Tão Simples como Amar escrita por Daan_


Capítulo 26
Dor, medo e um pedido de desculpa




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         Mari conseguiu sorrir de volta, mas Julia não...Ficou quieta o caminho todo, por mais que Mari tentasse puxar assunto, nada dera certo. Entraram rapidamente e Julia nem sequer cumprimentou Augusto com um beijo, logo perguntou:
— Onde ela tá?
— No quarto, acho que dormindo, não sei...Na hora que eu ia lá vocês chegaram. — e deu meio sorriso.
— Se importa? — perguntou séria apontando pro corredor.
— Claro que não, vai lá...
         Julia somente assentiu e seguiu para o quarto de Lilian. Mari abraçou o namorado e disse baixinho:
— Não liga não, tá...Ela tá se sentindo culpada.
— Ué, mas por que?
— Ela que insistiu pra Lilian terminar com aquele estupido, deve tá se culpando por isso.
— Ué, mas não tem nada a ver, uma hora eles tinham que terminar pra elas ficarem juntas...
— Vai explicar isso pra ela...É, teimosa feito uma mula. — e sorriu.
— Huuum...
— E agora me diz, como você tá? Você bateu nele?
— Não quero falar sobre mim, ok? Tô preocupado demais com a minha irmã.
— Tudo bem...Vai tomar um banho, relaxar um pouco. Vou fazer um café pra gente.
         Augusto resolveu obedecer a namorada, estava cansado, precisava de um banho para relaxar. Deu um beijo rápido em Mari e seguiu para o banheiro.

         Julia apenas observava Lilian dormir, estava próxima a cama da garota, de joelho tomando coragem para acariciar os cabelos de Lilian. Se sentia culpada pelo acontecido...Acariciou os cabelos de Lilian, depois o rosto e parou contornando os lábios da garota, sentiu o rosto corar de raiva quando seu dedo ficou bem próximo do leve corte que Lilian tinha nos lábios. “Filho da puta, quem ele pensa que é pra fazer isso com a minha menina?” pensava irritada. Levantou-se rapidamente e começou a andar de um lado para o outro, tentando acalmar-se...Respirou fundo, tentando lembrar de alguma referencia que Lilian tenha dito sobre André, algum lugar, endereço, qualquer coisa...Definitivamente queria ter uma “conversa” séria com o ex-namorado de sua amada. Estava tão perdida em seus pensamentos que tomou um leve susto quando ouviu a porta sendo aberta...
— Vim ver como ela tá. — Mari entrando no quarto com uma caneca nas mãos.
— Dormindo.
— Trouxe café pra você... — disse docemente mostrando e caneca.
— Não quero.

— Ah você quer... — entregando a caneca a Julia.
— Chata.
— Calada.
         Julia até ia responder, mas foi interrompida por Augusto, que entrou no quarto com uma fisionomia meio preocupada:
— Tá dormindo faz tempo?
— Quando eu cheguei aqui ela já tava dormindo.
— Huum...Julia se você quiser ir pro meu...
— Se importa se eu ficar aqui? — perguntou um tanto envergonhada,
         Augusto olhou para Mari rapidamente, que lhe fez um aceno positivo rapidamente. Olhou para Julia novamente e assentiu com a cabeça:
— Sem problemas...Eu ia te oferecer o meu quarto, sei que você não quer sair daqui tão cedo.

— Só quero vê-la acordar...Se não fosse incomodo pra você eu poderia ficar aqui. - sua voz soava um tanto quanto triste.
— Não, é incomodo nenhum, fica tranquila...
— Ahn...
— Olha, o que eu posso te oferecer é um colchão aqui e...
— Não! Eu num pretendo dormir não, tô bem acordada...O café ruim da Mari vai ajudar e essa poltrona tá ótima pra mim. — disse com meio sorriso abraçando Mari pelos ombros.
         Mari fez uma cara feia para Julia, que disfarçou e sorriu para Augusto. O rapaz não estava achando aquilo correto, mas já que a morena queria assim...
— Eu...Eu...Qualquer coisa cê me chama? Qualquer coisa mesmo...
— Fica tranquilo, vai ficar tudo bem... — tranquilizou Julia.
— Vai sim, tem que ficar...
— Amor, vamos pra sala? Você precisa comer... — Mari.
— Mari, eu não tô com fome...
— Augusto, você vai comer... — disse autoritária.
— Olha Guh, acho melhor você não contrariar a fera não, né. — tentou brincar Julia.
— Você fica quieta aí...Não vo discutir com você porque a Lilian precisa descansar e vocês aí matracando. — bufou Mari irritada.
— Jesus, sua namorada tá de TPM? — perguntou com uma cara nada amigavel
         Augusto lançou um olhar confuso para a morena e Mari respondeu:
— Julia me estressa...
— Sai daqui vai loira chata...
— Vamos pra sala Guh... — puxando o namorado.
         Assim que os dois saíram do quarto, ainda no corredor Augusto perguntou completamente confuso, baixinho:
— Que deu em você amor?
— Nada...Só não tava reconhecendo minha amiga. Precisava despertar a verdadeira Julia, né? Ela tava fazendo piada sem graça, você não viu?
         Augusto olhou meio confuso, meio surpreso para a namorada que somente sorriu e o puxou até a sala...
         A noite de Julia fora longa Augusto passou no quarto por umas três vezes, a morena  toda vez que olhava para Lilian imaginava como a garota teria apanhado e sentia-se culpada por aquilo...Ao mesmo tempo que sentia a culpa ao olhar para a garota, sentia uma raiva indescritível de André. Com a cabeça trabalhando a mil, viu o dia amanhecer. Aos poucos sentiu o sono chegar, tirou um cochilo mais que rápido queria ver Lilian acordar...E assim o fez. A garota acordou cedo até, nem Augusto nem Mari tinham acordado ainda, abriu os olhos lentamente e sorriu ao ver Julia, que cumprimentou a docemente:
— Oi...
— Bom dia. — respondeu Lilian ensaiando um sorriso.
— E então, como você tá?
— Dor...Mas não é tanto comparado a ontem, cadê o Guh?
— Dormindo...Mari convenceu ele e sossegar um pouco, mas ele passou aqui três vezes, eu acho.
— Mari faz milagre...Cê tá aí há muito tempo?
— Hum...Desde ontem.
— Por Deus, Julia! Você é louca? Essa poltrona é tão desconfortável...
— Ah, eu gostei dela... — e sorriu.
— Você precisa descansar. — disse preocupada.
— Até cochilei nela...
— Não importa...
— Hey, não se preocupa, eu tô bem...Agora quero saber de você, tá precisando de alguma coisa?
— Nada...Eu vou no banheiro. — disse se descobrindo.
         Lilian levantou lentamente com uma cara nada agradável sob o olhar atento de Julia. Quando começou a caminhar sua fisionomia piorou, o que fez Julia levantar rapidamente e ajudar a garota:
— Definitivamente você precisa de ajuda.
— Ok, talvez um pouco de ajuda não faria mal... — concordou a garota dando meio sorriso.
— O que dói?
— Minha coluna...Ô dorzinha infernal do caramba. — resmungou Lilian — Mas nada pra se preocupar, nada pra se preocupar.
— Lógico que tem com que se preocupar... — disse Julia.
         Lilian parou, ficou encarando Julia intensamente por breves segundos e começou enérgica:
— Julia foi só... — titubeou um pouco — um chute. — terminou num fio de voz, completamente envergonhada.
         Pacientemente Julia deixou Lilian no banheiro e fechou a porta, em silêncio. Foi até a sala e providenciou o café, certamente as duas precisariam de café, principalmente Julia que mal dormiu. A morena estava com os olhos fixos na cafeteira, e os pensamentos bem distantes que nem percebera quanto tempo ficou ali...Foi tirada de seu transe por dois braços firmes, que a abraçavam fortemente pelas costas...O susto foi rápido, reconheceria aquele toque em qualquer local, data, hora...Era único. Fechou os olhos e apreciou o toque de Lilian...Sentira tanta falta daquilo. Virou-se a abraçou a garota, sentiu uma paz tão grande em ter a garota ali em seus braços...Tomou certo cuidado e fez questão de afrouxar um pouco o abraço, por medo de machucar Lilian. A garota percebendo o ato de Julia tratou de abraça-la forte, o que fez Julia apertar seu abraço também suspirar de alivio...Lilian estava ali, em seus braços. Afastaram-se um bom tempo depois...Até então nenhuma das duas tinha dito nada, também não era preciso. Mas Julia foi quem quebrou o silêncio nada incomodo das duas, com um brilho diferente no olhar, disse:
— Me desculpa... — e deixou escapar uma lágrima.


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