Asas Douradas - Fremione Reescrita escrita por Lumos4869


Capítulo 4
Capítulo 04 - Olhos dourados.




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Capítulo 04 – Olhos Dourados

Fred observou a castanha entrar lentamente na água até que seus joelhos estivessem cobertos e mordeu seu lábio quando viu Hermione arfar e se ajoelhar curvando suas costas. Sua primeira reação foi de tentar se aproximar da castanha, mas parou ao receber um olhar significativo de seu gêmeo. Fred fechou seus punhos com força enquanto ouvia os gritos de dores da castanha que se contorcia sob a água. Aquilo era uma tortura para todos eles.

Hermione sentia seu sangue ferver e queimar sua pele. Seu coração batia em um ritmo louco e sua pele parecia rasgar lentamente. Xingou alto ao sentir a dor aumentar e usou toda sua concentração para se manter acordada. Pensou em sua família e seus amigos, buscava dentro de si cada memória e momentos vividos para que dessem força a castanha. Não sabia quanto tempo havia passado, mas Hermione Granger soltou um suspiro de alívio ao sentir a dor ir embora e ver através de seu reflexo, que suas asas estavam ali.

Fred estava agachado com suas mãos na cabeça e seus olhos fixos no chão. Já George, por mais torturante que seja, não tirava os olhos da castanha.

— Fred, acho que acabou. – a voz de George era baixa e o outro gêmeo levantou a cabeça lentamente até se deparar com uma Hermione trêmula, de olhos fechados e claro, um par de asas douradas na suas costas. Um pouco mais calmo ao vê-la de pé, os gêmeos se aproximaram um pouco mais da castanha que permanecia quieta e de olhos fechados.

Fred observou cada detalhe possível da morena: suas roupas rasgadas e manchadas de sangue, seus cabelos volumosos bagunçados, seu corpo trêmulo e também, o par de asas que estava ali. O tom metálico das penas dava um ar de perigo a elas, como se pudessem cortar apenas com um toque. “Um anjo.” Pensou e admirou a beleza genuína da castanha, mesmo naquele estado. Uma voz doce o tirou do transe.

— Quanto tempo durou? – a voz da castanha saíra mais doce e baixa que o normal.

— Alguns minutos, acho– um dos gêmeos respondeu.

— Ainda está com dor? Precisa de algo? – o outro perguntou.

— Ainda dói, mas posso aguentar. – a castanha sorriu de leve, sorriso que os gêmeos não podiam ver já que ela estava de costas. – Tudo que eu preciso é de um bom banho e cama, mas não posso sair daqui desse jeito.

— De fato, não podemos deixar que você saia por aí com suas asas...

— ... e se torne mais popular que os gêmeos Weasley. – o outro completou e Hermione se permitiu rir um pouco.

Com seus olhos ainda fechados, Hermione sentiu seus joelhos se enfraquecerem novamente. Estava se sentindo fraca e zonza. Tentou-se a poiar em algo, mas isso apenas resultou em sua falta de equilíbrio e o seu encontro com a água.

— Hermione! – eles gritaram em conjunto e a castanha sentiu um arrepio ao sentir um par de mãos fortes a segurarem.

— Não!- Hermione se livrou do par de mãos e virou na direção dos ruivos. – Vocês prometeram ficar longe!

— Não podemos te deixar assim nesse estado! – um dos ruivos falou e Hermione o reconheceu como sendo George. (Mesmo ela não sabia como conseguiu diferenciar um do outro somente pela voz)

— Nos deixe fazer algo para te ajudar. – Fred ofereceu e a castanha percebeu pela voz que foi ele quem a segurou antes.

— Não. Não. Não! – Hermione se afastou e abriu seus olhos pela primeira vez e encarou os gêmeos que se assustaram. – Fiquem longe de mim! – ela botou força nessa última frase e os gêmeos voaram para longe. Literalmente, voaram.

*****

Fred levantou-se lentamente da queda (ou seria voo?) sentindo dor em cada articulação de seu corpo. Olhou na direção de George e o viu sentado tentando se levantar.

— Puta merda, que dor. – o gêmeo exclamou quando finalmente ficou em pé. – Que força, por Merlin.

— Realmente. – Fred soltou e a memória dos olhos dourados de Hermione vieram a sua mente. – Hermione! – ele exclamou ao ver a castanha inconsciente na água. Mesmo quebrando a promessa feita antes, ele se aproximou dela e a pegou com gentilmente no colo, tomando cuidado para não machucar suas asas que ainda estavam para fora. – Acha que suas asas ficarão assim até o fim da noite?

— Talvez seja igual aos lobisomens que precisam permanecer transformados até o amanhecer. – George respondeu. Ele tirou gentilmente alguns fios do rosto da castanha. – Ela parece cansada.

— Imagino que esteja, só pelos gritos já posso imaginar o tamanho de sua dor. – Fred sentiu calafrios. – Ela é linda mesmo nesse estado, não é? Nunca pensei que fosse dizer isso de nossa sabe-tudo.

— Talvez seja porque nunca reparou nela antes. – George deu um sorrisinho e lançou um olhar significativo a seu gêmeo que não percebeu.

— Ela estava com a capa de invisibilidade e o mapa não? – Fred perguntou se lembrando de ter visto ela guardar esses itens.

— Acho que sim. – George respondeu e revistou a capa que Hermione havia deixado no canto da sala. – Estão aqui.

— Vamos leva-la até Dumbledore, quem sabe Snape já não tenha uma poção que possa ajudar Mione. – o ruivo respondeu. George concordou e colocou a capa com cuidado sob a castanha. Com o mapa nas mãos, os gêmeos saíram com cuidado da sala precisa em direção a sala do diretor, tomando bastante cuidado para que não fossem vistos. Até porque seria difícil explicar o porquê de Fred estar sem seus braços, que estavam segurando Hermione por debaixo da capa.

*****

— “O nome dele é Nicholas, ele é meu irmão.” – Leo explicou depois de ouvir Hermione contar sobre o sonho que teve.

— Seu irmão? É ele quem me deu a marca, não é?

—“ Sim, ele é o anjo de sua marca.” – Leo respondeu enquanto brincava com as pétalas de uma das flores. Estavam no mesmo campo amarelo. –“Na verdade, Mione, Nicholas é meu irmão de coração. Ele era o melhor amigo de meu irmão, Ben.”

— Você sabe o porquê de ele estar aprisionado? – Hermione perguntou, guardando para si o “era o melhor amigo” e “Ben” para que pudesse perguntar mais tarde.

— “Não sei muito bem, mas acho que ele foi enganado.” – Leo explicou de forma triste. – “Eu quero poder salva-lo ou fazer algo por ele, mas não consigo fazer nada sozinho.”

— Você não pode conseguir ajuda? – a castanha perguntou gentilmente e colocou uma mão em seu ombro.

— “Não.” – Leo parecia querer chorar. – “Há regras na sociedade dos anjos e uma delas é de que não devemos nos intrometer no mundo humano, mesmo quando um de nós estamos em risco. Já existiram muitos humanos que tentaram nos controlar e por isso, o Conselho decidiu que o contato com os humanos era proibido e quanto menos nos envolvermos com esse mundo, seria melhor.”

— Isto é algo cruel, mesmo sendo uma medida de proteção. Não haviam outras formas de se lidar com isso? Eles não podem simplesmente abandonar um de seus assim. – sua voz transmitia sua frustração. – E os anjos caídos? Já que vocês não podem ter ligações com o mundo humano.

— “Os anjos caídos são considerados um taboo em nossa sociedade.” – Leo sorriu triste. – “O que eu posso fazer de melhor para Nicholas é conversando com você, Mione.”

— Comigo? – ela perguntou surpresa.

— “Eu acredito em você e sei que você pode salva-lo.” – seus olhos dourados brilharam. – “Não posso ficar muito tempo aqui porque não foi eu quem te deu a marca. Eu uso parte de minha força para poder entrar em contato com você.” – ele explicou ao ver que Hermione ia perguntar como ele conseguia falar com ela. – “Levo alguns dias para poder me recuperar, por isso, me desculpe por não poder te ajudar muito e ainda colocar tanto peso em você.”

— Leo, olhe para mim por favor. – Hermione pediu gentilmente e segurou suas mãos. – Você já está me ajudando bastante e admiro muito tudo que está fazendo por Nicholas. – ela sorriu. – Passei meus últimos três anos enfrentando tudo quanto é tipo de coisa, pode confiar em mim. Darei o meu melhor para poder salvar Nicholas. – ela o puxou para um abraço, tomando cuidado para não amassar as asas de Leo.

— “Obrigado Mione.” – ele sussurrou e a castanha sentiu algumas lágrimas daquele pequeno anjo escorrer por seu rosto e molhar seu ombro. – “Eu não tenho tantos conhecimentos sobre os anjos caídos, mas Nicholas tem. Ele vai poder te ajudar.” – Leo explicou ainda abraçado. Fazia muito tempo desde que recebera um. – “Quando o ver novamente, por favor, diga que sinto muito sua falta e peça para que ele não desista.”

— Eu direi a ele. – ela acariciou os cabelos de Leo. – Farei de tudo para que você possa dizer tudo que quer pessoalmente para ele, ta?

— “Você é um anjo, Mione.” – Leo se afastou de Hermione com um sorriso no rosto. – “Eu preciso ir, não tenho muito tempo agora.” – ele explicou. – “Ah, logo irá encontrar alguém que talvez possa te ajudar também.”

— Alguém? – ela perguntou, mas logo sentiu seu corpo ser levado para longe das flores amarelas e do pequeno anjo.

*****

Hermione Jean Granger despertou ao sentir o macio de sua cama. Abriu os olhos lentamente e viu que estava em seu quarto. Seu corpo ainda doía, mas não se sentia tão ruim como antes.

— Bom dia, flor do dia. – uma voz a assustou.

— George, que susto. – ela colocou a mão em seu coração acelerado. – Você quer me matar do coração? O que faz aqui no meu quarto?

— Quanta consideração, Mia. – fingiu estar magoado. – Depois da nossa noite incrível você me dispensa assim? Me sinto usado. – ele limpou umas lágrimas falsas. – Ainda por cima me confunde com meu irmão. Eu sou Fred, amor.

— Me desculpe, Fred. – Hermione se aproximou do ruivo e colocou a mão na lateral do rosto dele. – Eu nunca que esqueceria nossa noite juntos. Que tal um flashback agora de manhã como forma de desculpa, hun? – ela piscou e abriu um sorriso.

— Er... Mione? – o ruivo a sua frente falou incerto e a mais nova gargalhou.

— Consegui deixar um dos gêmeos sem fala, já posso morrer em paz. – ela sorriu marota e se afastou. – Eu sei que você é o George, querido. – ela falou enquanto se jogava na cama novamente.

— Não conhecia esse lado maroto, Hermione. – George sorriu – E como pode ter certeza de que sou George?

— Também não sei, mas todos os meus sentidos estão gritando que é você.

— Isso não soou muito inocente. - o ruivo deu um sorriso malicioso e desviou de um travesseiro que voou em sua direção. – Ontem depois que você desmaiou, usamos a capa e o mapa para que pudéssemos te levar até a sala do diretor e lá deram a sua poção e a senha do seu mais novo dormitório, que por sinal é muito confortável. Dumbledore achou melhor que se recuperasse em seu quarto para que evitasse perguntas desnecessárias caso alguém tem visse na ala hospitalar. Ficamos aqui até perto do amanhecer, quando suas asas sumiram.  – o ruivo explicou e analisou o quarto.

— Isso significa que minhas transformações duram a noite toda. – Hermione falou para si mesma.

— Isso. – George concordou. - Fred tinha um encontro com Angelina de manhã e por isso não está aqui.

— Eu não sei se eu bato ou agradeço vocês. – Hermione se estranhou ao sentir uma pontada com a ausência de Fred. – Prometeram para mim que não iam se aproximar.

— Eu sei, Mia, mas você nos conhece muito bem para saber que iríamos te socorrer mesmo assim. – George falou.

— Obrigada, de coração. – a castanha sorriu. – Agora fora do meu quarto porque eu preciso me trocar.

— Eu estou bem aqui, obrigado. – o ruivo falou antes de desviar novamente de um travesseiro. – Okay okay, já estou indo. – levantou suas mãos em forma de rendição e saiu do quarto rindo.

*****

Hermione não sonhou com mais ninguém durante aquela semana, mesmo desejando sonhar com Nicholas para que pudesse descobrir uma forma de ajuda-lo. Contou sua conversa com Leo para os gêmeos que prontamente se ofereceram para ajudar no que fosse preciso. Enquanto estudava loucamente, ajudava Harry com seu ovo do torneio, passava o tempo com seus amigos e os gêmeos, Hermione também gastava seus horários livres na biblioteca, tentando entender mais sobre suas transformações e claro, entender o porquê de Voldemort querer a adaga.

— Granger? – uma voz a chamou e a castanha levantou sua cabeça dos livros. Estava na biblioteca sozinha. – a prof. McGonagall me pediu para te entregar esta carta. – um garoto da Corvinal lhe entregou uma carta.

— Obrigada. – ela sorriu e ele se afastou. Ela abriu a carta e leu o conteúdo.

“Srta. Granger,

Assim que possível, venha à minha sala. Tenho assuntos importantes para tratar com a senhorita.

Minerva McGonagall."

A grifinória arrumou suas coisas rapidamente e saiu em direção à sala de sua professora. Assim que ficou de frente com a porta, ela bateu de leve, entrando na sala assim que teve permissão.

— Professora? Aconteceu algo? – a castanha perguntou assim que se sentou na cadeira onde a mais velha indicou.

— Não, não. Preciso da ajuda da senhorita para realizar a segunda tarefa do Torneio. – McGonagall lhe explicou.

— Estou disposta a ajudar no que for preciso. – a castanha afirmou e a professora passou a explicar o que aconteceria nos próximos dias.


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