Rose estava pulando feito uma louca no meio da pista de dança, com suas amigas dançando ao seu redor. Havia um sorriso contornando os seus lábios, que por vez ou outra desatava em uma gargalhada divertida. Na sua mão direita, um copo com uma bebida azul, cujo nome desconhecia. Ela estava feliz demais para se lembrar de qualquer coisa. 

Subitamente, ela parou e se aproximou de uma de suas amigas. 

— Eu vou ao banheiro, volto já — falou, atropelando-se nas próprias palavras e achando graça daquilo. 

— Certo. Precisa que eu vá com você? — a garota perguntou. 

Rose negou, movimentando sua cabeça. 

Em seguida, ainda saltitante, passou dentre a multidão, espremendo-se quando necessário. Em algum ponto no meio do caminho, Rose tropeçou e quase caiu no chão. Para sua sorte — ou azar — ela colidiu contra um corpo que amorteceu a sua queda. 

— Desculpa — ela disse, um pouco sem jeito. 

O menino, calmamente, virou-se para ela, com as sobrancelhas erguidas em estranheza. Então, Rose fez um bico, conforme apertava os olhos, como se precisasse enxergar melhor o que estava bem na sua frente. 

— Você parece alguém que eu conheço — proferiu, confusa, e tocou o ombro do rapaz com o indicador diversas vezes, como se quisesse verificar se era real. 

— Você está bêbada, Rose Weasley? — ele indagou, desconfiado, embora já soubesse a resposta. 

— Eu diria que estou bem feliz! — falou, risonha. — Vem cá, você está aqui mesmo ou estou sonhando de novo? Porque se for um sonho, não tem a menor graça. — Bufou. 

Rose definitivamente não tinha controle algum sobre as suas palavras quando estava bêbada. 

Scorpius estava prestes a respondê-la, mas fora interrompido antes mesmo de começar a falar. 

— Eu amo essa música, vem, você tem que dançar comigo. 

Ela o agarrou pelo pulso direito, o puxou para a pista de dança e começou a pular novamente, sem ritmo algum. 

O garoto, inevitavelmente, riu. 

— Eu não danço. — Revirou os olhos. 

— Nossa, Scorpius, você sempre foi tão chato? — resmungou. 

— Sim, mas você costumava gostar. 

De repente, Rose ficou estática, como se aquela única frase tivesse tocado em uma ferida aberta, enquanto uma série de memórias inesquecíveis invadiam a sua mente, sem a menor piedade. Nesse instante, ela deu um passo para trás, afastando-se do Malfoy. 

— Desculpa, eu não quis… — Scorpius suspirou.

— Por que você está aqui? — perguntou, séria. 

— Eu voltei para a Inglaterra — respondeu, sucinto. 

— E tinha que ser agora? Droga! — Ela levou as mãos até o rosto, indignada. — E está tudo girando! 

— Você precisa de ajuda? — indagou, preocupado.

— Não! — retrucou, brava. 

— Eu sinto muito, Rose. Eu não queria que as coisas fossem assim. — Suspirou. — A propósito, parabéns. — Apontou para o anel de noivado na mão esquerda dela. — Você merece ser feliz. — Scorpius sorriu, completamente sincero. 

O coração de Rose pareceu se partir em mil pedacinhos, mesmo depois de anos. E doeu ainda mais quando Scorpius simplesmente se virou e foi embora, sem nem sequer olhar para trás.