Tão Simples como Amar escrita por Daan_


Capítulo 27
Um inicio de felicidade




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— Me desculpa... — pediu baixinho.
         Lilian afastou-se um pouco, afagou o rosto de Julia e sorriu:
— Não tenho o que desculpar...
— Eu...Eu...Tô me sentindo tão culpada, por tudo. — admitiu de cabeça baixa.
— Meu amor, olha pra mim... — puxando o rosto de Julia delicadamente. — Você não tem culpa de nada, ouviu bem?
— Lilian, se eu...
— Não Julia, não fala isso...Aconteceu, meu amor. E acabou...Eu tô tão feliz por você tá aqui. — disse sorrindo.
         Julia tentou sorrir e abraçou Lilian novamente. Lilian passou os braços ao redor do pescoço da morena e fez uma careta, a posição não era muito confortável, mas adorava abraçar Julia daquela forma então nem se importou...Julia, sempre atenta tirou os braços da garota e perguntou:
— Doí né?
— O que? — perguntou fazendo-se de desentendida.
— Você sabe...ficar nessa posição. Vi sua carinha de dor. — disse passando o indicador delicadamente pelo rosto de Lilian.
— Um pouco... — Admitiu um tanto triste — Mas gosto de ficar assim você.
         Julia sorriu achando super fofo o comentário de Lilian. Aproximou-se lentamente da garota, ainda com um sorriso nos lábios e a beijou. Um beijo delicado, apaixonado, saudoso...Lilian correspondeu a altura, sentia-se no céu, o leve corte no lábio fora totalmente esquecido. A falta que Julia fizera naqueles poucos dias, fora enorme...E só serviu para Lilian perceber o quão aquela morena a encantava. Afastaram-se um tempo depois, com Mari pigarreando bem alto com uma cara de sono impagável.
— Será que vocês podiam arrumar um quarto?
— Por que você saiu do seu? — perguntou Julia, sarcástica.
— Por que eu preciso de café. — respondeu apontando para a maquina de café.
— Pega e se manda...
— Amor, num fala assim com ela... — pediu Lilian baixinho.
— É, pelo o que eu tô vendo, vocês se entenderam né?
— Mari, volta pra cama...
— E Lili, não é recomendável que você fique fora da cama...Tá sentindo dores?
— Um pouco...Mas tô bem.
— É, depois seu irmão vai ficar louquinho...
— Eu tô bem, eu tô bem.
— É melhor mesmo você voltar pra cama, Lili. — Julia.
— Mas até você? — perguntou levemente irritada.
— É, até eu... — abraçando a garota e lhe dando um beijo na testa.
— Já pedi...Vão pro quarto.
— Cê num ia tomar café não? Até agora não vi você se aproximar da maquina.
— Vou tomar, vou tomar... — disse Mari sem nem se mover. — Quem fez?
— Eu. — Julia.
— Deve tá horrível.
— Melhor que o seu, certamente, tá. — e sorriu.
         Julia se serviu com pouco de café e Lilian fez o mesmo. As duas ficaram olhando para Mari, esperando a loirinha se servir de café também. Mari arqueou uma das sobrancelhas e perguntou:
— Qual é? Tenho que ter platéia pra tomar café também?
         Lilian que tomava seu café calmamente, quase se entalou com o mesmo. Tossiu disfarçando uma risada e outra. A morena fuzilou Mari com os olhos e disse para Lilian:
— Vamos pro quarto...
— Tá...
— Cê num quer comer nada, Lili?
— Ainda não, vou ficar só no café, por enquanto.
— Huum...Vamos?
— Uhum.
         Pouco antes de sair da cozinha, Julia comentou baixinho:
— Que queime a língua com o café...
         Momentos depois...
— Eu ouvi, viu Julia? — Mari meio irritada, na porta da cozinha.
         A morena só virou-se e sorriu cinicamente, algo bem típico de Julia. Lilian sorriu balançou a cabeça negativamente e riu:
— Vocês são sempre assim?
— Somos. E sempre vamos ser, pode ter certeza...
         Entraram no quarto em silêncio, Lilian sentou na cama com maior cuidado e Julia se jogou na poltrona, um tanto cansada. Lilian percebeu a cara de cansaço da amada e perguntou docemente:
— Você não quer dormir aqui não? Juro que não vai incomodar...
— Não, não...Eu tô bem. — esfregando os olhos.
— Não parece...Julia, você tá com sono, não dormiu a noite inteira e tá me deixando preocupada já.
— Se eu não dormi até agora é porque tô bem, certo?
— Errado. Você não dormiu até agora porque é teimosa e não quer me ouvir.
— Também...
— Sério Julia, por favor... — e fez uma carinha de triste que derreteria o mais frio dos corações.
         Julia sorriu e foi até a cama, Lilian tentou faze-la deitar, mas não deu muito certo. A morena sorrindo, brincou:
— Cê tá fazendo muito esforço físico pro meu gosto. Pode tratando de deitar e descansar.
— Só se você deitar comigo. — disse autoritária.
— Mas...
— Isso não foi um pedido.
         Julia, vencida pelo cansaço resolveu deitar com Lilian. Deixou sua caneca na mesinha cabeceira e pegou a de Lilian para fazer o mesmo. A garota mais nova deitou e Julia deitou em seguida...Julia tratou de abraçar Lilian delicadamente e perguntou bem baixinho em seu ouvido:
— Tô te machucando?
— Nada, com você aqui do meu lado eu não sinto nada. — respondeu no mesmo tom.
         Lilian acomodou-se nos braços de Julia, enquanto recebia doces caricias da morena. Ficaram por um tempo em silêncio, nenhuma das duas conseguia dormir, ainda tinha uma pergunta no ar, que Julia perguntou um tanto receosa:
— E agora?
— Vou dar parte...
— É isso que você quer?
— Preciso fazer isso, senão não vou ter paz, Julia. — disse um tanto triste.
— Tudo bem...Se você precisar...
— Muito...Preciso muito que você vá comigo. — disse deixando escapar uma lagrima.
— Tudo bem, tudo bem...Eu tô aqui com você, meu amor. — disse apertando seu abraço.
         Ficaram abraçadas por um tempo, e logo dormiram. Lilian acordou poucas horas depois...Estava bem disposta e as dores tinham quase desaparecido. Desvencilhou-se de Julia com certa dificuldade e foi até a sala. Augusto e Mari comiam na sala em silêncio, quando Augusto sorriu docemente e perguntou:
— Como você tá? — levantou-se
— Bem...
         O rapaz puxou uma das cadeiras para Lilian e sorriu. A irmã mais velha agradeceu com um breve aceno com a cabeça e sorriu. Assim que sentou, comentou:
— Olha, que menino educado. — sorrindo.
— Né... — concordou Mari.
— Sempre fui, sempre fui...E a Julia, não vem tomar café com a gente?
— Não, eu deixei ela dormindo lá...
— Hum...
— Ela passou a noite acordada, merece. — Mari.
— Também acho. — Lilian.
— Você depois que tomar café, vai ter que tomar remédio.
— Aah..O Denis me receitou remédio?
— Sim...
— Os dois sabem como eu odeio remédio. — parecia uma criança ao falar.
— Lili...Vamos crescer, ok? Você vai tomar remédio sim. — Augusto num tom sério.
         Lilian fechou a cara e passou o café em silêncio. Quando a garota terminou de comer, veio Augusto com a caixinha de remédio.
— Deixa aí que daqui a pouco eu tomo.
— Toma agora.
— Ai Guh, você tá parecendo a mamãe, sabia?
         Augusto respirou fundo, acalmando-se. Era sempre assim, quando se tratava de remédio, Lilian virava criança...Nem parecia filha de médico. Tomou o remédio sob vista grossa do irmão e depois os três foram para sala. Augusto e Mari tentavam distrair Lilian, mas a garota se mostrava distante o tempo todo, não estava falando muito, não conseguia participar da conversa. E foi assim até o horário do almoço, que foi a hora que Julia acordou. Lilian assim que viu ela na sala perguntou:
— Dormiu bem?
— Dormi...Adorei sua cama. — respondeu sonolenta.
— Então vamos?
— Ahn? — a morena realmente ainda não tinha entendido.
— Julia...Vamos?
— Aaah sim...Eu preciso passar em casa, tomar um banho e tudo mais. Você se importa?
— Não...Eu também tenho que tomar banho.
— Então tá, eu passo aqui daqui quarenta minutos?

— Tá bom...
— Mari você vai ficar aí? — perguntou Julia já acordada.
— Ahn? Será que dá pra você dizer onde vão?
— Vem ou não? — perguntou Julia novamente na sua educação habitual.
— Não, eu me viro depois...
— Tá bom.
— Mas pra onde vocês vão? — perguntou Augusto.
— Delegacia. — respondeu Lilian indo para o quarto.


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