Headle escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 4
Você sempre pode dizer não


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Sara estava na frente de casa da Heather, fazia duas semanas desde a última conversa, desde que havia decidido ir embora. Estava ansiosa, ainda que decidida, não era mais momentos para arrependimentos.  Tocou a campainha.

Alguns dias atrás.

Sara estava no laboratório, com alguns papéis na mão, aguardando D.B. chegar. Ela havia chegado cedo, apenas Greg estava lá. Ela havia tomado uma decisão importante e precisava comunicar ao chefe. D.B. demorou ainda uma meia hora para chegar, enquanto isso ela preparou café e trocou algumas palavras com Greg, ela parecia leve, feliz, e ninguém nem podia imaginar o conflito que ocorria dentro de sua cabeça. Ela tentava deixar aquele conflito do lado de fora do laboratório, já havia se metido em muitas encrencas por misturar o pessoal com emocional, e era exatamente por isso que havia tomado uma decisão importante. 

Quando avistou D.B. saindo do elevador, ela já saiu sorrateiramente se despedindo do Greg e encontrou o chefe no corredor.

— Boa noite D.B., podemos conversar… – Ela olhou em volta. – Na sua sala?

— Cla...Claro. – Ele estranhou a perita chegando assim de repente, mas logo se direcionou a sua sala. 

Ao sentar-se à sua mesa, vou a perita chegando em seguida e fechando a porta por trás de si. Ela sentou-se à mesa, ficando de frente ao supervisor.

— Então, o que queria conversar?

— Eu andei pensando muito nos últimos dias. E eu creio que seja melhor que eu saia do caso da dominatrix assassinada. – Disse simples.

— É um caso grande, não entendo por que disso? É por causa de Heather?

Seu corpo tremeu só de ouvir esse nome. 

— Sim e não. Justamente por ser um caso importante, creio que a minha presença pode estragá-lo quando for resolvido e for a julgamento. Digo isso, porque há muita conversa de corredor e há muita gente falando sobre o envolvimento de Lady Heather com meu ex marido, conflito de interesses. Não seria justo com a equipe eu seguir no caso, e após tanto trabalho duro, ele ir por água abaixo por conta do meu envolvimento pessoal. 

— Isso é muito maduro da sua parte, mas está sendo um caso difícil, e com menos gente na equipe talvez demoremos mais para encontrar o assassino. 

— Eu compreendo totalmente, e é exatamente por isso que sigo com esse argumento. Não estou dizendo que eu não possa ajudar, dar a minha visão do caso, estar inteirada na situação, mas por fora. Não oficialmente. Detestaria destruir um caso sólido por conta do meu casamento e do envolvimento de Grissom com ela. Você sabe como é o advogado dessa gente.

— Tudo bem. – D.B. se deu por vencido, no fundo sabia que Sara estava certa. – Mas é realmente só por isso? – Ele precisava confirmar.

— Sim. – Disse firme.

— Há uma série de casos menores e menos divertidos acumulando, você pode ir pegando esses.

— Combinado. 

Atualmente

Heather abriu a porta, visivelmente surpresa de Sara estar ali, parada na sua frente. Se geralmente era Sara que ficava sem fala, agora a ruiva estava estática.

— Não me convida para entrar? – A morena deu um meio sorriso. 

— Entre.

Heather deu um passo para trás dando espaço para ela entrar. Trancou a porra e analisou Sara minuciosamente. A morena levava os cabelos soltos, estavam curtos, uma blusa solta e uma calça justa que marcava bem as curvas de seu corpo. Havia trocado o tênis habitual por uma sandália baixa de tiras. 

— Então, por que está aqui?

Heather foi caminhando à frente de Sara, que a seguiu, ia em direção a um local que a morena já conhecia bem, a sala de estar.

— Eu tive algumas semanas para pensar sobre o que havíamos conversado. Sobre como eu me sentia, meus medos, e você estava certa.

— Em qual parte?

Sara não podia negar que se irritava com isso. O modo superior de Heather falar, a fazia sentir raiva, como se ela já soubesse tudo que Sara ia dizer, e apenas a deixava falar, para comprovar o óbvio: ela sempre estava certa. No entanto, Sara estava ali, não estava? Devia respostas.

— Sobre meus medos. Sobre o medo de você ser uma dominadora, e eu não gostar desses jogos. Sobre o medo de você ser uma mulher, e o fato de eu estranhamente estar atraída por você, mesmo que eu nunca tenha ficado atraída por qualquer outra mulher anteriormente na minha vida. Mas eu tenho medo de mais uma coisa.

Nesse momento Sara percebeu que Heather ficou um pouco surpresa. Medo de algo que ela não havia previsto? Bom, isso era até excitante. Sara ter um pouco de mistério, e não ser um livro aberto como parecia. 

— Do que você tem medo?

— De me apegar. Você não parece ser o tipo de pessoa que está disposta a se apegar a alguém.

— Sara, você ainda se lembra do que eu disse sobre você e Grissom?

— Falamos muitas coisas, mas o que isso tem haver?

— Eu disse que queria que vocês fossem felizes, que ele tivesse te feito feliz, porque era importante para mim que você fosse feliz. Por que eu me importava. 

— Você está me deixando confusa…

— Sara… Baby, eu sempre… Sempre… Tive sentimentos por você. Só nunca imaginei que teria alguma chance de um dia serem correspondidos.

Sara tomou um baque naquele momento. Sempre? Sempre mesmo. Nossa. Ela achou que precisaria de pelo menos mais umas duas semanas para absorver o que tinha acabado de ouvir. 

— E quanto a eu ser mulher. Não se preocupe, estamos iguais. Já treinei submissas antes, e até algumas dominadoras, mas nunca havia me envolvido fisicamente com nenhuma antes, nenhuma nunca havia me despertado interesse, assim como você. E por fim, o fato de eu ser uma dominadora, você precisa saber de uma coisa, algo que eu já te disse, mas que precisa ficar claro…

— O que? – Sara respondeu no automático, ainda que estivesse ouvindo tudo que Heather havia falado, ela ainda estava processando o fato de dizer que sempre teve sentimentos por ela.

— Um relacionamento de dominação e submissão, não tem haver com chicotes, bondages, e sessões de modo geral. São um estilo de vida, eu sou uma pessoa dominante e isso não posso mudar, não quer dizer que eu precise usar chicotes e amarras, mas eu não consigo ter um relacionamento baunilha. Você terá que aprender a lidar com isso, mas eu também não vou forçar a nada. Lembre-se que o submisso tem o poder mais importante e sempre vou respeitar seus limites. Eu sei ir com calma. – Ela não pode conter um sorriso malicioso.

— Meu Deus, isso é muita coisa pra minha cabeça. – Disse por fim.

— Baby... – Heather se aproximou murmurando. – As coisas não vão ficar claras da noite para o dia. Deixe fluir. – Ela então passou a mão no rosto da morena, acariciando. – Você sempre pode dizer não. 

Um beijo lento e romântico iniciou. Momentos depois estavam novamente no sofá, da mesma forma que há duas semanas atrás. Sara sobre Heather, com as pernas delas entre as suas, em um beijo cheio de vontade e sem ressalvas. As mãos de Sara no rosto de Heather, e as mãos de Heather na cintura de Sara. 

A morena ainda estava confusa, mas entregue. A ruiva estava desconfortável naquela posição, novamente a tinha sobre si, uma situação desfavorável para a domme. No entanto, ficar por cima, dava uma sensação de segurança e escolha a Sara, não se sentiria presa, e caso se sentisse desconfortável, como da outra vez, poderia sair de cima e ir embora. Era quase como uma palavra de segurança, mas de outra forma. 

O instinto de Heather era forte, e era difícil se conter, odiava se conter. Mas em seu ímpeto, gostaria de virar-se sobre Sara, prender seus pulsos com a mão, e lhe dar palmadas com a outra. Se conteve. Mais ou menos. 

Desceu a mão pela cintura de Sara, até sua bunda, deu um apertão seguido de uma palmada, firme, forte, mas ainda sim, não dolorosa. O estalo foi alto. Não houve represália do lado da morena, pelo contrário, a perita soltou o ar com a boca, que saiu quase como um gemido. Algo que dizia que ela não havia se importado, e inclusive gostado. 

O corpo delas estavam pressionados um contra o outro, e a morena podia sentir os seios de Heather contra os seus. Seu interior já estava apertado, e ainda que tenha se assustado quando constatou novamente que estava completamente excitada, ela se deixou levar pelo momento.

Já era quase noite quando Sara acordou, recordou que não estava em sua cama, olhou para o lado e viu Heather dormindo. Ela se sentou na cama, puxando o lençol para si, mantendo seu corpo coberto. Estava pensativa, ou não pensava em nada?

A ruiva acordou logo em seguida, e seus olhos verdes se fixaram na morena sentada na cama.

— O que foi?

— Nada. Eu… Eu não queria te acordar. 

— Não tem problema. Não posso dormir a tarde toda. – Ela sorriu.

— Eu também não. Logo já tenho que ir para casa, me arrumar, tenho que ir trabalhar.

Após alguns segundos de silêncio, Sara ainda seguia pensativa.

— Isso tudo é uma loucura. Não é? – Sara olhou Heather, tinha um sorriso nervoso na face.

— Está arrependida?

— Essa que é a loucura. Eu achei que ficaria, achei mesmo, mas não estou. – Ela riu, ainda que contida. 

— Podemos repetir…


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