Murmúrios fizeram que a garota acordasse e lentamente abriram os olhos...

  — Shiro, finalmente acordou – Soul estava sentado ao lado da cama onde ela estava deitada. Junto com ele também estava um rapaz que parecia intimidar.

— Esse é Stain, um professor daqui. Dormiu bem? Estar sentindo alguma coisa? – Ele a observou brevemente. Pediu para Stain que os deixasse a sós quando percebeu que a presença dele incomodava ela.

— Estarei ali perto – o homem apontado para a porta da enfermaria.

— Obrigado – Soul agradeceu e quanto Stain saiu…

— Está me escutando, pequena Shiro? – O albino perguntou e não tendo respostas mexeu a mão na frente dela, parecia séria e olhava para as mãos atentamente. Até que finalmente conseguiu prestar atenção para ele.

— Está desorientada? Beba de sono? – Ele dizia e colocou as mãos carinhosamente para cada orelha. Tocou a testa dele nela para que não desviasse o olhar.

— Está melhor assim? – Soul perguntou olhando firmemente para Shiro.

— Está perto demais – Shiro desviou a atenção.

— Você estava perdida nos seus pensamentos. Só pensei nisso – Soul se levantou da cadeira de madeira, logo em seguida brincou bagunçando os cabelos da garota.

— Aonde eu estou? – Shiro indagou.

— Está na enfermaria. Você desmaiou, lembra? Mas deixa isso para o passado – o viajante do tempo foi procurar uma caixa logo na entrada.

— Toma, tem uma toalha e suas novas roupas. Acho que vai gostar. Você deve tomar um banho e trocar por essas roupas limpas. E para atualizá-la, dormiu o equivalente a quase um dia inteiro. E antes de mais alguma coisa. Achamos melhor te dar reforço de vitaminas, por isso esse soro e o negócio no seu braço.

— Por que eu vim para cá? Deveríamos ter ficado no acampamento – Shiro reclamou da decisão que tinha tomado.

— Você vai protestar de novo – O rapaz ficou incrédulo.

— Sim. Eu que deveria liderar, mas você fica dando ordem – Shiro estava se irritando.

— Eu vivi mais que você. Então só siga o que eu estou falando.

— Está me dando ordem de novo – Shiro saiu sem antes descontar a raiva na porta, encontrando Stain supresso pela atitude dela. Ele estava escorado perto da porta, acompanhado pela Marie que conversava alguma coisa com ele.

— O que foi? – Stain e Marie perguntaram curiosos já dentro da enfermaria.

— Ela está naqueles dias – O albino suspirou e mexeu no seu cabelo.

— Naqueles dias!? – ficaram pensativos.

— Será que está com cólica? Vou ver – Marie se voluntariou e saiu rápido.

— Espere, não é isso que está pensando – Mas Soul não conseguiu a alcançar – Prevejo um grande dia – Murmurou.

No banheiro feminino...

 Shiro estava tomando banho. Assim como foi ordenada para fazer.

— Shiro, você está bem? Precisa de alguma coisa? – Marie gritou dentro do banheiro.

— Pronto, mais um doido entrando na minha vida – Shiro resmungou com raiva e respondeu seco – Não.

— Tem certeza? – A professora insistiu.

— Sim.

— Pode contar comigo para tudo.

Vendo que ela não ia sair dali tão fácil e que já estava terminando o seu banho…

— Eu esqueci a minha roupa na enfermaria. Poderia pegar para mim? – Shiro improvisou uma desculpa na hora.

— Estou indo buscar – Marie saiu apressada sem saber que foi enganada.

A garota estava cautelosa, e quando ela não estava mais, saiu do banho e se vestiu mais rápido possível. A roupa era típica de colegial que consistia uma blusa branca, um colete amarelo, uma gravata listrada verde, uma saia xadrez vermelha e botas pretas com fivelas brancas.

Saiu andando pelos diversos corredores. Vencida pela curiosidade, viu uma aula que estava acontecendo no pátio da escola. Havia todas as crianças que ela conhecia no acampamento e alguns alunos veterano de Shibusen, ajudando os professores e os novos alunos que tinham dúvidas de alguns movimentos de arte marcial ou que não estavam executando direito.

— Você finalmente acordou – Uma figura preta usando uma máscara de crânio tirou a concentração da aula – Que bom. Queria conversar com você.

— Se for para descobrir alguma coisa sobre os sequestro está para a pessoa certa. Mas ao mesmo tempo errada. Não irei contar nada – Shiro foi logo direta.

— Entendo, isso já era esperado. Entretanto não vim falar sobre isso.

— Então quer falar sobre o que? – Shiro ficou confusa por um breve momento. 

— Sobre a festa.

— Pera, o que? – A garota ficou surpreendida.

— Isso mesmo. Os nossos alunos veteranos querem fazer uma boas-vindas dignas para vocês. 

— Hm... É interessante. Mas o que é uma festa? – Shiro perguntou e por breves segundos o Shinigami ficou preocupado. Disfarçou dizendo alegremente...

— Muita comida, danças e jogos.

— Ah... – Shiro respondeu ainda vislumbrando os alunos que praticavam no pátio.

— Shiro, toma, você precisa comer – Um rapaz ruivo surgiu segurando uma bandeja com uma garrafa de suco, sanduíches e um pequeno pote de gelatina. 

O rapaz parecia querer agradá-la. Ele estava esperando e buscando notícias sobre a sua filha, preocupado sobre tudo o que aconteceu. A primeira ideia dele é se aproximar novamente dela mesmo que no começo fosse só como amigo.

 – Quem é você? Deixa para lá  – Ela pegou a garrafa e um frasco de comprimidos. Pegou uma unidade e ingeriu junto com um gole de suco.

— Shiro, você está com algum problema para tomar remédios? – O ruivo perguntou preocupado.

— Não. Só tomo para a comida ficar no estômago – Shiro pegou o sanduíche – Senhor Shinigami, quem eram aquelas pessoas de ontem no pátio?

— Eram alguns familiares que estão hospedadas aqui perto. Viram o grupo de crianças por aqui, e ficaram curiosas. Alguns pais identificaram os seus filhos que estavam desaparecidos há mais de três meses. 

— Entendo – Shiro.

— Shiro, não está interessada em achar a sua família? – Spirit perguntou para a sua filha.

— Não. Na verdade, eu não quero saber deles e tenho raiva quem sabe – Ela estava incomodada com a pergunta. Sentia uma certa armadura e raiva. Spirit percebeu e se sentiu muito mal, mas não demonstrou isso.

— Com licença – Um garoto de três linhas brancas nos cabelos negros e olhos dourados pediu educadamente – Pai, chequei tudo o que o senhor mandou. Remanejei as salas e algumas doações acabaram de chegar.

— Obrigado Kid – Respondeu o diretor para o seu filho – Shiro, já conhece o meu filho? Se tiver algum problema pode contar com ele.

— Sim, eu vi ele no refeitório – Ela olhou para ele se lembrando do que ocorreu na noite do jantar.

— Ele irá mostrar algumas coisas que você deve saber sobre a escola. Pode fazer isso filho?

— Posso pai.

— Está certo. Como deveria te chamar? Jovem Shinigami? – Shiro se animou um pouco.

— Só de Kid está bom, afinal vamos ser colegas futuramente.

— Ok, Kid. Por favor, me mostre a escola e as coisas que preciso saber.

— Com prazer – O garoto fez gestos de cavalheirismo.

Os dois seguiam lado a lado nos corredores. O shinigami lembrou uma coisa e elevando um pouco a voz perguntou a Shiro.

— Ah, lembrei de algo, dois dias antes de chegarem a AIS trouxe um garoto que veio com as mesmas características que vocês vieram. Está no momento com a família, mas está interessada em conhecê-lo? – Ela apenas acenou aceitando e continuou o caminho.

“A garota esperava no corredor escuro o seu parceiro, enquanto na frente da escola estava acontecendo uma festa. Quando ouviu:

— Olá Shiro, ou melhor … – Uma sombra apareceu e a garota ficou em choque no que via”