O Hacker dos desenhos escrita por pedrojonassm


Capítulo 56
O Prisioneiro 88




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— É estranho, comer aqui sem barulho nenhum. Está tudo calmo e vazio, parece até que só tem a gente aqui — Pedro comentou olhando ao redor relaxado pelo silêncio.

— Tecnicamente só tem a gente aqui, já que os outros estão desmaiados lá fora — Robson comentou dando de ombros.

— É, faz sentido — Pedro comentou e colocou mais um pouco de comida em sua boca então falou assim que terminou de mastigar — Então André, confia na gente?

— Eu não diria confiar, mas vocês têm meu respeito — Respondeu apontando para os dois.

— É o suficiente, nós precisamos de você — Pedro falou antes de colocar mais uma garfada de comida em sua boca fazendo com que André o fitasse com dúvida estampada na face.

— Seria má ideia dizer que o motivo principal de termos vindo aqui foi ele? Na verdade, ele foi o único motivo — Troi comentou rindo e mexendo na comida fazendo André desviar o olhar de Pedro para ele.

— Porque vieram atrás de mim? Vocês mal sabem quem eu sou — Ele comentou depois de dar uma risada pequena. Troi e Robson fitaram Pedro que pediu tempo levantando o dedo enquanto mastigava a comida.

— No rap que você mandou, você disse que se entregou quando bateu o tédio depois de tentar ser pego várias vezes — Pedro comentou fitando-o então fez o gesto com o dedo para começar a contar — Matou policial dentro da delegacia, golpeou juiz no meio de um tribunal que não havia nada relacionado com você, derrubou um carro da polícia de propósito com apenas uma mão, roubou um carro do homem mais rico desse mundo, quebrou vários acessórios eletrônicos em uma loja...

— Como você parou um carro com uma mão? — Diana perguntou interrompendo Pedro e fitando André assim que engoliu a comida em sua boca então tomou um gole do suco assim que perguntou.

— Ele tem uma espécie de poder de resistência, não ficou óbvio quando estávamos lutando contra ele? — Robson respondeu fitando a garota e dando de ombros com a resposta.

— Desculpe, ainda não vejo as coisas como vocês. Não estou acostumada, ainda — Respondeu dando de ombros fazendo Robson a fitar.

— Bem, interrompendo a conversa de vocês dois, eu tive meus motivos pessoais para fazer as coisas que eu fiz...

— Ah não amigo, você não teve — Pedro o interrompeu fazendo-o arregalar os olhos — Você matou o policial na delegacia porque ele era corrupto e você não tem medo de se mostrar, golpeou o juiz naquele tribunal porque sabia que ele havia sido pago para ajudar o cara que você sabia que havia cometido o crime. Derrubou o carro de polícia porque sabia da bomba que estava dentro dele que explodiu pouco depois de você fazer o carro ficar de cabeça pra baixo, claro que você retirou quem estava dentro. Roubou o carro daquele homem porque sabia que ele havia roubado aquele carro, por isso o doou para o outro homem, um homem que você sabia que venderia aquele carro e usaria o dinheiro para o bem. Afinal a fome daquela cidade deixou de existir depois da sua visita lá. Não meu amigo você não teve seus motivos, mas os motivos dos outros.

— Impressionante, mas porque ele foi preso? — Troi perguntou.

— Nunca encontraram a bomba dentro do carro, nunca investigaram o policial que morreu ou o juiz que foi para o hospital nem sequer a origem do carro que foi roubado. Eles nunca investigam nada, só procuram as coisas óbvias — André explicou fitando Troi — Por isso eu nunca escondi meu rosto, o mundo precisava saber que havia pelo menos uma pessoa que estava fazendo o certo, uma pessoa que tentava fazer a coisa certa. Agora me responda, como sabe de tudo isso? — Ele perguntou fitando Pedro.

— Você meio que me contou pouco antes de eu te matar, só descobri depois que era verdade — Pedro respondeu e deu de ombros fazendo André e Diana se fitarem.

— Agora vem a parte em que ele explica o porquê de a gente estar aqui e ter vindo atrás de você — Troi falou e André acenou positivamente com a cabeça.

— Existe uma coisa chamada pedra dimensional, com algumas delas você pode abrir um portal para outra dimensão permitindo que magias passem por ele, se alguém fizer isso e abrir um portal para uma dimensão proibida a magia que atravessar de lá para cá pode destruir essa dimensão inteira. Temos um plano para encontrar essa pessoa que está atrás das pedras, vamos fazer um torneio e quem vencer leva uma como prêmio. Isso certamente irar atrair a pessoa que quer juntá-las e abrir o portal. Cada time será composto de quatro pessoas e nós viemos aqui para que você seja um dos quatro do time, André — Explicou o fitando e vendo Diana com uma sobrancelha arqueada.

— Uma das pedras encontradas acabou reiniciando todas as dimensões com exceção daquela onde foi encontrada — Comentou.

— Isso explica como você sabia meu nome e o que iria acontecer comigo caso eu fugisse — Diana comentou colocando a mão no queixo.

— O que eu ganho participando disso com vocês? — André perguntou apontando para Pedro que sorriu com a pergunta e escorou em sua cadeira sem responder — Quantos oponentes terão?

— São 13 ou 14 pessoas que vão ter cada time, se você entrar sobram 12 ou 13, vezes 4 são 44 ou 48 oponentes para você sair do seu “tédio” — Falou fazendo aspas com os dedos.

— Porque se entregou? — Robson perguntou fitando André que o fitou com uma sobrancelha arqueada — Por que se entregou para a polícia? Por que se permitiu ser preso?

— Depois de um tempo sendo herói, as coisas ficam mais difíceis e empolgantes, mas quando você passa dessa faz os “homens maus” desistirem — Ele falou fazendo aspas com os dedos — Eles literalmente param de roubar, de matar, de tudo. Por que eles têm medo de serem pegos por alguém que está fazendo o trabalho do jeito certo e bem feito — Comentou dando de ombros e se levantando para pôr o prato sujo no lugar em que ele deve ser lavado — Como vamos sair daqui? — Perguntou.

— O plano já está feito, só precisamos esperar a hora de trocar de roupa então iremos sair daqui — Pedro respondeu colocando o prato no mesmo lugar em que André colocou — Não se preocupe, Diana, você voltará para ela — Falou e saiu andando para sua cela.

— Não vai mais proteger ela? — Robson perguntou apontando para ela com o polegar e mão fechada.

— Acha que eles vão ousar ir atrás dela? — Retrucou parando para fitá-lo então colocou as duas mãos na nuca e voltou a andar — Estou indo deitar um pouco, estou cansado — Explicou sem se virar para eles. Diana colocou a mão fechada no peito sem apertá-la tanto deixando uma pequena lágrima cair pelo seu olho direito. Depois de tanto tempo dizendo que iria fugir, ela finalmente conseguiria voltar para casa, para sua amada.


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