Contraste escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 3
Capítulo 3




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Minha semana começou com um imprevisto que não era comum: precisamos refazer algumas fotos de uma modelo que havia sido fotografada no mês anterior. O agendamento para cima da hora acabou atrasando outros compromissos na minha agenda também.

Os ensaios femininos eram bem mais demorados que os masculinos, porque normalmente envolviam troca de figurino e ajuste de cenário. Para ajudar, a modelo da semana seria o que Colin classificaria como estrelinha total. Ela estava sempre reclamando, sempre pedindo alguma coisa, sempre dizendo que precisava arrumar melhor o cabelo e achava algum problema em cada uma das fotos que eu mostrava a ela.

A quinta-feira seria meu dia mais tranquilo de toda a semana, o que me deu tempo suficiente para sair do estúdio por volta da hora do almoço e passar na casa da Luna para almoçar com ela. Izzie estava dormindo quando eu cheguei, o que nos deu tempo de conversar com mais tranquilidade até a hora que ela acordou e pulou direto para o meu colo.

Neguei o convite para ficar também para o jantar e fui para casa pouco depois que o Nev chegou do trabalho, tudo o que eu queria era dormir cedo para conseguir acordar mais disposta para a última sessão da semana, que começaria às oito da manhã.

Quando terminei a última sessão da semana, já depois da hora do almoço, a equipe toda estava exausta. Desliguei o equipamento e me estiquei, sendo os músculos cansados do meu corpo.

—Só quero a minha cama. - Colin comentou quando me sentei do lado dele.

—Eu também, e poderia ser sozinha mesmo, não precisava nem ter um cara bem gato nela pra deixar as coisa mais legais.

—Você já foi melhor. - Ele me cutucou com o cotovelo onde sabia que eu sentia cócegas.

—Quer comer alguma coisa comigo quando a gente sair daqui?

—Você vai cozinhar para mim?

—Hoje eu não cozinharia nem pros meus pais, Colin. Não que eles gostem da minha comida de qualquer forma.

—Esses senhores Weasley não sabem apreciar a elegância de um bom arroz grudento, bobinhos. Ai, agressiva. - Reclamou da minha cotovelada. - Vamos, um hambúrguer deixaria meu dia bem mais bonito.

Pegamos o metrô na esquina do estúdio e descemos no centro de Londres, onde as opções de qualquer cardápio eram ilimitadas. Colin sempre conhecia os melhores restaurantes, então não tentei sugerir nenhum lugar em específico, apenas o segui. Se meus pais achavam que minha vida social era agitada demais, eles com certeza já teriam enlouquecido se fossem pais do meu amigo, porque ele não parava nunca.

—Adivinhe com quem passei a noite de sábado? - Ele me perguntou entre uma batatinha e outro.

—Não vou nem tentar adivinhar.

—Com o Will.

—O bonitinho do ensaio brega?

—Ele mesmo.

Esse era um ponto que não tínhamos em comum, eu não saía com modelos que fotografavam comigo.

—Nem sabia que vocês tinham marcado.

—Não marcamos, mas por acaso nos encontramos naquela balada que você não quis ir, sabe? Sinceramente, nunca vi alguém recusar um open bar pra passar a noite sozinha em casa.

—A ideia era realmente passar a noite sozinha em casa, mas aí umas dez horas o Mike me mandou mensagem, ele estava na cidade.

—Hmmm, então não fui o único que não dormiu. - Pisquei para ele, fazendo-o rir. - Falando em pessoas com quem a gente não dorme, como anda o seu irmão, hein?

A pergunta me fez gargalhar, porque Colin tinha uma queda engraçada pelo Ron, mas infelizmente para ele eu era a única da família com flexibilidade o suficiente para brincar dos dois lados do parquinho.

—Ele está bem, namorando com aquela moça de quem ele comentou naquela festa lá em casa, lembra? 

—Lembro, sortuda.

—Não é nessa vida que seremos da mesma família, Colin.

Ele bocejou e apoiou o rosto nas mãos.

—Acho que vou para casa, preciso dormir um pouco antes de me encontrar com a Loren.

—Quem é essa?

—A bartender do Corsica, ela é muito gata.

Corsica é uma das melhores boates da cidade, e nós dois a frequentávamos com certa frequência.

—Por que não recebi uma foto dela ainda? - Perguntei interessada.

—Não vou encaminhar os nudes da moça, eu tenho limites.

Rolei os olhos para o seu teatro, porque ele sabia que não era disso que eu estava falando.

—Aguardo uma foto que seja encaminhável então, você já foi melhor nesse quesito.

Pagamos nosso almoço e voltamos para o metrô, onde cada um de nós foi para um lado. Eu estava cansada também, e pensei que um chai latte seria uma boa ideia antes de ir para casa aproveitar o meu sofá. Desci na estação em frente à Starbucks do meu bairro, subi as escadas do metrô e entrei no café.

Ainda era razoavelmente cedo e o local estava vazio, exceto por uma pessoa no caixa. De costas eu não conseguia ter certeza, mas eu pensava já ter visto aquele cabelo bagunçado em mais de uma ocasião, o que me fazia pensar na probabilidade de tantas coincidências e reforçou minhas suspeitas de que dividimos o mesmo bairro.

—Qual o nome? - Ouvi Theo, o barista que eu já conhecia de todas as minhas visitas, perguntar a ele.

—Potter.

Já com um sorriso divertido eu abandonei meu lugar na fila e parei ao seu lado. Ele se assustou e de um pulo para o lado quando seu olhar encontrou o meu.

—Vou querer o mesmo que o dele, e eu pago pelos dois. - Entreguei uma nota de vinte libras ao rapaz que me olhou meio divertido, meio sem entender. - Oi Theo. - Cumprimentei o funcionário e olhei para cima, encontrando aqueles olhos verdes expressivos me olhando com um misto de incredulidade e frustração. - Oi Potter, estou começando a acreditar em destino.

—E eu em perseguição.

Aguardei meu troco enquanto o rapaz ao meu lado colocava o cartão de crédito de volta na carteira sem falar nada. Éramos os únicos clientes ali, então nossas bebidas já estavam prontas quando peguei o recibo. Apanhei os dois copos e os levei para uma mesa alta, o mais afastado que consegui do balcão.

Apoiei os cotovelos no tampo e observei enquanto ele caminhava em minha direção com o cenho franzido. Eu sabia reconhecer interesse quando o via em outra pessoa, e aquele moço estava definitivamente interessado. Se o que o impedia era timidez, pudor ou qualquer outro motivo eu já não poderia dizer, mas o interesse estava ali.

—O que você está fazendo? - Me perguntou meio irritado.

—Não se preocupe, você paga o próximo.

—Garota, não vai ter próximo. Você está me metendo em problemas aqui.

—Oh, se você é comprometido era só ter dito isso quando pedi seu telefone. - Foi minha vez de olhar para ele com suspeita, porque eu nunca insistiria em sair com alguém que claramente me diz que não está interessado ou que é comprometido.

—Eu não sou comprometido, esse não é o problema, você é o problema. - Ele apontou a mão na minha direção e gesticulou indicando meu corpo.

Olhei para baixo bem confusa, sem realmente entender o rumo daquela conversa e não vendo nada de errado na minha blusa de lã caída no ombro direito, minha mini saia preta e a meia calça bordô.

—Você tem o que, dezessete anos? Dezoito?

Eu só notei que era uma pergunta séria quando ele não falou nada por alguns segundos, provavelmente aguardando uma resposta que não veio porque eu estava meio surpresa com o fato de que talvez eu aparentasse ter dez anos a menos do que minha idade real.

—Não importa quão bonita você seja ou o quanto você insista, eu não vou sair com uma adolescente. Obrigado pela bebida. - Ele encerrou seu discurso com a cara fechada, se virou e saiu.

Eu o observei se afastar ainda sem saber se deveria me sentir lisonjeada ou não com tudo que ouvi, mas de qualquer forma decidi me ater à parte em que ele disse que sou bonita. Apanhei o copo na minha frente e bebi um gole pequeno que me forçou a fazer uma careta.

Café, tão previsível, pensei comigo mesma e joguei o copo no lixo.

—Oi Theo, me vê um chai latte por favor.

—Hey Gin, quem era aquele? - O rapaz sorridente me perguntou enquanto escrevia meu nome em um copo.

—Alguém que claramente precisa adicionar alguns graus naqueles óculos. - Respondi vagamente, mas imediatamente olhei para ele de novo. - Theo, quantos anos você acha que eu tenho?

Ele me olhou com o cenho franzido antes de dizer:

—Não sei, uns vinte? Vinte e um?

—Pelo menos já sou maior de idade no seu mundo.

Eu ri e paguei minha bebida que já estava pronta. No caminho continuei pensando sobre a interação esquisita de minutos atrás e acabei rindo sozinha no meio da rua. Talvez fosse melhor deixar o tal Potter para lá, porque pelo que entendi eu corria o risco de que ele chamasse o conselho tutelar ou ligasse para os meus pais caso eu falasse com ele mais uma vez. Esfregar meu documento de identificação em sua cara não seria nada elegante da minha parte também.

A equipe havia marcado de se encontrar em um bar na noite de sábado, ainda que não houvesse nenhuma data especial para ser comemorada todo mundo ali se dava tão bem que esses encontros aconteciam de vez em quando. Essas noites incluíam normalmente um total de cinco pessoas, todas envolvidas no processo de produção de fotos e cenário.

Se me perguntarem a maior vantagem do meu trabalho, eu com certeza diria que é o tipo de gente com quem eu convivo o dia todo. Para estar ali você deveria ser naturalmente uma pessoa aberta às escolhas alheias, e isso era para mim uma regra básica de convivência. Para os meus colegas de trabalho não fazia a menor diferença se a pessoa sai com homens ou mulheres ou ambos, se passa todas as noites da semana com uma pessoa só ou cada noite com alguém diferente, ou qualquer outra coisa que não diz respeito a mais ninguém.

Conviver com gente assim era fácil e natural, porque não te obriga a usar máscaras ou medir suas palavras o tempo todo.

A noite se esticou para uma balada que ficava no final da rua, de onde saímos apenas quando a música parou e as luzes se acenderam. Colin morava a poucas ruas do local e me perguntou se eu não gostaria de dormir em sua casa, assim não precisaria esperar um táxi. Aceitei de bom grado e me joguei na cama ao seu lado, onde apagamos segundos depois.

Como resultado dessa noite divertida, me atrasei de novo para o almoço de domingo na casa dos meus pais, onde medir as palavras era regra básica para a minha convivência, e não tive tempo nem de trocar a roupa que usei na noite anterior.

—Essa saia não é muito curta não, Ginevra? - Meu pai perguntou quando me sentei no sofá e cruzei as pernas.

—Eu não acho.

Eu sabia que minhas respostas rápidas os irritavam, mas eu aprendi desde muito cedo que se não quisesse conviver para sempre com um apanhado de regras que eles certamente ditariam para minha vida se eu desse espaço, era assim que tinha que ser. Eu não usava uma máscara na frente deles, mas eu sempre tive a impressão de que eles prefeririam que eu o fizesse.

Não tive muitos compromissos na semana seguinte, o que me permitiu ficar três dias em casa. Eu gostava da paz de ficar sozinha, que me permitia colocar minhas séries em dia e me dedicar exclusivamente a mim. Na quinta-feira, no entanto, essa paz foi interrompida por uma ligação do meu irmão. Era a semana em que ele estava trabalhando em outra cidade, então quando vi seu nome no identificador de chamadas já soube que ele queria pedir alguma coisa.

—Hey Gin, tudo bem? Preciso de um favor.

—Eu sabia. - Silenciei a TV e me virei no sofá. - Pois não.

—A Mione esqueceu um negócio lá em casa e precisa pegar hoje sem falta, você pode levar a chave para ela por favor? Deixa com ela e no domingo eu te devolvo quando a gente se encontrar pro almoço.

Sendo bem honesta eu não estava com vontade nem de ir até a cozinha, mas não negaria um pedido do Ron.

—Levo, onde eu a encontro?

—Ela está no trabalho, você pode levar para ela lá ou encontrá-la na minha casa quando ela sair, como ficar melhor para você.

Afastei o celular do ouvido e vi que eram onze e meia da manhã.

—Eu levo para ela agora, melhor que assim volto cedo para casa e não preciso sair mais. Fala pra ela que vou me trocar e a encontro em seu horário de almoço, mando mensagem quando eu sair de casa e ela me passa o endereço.

—Combinado, valeu Gin.

Me vesti sem demora e saí para a minha missão. O endereço que minha cunhada me mandou ficava no centro de Londres e era um restaurante, provavelmente onde ela estaria almoçando. O trânsito provavelmente estaria caótico, então decidi usar o metrô.

A linha que eu peguei estava com algum problema e eu acabei demorando mais do que planejara. Saí da estação apressada e caminhei a passos largos até o local indicado, a duas ruas dali. Não foi difícil localizar os cabelos volumosos dela, que estava sentada de frente para mim e dividindo a mesa com outra pessoa. Entrei tão apressada que nem olhei ao redor, fui direto ao seu encontro.

—Oi Mione, desculpe a demora, peguei uma linha em manutenção. Espero que eu não tenha te atrasado, como vai? - Falei tudo de uma vez e dei dois beijos em sua bochecha com a respiração ainda um pouco ofegante.

—Que isso, ainda temos alguns minutos. Obrigada por vir Gin, eu não teria pedido se não fosse urgente. - Ela apontou para alguém atrás de mim e eu me lembrei que ela não estava sozinha. - Deixa eu te apresentar, esse é o…

—Oh! - Me virei com um sorriso pronto que se desfez para dar lugar à expressão de surpresa. - Oi Potter.

—O Harry… - Ela completou o que ia dizer, o rosto confuso se virando de um para o outro. - Vocês se conhecem?

Ele parecia tão surpreso quanto eu estava, eu quase podia ver sua mente trabalhando para entender como eu estava ali em sua frente de novo. Me recompus e sorri em sua direção, ele corou como em todas as outras vezes.

—Já esbarramos por aí Mione, mas infelizmente não posso dizer que nos conhecemos.

Ela olhou novamente de mim para ele e segurou uma risada.

—Harry, essa é Ginny, irmã do Ron.

—Irmãzinha! - Corrigi com o dedo em riste e a voz irônica.

—Muito prazer, Ginny. - Ele falou sem graça, as bochechas ainda coradas.

—O prazer é meu.

Lancei um olhar cúmplice para minha cunhada e ela segurou outra risada, o rosto tão confuso quanto poderia estar com essa interação esquisita. Mas se Harry era o tal amigo de quem ela comentou no dia em que jantamos na casa do meu irmão, eu sabia que assim que eu virasse as costas me tornaria o assunto da conversa entre eles.

Eu não queria voltar tarde para casa e nem atrasá-los, então recusei o convite para me sentar, peguei a chave do meu irmão dentro da minha bolsa transversal e entreguei para ela.

—Obrigada mesmo Gin, está salvando meu dia.

—Que isso, nem precisa agradecer. Não quero atrasá-los, então já vou indo. Nos vemos no domingo?

—Acredito que sim.

Beijei sua bochecha novamente e me despedi.

—Tchau Potter, como sempre foi um prazer.

Acenei para ele e lancei mais um sorriso divertido em sua direção antes de sair do restaurante e deixá-los sozinhos para que pudessem conversar. Ainda que eu soubesse que falariam de mim, afinal eu nunca me importei muito em ser o assunto mesmo.

Mesmo que Hermione não fosse exatamente minha amiga de muito tempo e eu só a conhecesse há pouco mais de dois meses, passei todo o caminho de volta para casa pensando em todas as perguntas que eu gostaria de fazer a ela no domingo, quando nos encontrássemos para o almoço na casa dos meus pais.

Eu não esperava que ela me desse detalhes minuciosos da vida do amigo, e nem estava interessada em perguntá-los, mas pelo menos uma ou outra curiosidade ela mataria. Afinal, como eu poderia não estar curiosa sobre alguém que lê jornal no parque, da o sobrenome numa cafeteria e acha que eu tenho dezessete anos?

Na sexta a noite, no entanto, enquanto eu me dividia entre episódios de Lucifer e um pote de sorvete, meu celular tocou e a notificação que eu vi na tela ainda bloqueada me fez sorrir e levantar a sobrancelha com presunção. Talvez eu pudesse fazer minhas perguntas direto para ele, no fim das contas, porque @hj.potter havia acabado de me enviar uma mensagem pelo Instagram.

“Olá senhorita Weasley, acredito que eu lhe deva um pedido de desculpas.”

A formalidade que ele sempre usava era engraçada antes de tudo, mas eu estaria sendo injusta se negasse que também via certo charme.

“Também acredito.”

Na verdade eu não acreditava tanto assim, porque nossos encontros até então haviam sido sempre divertidos do meu ponto de vista, mas se ele fazia questão de se desculpar eu não iria negar. Além do mais, eu queria saber como era a postura do tão elegante Harry Potter com alguém que agora ele sabe estar dentro de uma faixa etária apropriada para todas as coisas que eu certamente não me importaria que ele fizesse comigo.

“Eu sinto muito por como te respondi em nosso último encontro, e espero que você entenda meus motivos.”

“Sim, eu entendo. Seus motivos são na verdade muito decentes.”

“E eu gostaria também de me retratar e te convidar para um café, caso você esteja interessada, afinal eu te devo um.”

O meu olhar de presunção ficou ainda maior, eu estava certa a respeito do seu interesse afinal de contas. E provavelmente estava certa também sobre ter virado a pauta do assunto no dia anterior. Talvez eu pergunte a ele mesmo as coisas que estava planejando perguntar a Hermione, mas ela certamente vai ter que me falar o que ele quis saber de mim.

Eu estava certamente interessada, e minha resposta foi apenas meu número de telefone e um emoji piscando, o que eu julguei ser claro o bastante até para que Harry entendesse. Nisso ele não me decepcionou, pois em dois minutos eu tinha uma mensagem e pouco depois um encontro marcado para o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Finalmente o tão esperado encontro vai acontecer!
Só eu fiquei imaginando a Gin com a cara daquele meme da Nazaré quando o Harry pergunta a idade dela? E o Harry com essa mesma cara quando a Gin aparece ali no lado dele e da Mione?
Ai ai, nada como um acaso desses...
Não deixem de me dizer o que acharam do capítulo, nos vemos em duas semanas.
Beijos e até lá!