Asas Douradas - Fremione Reescrita escrita por Lumos4869


Capítulo 3
Capítulo 03 - O anjo aprisionado.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799201/chapter/3

Capítulo 3 – O anjo aprisionado

Hermione se encontrava em um lugar desconhecido. Parecia ser o porão de alguma casa, o lugar era pequeno, úmido e muito sujo. Um barulho a assustou e ela se escondeu atrás de um armário velho e observou uma figura entrar. A castanha prendeu sua respiração quando reconheceu quem era: Peter Pettigrew com um embrulho medonho em seus braços.

— Você pensou melhor na minha proposta? – Uma voz fraca e assustadora saiu do embrulho. “Voldemort” Hermione pensou com terror. Ela lançou um olhar na direção onde Pettigrew olhava e seu coração pulou uma batida quando encontrou um par de olhos olhando em sua direção. Podia sentir a intensidade nos tons dourados de seus olhos. Hermione, sem perceber, deu um passo para trás e acabou batendo seu braço no armário.

— Q-quem está aí? – Pettigrew gritou e se virou com a varinha na mão.

— Não há ninguém aqui, seu rato imundo.  – “Voldemort” falou arrastado. – Concentre-se.

— S-sim Milord. – ele falou trêmulo e apontou sua varinha para a figura dos olhos dourados e iluminou o lugar. Hermione arfou ao ver um anjo acorrentado. Suas asas brancas pareciam estar quebradas, seu rosto estava ferido e poças com um líquido dourado o cercavam. “Sangue de anjo” Hermione concluiu. O jovem anjo parecia ter a idade de Fred e George. Seria esse o “seu” anjo?

— Podem me torturar, me manter aqui por centenas de anos, porém não irei dizer onde está a adaga celestial. – ele mantinha seus olhos fixos em Hermione como se pudesse vê-la. Sua voz era a mais bela voz que ela havia escutado e seu tom acalmava seu coração.

— Anjo tolo. – o embrulho falou e Pettigrew lançou um “Crucio” no anjo. – Continuaremos nesse ciclo até você me dizer como posso obter o poder dos anjos. Logo eu irei ter meu corpo de volta e irei conseguir a resposta que quero.

— Uma figura tão impura como você jamais será digna de receber o poder dos anjos. – o anjo desviou o olhar de Hermione e cerrou os olhos na direção de Pettigrew. Ela fechou os olhos e deixou algumas lágrimas caírem ao ouvir o anjo ser torturado novamente e então, ela foi levada dali.

*****

— Hermione! – ela acordou assustada e percebeu que chorava. Ela limpou algumas lágrimas e encontrou Harry a olhando preocupado. Ela se jogou nos braços dele e tentava diminuir o ritmo de sua respiração. Aquele sonho a assustara e sabia que foi real. Ela suspirou. “Pensarei nisso depois, primeiro tenho que conversar com Harry.”

 – O que aconteceu com você? Fred e George me contaram que encontraram você caída no pé da escada.

— E-Eu não me lembro muito bem. – odiava mentir para seu melhor amigo, mas agradeceu mentalmente os gêmeos pela mentira. – Mas não se preocupe, okay? Eu devo ter tropeçado, estava meio difícil de ver o que estava na minha frente devido as lágrimas, sabe. – deu um sorriso triste.

— Hum. – Harry não parecia totalmente conformado com a resposta dela. – Ronald foi um idiota com você ontem e ele está arrependido, sabe. – suspirou – Claro que o fato de Krum ficar na nossa cola em busca de informações suas não o ajudou muito, mas ele reconhece que agiu igual a uma criança.

— Tudo bem, Harry. Eu já o perdoei. – Hermione sorriu – É culpa minha também por ter criado expectativas demais sobre alguém que nem me enxergava como menina.

— Vem cá. – o moreno a abraçou de forma desengonçada e acariciou seus cabelos. – Não desista, Mi. Ele é lento, mas gosta de você.

— Obrigada, Harry. – ela apertou o moreno.

— Atrapalho? – Gina perguntou e observou o casal separar. Sabia o quanto Hermione e Harry se amavam, eram irmãos de coração. – Vim saber como você está, Mi.

— Eu estou me sentindo um pouco dolorida, mas estou bem. – respondeu sorrindo. – Vá Harry, precisamos ter uma conversa de garotas, sabe. – ela falou em um tom engraçado.

— Ô dureza. Facilmente trocado por fofocas. – Harry fez drama e as meninas riram. – Vejo você mais tarde. – ele falou e beijou o topo da cabeça da castanha. Acenou para a ruiva e se dirigiu a saída, deixando elas fofocando sobre o baile para trás. Hermione precisava se distrair antes que pudesse refletir o que de fato havia sonhado.

*****

Hermione foi liberada no final da tarde. Durante o tempo que ficou de repouso, várias pessoas vieram visita-la, como Krum, Rony (este com as orelhas bastante vermelhas e um pedido de desculpas sinceras) e claro, os gêmeos Weasley. Algumas garotas de sua casa também vieram e por mais que não admitisse, era bom agir como uma adolescente normal de vez em quando.

— Eu já falei que posso andar perfeitamente sozinha. – Hermione falou pela milésima vez.

— Você precisa descansar e sabe disso. – os gêmeos falaram juntos enquanto ajudavam a morena a caminhar fazendo a mesma bufar.

— Ao menos, tirem essas placas pelas barbas de Merlin. – falou e apontou para as placas penduradas no pescoço dos gêmeos que diziam: Realeza Granger passando! Abram o caminho e sonserinos, curvem-se diante de sua superior.

— Quanta consideração, Mione. – Fred falou e fingiu limpar algumas lágrimas.

— Fizemos com tanto amor pensando em você. – George completou e acompanhou o gesto do irmão.

— Céus. – foi a única coisa que disse antes de rir de sua situação. Logo avistaram a entrada da sala de Dumbledore e os gêmeos tiraram as placas e falaram a senha juntos : “Sapos de chocolate”. Quando entraram na sala, se depararam com o diretor, com a professora McGonagall e com o professor Snape.

— Fico feliz que tenha se recuperado, srta. Granger. – o senhor falou por trás de seus óculos. – Passamos o dia pensando em sua situação e chegamos a algumas possíveis soluções. Tomei a liberdade de informar Severo de sua situação. – Hermione disfarçou uma careta, não confiava nele. – Quando estiver perto da lua cheia, ele te dará uma poção revigorante para que os efeitos de sua transformação não fiquem evidente.

— Isso me ajudará bastante. Obrigada, professor. – agradeceu e Snape apenas balançou a cabeça.

— A partir de hoje, srta. Granger, você terá um quarto somente para você – a professora se pronunciou. – Será anunciado no jantar de hoje que os alunos que desejam fazer mais aulas extras terão um quarto para si próprio para que possam se concentrar e dedicar totalmente aos estudos durante os horários que a biblioteca estiver fechada. Quanto a vocês, senhores Weasley, resta a detenção, o que não seria novidade.– a professora McGonagall suspirou.

— Detenção? Você sabe o que seria isso, Gred? – Fred se fez pensativo.

— Não, nunca ouvi falar de tal palavra. – George colocou a mão em baixo do queixo.

— Vocês não prestam. - Hermione tentou segurar seu riso. - Obrigada professores, devo muito a vocês. - ela agradeceu novamente. - Diretor, será que eu poderia falar um instante com o senhor? – ela perguntou. Não se importava se os gêmeos ou a professora McGonagall escutassem, mas não podia dizer o mesmo sobre Snape.

— Claro, Srta. Granger. – ele respondeu com um pequeno sorriso enquanto o restante se retiravam da sala. Hermione lançou um olhar de “conto tudo mais tarde” para os gêmeos antes deles saírem. – O que gostaria de conversar, minha querida? – ele perguntou assim que a porta de seu escritório fechou.

— Eu tive um sonho enquanto estava na ala hospitalar. Na verdade, já estava tendo esses tipos de sonhos antes da minha marca, mas este último foi diferente. – Hermione então contou a ele sobre Leo e também sobre o anjo acorrentado. Além disso, contou sobre Pettigrew e sobre Voldemort e seus planos.

— São notícias terríveis, de fato. – ele falou e pareceu mais cansado que o normal. – Não tenho conhecimento sobre tal adaga celestial, mas pesquisarei mais sobre isso. Se Voldemort está atrás disso, é porque essa adaga é algo fundamental para seu retorno e para a obtenção de mais poder.

— E quanto ao anjo, senhor? – Hermione perguntou aflita. – Tem algo que possamos fazer por ele?

— Pensarei nisso também, não se preocupe com isso. – ele respondeu, mas Hermione não sentiu segurança em sua resposta.

— Certo. – ela respondeu.

— Agradeço por me informar sobre isso, Srta. Granger. Irei pensar em como poderei impedir os planos de Voldemort. – Dumbledore ajeitou seus oculinhos. – Caso tenha mais desses sonhos, minha sala estará sempre aberta par você.

— Obrigada, senhor. – Ela se curvou levemente antes de sair da sala. Durante seus anos em Hogwarts, sempre confiou no diretor (talvez porque Harry confiava muito nele), mas pela primeira vez, não sentiu esta confiança. Dumbledore se mostrou muito mais interessado nos planos de Voldemort e na adaga celestial. Não o culpa por pensar assim, afinal, Voldemort aterrorizou o mundo bruxo por muitos anos e sua volta significaria um caos completo. Porém, o anjo era muito importante para ela e jamais deixaria que ele continuasse a sofrer assim.

Assim que terminou de descer as escadas, Hermione notou a presença dos gêmeos a esperando.

— Vocês estavam esperando por mim? – ela perguntou surpresa – Não precisava, gente, eu estou bem. – ela sorriu

— Ouviu isso, Feorge? – George colocou a mão no peito como se estivesse de coração quebrado. – Deixamos de alegrar Flitch com nossa presença para que pudéssemos esperar Vossa Alteza e ela nos dispensa na primeira oportunidade.

— Estou de coração partido, Gred. Ó, quanta ingratidão! – Fred levou sua mão até sua testa de forma dramática.

— Vocês dois são bestas, isso sim. – ela revirou os olhos e gargalhou. – Me acompanham, cavalheiros?

— Será uma honra, bela dama. – os dois responderam juntos e se curvaram de forma exagerada. Hermione riu e os três começaram a andar em direção ao salão comunal. Em voz baixa e sempre olhando em volta para assegurar de que estavam sozinhos, Hermione contou sobre a conversa que teve com Dumbledore e os três decidiram conversar mais detalhadamente quando estivessem em um lugar mais seguro.

*****

O novo quarto de Hermione era pequeno, mas aconchegante. Poucos alunos aceitaram a nova proposta, sendo ela a única da Grifinória. As paredes eram brancas com exceção de uma parede vermelha com faixas douradas e o brasão de sua casa enorme estampada. Nessa mesma parede estava sua cama de solteiro, havia uma escrivaninha do lado e algumas prateleiras onde a castanha tinha arrumado suas roupas e livros. Uma porta dupla transparente dava para uma pequena sacada com a vista para o lago negro. A entrada de seu quarto era protegida por um quadro de uma moça que parecia sempre estar chorando. A senha escolhida foi “Asas Douradas” e ela riu da ironia. Hermione deu uma última conferida no seu relógio e saiu de seu quarto com a capa de invisibilidade e o mapa maroto que pegou “emprestado” de Harry. “Eu só não o avisei.” Ela pensou e andou em direção ao corredor do sétimo andar. Havia se passado um mês desde que acontecera sua primeira transformação, isso significava que era novamente noite de lua cheia. Fred e George já estavam ali encostados na parede.

— Vocês deveriam ser mais cuidadosos ou Flitch pode flagrar vocês. – ela falou dando um susto nos dois e saiu de debaixo da capa com um sorriso sacana.

— Quer nos matar do coração? – Fred falou com a mão no peito e soltou um riso baixo.

— Ainda não. – ela falou e um sorriso apareceu em seus lábios. Olhou bem para os dois a sua frente e suspirou. Não gostava da ideia de que podia machucar um deles. “Ou pior, os dois.” Ela pensou e logo balançou a cabeça afastando esse pensamento. – Vocês têm certeza absoluta disso? Nem mesmo Dumbledore tem todas as informações sobre isso e tenho medo de machucar alguém. – ela tentou argumentar.

— Sabemos dos riscos, Mione. – George respondeu. – Mas não somos da Grifinória à toa. Acima de tudo, somos leais a nossos amigos.

— E convenhamos, não importa o que aconteça com a gente. – Fred se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido. – Eu sempre serei o gêmeo mais bonito e popular. – Hermione sentiu um arrepio que logo tratou de ignorar e riu.

— Eu ouvi hein e não concordo com isso, assim como 99% das pessoas desse castelo. – George falou e passou o braço nos ombros da castanha. – Certo, Mione? – ele deu uma piscada exagerada e a castanha deu mais risada. Era uma garota de sorte por ter a amizade dos dois. Finalmente viu um lado positivo em ser um anjo caído. Hermione se recuperou, arrumou sua postura e passou em frente a parede três vezes com um único pedido: preciso de uma sala para liberar minhas asas. Uma porta de madeira branca, assim como na vez anterior, apareceu.

— Preparados? – Hermione sussurrou e ao receber olhares determinados, ela abriu a porta. A sala era a mesma: a fonte de água no fim da sala, a lua cheia próxima de seu ápice no céu, e os espelhos na parede. A castanha suspirou e entrou na sala com os dois que observavam atentos a tudo. – Me prometam que não importa o que aconteça, vocês não vão se aproximar de mim. – ela olhou no fundo dos olhos dos gêmeos. – Prometam também que se caso as coisas saírem do controle, vocês vão sair imediatamente dela sala e vão se defender e me atacar se precisar.

— Hermione... – Fred começou.

— Prometam! – ela falou quase no desespero, já sentia uma leve dor de cabeça.

— Certo, certo, prometemos. – ambos falaram com as mãos levantadas e sinal de rendição.

— Fiquem no canto, o mais longe possível de mim. – Hermione apontou para a parede afastada e os dois se afastaram. Ela se aproximou da água e entrou lentamente no pequeno lago que formava ali. – É agora. – ela pronunciou e fechou seus olhos sentindo a luz da lua iluminar seu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Asas Douradas - Fremione Reescrita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.