Rescata mi Corazón escrita por Lari Salvatore


Capítulo 4
Capítulo IV




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Ao nos aproximarmos do restaurante, incorporo meu lado apaixonado. Pego as flores que havia deixado no banco de trás do carro e entrego nas mãos de Violetta.

—Seguinte, estamos completamente apaixonados e nosso casamento está ótimo. — Digo com um sorriso falso, abrindo a porta do carro. Avisto meu pai e Ludmila já dentro do restaurante olhando para fora. —Espere aí e não esqueça as flores.

Saio do carro dando a volta e abro a porta para ela, estendendo minha mão logo em seguida para que ela a pegue.

—Vamos, amor. — Digo tentando soar o mais verdadeiro possível, entrelaçando nossos braços.

Ao entramos aceno para eles com a mão livre e conduzo Violetta para a nossa mesa. Depois de ajudá-la a se ajeitar, cumprimento meu pai com um aperto de mão e Ludmi com um beijo na bochecha. Me sento em meu lugar e olho para meu pai, é claro o quanto ele está orgulhoso e admirado com minha “esposa”. Ele a olha como se ela fosse a salvadora da pátria, o que me deixa com um certo desconforto. Ludmi percebendo, coloca a mão em minha coxa, apertando-a. Dou um sorriso para ela e logo sou despertado de meus devaneios com Violetta chamando minha atenção.

—Amor? Seu pai estava perguntando como nos conhecemos e achei que seria mais interessante se você contasse. — Ela fala dando um sorriso irônico, mas discreto. A fuzilo com o olhar, me virando para meu pai.

—É… Bom, é uma história até que engraçada. — Dou uma risada nervosa, preciso arrumar uma história o mais rápido possível. —Nos conhecemos em uma feira de arquitetura. Eu estava pensando em mudar um pouco minha casa e assim que cheguei a vi com uma dificuldade para carregar uma caixa, claramente precisava de uma força masculina, então a ajudei. — A vi revirar os olhos, o que me faz dar uma rápida risada. —Acabou que os projetos dela não me agradaram e não fechamos negócio, mas começamos a conversar e acabou rolando.

Termino de falar já tomando um gole de água. Vejo um garçom chegando para anotar nossos pedidos, dou uma olhada rápida no cardápio mesmo sabendo que acabarei pedindo o de sempre e é o que faço. Depois de todos terem feitos seus pedidos volto a prestar atenção na conversa.

—Espero que você endireite meu filho e coloque algo de útil na cabeça dele. — Meu pai diz em meio a uma risada provocativa, reviro os olhos com suas palavras, o que arranca uma risada baixa de Violetta

—Eu consigo me virar sozinho, pai. — Resmungo, mas sou ignorado.

—Então Léon, eu estava conversando com sua irmã antes de vocês chegarem e tive uma idéia. — Ele muda de assunto e olho para ele curioso. —Lembra daquele contrato importante com a Fershade que estamos para assinar? — Faço que sim com a cabeça. —Os tramites finais estão para ser finalizados na próxima semana durante um cruzeiro organizado por eles e eu estava pensando em te enviar como representante da nossa empresa…

O olho um pouco surpreso, mas animado com a oportunidade, aquela é minha chance para provar a ele que sou mais do que demonstro ser.

—E sua bela esposa, é claro. — Ele completa olhando para ela. Meu sorriso desaparece no mesmo instante. Não era por mim que ele tomou essa decisão, foi por causa dela.

—Ah, claro. — Falo baixo. —Será uma ótima experiência, prometo que não irei decepcioná-lo. — Respondo colocando um sorriso forçado no rosto. —Acho que precisamos ir. Na próxima vez ficamos mais tempo.

Me levanto da mesa, ignorando o fato de que ainda não comemos, terminei de perder o clima que já não tinha.

—Foi um prazer conhecê-lo, senhor Vargas. — Meu pai logo se levanta para se despedir de Violetta com um abraço, depois ela se vira para Ludmila estendendo a mão. —É um prazer também Ludmila. Espero que possamos nos encontrar novamente o mais rápido possível.

Passo o caminho até casa todo em silêncio, preso em meus pensamentos. Eu não posso continuar com isso, primeiro as mulheres, agora meu pai, ela está tirando tudo de mim. Guardo o carro na garagem e bato a porta com força, entrando dentro de casa e indo direto para a cozinha pegar algo para beber. Escuto seus passos atrás de mim e sem olhar para ela, começo a rir.

—O que mais você quer? — Pergunto de forma irônica. —Você veio e tirou minha liberdade, agora quer pegar a atenção do meu pai. Quer o que mais? O meu dinheiro?

Falo um pouco exaltado, bebendo o whisky direto da garrafa. Me viro para ela com “sangue nos olhos”. Ela permanece parada, apenas me observando, mas algo na sua expressão parece diferente. Violetta parece magoada com as palavras.

—Se tudo que você disse for verdade e eu realmente tiver implorado para me casar com você, foi a pior coisa que já fiz na vida e exclusivamente porque eu estava bebado. Sabe por quê? Porque conscientemente, eu NUNCA me casaria com você. — Praticamente grito, fazendo sua expressão mudar completamente. —E você não deveria ter aceitado se casar com alguém que acabou de conhecer. Eu iria até te pedir desculpas pelo acontecimento com Sophia, mas você não merece… E aliás, você não irá nessa viagem.

Viro novamente a garrafa e me apronto para sair do local, mas ela coloca o braço na minha frente, como uma barreira.

—Eu não iria nessa viagem, para você ficar mais à vontade em resolver seus negócios, mas depois desse showzinho, eu faço questão de ir. — Ela diz no mesmo tom de voz que o meu, mas sua voz é um pouco mais engasgada. —Eu não tenho culpa se você é um garotinho mimado e irresponsável e que para o seu pai confiar em você precisa de supervisão.

Ela dá uma risada, tirando o braço da frente e saindo antes de mim. Porém, ela para na porta e me olha.

—E mais uma coisa, não aceitei me casar com um desconhecido, eu sou apaixonada por você a anos, tenho reparado em você todos os dias. Então não tenho culpa se quando você me pediu em casamento o meu lado adolescente apaixonada apareceu e eu aceitei sem pensar duas vezes. — Ela passa a mão no rosto enxugando rapidamente umas lágrimas que começam a cair. —Não é porque você é superficial para não perceber as pessoas ao seu redor que todos são do mesmo jeito.

Ela passa pela porta, me deixando sozinho com meu whisky. Levo a garrafa até a boca, mas no último minuto desisto de beber. Deixo a garrafa na bancada e vou até a sala, me jogando no sofá.

Não sou exatamente um exemplo de bom moço, mas não sou uma criança. Eu tenho minha própria vida e sei cuidar dela do jeito que é melhor para mim. Não preciso de ninguém para me vigiar.

Fico alguns minutos, cerca de uma hora olhando para o nada. Quando me canso, subo para o andar de cima, com o objetivo de tomar um banho e ir para o quarto de hóspedes. No caminho escuto um barulho baixinho vindo do meu quarto, coloco a cabeça discretamente pela porta e vejo que Violetta está chorando no canto do quarto. Fico parado ali alguns segundos até decidir entrar.

—Me desculpe… — Falo baixinho, ela nem mesmo se move. Chego perto dela e me abaixo ao seu lado. —Me desculpe… pelo que eu disse lá embaixo. Eu estava estressado e falei sem pensar.

Ela dá uma risada fraca, passando a mão no rosto, mas sem olhar para mim.

—As palavras ditas no impulso são as que mais doem. — Me sento ao seu lado, colocando a mão em seu ombro com um pouco de medo que ela tire. —Eu não queria estragar a sua vida, naquela noite quando você fez o pedido, pensei que pela primeira vez eu estava sendo notada e que meu sentimento era recíproco pela primeira vez.

Escuto ela falar, o sentimento que ela coloca em suas palavras me deixa com um pouquinho de remorso.

—Me desculpe, de verdade. — Falo levando um dos dedos para enxugar sua lágrima. Depois coloco a mão em seu queixo, fazendo-a olhar para mim. —Vou preparar um banho para você.

Me levanto e vou encher a banheira. Enquanto a água cai, penso em tudo que ela falou, acabo nem percebendo quando ela chega ao banheiro e me assusto ao me virar e ver ela parada na porta. Dou uma risada e sou acompanhado por ela.

—Prontinho. Quer ajuda? — Me levanto e pergunto apontando para suas roupas, ela dá uma risadinha negando. —Ok então, mas sou muito bom nisso. Estarei no quarto ao lado.

Ela segura em meu braço antes que eu saia, a olho confuso.

—León, eu te amo e espero que um dia você possa sentir o mesmo. — Ela fala, ficando na ponta dos pés logo em seguida e me dando um selinho.

—boa noite, Violetta. — Digo com um sorriso fraco e saio de lá.

Amor não é para mim, então tenho certeza que as chances de eu amá-la são mínimas, mas não sou capaz de dizer isso a ela, não hoje.


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