Wicked Love. escrita por Beatriz


Capítulo 14
Capítulo 14: Kaori.




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Kaori finalmente teve uma boa noite de sono. Depois de ir em busca de Kaname e leva-lo de volta em segurança para a escola dela, ela voltou para a sua academia o mais escondida que pôde, passando pelos guardas que patrulhavam a escola tão silenciosa quanto a morte. Depois da morte do caçador por um vampiro, as coisas haviam ficado muito complicados. Mas, enfim, ela conseguiu se esgueirar pelas sombras e, uma vez em seu quarto, tomou um banho rápido antes de desabar na cama. Não ficou, como costumava, pensando no que aconteceu ou no que poderia ter acontecido em momentos anteriores. Ela nem mesmo pensou no fato de ter se oferecido para ser a única fonte de sangue para Kaname. Se ela pensasse, mudaria de ideia e era tarde demais para isso. O sol estava surgindo no horizonte e a caçadora caiu em um sono profundo. Sua cama nunca parecera tão macia.

Algumas horas depois, quando acordou, não estava completamente descansada e seus músculos ainda doíam, mas ela estava se sentindo relativamente melhor. Quando estava com Maya e Ichijou, não pensou que algum deles pudesse ter sido o responsável pela morte do caçador dentro da academia e agora, enquanto abria os olhos devagar, a ideia passou por sua mente. Sempre pensando nos problemas. Ela pode ter andado com assassinos e nem mesmo sabia disso.

Deixando o pensando de lado por um instante, Kaori esfregou os olhos, afastando o sono, e se espreguiçou. Quando virou o rosto para o seu lado esquerdo, uma surpresa: Sebastian estava deitado ao seu lado, dormindo tranquilamente. Ela franziu as sobrancelhas, sentando-se imediatamente no colchão. Percebendo que ele estava sem blusa, Kaori ergueu o lençol apenas para descobrir que o mesmo também estava nu. Kaori arregalou os olhos, tentando se recordar se havia perdido a cabeça na madruga (mais do que já tinha) e ido para cama com o caçador. Impossível, claro. Ela nem mesmo havia bebido algo. Então, como diabos ele havia parado em sua cama? Pelo menos seu pijama ainda estava no lugar certo. Mas ela se lembrou que Sebastian era conhecido (através de fofocas, nada de que ela tenha experimentado) por transar apenas colocando as roupas íntimas para o lado. Seu rosto ficou tão vermelho quanto os olhos de Kaname na noite passada.

— Sebastian! — ela gritou.

Ao seu lado, o homem se sobressaltou, acordando de seu sono. Ele se sentou no colchão e olhou de um lado para o outro, procurando algum sinal de perigo até perceber que sua única ameaça de morte ali era o olhar que Kaori estava lançando na sua direção.

— Nossa, você me assustou, meu bem — ele sorriu, espreguiçando-se. — Bom dia.

Bom dia?! — ela olhou para ele indignada. — Que diabos você está fazendo no meu quarto?! E nu ainda por cima!

Aquele sorriso malicioso, típico de Sebastian, apareceu em seu rosto e ele se inclinou na direção dela, forçando-a a se inclinar para trás se não quisesse ficar muito perto dela. Ele a fez deitar novamente e seu rosto pairou acima do rosto dela. Os olhos de Kaori encararam os olhos cor de bronze dele.

— Fiquei com medo de dormir sozinho — ele disse, fazendo um biquinho. Uma das mãos dele acariciou a bochecha dela e Kaori afastou o rosto do toque. — Então eu encontrei o seu quarto. Sobre a roupa — ele aproximou mais o rosto do dela. —, eu só durmo assim. Seria bom você se acostumar.

Kaori bufou, colocando uma mão no rosto do caçador e o empurrando para trás até ele sair de cima dela. Uma vez livre, ela se levantou da cama.

— Se acostumar com o que exatamente? Não sei se você saber, mas eu tenho um noivo — ela disse, pegando todas as peças de roupa dele do chão e jogando em sua direção.

— Quem se importa com isso? — ele sorriu, observando-a andar para lá e para cá no quarto.

— É proibido os meninos entrarem no dormitório das meninas, Sebastian! Você como professor e irmão do Diretor devia ser aquele a dar exemplo e não sair por aí invadindo o quarto de meninas! — ela lhe lançou um olhar mortal. Ele riu.

— Detalhes — ele deu de ombros.

— Se manda daqui! — ela jogou a cueca dele em seu rosto.

Kaori pegou seu uniforme e uma toalha e se trancou em seu banheiro, sendo seguida pela risada do caçador. Lá dentro, Kaori respirou fundo, soltando a respiração com força. Ela se despiu e entrou no box, abrindo o registro do chuveiro. A água quente que caiu em sua pele a fez soltar um suspiro de alívio. Seus músculos estavam todos doloridos.

Enquanto ela ensaboava sua pele, seus dedos passaram pelas marcas das presas de Kaname em seus ombros. Felizmente Sebastian não havia reparado naquilo e o cabelo dela era grande o suficiente para esconder, mas precisaria usar algo melhor quando saísse do quarto, não podia contar com o próprio cabelo durante o dia todo.

Os dois buraquinhos da mordida estavam bem sensíveis ao toque ainda. Kaname não havia dado seu sangue a ela dessa vez então as marcas sumiriam na velocidade natural: nem um pouco rápido. Kaori lembrou da madruga, quando ela estava sentada de frente para Kaname e ele prometeu que tentaria se controlar e só usaria o sangue dela. E então, ele a mordeu logo depois. Kaori estremeceu debaixo do chuveiro.

Quando Kaname a mordeu pela primeira vez, ela se sentiu assustada, mas agora a única coisa que sentia era a vontade de repetir. Ela já havia ouvido falar uma coisa ou outra sobre os escravos de sangue, humanos que ficavam viciados na mordida de um vampiro. Ela se perguntou se estava se tornando uma ou se tinha a possibilidade de acabar se tornando agora que Kaname dependeria dela para controlar sua sede por sangue. Entretanto, o pensamento que mais dominava sua mente era quando Kaname precisaria dela novamente.

Kaori acabou demorando um pouco mais que o normal no banho e quando saiu, já devidamente vestida, se surpreendeu ao ver Sebastian sentado ainda em sua cama, encarando-a com um ar divertido. Ela revirou os olhos.

— Por que você ainda está aqui? — ela perguntou, amarrando os cabelos em um rabo de cavalo.

— Seu noivo mandou mensagem — ele balançou o celular dela entre dois dedos.

Emburrada, Kaori arrancou o celular da mão dele e desbloqueou a tela. De fato, havia uma mensagem de Zero. Ela clicou na notificação e foi direcionada para o aplicativo de mensagens, mais precisamente para a conversa com Zero – que era bem pequena, diga-se de passagem, já que eles quase não se comunicavam on-line.

Bom dia, Kaori. Kaito e eu tivemos um dia cheio ontem, por isso não consegui entrar em contato. Seria bom ter notícias suas. Yori nos disse que os Greco já chegaram aí. Boa sorte aguentando os três.

Kaori sorriu, relando a mensagem. Nem um pouco romântica, mas bem a cara de Zero. Ela já estava com saudades dele e respondeu a mensagem dizendo isso, além de dizer que estava tudo bem na escola (ela achou melhor deixar de fora o fato de um caçador ter morrido ali dentro enquanto Klaus não decidia se queria que aquilo se tornasse público) e que ela esperava que ele voltasse logo. Kaori finalizou com “os Greco vão me deixar louca, principalmente Sebastian. Ps: ele está tentando roubar seu lugar”.

Antes que Kaori guardasse o aparelho, ela percebeu que Zero visualizou a mensagem. O que era estranho, pois se havia uma pessoa que nunca ficava com o celular na mão e odiava trocar mensagens, essa pessoa era Zero. Três pontinhos apareceram no canto inferior da tela de Kaori, informando que Zero estava digitando. A mensagem chegou para ela com um som de notificação.

Diga para ele que eu tenho uma arma e sei muito bem como usar

Kaori respondeu com um emoji assustado e outro sorridente. Sorrindo, ela guardou o celular e pensou que isso era tão atípico de Zero que era de se desconfiar que poderia ser outra pessoa fingindo ser o caçador. Mas, bem, ela deveria aceitar que em algum momento do relacionamento deles Zero acabaria se tornando um pouquinho romântico.

Ainda na cama dela, Sebastian a observava com certo interesse. Ele estava com 25 anos agora e não havia nenhuma noiva em sua vida como na maioria dos caçadores (na idade dele, todos já estão até mesmo casados, esperando o primeiro filho) e não havia nenhuma pretendente em vista. Ele não sabia o que era aquela sensação, de estar apaixonado por alguém ao ponto de sorrir com uma mensagem. Haviam tentado coloca-lo em um compromisso sério quando o mesmo tinha a idade de Kaori, mas ele recusou. Casamento não era para ele, ele pensava, mas vendo Kaori agora, sorrindo para a tela do celular, ele se perguntou qual seria a sensação de ter alguém como ela tinha Zero.

— Você disse para ele que está comigo? — ele perguntou.

Kaori ergueu uma sobrancelha na direção dele e deu a volta em sua cama, indo pegar sua espada.

— Não estou com você, Sebastian — ela disse, abotoando a bainha de sua espada em seu quadril. — Você invadiu o meu quarto e deitou na minha cama sem a minha permissão.

— Você não reclamou — ele respondeu.

— Eu estava dormindo, seu idiota!

Agora Kaori já estava ficando com raiva o suficiente para não ser mais tão educada com Sebastian. Antes de sair do banheiro, ela se certificou de colocar um curativo em seu pescoço, se alguém perguntasse, ela diria que se feriu na floresta ou daria uma desculpa qualquer e mudaria de assunto. Quando Sebastian perguntou, ela disse que deveria ter se arranhado enquanto dormia e ele deixou o assunto para lá.

Os dois saíram do quarto juntos, mas o dormitório estava vazio, o que não rendeu a Kaori olhares atravessados das outras meninas. Eles caminharam juntos até o refeitório onde encontraram Yori já jantando. Os dois se juntaram a ela e a caçadora lhes disse que os ânimos estavam todos exaltados entre os caçadores. Eles queriam vingança pelo que tinha acontecido. Kaori sentiu o estômago revirar, isso era tudo o que ela não precisava agora. Assim que os três terminaram de comer, Kaori e Sebastian foram comunicados que Klaus queria vê-los em sua sala. Eles seguiram em silêncio até lá.

Uma vez lá dentro, encontraram-se com Alois que estava sentado despreocupadamente no sofá, jogando em seu celular. Ele devia estar no dormitório, pensou Kaori, mas do jeito que era mimado claro que ia querer saber sobre assuntos importantes e estaria na sala do irmão quando bem entendesse. O menino lançou um olhar irritado para Sebastian e cumprimentou Kaori educadamente. Kaori sentou-se ao lado dele e cumprimentou Klaus que estava sentado na cadeira de Kaien, parecendo profundamente preocupado com tudo o que estava acontecendo.

— Chamei vocês aqui — ele começou. — para avisar que vamos até a academia dos vampiros. Vamos sair em poucos minutos então estejam cientes de que estaremos no território deles e que todo tipo de coisa pode acontecer — ele avisou. — Mas tenho certeza que correrá tudo bem. Não estou indo com a intenção de começar uma guerra, quero conversar, propor algo, e espero que eles cooperem.

— O que você tem em mente, irmão? — Sebastian perguntou.

— Não pretendo fazer essa morte se tornar pública. Se o fizer, os caçadores do mundo todo vão querer retaliação e, por enquanto, pretendo apenas começar uma investigação dentro da Academia dos Vampiros com o nosso pessoal. Por isso espero que eles não se oponham, pois, se isso acontecer, tornarei a morte de conhecimento de todos e as consequências não serão boas — Klaus suspiro. — Acredito que era isso que Kaien iria querer. Não sou tão pacifista quanto ele, mas não pretendo ignorar o jeito como ele conduzia isso aqui — ele olhou para Kaori e franziu o cenho. — O que aconteceu com seu pescoço, Kaori?

Kaori se sobressaltou, levando a mão até o curativo. Seu coração acelerou algumas batidas em seu peito.

— Ah, não sei, devo ter me machucado — ela respondeu como se não fosse nada demais. — Acordei hoje de manhã e estava arranhado.

Klaus ficou um tempo olhando para ela, provavelmente não acreditando em sua história e procurando resquícios de mentira em sua fala, mas ele tinha coisas mais importantes para se preocupar agora do que com o pescoço dela, então logo desviou sua atenção.

— Enfim, Kaori, você e Yori estarão no comando da investigação — Klaus disse, mudando de assunto. — Se os vampiros concordarem, vocês terão que ficar na academia deles e investigar tanto quanto for possível se foi um vampiro ou um renegado quem matou aquele caçador.

Kaori sentiu um frio na barriga com a possibilidade de se mudar para o mesmo lugar em que Kaname morava, mas ela não sabia dizer se era medo ou expectativa. O que será que ele acharia disso? A mordida em seu pescoço formigou.

— Não seria melhor se eu ficasse lá também? — Sebastian pergunto, visivelmente incomodado.

— Não — Klaus disse, decidido, e levantou-se da cadeira. — Você é muito explosivo. Se as coisas esquentarem lá dentro, preciso de pessoas que pensam primeiro e agem depois e não o contrário. Não quero piorar ainda mais as coisas.

Sebastian não falou nada, mas ainda parecia bem incomodado com a situação. Entretanto, seu irmão era quem tinha a última palavra enquanto fosse diretor, Sebastian tinha apenas que aceitar e se calar. Ao lado de Kaori, Alois havia largado o celular e estava prestando atenção na conversa.

— Posso ir com elas? — ele perguntou, erguendo a mão. Seus olhos estavam brilhando com a expectativa.

— Não — Klaus respondeu, contornando a mesa.

— Mas por quê? Eu poderia acabar com eles em um piscar de olhos — o mais novo fez birra.

— Isso não é um acampamento de férias, Alois — Klaus olhou para o irmão, irritado. — Você é habilidoso como caçador, mas está pronto ainda para enfrentar vampiros Puro-Sangue. A única coisa que você tem que fazer agora é se concentrar nas suas aulas. Vá para o seu quarto.

— Mas... — o menino tentou protestar, mas foi interrompido.

— Sem “mas”, vá. Estou mandando.

O tom de Klaus não permitia discursão. Furioso, Alois pegou o celular e saiu da sala sem dizer mais nenhuma palavra para ninguém. Nesse momento Kaori agradeceu mentalmente por não ter irmãos mais novos para lidar. A conversa acabou chegando ao fim e Klaus disse que já havia conversado com Yori e que era para os três (Yori, Kaori e Sebastian) o esperarem no estacionamento, pois eles partiriam ainda naquela noite.

Sebastian e Kaori saíram da sala. O caçador tentou puxar assunto com Kaori, mas algo em corredor próximo chamou sua atenção e ela desconversou com Sebastian, dizendo que precisaria ir buscar algo em seu quarto. Os dois acabaram seguindo caminhos diferentes e, no momento em que o caçador sumiu de vista, ela dobrou em um corredor, deparando-se com um pequeno par de olhos escuros encarando-a assustados. Era Luke Sakamaki. O menino parecia a ponto de ter um ataque de pânico.

— Eu escutei a conversa de vocês — ele disse. Kaori se lembrou que vampiros tinham super audição e suspirou.

— Luke...

— Se vocês ficarem lá na Academia dos Vampiros, por favor, protege a minha irmã, Kaori-sama — ele a interrompeu e lágrimas se acumularam em seus olhos. — Ela... Ela pode parecer durona e boa em se proteger sozinha, mas eu tenho medo — o queixo dele começou a tremer. — Tenho medo que algo aconteça com ela. Você pode tomar conta dela? Por favor, eu faço qualquer coisa...

Antes que o menino pudesse falar mais alguma coisa, Kaori se ajoelhou na altura dele e o calou com um abraço. Por um momento, o menino ficou paralisado nos braços dela, mas quando relaxou, desabou em um choro cheio de soluços. Ele retribuiu o abraço da caçadora, afundando o rosto na curva de seu pescoço. Kaori sentiu as lágrimas dele molhando sua pele.

— Isso tudo parece um pesadelo — ele disse com a voz abafada. — Por que isso tinha que acontecer? Por quê?!

— Shh — ela acariciou os cabelos escuros do menino. — Tudo bem, Luke. Eu prometo. Vou fazer o possível para ficar de olho em sua irmã, tudo bem? Nada vai acontecer com ela.

Kaori tentou soar convincente, mas nem ela mesma acreditava em suas próprias palavras. Ela não sabia quem havia sido o responsável pela morte do caçador, Maya também era uma suspeita e se ela tivesse alguma coisa a ver com isso Kaori não poderia nunca garantir sua segurança. Mas por hora poderia aliviar o coração de Luke então ela falou o que ele queria ouvir.

— Agora você precisa se acalmar, tá bom? — ela afastou o menino de si e o olhou nos olhos. — Vá descansar um pouco e não pense mais nisso.

— Você acha que foi um vampiro quem matou aquele caçador? — ele fungou e limpou os olhos.

— Não sei, Luke, mas vamos descobrir.

O menino assentiu e disse que iria dormir. Ela sorriu e fez carinho em sua cabeça. Quando Luke sumiu de vista, ela suspirou, encostando-se à parede atrás de si. Tudo estava uma confusão em sua cabeça e ela pensou seriamente em pedir para Klaus mandar outra pessoa em seu lugar, mas já havia prometido para Luke que ficaria de olho em Maya e não podia simplesmente voltar atrás agora. Teria que encarar Kaname e todos os outros vampiros da academia. Ela respirou fundo e foi até o estacionamento.

O caminho até a Academia dos Vampiros foi tranquilo. O tempo estava esfriando então o aquecedor do carro ficou todo o tempo ligado. Quando eles chegaram em frente aos portões da academia, Kaori desceu do carro e sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem com o vento frio. Eles foram recebidos por Cordelia e outro vampiro que foi apresentado à eles como Rido Kuran, vice-diretor. Kaori não gostou nem um pouco de conhecer esse vampiro, ele tinha um olhar estranho.

Cumprimento e cordialidades feitos, todos adentraram a academia e foram guiados até uma enorme sala de reunião onde já haviam alguns vampiros reunidos. Kaori já conhecia alguns como Maya e Kaname e outros ela lembrava-se de ter visto na televisão como os irmão Skamaki. Kaori não soube dizer porque eles estavam ali, mas sentiu um frio na barriga quando o olhar de Kaname pousou em seu rosto e desceu até o curativo em seu pescoço. Ela sentiu vontade de sair dali, mas apenas sentou-se em seu devido lugar e ficou quieta.

— Bom, Cordelia – Klaus foi quem quebrou o silêncio. —, vou ser direto. Um caçador foi encontrado morto dentro de nossa escola — ele disse. O silêncio era quase ensurdecedor. — Todo o sangue foi drenado de seu corpo e havia uma marca de mordida em seu pescoço. Há uma testemunha que diz que viu o agressor fugir e ele estava usando o uniforme igual ao que seus alunos usam. Então, eu gostaria de saber que diabo está acontecendo, pois, até onde me lembro, nós temos um tratado de paz que nos impede de invadir as escolas uns dos outros para nos matarmos.

Um momento se passou sem que ninguém falasse nada até que Cordelia sorriu. Simplesmente alargou os lábios e mostrou os dentes incrivelmente brancos. Ela se se ajeitou em seu lugar, mudando de posição para ficar mais confortável. Com os dedos longos e cor de mármore, ela segurou uma taça nas mãos e girou o líquido que havia ali dentro. Kaori não podia dizer com certeza, mas sabia que aquilo era sangue. Ela tomou um gole e olhou nos olhos de Klaus.

— É engraçado, Klaus, que você tenha vindo aqui falar sobre isso — ela disse, por fim. — Pois eu ia lhe fazer a mesma pergunta.

Uma sombra de duvida passou pelo rosto de Klaus, mas ele não vacilou diante do olhar da vampira.

— Do que você está falando? — ele perguntou.

— Um vampiro também foi encontrado morto aqui dentro da escola — ela ficou de pé e foi até o canto da sala, onde pegou algo. — E isso foi encontrado cravado em seu peito — ela jogou, sem cerimônia, uma espada em cima da mesma. A espada parou no meio da mesa e estava com sangue seco manchando a lâmina, mas o que mais chamou a atenção dos caçadores foi a insígnia dos caçadores que havia na espada. — Então, eu também gostaria de saber. O que está acontecendo, Klaus? — Cordelia sentou-se de novo.

A notícia pegou todos os caçadores desprevenidos e nenhum deles disse nada por um momento. Até mesmo Klaus não parecia mais tão confiante. Kaori olhou para Kaname do outro lado da sala e percebeu que ele já estava olhando para ela. Não havia nenhum indício na expressão do vampiro que dissesse a Kaori o que ele estava pensando. Ela desviou o olhar antes que alguém percebesse alguma coisa.

— Eu não sabia que algo assim tinha acontecido aqui também — Klaus disse por fim, ainda encarando a espada na mesa.

— Claro que não — Cordelia riu. — Claro que não, Klaus. Vocês, Caçadores, são tão arrogantes. Sempre se vitimizando. Ah, coitadinhos deles, sempre injustiçados. Nem a mera possibilidade de que vocês têm algo tão ruim dentro de vocês quanto nós passou pela cabeça de vocês. Estou certa? Os mocinhos nunca fariam nada tão ruim. Nós, vampiros, somos os vilões, não é? — o sorriso de Cordelia sumiu de seus lábios e seus olhos verdes brilharam. — Eu poderia matar todos vocês agora mesmo.

Antes que algum caçador pudesse falar algo, Sebastian empurrou sua cadeira para trás, ficando de pé em um piscar de olhos. Ele sacou sua espada, ameaçador, e a reunião, que deveria ter sido pacifica, foi pelos ares. Todos se levantaram, os ânimos estavam a flor da pele. Cordelia parecia se divertir com a situação. Kaori olhou ao redor da sala, ali só estavam vampiros Puro-Sangue. Será que eles teriam chance contra eles caso as coisas ficassem sérias? Seu olhar encontrou o de Maya, mas nada se passou entre elas. A menina era vampira afinal, ela não hesitaria se isso se tornasse uma briga.

Sem pensar direito, Kaori colocou a mão na lâmina da espada de Sebastian e a abaixou. Os vampiros olharam para ela enquanto Sebastian recuava. Klaus notou o movimento da caçadora e foi sua deixa para voltar a falar e retomar o controle da situação.

— Independente do que tenha acontecido aqui, isso não muda o que eu vim falar — ele disse e todos os vampiros prestavam atenção nele. — Gostaria de propor uma investigação. Em um primeiro momento, seria apenas aqui entre os vampiros. Mas as informações que nos foi passada agora me fazem crer que uma investigação também é necessária na minha escola — o coração de Kaori poderia ser ouvido a quilômetros de distância enquanto ele falava. — Eu escolho dois caçadores para ficarem aqui e você, Cordelia, escolhe dois vampiros para ficarem na Academia dos Caçadores. Gostaria de fazer isso para saber com certeza se não há ninguém tentando nos incriminar injustamente ou se foi algum renegado. Seja como for, o culpado, quando for encontrado, será punido com a morte. Aconselho que você aceite, Cordelia, pois não vou permitir que o seu pessoal ataque o meu sem provas do culpado. Não vamos ceder sem lutar e, se você não quiser que isso se transforme em um banho de sangue, é melhor aceitar minha proposta.

— Quem sabe um banho de sangue seja necessário para tirar essas expressões arrogantes do rosto de vocês, Caçadores — ela respondeu. A sala inteira prendeu a respiração. Sebastian avançou um passo com a espada em punho, mas Kaori o deteve mais uma vez. — Mas tudo bem, concordo com você, Klaus. Uma investigação, você diz? Tudo bem, que assim seja. Quem serão nossos convidados de honra? — os olhos de Cordelia brilharam mais uma vez, maliciosos. Ela passou a língua vermelha nos lábios. O estômago de Kaori se contraiu.

— Duas de nossas caçadoras mais qualificadas — Klaus estendeu um braço para o lado e Yori e Kaori deram um passo para frente. — Kaori Ozu e Sayori Wakaba.

— Isso vai ser interessante — Cordelia sorriu mais uma vez e ficou de pé. — Então, está bem Klaus. Que seja como você quiser. Mandarei dois vampiros à sua escola amanhã de manhã. As meninas já podem ficar conosco se assim desejarem.

— Mandarei entregar seus pertences daqui a pouco — Klaus disse. Kaori e Yori trocaram um olhar. — Gostaria de pedir que elas não ficassem no mesmo dormitório que as vampiras.

— Não se preocupe — Cordelia olhou para as duas caçadoras. — Nós temos um prédio sem uso que servirá perfeitamente para elas duas.

— Ótimo — Klaus disse, observando enquanto Rido tirava a espada cheia de sangue de cima da mesa. — Espero que honre com esse acordo Cordelia. Se algo acontecer a essas duas...

— Vou honrar tanto quanto você, Klaus — Cordelia olhou para ele, séria. — Minhas ações a partir de agora vão ser de acordo com a sua. Então, não se preocupe. Se você andar na linha, eu também vou.

A reunião terminou sem a educação de quando os caçadores chegaram. Eles foram escoltados para fora por dois vampiros e, uma vez no estacionamento, Klaus despediu-se de Kaori e Yori. Ele disse para elas manterem contato todos os dias e, a qualquer sinal de ameaça por parte dos vampiros, não hesitarem em voltarem. As duas concordaram e se despediram do diretor e do irmão dele. Sebastian abraçou Yori e deu um beijo na testa de Kaori, desejando-lhes boa sorte. Elas sorriram em resposta. As duas ficaram no portão, observando enquanto o carro dos caçadores se afastava. Yori passou um braço pelo braço de Kaori e estremeceu.

— Não estou com um bom pressentimento em relação à isso — Yori comento, enquanto elas observavam o carro dobrar em uma curva e sumir de vista.

— Nem eu — Kaori respondeu.

— x —

Cordelia não estava mentindo quando disse que havia um prédio sem uso que elas poderiam utilizar como dormitório. Realmente havia ali uma construção antiga sem muito luxo que ninguém usava. Devia ter sido um dormitório antigamente, pois de fato haviam quartos e camas e até mesmo uma cozinha, mas foi desativado por algum motivo. Era um pouco mórbido, mas Kaori não estava em posição de exigir nada. Apenas o fato de não ter que dormir com medo de que alguém invadisse seu quarto já era bom o bastante. Com o tempo ela perceberia o quanto esse pensamento estava equivocado.

As duas caçadoras foram instaladas em suítes separadas. Vampiros que trabalhavam na escola se ocuparam de deixar os quartos habitáveis e confortáveis para elas. Trocaram as colchas de cama, ligaram os aquecedores e se certificaram de que havia água quente nos chuveiros. Depois de um tempo voltaram apenas para deixar as malas que foram deixadas para elas. As duas então ficaram sozinhas em seus respectivos quartos, arrumando suas coisas.

Kaori ajeitou tudo no guarda-roupas e, quando terminou, saiu do quarto para se certificar de que estava tudo bem com a amiga. Yori sempre fora mais sensível e Kaori receava que a situação toda pudesse mexer muito com ela. Mas Yori parecia bem, disse que estava apenas cansada e que iria ligar para Kaito e dormir. Elas concordaram que não iam falar nada ainda para seus noivos, não queriam preocupa-los à toa. As duas então se despediram e Yori fechou a porta. Kaori foi deixada sozinha com seus pensamentos.

Antes de se recolher, Kaori foi até a cozinha beber um pouco de água. Como elas não iam dividir o mesmo refeitório que os vampiros, haviam abastecido a geladeira dali com vários alimentos que elas precisariam. Kaori riu vendo toda aquela comida, a situação em que se encontrava era tão estranha que chegava a ser cômica. A caçadora se encostou no balcão e tomou sua água. A tal investigação começaria na próxima noite e ela esperava que as coisas fossem fáceis, que Kaname não dificultasse ainda mais a sua vida. E, pensando no vampiro, ela percebeu que agora o vampiro teria acesso ilimitado a ela, a hora que quisesse, quando quisesse. Ela estava no território dele afinal. Por um lado, Kaori pensava, era bom, pois ele não sairia como um louco atrás de sangue, matando sem controle e dando ainda mais trabalho para os caçadores. Além de não começar uma guerra por causa de seu descontrole.

Porém, por outro lado, ele estaria constantemente perto dela, tomando o sangue dela como e quando lhe desse vontade, se ela permitisse. Como ela lidaria com isso, Kaori não sabia e pensar lhe causava dor de cabeça. Ela pousou o copo de vidro na mesa à sua frente e se assustou quando a janela da sala de descanso abriu com a força do vento. O barulho foi alto e Kaori imaginou que Yori iria descer as escadas correndo, preocupada, mas o andar de cima ainda estava silencioso. Acalmando o coração, ela foi até a sala que estava um breu e fechou a janela que continuava batendo na parede. Quando ela trancou a mesma e virou-se, seu coração deu um pulo no peito ao ver um par de olhos vermelhos a encarando do sofá. Ela nem precisava perguntar para saber que era Kaname quem estava ali.

Os olhos do vampiro voltaram a cor normal e ele praticamente sumiu na escuridão, mas Kaori pôde distinguir sua silhueta quando ele ficou de pé e a luz da lua atravessou o vidro da janela, iluminando-o. Por um momento nenhum dos dois disse nada até Kaname dar um passo para frente e ela dar um passo para trás, tentando manter a distância.

— Será que dá para você me deixar em paz? — Kaori perguntou, irritada.

— Foi você quem disse que me alimentaria com o seu sangue — ele olhou nos olhos dela. — Deveria ter pensando na sua paz antes de me fazer prometer isso.

Ele estava certo e Kaori não tinha nenhuma resposta para isso. Ela desviou o olhar do dele e Kaname cruzou a distância entre eles em um piscar de olhos. Ele tocou o curativo no pescoço dela e o removeu do lugar enquanto Kaori ficou dura como uma pedra. Ela esperava que Yori não acordasse logo agora. Por favor, Deus, ela pediu mentalmente. Kaname passou a ponta dos dedos nas marcas que havia deixado no pescoço dela e Kaori estremeceu de dor.

— Acho que a ideia do seu diretor foi péssima — ele disse. — Pelo seu próprio bem e o da sua amiga, vocês deviam ir embora.

— Por quê? — Kaori se afastou, com raiva. — Vocês são tão animais que não conseguem conviver com duas humanas?

— Muitos aqui não são tão confiáveis — Kaname respondeu, dando as costas à ela e se sentando novamente no sofá.

— Nós sabemos nos cuidar — Kaori respondeu, cruzando os braços. — Não é como se tivéssemos medo de vocês.

— Me dá seu sangue — Kaname pediu, olhando novamente para os olhos dela.

A mudança de assunto foi tão brusca que Kaori se sobressaltou, depois enrubesceu e depois se viu indo até ela. Quando percebeu o que estava acontecendo, ela parou antes de chegar ao sofá, mas estava perto o suficiente para que as pontas de seus pés quase encostassem nas pontas dos pés dele. Contrariada, ela empacou ali e cruzou os braços. Ele ficou olhando para ela com curiosidade.

— Sobre isso — ela disse. —, nós precisamos estabelecer alguns limites. Simplesmente não tem a menor condição de ficar dando o meu... — ela hesitou. — Sangue quando você você bem entender.

— Acho que você ainda não entendeu — ele disse, sério. — Não é algo que se controla. Eu sinto fome, venho até você, se você não me der o que eu quero eu vou atrás de outra fonte. Porque eu não controlo. Eu tentei te dizer isso, Kaori, e você não escutou. Talvez a nossa ligação de sangue tenha turvado seus pensamentos, não sei.

— Se você for longe demais e me matar... — ela hesitou.

— Não vou matar você.

Kaori o encarou por alguns segundos. Ele parecia sério, mas ela havia aprendido a nunca confiar em um vampiro. Eles mentem e te manipulam, mexem com a sua mente de um jeito inimaginável. E Kaname não devia ser uma exceção. Além disso, ele era um Puro-Sangue e estava ligado à ela através do sangue. O poder que ele tinha sobre ela era impossível de mensurar e não havia sequer a mínima possibilidade dele ter algum tipo de consideração por ela que não fosse a que ele devia ter com o seu sangue. Ela era uma fonte de alimento paraa ele e só. Era triste pensar assim, mas era a verdade.

Sem ter alternativa, ela se aproximou mais dele, sentou-se ao seu lado e ergueu a mão na direção do rosto dele. Se ele tinha que beber dela, então que fosse de qualquer outra parte de seu corpo que ficasse menos visível e fosse menos íntimo. O pescoço envia toques demais e ela não queria isso agora. Kaname pegou a mão dela e Kaori fechou os olhos, esperando a dor que vinha com a mordida.

Mas ele não a mordeu. Para a surpresa de Kaori, ao invés de sentir presas, ela sentiu os lábios dele tocarem sua mão. Ele a estava beijando. Um pouco hesitante, ela virou o rosto e o encarou. Kaname ergueu os olhos e devolveu o olhar dela, segurando a mão da caçadora na sua. Ele era mais frio do que ela lembrava.

— O que você pensa sobre mim? — ele perguntou.

— Como assim? — ela franziu o cenho. — Você é um vampiro, deveria ficar longe de mim e eu deveria manter distância de você, mas por alguma ironia do destino nós dois estamos aqui agora. E, por falar nisso, você nunca me disse porque me deu seu sangue naquele dia em que eu estava lutando com um renegado.

— Para ser sincero, eu não sei — Kaname não parecia estar mentindo. — Quando eu vi você, senti algo que não sentia há muito tempo.

— E o que foi? — ela perguntou, virando-se de frente para ele.

— Senti isso aqui voltar a bater — ele segurou a mão dela na direção de seu coração e ela sentiu as batidas calmas do coração dele.

Kaori ficou muda por um tempo. Ele estava se declarando para ela? O pensamento a fez ficar com medo. Como ela poderia reagir a isso? Antes que ela respondesse, seu celular anuncio9u a chegada de uma mensagem no bolso de seu uniforme. Ela se afastou de Kaname para ver a mensagem. Era Zero. Ele dizia algo sobre ter ficado sabendo sobre a morte de um caçador e que ela estava na Academia dos Vampiros para investigar isso. Era uma mensagem grande, mas ela não conseguiu ler o resto, pois Kaname tirou o celular de suas mãos e colocou atrás de si, do outro lado do sofá.

— O que você está fazendo? — ela olhou para ele com raiva. — Me devolve!

Ela ficou de pé, tentando chegar até o aparelho, mas Kaname a impediu mais uma vez. Ele ficou de pé mais uma vez e, segurando o rosto dela com as duas mãos, a beijou. Kaori arregalou os olhos quando percebeu o que estava acontecendo. Ela tentou se afastar, mas Kaname não deixou. Ele a segurou pela cintura, pressionando o corpo dela contra o seu, e Kaori era menor e mais fraca que ele. Não havia muito o que ela pudesse fazer.

Kaori fechou os olhos e deixou que o beijo se aprofundasse. Ele a deitou no sofá sem se afastar muito dela, deixando seu corpo ficar por cima do dela. Kaori sentiu o aparelho vibrando contra sua perna, mas esqueceu dele por um momento. Antes que ela pudesse fazer algo, Kaname separou os lábios dos dois e desceu o rosto até o pescoço dela. Ele a mordeu. Quando as presas afundaram em seu pescoço, Kaori soltou um gemido de dor e resignação. Essa era sua vida agora e ela não podia fazer absolutamente nada para mudar.

Ele tomou dela tanto quanto quis como nas outras vezes e só parou quando achou que devia. No fim, ela estava mais fraca que antes e uma lágrima escorreu de seu olho, deixando um rastro até seu ouvido. Kaname apoiou a cabeça no peito dela e ficou ali por um tempo, ouvindo as batidas de seu coração. 

— Posso sentir seu coração errar uma batida muito claramente — ele disse, quebrando o silêncio.

— Estou com medo — ela sussurrou.

— De mim? — Kaname observava a poeira da sala se erguendo através da luz da lua.

— De tudo — ela respondeu. — Não sei em que momento tudo começou a dar muito errado e agora eu nem me reconheço mais.

— Eu não me reconheço mais também.

Kaori sorriu.

— Parece que combinamos em alguma coisa.

Kaname ergueu a cabeça e olhou nos olhos dela. Os olhos dele estavam vermelho, mas já fazia um tempo que ela não sentia medo daqueles olhos.

— Vou fazer o possível para manter você segura aqui dentro — ele disse, sincero. — Você e sua amiga.

— Você não precisa se preocupar com isso.

— Mas eu vou e você vai ter que aceitar — ele encostou o rosto na curva do pescoço dela e Kaori pôde sentir a respiração dele contra sua pele. — Eu herdeiro da família Kuran. Uma família muito antiga de vampiros. Sou filho único e me senti sozinho a vida inteira por diversos motivos. Mas não me sinto mais tão sozinho quando estou com você. De alguma forma, você acalma o que há de pior dentro de mim.

— Você não tem medo que descubram sobre tudo isso? — ela perguntou.

— Eu não me importo — ele respondeu, voltando a olhá-la nos olhos. — Não vai mudar o que estou começando a sentir por você.

Kaori quis perguntar o que era isso que ele estava sentindo, mas não teve coragem. Se ele colocasse em palavras tudo ia ser muito mais real e ela não estava preparada para isso. Então, ele a beijou de novo e dessa vez ela permitiu sem nem mesmo sentir o impulso de afastá-lo. Ela passou uma mão pela nuca dele e deixou que língua do vampiro deslizasse sobre a sua. Era difícil admitir para si mesma, mas talvez isso fosse mais que ligação de sangue, mais que vicio na mordida dele. Talvez ela estivesse se apaixonando por ele.


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