Sara estava deslumbrada em como era bonito o lugar, além da água cristalina da praia de Tulum, o conteúdo histórico que ali constava. Já era terça feira e amanhã por esse horário deveriam estar partindo para Cancun. Durante uma das visitas as ruínas, Gilbert, agora seu guia turístico lhe mostrava tudo. 

— Tulum é um sitio arqueológico correspondente a uma antiga cidade muralha maia. A principio é considerado que esta cidade foi fundada em 564 levando em conta algumas inscrições encontradas. 

Sara sorria diante do conhecimento de Gilbert sobre esta cidade.

— Você vem muito para cá?

— Poucas vezes confesso, mas sempre foi onde consegui ser mais normal. – Ele fez uma careta que fez Sara rir. – Sabia que o primeiro a identificar a cidade foi Juan Díaz em 1518, em uma expedição de Juan de Grijalva? Porém quem fez o primeiro estudo detalhados foram os exploradores John Lloyd Stophens e Frederick Catherwood, ele até publicaram um livro em 1843.

— E qual o nome do livro? – Sara perguntou desafiadora, como se tentasse descobrir algo que Gilbert não soubesse.

— Posso estar errado, mas se não me engano era Incidents of Travel in Yucatan. – Ele sorriu poderoso, depois de claramente aceitar o desafio.

Sara riu, depois lembrando algumas pesquisas que fizera na internet enquanto estavam no hotel, perguntou:

— Li alguma coisa sobre uma ligação entre a cidade de Cobá e Tulum.

— Sim. – Disse ele brilhante, como um verdadeiro nerd. Para ela, um nerd, envolto em um Deus Grego de olhos azuis e corpo perfeito. Teve de conter seu riso ao pensar nisto. – Os habitantes de Cobá como porto de pesca e talvez como porto comercial, para trocas efetuas com as cidades da região.  Artefatos de sílex, cerâmica do lucatão, de jade e obsidiana da Guatemala e em cobre provenientes do planalto central mexicano mostram a importância destas trocas. 

— Você sabe muito sobre a cidade, não pode ter estado aqui tão poucas vezes.

— Mas não estou te mentindo. – Disse ele com um sorriso sapeca no rosto. – Que tal irmos até a praia tomar um bom banho de mar?

— Parece perfeito para mim. – Sara sorriu.

— Embora... – Então ele se aproximou, deixando sua boca bem perto do ouvido de Sara e murmurou: - Eu preferiria muito mais colocar-te no chão entre essas muralhas e ruinas e fazer amor contigo aqui mesmo. – Então frustrado, continuou. – Pena que não dá.

— Por quê?

— Por que se nos pegam fazendo isto aqui, além da multa, isto se não formos presos, imagina para onde iria minha reputação, que já não anda das melhores. – Sara sabia que não eram das melhores por sua culpa.

— E desde quando liga para sua reputação?

— Eu não ligo. – Sorriu malicioso, porém novamente pensou frustrado. – Mas minha agência sim.

Riram um bocado depois desta afirmação. E decidiram realmente ir para a praia, um pouco de água fria lhes faria muito bem, pensou Sara.

A água estava cristalina, e Sara pode livrar-se do short e blusa na areia, e finalmente ficar somente de biquíni. Ela percebeu os olhos de Gilbert percorrer todo seu corpo, antes de finalmente ele também tirar suas roupas ficando somente de sunga. E dessa vez foi a vez dela fita-lo de cima a baixo.

Gilbert então puxou Sara para perto, lançando a sua cintura com o braço e depositando um leve beijo em sua boca, em seguida murmurou para que ela escutasse:

— Se soubesse como estou quente... – Sorriu malicioso. – Acho que conseguiremos evaporar todo o oceano.

— Do jeito que você está quente querido. – Sara sorriu.

Nunca um banho de mar havia sido tão divertido. Tudo era tão intenso entre Sara e Gilbert, tão intenso que Sara até esquecia-se de algumas coisas que lembrara a noite quando começou a olhar na câmera as fotos que haviam tirado nas ruinas, antes de tomarem banho de mar.

Tudo na praia havia sido ótimo, beijos dados, beijos roubados. Andar de mãos dadas e deixar-se levar pelas poucas ondas... Sara ficou impressionada de conseguir ver os pés tão claramente mesmo com a água pela cintura. Cansados depois de horas na rua, voltaram ao hotel.

E ali estava Sara, olhando as fotos enquanto Gilbert ainda estava no banho tirando o sal do corpo. Ela vira várias fotos, fotos das paisagens, fotos de Gilbert, fotos dela com Gilbert, e então passou para a próxima e aquela era a primeira foto de sua câmera.

A primeira foto dela com Gilbert. Aquela a qual ele vestia uma camiseta que ela roubou dele. Sorriu. Por alguns instantes ela se deu conta que não se via mais como fã dele, e fora o fato de ela conhecer ele melhor que qualquer outra pessoa com quem ele havia se envolvido, eles tinham uma relação normal, como dois amantes, e poderia dizer que até como dois namorados.

Seu coração apertou. Já era quase metade da semana, amanhã iriam para Cancun, depois voltariam para cidade do México. E em menos de três semanas voltaria para o Brasil. E pela primeira vez percebeu que seu coração estava dividido entre ir e ficar. 

Uma lágrima escorreu, mas tratou de limpar antes que Gilbert que estava saindo do banheiro a visse.

— O que foi Sar? – Gilbert percebeu o olhar melancólico de Sara para a câmera.

— Nada. – Sorriu.

— E por que está com essa carinha? – Ele mudou sua expressão tentando imitar a expressão que Sara estava, porém dramatizando um pouco mais claro. 

Isto arrancou um sorriso dela.

— Seu bobo. – Lhe atirou um travesseiro que o acertou em cheio.

Ambos riram, Gilbert vestiu uma blusa e uma bermuda. E Sara o comeu com os olhos, então pegou a câmera e sem que Gilbert visse, tirou-lhe uma foto. Ele percebeu quando ouviu o barulho do diafragma se fechando e o flash. Ele abriu um sorriso e levando na brincadeira começou a posar de modo muito tosco.

Sara então começou a fotografá-lo, com uma foto atrás da outra. Ambos se divertindo muito com a brincadeira.