A Saga E - A pirâmide Colossal escrita por Diego Farias


Capítulo 20
O novo homem mais próximo de Deus


Notas iniciais do capítulo

O grande mes... não! O cavaleiro de Virgem vai defender a sua casa em busca de vingança.



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Assim que Seth e seus deuses colocaram o primeiro pé no solo da casa de virgem, eles tiverem um deslumbre ecumênico. Eles pararam e se viram perdidos no meio daquele belo jardim.

  Hator - a deusa da música olhou na direção de onde vinha um belo canto lírico, mas tudo que via, era um brilho quente como do sol. Bastet tentava impalar as pétalas de cerejeira com as lâminas que saíam de seu pulso, como um gato tenta pegar insetos e Konshu parecia deliciar-se com o aroma silvestre. 

  — É uma ilusão! - vociferou Seth. - Não se deixem enganar.

  – O que é aquilo? - disse o velho Nactanebo.

   Os deuses acompanharam feixes de luzes dourados que convergiam para um ponto no horizonte. Eles sentiam uma cosmo energia cálida, gentil, mas poderosa. Seth abriu um sorriso perverso e começou a correr na direção dos feixes, sendo acompanhado pela sua tropa.

  Conforme eles aumentavam a velocidade o paraíso começava a dar lugar a visão do interior comum de uma casa do zodíaco. Logo, o canto das virgens era substituído pelo som oco das passadas firmes sobre o solo de pedra calcária.

   – Droga! Bastet queria brincar mais com as folherezinhas! - miou a deusa gata.

   Seth não respondeu e apenas fitou o ponto de luz dourado que ficava cada vez mais forte, conforme os deuses se aproximavam. Não demorou cinco minutos até que eles visualizassem o santo de virgem, sentado em posição de meditação sobre réplica rochosa de uma flor de lótus gigante.

  Shun estava com o corpo ereto com suas mãos na altura do ventre, unindo-as pelo toque dos dedos correspondentes da outra mão, formando um buraco entre elas. Feixes dourados saíam do redor da sua cabeça e ele exibia um sorriso calmo, enquanto meditava de olhos fechados.

   – Viemos matá-lo, Grande mestra! - Seth provocou. - Você não é pário para nós!

   Em silêncio estava, em silêncio continuou. Seth começou a elevar o seu poder em fúria de ter sido ignorado, mas Bastet e Nactanebo se colocaram à sua frente e investiram contra o santo de virgem.

   – EU QUERO A SUA ARMADURA, CAVALEIRO DE VIRGEM! - disse o escultor.

  – FAZ OUTRA NUVEM DE FLORZINHAS PRA BASTET, AGORA!

   Shun continuou parado, mas o seu cosmo tremulou. O brilho dourado cegou a visão de todos e apenas sentiram os corpos de Bastet e Nactanebo voarem e ainda serem alvejados por milhões de centelhas douradas ao mesmo tempo. Os deuses foram atirados contra pilastras de concreto e as destruíram com o próprio corpo.

  Os deuses ficaram perplexos, quando notaram a deusa e o criador das esculturas desmaiados com apenas um ataque.

  Shun abriu um sorriso leve e levitando como uma alma penada, pôs de pé sobre a flor de lótus. Ele abriu os olhos verdes e encarou os deuses com nítida antipatia.

 

  – Acabou deuses egípicios. Desta casa, vocês não passarão.

  – Não se gabe, porque nocateou dois deuses menores! - Seth suava, mas provocou, assim mesmo. - Você, por mais que seja forte, ainda é um humano.

  – Mas não um humano comum... - disse Shun pegando algo atrás da armadura. - Eu sou Shun de Virgem! O homem mais próximo de Deus.

  – Quanta heresia! - Khonsu começou a se aproximar e exibia uma feição irritada. - Eu - o Deus da Lua concedi dias para que deuses nascessem! Eles existem por minha causa! Como que um mero humano se consideraria próximo de nós?

  – Eu jamais perdoarei, Hyoga por ter perdido para um cara como você! - Shun trouxe um rozário para o campo de visão dos deuses e eles ficaram observando as contas mudando de cor. - Estão vendo as contas ficando negras? Representam os deuses que foram devolvidos ao Duat! Eu mesmo encarregarei de enviar todos vocês para lá!

  – Eu jamais permitirei que você ofenda os deuses!

   Khonsu começou a elevar o seu cosmo e um ar frio começou a congelar o interior da casa de virgem. Shun em resposta, aproximou as palmas das mãos bem próximas e na altura do peito. Um pequeno ponto de luz se formou entre as mãos.

   – Congele com o ar frio das camadas mais profundas do Duat! BENÇÃO LUNAR!

  – Escolha qual desses infernos será o melhor para você passar a enternidade! Rikudô Rinne: CÍRCULO DAS SEIS EXISTÊNCIAS. — Shun deixou a mão esquerda pender rente ao corpo e levantou a direita, virando a palma da mão para frente, enquanto aquele ponto de luz no peito começou a irradiar uma poderosa luz.

  A luz dourada voltou a ressoar e clareou toda a casa. Khonsu arregalou os olhos ao notar que um grande portal havia se aberto e engolido a sua benção lunar. Shun explodiu mais ainda o seu cosmo e o portal começou a se expandir e começou a engolir tudo à sua frente na casa de virgem.

  O deus da lua ficou perplexo quando viu os corpos de Bastet e Nactanebo serem levados para o hiper-espaço e ele tentou fugir, mas o golpe o alcançou.

  Não demorou para que a luz na casa de virgem se apagasse e Shun se visse sozinho em sua casa guardiã. O grande mestre arrancou seu elmo e deixou que os cabelos verdes cascateassem sobre o seu rosto. Ao abrir os olhos, as lágrimas se amontaram e começaram a correr pelo seu rosto. Ele olhou o teto, como se estivesse observando um céu azul ou a Terra sagrada de Elíseos e soubesse que Ikki - seu irmão mais velho, estivesse observando-o.

   – Ikki... Obrigado... Obrigado por todas as vezes que você me salvou e me disse palavras duras para que eu me tornasse um homem. Hoje, eu fui o homem que você sempre pediu que eu fosse. Eu, sozinho derrotei os deuses egípicios e protegi Atherna.... - ele se permitiu cair de joelhos e depois prostrado. - Me perdoa, Ikki! Se para isso, o preço foi a sua alma... Vamos, irmão... Você já venceu a morte tantas vezes... Voe como a avê fenix uma última vez!

  – Você derrotou todos os deuses egipícios?— uma voz ecoou pela casa de virgem.

   Shun se colocou de pé e em guarda. Ele suou frio, quando viu uma passagem para o Duat se abrir e duas figuras conhecidas saírem dele. Hator - a deusa da música vinha com o Seth ao seu encalço. O Deus das tempestades parecia que tinha visto um fantasma e encarava a deusa ao seu lado com nítido assombro.

   – Eu tive essa ideia no último segundo, mas não sabia se ela funcionaria... Mas pelo visto, seu Círculo das Seis existências só consegue tocar pessoas que estejam nessa dimensão.

  – Agora, Rá sabe que não voltamos com Geb! Eu deveria matá-la, Hator.

  – Mestre Seth! O senhor está subestimando o Deus Sol. - Seth novamente foi pego de surpresa. - Ele certamente sabe, por isso, não é melhor levarmos um prêmio para diminuir o nosso castigo?

  – Faz sentido.

  – Mesmo que não tenham sido pegos pelo meu círculo das seis existências, eu ainda posso destruí-los! Eu sou Shun de... - de repente a visão do cavaleiro de virgem dividiu-se em duas. - AHHH!

   Shun caiu com as mãos sobre os ouvidos, como se estivesse sentindo mil agulhas em seus tímpanos. Seth olhou para o lado e viu que a deusa de cabelos brancos dedilhava levemente o seu réquem. Sua cosmo energia queimava levemente e ao mesmo tempo que era linda, o Deus das tempestade a via com periculosidade.

 

  – Vá Mestre, Seth! Eu em breve o acompanharei! Só quero torturar esse humano herege! - Hator parecia se deliciar com os gritos excruciantes de Shun. - Ele deve pagar.

  – Estarei lhe aguardando, Hator!

   Shun abriu um dos olhos e urrou de ódio ao ver o Lorde Vermelho seguir para a casa de Libra. E por um impulso suicida, ele começou a desenrolar o seu corpo possuído pela dor e encarou Hator com um olhar sério.

   – Está resistindo a minha Melodia Mortal? Não esperaria menos do ser humano mais poderoso de todos... Ah! Você lutou contra Sorento de Sirene, certo? - Shun arqueou as sobrancelhas. - Eu o matei.

  – O S-sorento?

  – Sim... - ela começou a tocar uma melodia mais agressiva e a ombreira de virgem explodiu. Shun foi lançado contra uma parede. - Eu o decapitei com as minhas cordas, mas eu pretendo ser mais cruel com você, Virgem.

   Shun se colocou de pé, novamente e olhou com perplexidade para a ombreira direita destruída. As armaduras de ouro eram as mais poderosas, como que com um simples ataque ela poderia ruir? Mas antes dele conseguir a resposta, Hator fez mais um acordo e a perna esquerda explodiu também.

   – Será que se eu explodir parte por parte, eu conseguirei alcançar o mestre Seth antes que ele lute sozinho em libra?... Hum?

   Hator se viu em um local diferente. Ela parecia estar numa dimensão que aparentava ser um quarto. Tudo que ela via era o cavaleiro de virgem com os seus braços empunhados com o seu rosário e paredes com imagens de buda espalhadas.

   – O que é isso, Shun? - disse ela desanimada.

  – Esse é o maior dom dos cavaleiros de Virgem! - a sua respiração estava ofegante, mas um novo sorriso começou a se formar no seu rosto. - Uma técnica suprema, onde é impossível atacar o usuário e se defender dele!

  – Aé? - disse a deusa com pouco caso. - Acho que você está precisando de mais uma amostra da minha MELODIA MORTAL!

  – Você está condenada, Hator! TENBO HÕRIN: O TESOURO DO CÉU!

 

  Hátor tentou abrir uma passagem para o Duat novamente, mas se viu desolada, quando esta não se abriu. Uma explosão de energia dourada a atingiu e ela colidiu contra as paredes da dimensão de Shun e em seguida com o rosto ao chão.

  A deusa se levantou e tentou pegar o seu réquem, mas seus dedos não se mexiam. Seus olhos tremelicaram e ela olhou com pavor para o cavaleiro que havia recuperado o controle daquela batalha.

   – Como eu disse: O Tesouro do Céu é o maior dom dos cavaleiros de Virgem. Essa técnica retira os cinco sentidos do inimigo e o transforma num morto vivo. Infelizmente, sem o “tato”, você não vai conseguir tocar mais o seu réquem.

  – Como ousa? - a cosmo energia da deusa tornou-se ainda mais agressiva. - Como ousa me humilhar dessa forma?

  – Acabou.

  – Não... Não acabou, Shun de Virgem! - Shun arregalou os olhos, quando viu um hierógrifo surgindo no rosto da deusa. - Porque “sentidos” é coisa de seres humanos. DEUSES SÃO OUTROS PATAMARES !!! LIBERAÇÃO DO MODO DIVINO!

   Uma grande explosão ocorreu e Shun teve dificuldade em manter a sua dimensão estável. Quando a poeira baixou, seus olhos não acreditavam no que vinham. Hator mostrou sua verdadeira forma.

  A deusa da Música era um réquem branco gigante, onde seu corpo era uma das arestas e ficava virada para o cavaleiro de virgem como a proa de um barco. Hator não tinha braço ou pernas, no máximo, era possível ver a ondulação de seus seios e o um rosto dentro da estrutura da aresta.

   – Um modo divino? - disse Shun perplexo.

  – Você vai se arrepender por me forçar a usar isso, Shun de Virgem! - O réquem começou a tocar a Melodia Mortal sozinho e shun começou a urrar de dor. - Eu vou explodir o seu sistema auditivo!

  – Eu preciso fazer alguma coisa rápido! - pensou ele, elevando o seu cosmo. - Privação do segundo e terceiro sentido.

   Um pequeno estouro se ouviu e a cabeça do cavaleiro de virgem pendeu para trás. Jatos de sangue eram liberados pelos seus ouvidos e manchavam a sua armadura e o chão com seu sangue.

   – Privação de sentidos? Você não ouviu o que eu falei antes? Deuses não possuem sentidos! Nós somos energias puras disformes e... - a deusa estranhou o fato do cavaleiro estar olhando para ela calmamente. - Por quê você não está urrando de dor?

  – Simples, Hator! - sorriu o cavaleiro manchado com seu próprio sangue. - Eu não tentei arrancar seus sentidos... E sim, os meus.

   Mesmo sem um rosto completo, Shun conseguiu ver o desespero em Hator. A deusa chegou a gaguejar, perplexa.

   – Vocês... Cavaleiros de Athena são monstros! Mas não pense que só isso o salvará! - Shun arregalou os olhos, quando a deusa começou a ressoar o seu cosmo. - Canção do Apocalipse!

  — Privação do quarto e quinto sentido!

   Shun viu uma grande massa de poder vindo na sua direção, mas de repente sua vista foi escurescendo até tornar-se um breu. Ele também sentia o cheiro das pétalas de cerejeira que vinham da sala das Árvores Gêmeas e de repente, também parou de sentí-las.

  Mas para a sua surpresa, algo ainda sim, atingiu o seu peito e o fez rodopear por alguns metros, enquanto a armadura de virgem era destruída em pedaços. Shun colidiu contra o teto e em seguida contra o chão.

   – Dor?— ele pensou. - Como posso estar sentindo dor?

  — Eu responderei a sua pergunta! - disse a deusa através de seu cosmo. - A canção do apocalipse não é apenas uma canção que destrói os sentidos e o corpo. Essa canção é equivalente a grande trombeta que os cristão esperam, ou seja, é a canção que tocará no fim dos tempos, Shun de virgem.

  – A canção do final dos tempos?

  — Exatamente. Ela golpeia tudo aquilo que está vivo e destrói a sua alma. Sinta-se previlegiado que não consegui despedaçar a sua alma com único golpe. Você poderia ser um deus.

   O cavaleiro de virgem arregalou seus olhos sem cor e ficou perplexo. Será que o fato de um dia ter abrigado a alma de Hades dentro de si, o salvou de ter a sua alma despedaçada?

   – Mas você não vai resistir a um segundo golpe! Não se preocupe... Eu, um dia irei compor uma canção sobre como um humano obrigou a uma deusa a usar seu modo divino e...

  – Você fala de mais, Hator.

   Hator não se via mais na sala dos budas. Ela conseguia ver nitidamente as galáxias, planetas, asteróides, buracos negros e os milhares de elementos que compunham o espaço sideral. À sua frente, estava o cavaleiro de virgem, mundo o seu rosário e exibindo uma cosmo energia, absurdamente mais poderosa que a anterior.

   – De pé? Como você consegue estar de pé, depois de perder os seus sentidos e ainda ser golpeado diretamente em sua alma?

  – Você me deu a solução de como derrotá-la, Hator. Você está certa! Os sentidos são uma característica humana, então tudo que eu precisava era abandonar eles! — mais uma vez, a deusa ficou perplexa. - Assim que eu virei o grande mestre, eu resolvi seguir o exemplo do cavaleiro de virgem anterior e abandonei o paladar por contra própria, mas essa batalha foi a oportunidade deu me livrar de todos os meus sentidos para alcançar o status divino.

  — Você só pode ter ficado louco, virgem! Mesmo que por um milagre você me derrotasse, você viveria o resto dos seus dias como um vegetal!

  – Se esse for o preço para salvar este mundo, eu cederei a minha vida com prazer.

  – Eu disse “se” você me derrotasse, não diga essas coisas como se fosse algo possível... ADEUS VIRGEM! CANÇÃO DO APOCALIPSE!

  – Se você tocará a música do fim, esperando a destruição do mundo, eu - um dos cavaleiros da esperança, emitirei o som da criação. Provando que os seres humanos tem o poder de mudar seus destinos e operar milagres! - A cosmo energia de Shun explodiu e as galáxias ao seu redor o acompanharam. - ADEUS HATOR! E APROVEITE A MELODIA DA CRIAÇÃO: OHM!

 

  E saltando para levitar na pose de meditação, Shun liberou a palavra da criação. Hator assustou-se ao ver o universo virando pó e cercando Shun, formando uma espécie de flor de lótus que fechava o seu botão para proteger o cavaleiro de seu ataque. A canção do apocalipse colidiu contra a palavra da criação e dispersou-se para o pavor de Hátor.

  Em seguida, Shun urrou como um animal e uma escrita sagrada voou na direção da deusa que chorou de pavor. Ao colidir com seu corpo, o réquem partiu em dois e Hátor gritou de desespero.

   – Como? Como um humano pode invocar a palavra sagrada da criação? Nem eu pude! Mas realmente, Shun de Virgem! É uma bela canção.

   Lentemente, Shun foi retornando à casa de virgem e com a realidade, os efeitos do ataque de Hator em sua alma começavam a se manifestar. O Grande Mestre encarou o teto de sua casa zodiacal e viu o sorriso de Ikki. O irmão mais velho vestia a sua velha armadura de fênix e estendia a sua mão para o seu irmão caçula.

  Shun estendeu a sua mão de volta, mas desabou no chão com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos.

 

  – Ikki... Eu fiz o melhor que eu pude. Me perdoe, não conseguir derrotar todos eles! Cavaleiros de Athena, amigos dourados. Deixarei Athena aos seus cuidados. Amo a todos... Shun!


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Notas finais do capítulo

A luta só se torna mais feroz com o tempo.



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