não repetia esse movimento básico. Ao se aproximar, ela percebeu que não havia qualquer reação. Ela rasgou e peça que cobria o peito do desconhecido e notou marcas de flechadas e uma golpe desferido logo abaixo do coração. Então, ele poderia estar morto antes mesmo de chegar a água.

De qualquer forma, ela deveria tentar. A pressão no peitoral não surtiu efeito e Diana se desesperou como jamais em sua vida. Assim, ela juntou as mãos e rogou àqueles que poderiam fazer alguma diferença. Afinal, por que os Deuses permitiriam que alguém chegasse a sua ilha após tanto tempo sem poder dizer sequer uma palavra?

Nada aparentemente aconteceu diante dos seus olhos. Todavia, o peito se moveu para cima e para baixo e o desconhecido puxou o ar várias vezes como se retornasse a superfície após um longo e doloroso mergulho. Quando os olhos se encontraram, ela estava curiosa e, Robb Stark aterrorizado.