Scorpius Malfoy se mudou para a França um mês depois do seu primeiro beijo. Foi dois anos depois, nas férias de verão, que se reencontraram, em uma praia no sul da França, quando Rose decidiu passar um tempo na casa dos seus tios, Bill e Fleur. Havia sido uma enorme coincidência, de fato, mas a Weasley, em pouco tempo, começara a acreditar que era apenas o destino agindo, mais uma vez, de maneira surpreendente.

Foi assim que eles se apaixonaram. Quando Scorpius foi o seu único amigo em uma cidade nova, na qual ela passara um mês e meio e decidira ser o seu guia turístico durante aquele tempo.

Foi na mesma praia do reencontro que eles compartilharam o segundo beijo, com os pés úmidos e cheios de areia, e o pôr do sol como o cenário perfeito. Como a cena de um dos livros românticos que Rose tanto gostava, e Scorpius fazia questão de criticar.

Naquele mês, longe de casa, dos seus problemas, ela se permitiu viver. Esqueceu-se dos estudos, da admissão na faculdade, do seu futuro incerto. Rose Weasley resolveu ignorar todas as suas responsabilidades importunantes e deixou-se sentir tudo o que desejava por Scorpius Malfoy. Assim, ela viveu o seu primeiro e único amor de verão.

Em um piscar de olhos, já era hora de voltar para a realidade, e ela estava prestes a ir embora. Pensar em como seria a sua vida dali para frente doeu, porque Rose já não se lembrava mais de como era viver sem Scorpius Malfoy. Novamente, eles estavam na praia, onde tudo recomeçou.

— Por que não podemos apenas apertar um botão e viver tudo de novo? — ela perguntou, de repente.

Scorpius sentiu o peso daquelas palavras e suspirou.

— Porque assim seria fácil demais — respondeu, calmo.  

— Eu não quero ir embora — resmungou, ao mesmo tempo em que sentia as lágrimas invadirem seus olhos.

De repente, ela voltou o seu olhar para ele, como se quisesse memorizar cada detalhe do seu rosto. Scorpius, por outro lado, sentiu o seu coração partir por tê-la que fazer chorar. Por um mísero segundo, quase se arrependeu do que tinham vivido naquele verão. Mas como poderia? Aquele, certamente, havia sido o melhor verão de toda a sua vida.

— Rose, eu... — Ele mordeu o lábio inferior, um pouco hesitante. — Eu quero que você siga em frente, ok? Quero que tenha a vida maravilhosa que você merece, e não que fique presa a esse verão.

— Eu não posso, não me peça isso — pediu, e uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto.

— Essa é a única coisa que eu te peço, Rose. Não vamos deixar as coisas mais difíceis.

— Eu te amo, Scorpius Malfoy — ela disse, prendendo as lágrimas.

— Eu também te amo, Rose Weasley.

Então, Scorpius se aproximou de Rose e depositou um beijo em sua testa. Em seguida, apertou-a em seus braços, como se ela fosse o seu mundo, o que, de fato, ela fora naquele verão.

 Em silêncio, eles juraram que jamais esqueceriam um do outro.