Before You escrita por HR


Capítulo 15
Capítulo 15 - Todos nós somos monstros


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demoraaaaaa, mas segue a continuação!



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Com seu carro já consertado, Kate vai até a fronteira da cidade, próximo ao local onde viu Stefan pela primeira vez, para que chegue mais rápido. E então, viu alguém no meio da estrada em pé e de costas para a via que só poderia ser Damon, levando em consideração a explicação de Stefan sobre a “técnica” do irmão para atrair vítimas. Ela então estaciona no acostamento e sai do carro, determinada a resolver aquele dilema.

—Damon…

Mas não era Damon. No momento em que o homem se virou, ela pôde ver a fisionomia desconhecida encarando-a com seus olhos extremamente vermelhos e sua boca coberta de sangue fresco. Kate então olha rapidamente para o outro canto da estrada e vê dois corpos no chão, deduzindo então que ele deveria estar satisfeito; pelo menos era o que ela esperava. Ele começa a dar uns passos na direção de Kate, que começa a recuar até alcançar a maçaneta do carro.

Mas ele percebe e avança no pescoço de Kate em milésimos, sentindo seus dentes cravarem nos seus músculos e seu sangue ser sugado brutalmente, fazendo-a gritar de dor. Tentava afastá-lo ou golpeá-lo, mas ele a mantinha presa em suas mãos para que não fugisse, encurralando-a. Bastou poucos segundos, até que ele acabou recuando; pelo menos era o que ela acreditava que tivesse acontecido. Mas ao criar coragem de abrir os olhos novamente e ver o que estava acontecendo, vê Damon lutando violentamente com ele, com golpes brutais e impiedosos. 

Sem saber o que fazer, Kate apenas pressiona a mordida de seu pescoço com a mão para estancar o sangramento e mantém distância, até que ela percebe que o vampiro não era apenas um vampiro qualquer e sim um herege, que usando sua magia para atacar Damon e fazê-lo ficar em desvantagem. O tal herege consegue pegar um pedaço de galho da árvore, cravando no abdômen de Damon para enfraquecê-lo, girando-o para lhe causar mais dor. Então Kate decide reagir, pegando uma pedra do acostamento para golpeá-lo na cabeça, mas ao chegar perto ele acaba percebendo sua presença e se vira na direção dela. 

A cabeça de Kate parece começar a se comprimir depois que ele começa a lançar alguma magia, como se algo estivesse fazendo uma pressão absurda em seu cérebro, até que Damon rapidamente arranca o coração dele, fazendo-o cair imóvel. Damon encara o órgão em suas mãos por um segundo para assimilar o que havia feito novamente por conta de sua impulsividade, pois sabia que isso iria prejudicar ainda mais a guerra entre as famílias hereges e Salvatore, mas que também não havia outra saída, não poderia arriscar a vida de Kate.

—Você está bem? - Damon arranca o galho do seu abdômen gemendo de dor e depois limpa suas mãos na calça, indo até Kate para analisar a gravidade da mordida - Deixa eu ver isso…

—Tá tudo bem, não precisa se preocupar. - Ela insiste, mas ele é ainda mais teimoso.

Enquanto tira o cabelo de Kate para olhar com cuidado para não machucá-la, ela sente sua respiração ficar mais ofegante e sua pele levemente se arrepiar ao sentir seu toque. Ele nota que a mordida não havia sido tão feia, mas quando se dá conta seus olhos estão vagando pela pele nua e exposta dela. Ela sabe que se deixar se levar por aquele momento, as coisas poderiam sair do controle, então ela segura seu antebraço para impedi-lo e percebe que ele retorce seu rosto de dor.

— Desculpa! Você tá bem? Você está com dor… Ai caramba, eu nem perguntei como você estava porque eu vi que ele te… 

—Não… nada, esquece. - Damon esconde seu braço para tentar evitar a conversa e então se afasta, tentando se recompor - Vem, vou te levar pra casa.

—Damon, eu vi que sentiu dor, por favor, eu quero te ajudar.- Ela insiste, vendo-o dar meia volta e suspirar com um desânimo evidente.

Ele então decide abaixar a guarda, mesmo não acreditando que estava realmente cedendo a ela tão facilmente. Talvez, porque realmente precisasse contar a alguém sobre o ocorrido, ou porque ela realmente mexia com ele. E antes que mudasse de ideia, ela segura seu punho com cuidado e ergue a manga de sua camisa longa, até seu cotovelo, dando de cara com uma ferida feia no antebraço. Parecia um corte um pouco fundo e infeccionado, com áreas bem escuras ao redor, remetendo até a algo envenenado. Ela olha para ele em busca de alguma resposta, notando seu semblante bem mais sério e mais sóbrio que antes, recuando o braço logo em seguida e voltando a tapá-lo.

—Lobisomem. Foi na briga da festa, um deles raspou o dente no meu braço, e… 

—Por que não está sarando? Eu sei que vocês cicatrizam qualquer ferimento. 

—Menos mordida de lobisomem. Que ironia, não é? Parece que não somos tão imortais assim.- Damon tenta brincar para aliviar a tensão do ar.

—Isso quer dizer que… 

—Na verdade, os hereges conseguem retirar o veneno, sugando a magia da mordida, então essa seria uma solução, mas… - Damon olha para o herege morto no chão - Como é o segundo que eu mato em menos de dois dias, duvido um pouco que eles irão me ajudar com isso.

—Stefan sabe? - Kate se sente um pouco atordoada.

—Nem vai saber. Segredinho nosso. - Ele não perde a oportunidade de tentar aliviar a atenção, então lança um olhar sedutor, levando seu indicador até o seu lábio. 

—Ele merece saber, Damon! - Ela o olha indignada, destruindo sua pose de deboche.

—Eu não sei nem porque eu te mostrei isso… - Damon começa a ficar impaciente, suspirando pesado ao imaginar que aquela conversa iria longe. - Aliás, por que estava aqui? Não devia estar por aí livremente como se estivesse de férias. Podia esbarrar em algum monstro por aí, não é?

—Aliás, desculpa por isso. Eu… - Kate morde o lábio sutilmente, apreensiva com a forma de que iria falar aquilo - Eu vim dizer que não tem problema você ter dúvida de algo, ou… de um sentimento. Eu mesma tenho minhas dúvidas. E... eu sei que você não é um monstro, não queria dizer daquela forma. Mas se tem uma coisa que eu venho descobrindo é que na verdade todos nós somos monstros, se nos permitirmos assim ser. Então… 

—Eu não tenho dúvidas.- Ele corta sua frase, aproximando-se de Kate com um olhar determinado e bem mais leve que antes, que percorria pelos seus olhos e seus lábios enquanto ele falava - A questão é que eu não me acho no direito de sentir isso, de ser alguém assim pra você, por isso eu disse todas aquelas coisas idiotas, elas eram pra te afastar... E você não está ajudando! Eu não sou nada estável, eu mato pessoas, eu… não sou bom pra você, nem pra ninguém, você não deveria… 

—A questão… - Kate abre um leve sorriso ao lembrar do dia da sua regressão, soltando a citação de Damon - é que eu tenho “um péssimo gosto para namorados”.

Damon acaba abrindo um sorriso espontâneo no mesmo segundo ao lembrar de suas palavras e depois de seus olhos pousarem nos lábios de Kate novamente e ao ver que ela não hesitaria, ele por fim dá um passo a frente e eles se beijam. Um beijo intenso e caloroso, que faz o corpo todo inebriar e quase perder os sentidos.

A mão de Damon puxa levemente o cabelo de Kate pela nuca causando leves arrepios, enquanto ele a pressiona contra o carro, sentindo a excitação de ambos aumentar enquanto beijavam-se interminavelmente, até que os lábios dele descem para o seu pescoço e ele sente o gosto do sangue de Kate. Ao sentir suas veias saltarem, ele recua imediatamente e se controla a tempo, sabendo que não podia levar aquilo adiante no momento. Na verdade, ele percebe que não se alimentava de sangue humano desde a festa e aquilo estava mexendo com ele, por isso, ele prefere recuar antes que perdesse o controle de suas ações.

—Tá tudo bem.- Kate diz ao perceber o que havia acontecido, acariciando seu rosto bem abaixo de seus olhos, de onde suas veias saltaram - Eu confio em você.

—Não Kate, melhor pararmos por aqui... por enquanto.- Ele abre um sorriso malicioso, apenas para provocá-la de momento, à medida que a respiração ofegante de ambos vai se acalmando.

O celular toca e o número de Stefan aparece na tela de Damon. Por um lado, a ligação veio bem a calhar naquele momento para que a tensão diminuísse e eles pudessem tomar um ar, mas pelo mesmo motivo, eles preferiam que não fossem interrompidos.

—Péssima hora, fale.- Damon revira os olhos, fazendo com que Kate abra um sorriso espontâneo e enquanto ouvia o que seu irmão tinha a dizer, sua expressão rapidamente fica apreensiva.

—O que ele tá falando? - Kate pergunta ao notar o olhar inquieto de Damon.

—Eu levo ela pra lá agora.- Damon desliga o celular e olha para Kate, misteriosamente - Resumidamente, você vai tirar férias com Bonnie enquanto eu e Stefan seguramos as pontas por aqui.

—Como assim? Férias? - Kate franze a testa, tentando entender a lógica daquilo.

—Eu te explico no caminho.


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Notas finais do capítulo

E aí?? Vão comentando o que estão achando e o que suspeitam que irá acontecer!



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