A Nossa Última Noite - La Madrastra escrita por Mrs Belly


Capítulo 2
Capitulo 2




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Estevão: Me perdoa Maria, eu sou um idiota! - me encosto nela e minhas mãos rodeiam seu corpo. Maria suspira e se solta de meus braços com raiva ficando de frente para mim. Em seus olhos posso ver toda a dor, posso ver que o amor que sentimos um pelo outro durante anos, tinha terminado.

Maria: Não me toque! Não chegue perto de mim! - Ela me olha esvaindo-se em lágrimas e eu me abaixo para me cobrir com a toalha - Eu só vim até aqui, nesse antro de putas, porque não admito que me acuse por algo que você fez. Eu te amei tanto, estava sempre pronta para te receber aqui no meu coração. Mas tudo acabou e eu preciso que você aceite isso para que tenhamos paz!

Estevão: Eu te amo Maria! Me perdoa! - me aproximo dela mas Maria se afasta e caminha até a porta, estava linda e provavelmente com a lingerie combinando. Entreguei tudo, era o fim.

Maria: Você me ama Estevão? Como? Como pode me amar assim? - ela aponta para mim - Como pode me amar e estar o tempo todo com Ana Rosa, uma piranha que só quer se aproveitar e ter o seu dinheiro?

Vou até ela, seguro outra vez pelos braços e minha vontade era de beijar aquela boca até tirar da mente dela qualquer e todo resquício de sofrimento pela minha traição e covardia, pela minha estupidez e incapacidade de largar Ana Rosa por medo de ficar só, de ficar sem sexo e sem ela, atrapalhando a sua vida e impedindo que siga em frente para ser feliz.

Quem penso que sou? Dono de Maria? Não sei, mas ela sim sempre foi e apesar de tudo continua sendo a minha dona.

Estevão: Eu te amo Maria! - Sinto meu rosto arder, Maria me acerta em cheio. A que ponto chegamos depois de nos jurar amor eterno naquele altar? Eu a amo e sempre vou amar.

Maria: Vá atrás dela, vá atrás da sua vadia! Se me amasse Estevão, não teria me traído na primeira crise que tivemos no nosso casamento! Você foi o meu primeiro homem, meu primeiro amor. Eu me entreguei inteira a você e te dei dois lindos filhos frutos de uma noite de amor que foi especial apenas para mim...

Estevão: Maria, espera! - Maria se solta e volta a abrir a porta do meu apartamento para me deixar, uma dor me invade. É a minha consciência pesada avisando que perdia para sempre o amor da minha vida. Ela se foi.

Nem esperou e nem se despediu. Levou com ela uma parte de mim. Sofri muito essa noite, chorei e Maria provavelmente também. Inconformados.


Dez anos depois...

Maria:

Hoje é o aniversário de vinte e oito anos dos dois maiores amores da minha vida, meus filhos Heitor e Estrella a quem me dediquei inteiramente com amor desde que nasceram. Acordei as sete e meia me dando conta de que o tempo passa sem avisar, eu os vi crescer e criar asas, os dois lindos e cheios de sonhos me enchendo de orgulho sempre, tão carinhosos comigo, tão cheios de amor. Parte de mim.

Ela está na sala com o namorado que custei muito a aceitar, confesso! Mas é um bom rapaz. Suas mechas loiras me remetem ao sol e ao brilho natural que ela tem, a minha doce Estrella, tudo para mim.

Desço as escadas e sou recebida com um abraço carinhoso pois ela está de saída, já tem a sua própria vida e seu próprio lar. Minha menina!

Estrella: Mamãe que saudades! - me aperta no abraço, sinto uma paz mas começo a chorar. A muito tempo vivo sozinha naquela casa.

Heitor casou e também me deixou para construir sua vida, logo, ele estaria aqui.

Maria: Estrelinha minha vida! Cadê seu irmão que ainda não chegou? - quis saber, com o coração na mão. Cumprimentei o namorado dela, Carlinhos.

Estrella: Ele já vem! O tempo passa rápido né mamãe!! Já temos vinte e oito anos! Eu sinto falta de quando éramos pequenos e você e o papai brincavam de pique esconde com a gente no escuro. - Estrella suspira e parece sofrer.

Maria: Você lembra minha filha? - Os convido para sentar e chamo Lupita para nos servir um refresco, em pouco tempo seria a hora do jantar.

Enquanto conversamos ele desce as escadas e vai até a sala de estar. Seu jeito simples e galanteador mexe comigo e ele caminha indo até onde estou. Me dá um beijo que retribuo com gosto, a noite que tivemos um dia antes foi perfeita e agora me sinto renovada. Minha filha não entende nada, ela até sabia que eu tinha arrumado um namorado mas de longe imaginava o quão bonito ele seria.

Maria: Filha, quero que conheça Leonel, o meu amor!

Forte, alto, bem vestido. A pessoa que me fez sorrir enquanto tudo desmoronava, o homem que me tirou das cinzas, me devolveu a alegria e tudo mais o que me foi tirado. Hoje depois de dez anos, ele é dono da parte que um dia foi de Estevão na minha empresa e também na minha vida.

Estevão:

Comi o pão que o diabo amassou durante esses anos, fali, perdi Maria e também Ana Rosa que realmente só queria me usar para ter o meu dinheiro. Quem diria que a vida me daria uma rasteira assim tão grande? Mal pude ver meus filhos crescerem e perdi tudo o que tinha além do cargo na presidência das empresas San Román e adivinha só quem tomou o meu lugar?

O babaca do novo homem que a Maria colocou dentro de casa para educar meus filhos, para me tirar deles e também da vida dela. Nunca mais nos vimos desde então, apenas nos falamos poucas vezes por telefone quando as crianças iam para o meu apartamento passar o fim de semana comigo.

Hoje eles fazem aniversário, exatos vinte e oito anos que transformaram a minha vida para sempre, me fizeram crescer como homem e como pai. São tudo para mim.

Meu telefone toca, atendo e é Heitor me convidando para a festa de aniversário que vai acontecer na casa dele em Cancún. Não sei se devo ir pois com certeza Maria vai estar lá acompanhada daquele almofadinha babaca. Aposto que esse sujeito não a ama e está com ela por interesse, Maria tampouco o deve amar, duvido muito que ela tenha se esquecido de mim e do quanto nos amamos e fomos felizes casados. Não vou suportar vê-los juntos se abraçando e se beijando. Maria é minha e de mais ninguém!

Maria:

É claro que não vou me importar se você chamar o seu pai para o seu aniversário. Disse eu mentindo descaradamente para Estrella. A quem quero enganar? Estevão fez parte da minha vida, como posso ignorar esse homem? O que vou fazer? Posso apresentar Leonel ao homem que amei fingindo não sentir nada com o retorno dele de repente?

Estrella: É meu pai, mamãe e tanto eu como Heitor o amamos. - minha filha me abraça, estamos no meu quarto e ela já está linda em um vestido azul marinho, parecia uma verdadeira rainha.

Maria: Eu sei meu amor, Estevão é o pai de vocês e nada nem ninguém pode mudar isso. Ele tinha suas manias e no fim nosso casamento não deu certo, mas seguimos em frente cada um com a sua vida, com a sua escolha... e eu tenho o Leonel para me fazer feliz agora. - sorri fraco e fiz carinho nos cabelos dela.

Estrella: Não vai ficar triste quando o vir? Você sofreu tanto mãe, não quero que se entristeça mais ainda. Heitor vai entender se eu ligar agora e pedir para ele não vir.

Maria: Não filha! - Dei um pulo da cama e meu coração palpitou - Está tudo bem, seu pai está com Ana Rosa ainda, está feliz! - imaginei, sentindo ódio por dentro.

Tomara que aquela piranha tenha morrido! Pensei.

Estrella: O papai se separou dela também, acho que não deu muito certo. Aquela mulher não era pra ele, uma nojenta... podemos mudar de assunto? - pediu e eu assenti com a cabeça. Estevão estava sozinho, deve ter sofrido...

Enfim, colheu o que plantou. Bem feito!

A noite chegou e a festa começou animada na casa do meu filho. Fui bem recebida por Vivian, a garota sem graça com quem ele se casou mas que era boa gente, gostei dela. Vesti a minha melhor roupa, um vestido vermelho lindo com uma fenda na perna esquerda e uma lingerie da mesma cor, soltei o cabelo e marquei bem a maquiagem, queria estar linda diante de todos ali e inclusive de Estevão que agora chegava arrumado em um termo preto com gravata borboleta.

Ele cumprimentou nossos dois filhos. Leonel, meu namorado estava comigo sentado em uma mesa bebendo tequila. Aquele já era o meu terceiro copo de bebida enquanto observava atentamente a imagem do homem que me fez mulher há muito tempo atrás. Foi meu primeiro e ainda é, Leonel me quis inteira para ele já no primeiro mês de relacionamento e eu não aceitei porque não me sentia preparada, para ele, para ninguém. Estamos juntos há um ano e desde então Leonel me espera. Não insiste mais, não me procura como mulher, apenas diz que sou eu quem vai decidir a hora certa.

Estevão:

Sinto cheiro de chifre queimado. Entro na festa e abraço meus filhos, meus tesouros. Minha filha é linda como a mãe dela sempre foi. Heitor se parece mais a mim, em tudo. Passo meus olhos pelo jardim iluminado pelas luzes decorativas ao redor da piscina, uma música agitada toca e ali está Maria ao lado daquele babaca, descobri de onde vinha o cheiro de chifre queimado.

Hoje ela só sai daqui depois de fazer amor comigo! Quero matar as saudades de nós dois e dos nossos momentos mesmo que eu não seja mais correspondido com amor, ainda a amo, sempre amei.

O cara que está com Maria em uma mesa sai de perto e decido que essa é a minha hora, ela me olha de longe e vira de uma vez a bebida que está em seu copo, é tequila tenho certeza, a nossa bebida favorita para encher a cara e depois rolar na cama um nos braços do outro com loucura.

Me aproximo e Maria se levanta saindo depressa dali, vou atrás dela e paramos em um canto afastado das pessoas, de tudo. Eu a seguro pelo braço e quando trocamos olhares ela começa a chorar, seco suas lágrimas, ela é linda demais.

Maria: Me solta, Estevão! - ela sussurra e eu sinto a mesma emoção, o coração acelera e parece que o tempo não passou para nós dois.

Estevão: Maria, por que está fugindo de mim?  Calma eu não quero te machucar. - digo firme e vejo a expressão dela mudar, pareceu mais calma que antes.

Maria: Me desculpa... é... quanto tempo a gente não se vê! - ela força um sorriso e alguém se aproxima atrás de mim.

Leonel: Maria meu amor, esse homem está te incomodando?


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Notas finais do capítulo

Continua...



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