O Futuro Está Aqui escrita por Vanilla Sky


Capítulo 6
A resposta está na água


Notas iniciais do capítulo

GENTE nem acredito que consegui! Vanilla na área para alegrar um pouco mais a tarde de vocês auhsuahs. Como vocês estão, tudo bem? Gostaram do episódio de ontem de WandaVision? Aqui não tem spoiler, mas nos comentários SIM! Então muito cuidado!
Nem acredito que a escrita fluiu tão bem, mas tão bem, que ultrapassei o teto de 2k que geralmente deixo para as fics semanais. Foi muito bom escrever esse capítulo cheio de momentos legais para vocês! E espero que gostem, já que tentei fazer ele ser um pouquinho mais fofo, já que os outros dois focaram muito nos outros membros do grupo auhsuahs.
Desejo uma ótima leitura ♥



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— Vocês estão com fome? 

Visão ajeitou as compras sobre a bancada da cozinha a qual o grupo utilizava para comer e, em seguida, puxou um dos bancos para Wanda poder se sentar. Ela sorria amorosamente, apesar da expressão denunciar seu cansaço após tantas horas fora do lar. 

— Famintas. – Wanda finalmente respondeu, apoiando os cotovelos na madeira da mesa e recostando a bochecha na palma da mão enquanto observava o sintozóide. 

— Posso preparar uma janta tradicional, se vocês quiserem... 

A hesitação em sua voz metálica indicava que ele estava escondendo algo. 

— E qual a outra opção? 

Ele sorriu enquanto pegava uma fôrma de silicone sobre o fogão, colocando-a em frente a uma curiosa Wanda, a qual observava aos movimentos de Visão por trás dos dedos que cobriam parcialmente seu rosto. 

— Eu achei um livro de receitas na cidade esses dias, e trouxe para aprimorar minhas técnicas culinárias. – Ele retirou a cobertura do recipiente para mostrar um bolo de chocolate que fez o estômago de Wanda pular dentro de seu abdômen. – Dentre todas as receitas, essa possuía uma quantidade adequada de açúcar que minimizam as chances de você contrair diabetes gestacional. Ainda, troquei o achocolatado por cacau setenta por cento, mas não sei se foi exatamente uma boa ideia, já que a massa ficou um pouco mais escura do que, suponho, deveria ficar...  

Wanda salivava enquanto o estômago, já espremido pela barriga, clamava por comida após horas que ingerira somente um café amargo. Ela notou que duas fatias de bolo estavam faltando, e cogitou que ambos Sam e Steve tivessem atacado a comida antes dela. 

— Imagino que esteja uma delícia. – Percebendo a presença dos demais heróis no cômodo, ela continuou: – Não é mesmo, rapazes? 

Ao perceberem que Visão estava concentrado demais cortando o bolo em fatias milimetricamente perfeitas, Sam e Steve balançaram a cabeça em negação, moveram o dedo indicador de um lado para o outro, e moveram a mão aberta em frente ao pescoço, algumas maneiras de dizer que a comida, positivamente, não estava boa. Porém, quando o sintozóide olhou para frente visando servir as duas fatias para Wanda e Natasha, que se sentava ao seu lado para comer, os outros dois confirmaram com a cabeça e sorriram, encorajando o companheiro. 

— Rapazes, eu notei a mudança na expressão de vocês. Não precisam mentir para a Wanda.  

Ela riu baixinho enquanto pegava uma pequena mordida com o auxílio de um garfo, mastigando o bolo de chocolate levemente queimado no meio. Wanda estava tão faminta, porém, que não se importou com o bolo solado, saboreando cada garfada com afinco enquanto Visão esquentava a água em uma chaleira para preparar um chá.  

A paz reinava no ambiente silencioso, enquanto Natasha folheava as páginas desinteressantes de uma revista e, ao lado dela, o Capitão América e o Falcão faziam pequenos reparos em suas respectivas roupas de combate. Os novatos do grupo focaram na comida, e o sintozóide preparava algumas torradas aproveitando o forno quente após assar o bolo. Do lado de fora, ouvia-se apenas o vento movimentando as janelas abertas da cozinha arejada, bem como as folhas dos arbustos em frente à casa. 

Quando Visão serviu o chá em uma xícara para Wanda, ela rapidamente levou o líquido quente aos lábios, recebendo um sermão em resposta: 

— Cuidado para não se queimar! – Ele se apoiou em frente à ela,  

Natasha havia deixado a revista de lado para conversar rapidamente com Sam sobre os suprimentos que haviam comprado, e Wanda aproveitou para pegá-la usando a ponta dos dedos como uma pinça, observando assuntos realmente pouco atrativos sobre decoração de banheiros e lavabos. Contudo, ela aproveitava para observar os móveis e objetos nas pias e chuveiros, sonhando, ainda que não fosse possível, com uma casa que pudesse chamar de sua. Um lar, com sua criança correndo de um lado para o outro, sem precisar fugir cada vez que a situação apertasse. 

Visão a fitava atentamente, e os demais Vingadores Ocultos tinham certeza de que, se estivessem em um desenho animado, pequenos corações tomariam o lugar de suas pupilas. A jovem moça alternava entre salgado e o doce enquanto movia as páginas da revista, e seu amante, em sua frente, abriu a boca para dizer: 

— Wanda, eu te... 

Contudo, sua tentativa foi frustrada por barulhos incompreensíveis advindos de Natasha, Sam e Steve, os quais fizeram de tudo para desviar a atenção deles do assunto. Wanda levantou as sobrancelhas, confusa. A Viúva Negra levantou e se posicionou atrás de Visão somente para empurrá-lo para fora do cômodo. 

— Wandinha, podemos roubar seu robô por um instante? 

Os outros dois seguiram Natasha e Visão para fora do cômodo e em direção a uma bonita, porém necessitada de reformas, sala de estar. As paredes se encontravam descascadas, uma velha TV sem antena somente emitia chiados quando era ligada, e os móveis permaneciam cobertos com muita poeira por cima do tecido. Eles atravessaram a porta, e ficaram o mais longe possível desta, evitando a bisbilhotagem de Wanda, para repreender Visão, iniciando pela mulher que o empurrava: 

— Que história é essa de dizer que ama a Wanda agora? – Ela pôs certa ênfase na palavra final, e, juntamente com a expressão de seus olhos, Visão sentiu a ameaça na sentença.  

— O Sam e o Steve disseram que eu dizer que a amo iria fluir naturalmente!  

— Sim, vai fluir, mas não na frente dos amigos dela! 

Visão estava confuso. Ele sabia que deveria revelar seus sentimentos para sua pessoa amada, principalmente por ela, contrariamente a ele, demonstrara seu amor mais de uma vez. Ao mesmo tempo, não sabia que havia uma cerimônia tão importante para dizer três palavras. 

— O que tem de errado nisso? – Questionou, por fim, o sintozóide.  

— Isso precisa ser especial. Os dois sozinhos. Principalmente agora, que ela está sensível com a gravidez! – Respondeu Natasha enquanto segurava firmemente o ombro do colega com uma mão e gesticulava com a outra. 

— Você precisa fazer ela se sentir completamente amada. – Completou Steve Rogers. 

— Pessoal... – Wanda se aproximou da porta. – ... Está tudo bem? 

— Sim! – Os quatro gritaram em uníssono. 

— Certo... – Ela permaneceu desconfiada. – Eu estou um pouco cansada, então vou tomar um banho e ir me deitar, tudo bem? 

— Claro, querida! – Gritou Visão, os olhares duros de seus companheiros quase como uma sentença de morte se ele dissesse algo errado. – Eu lavo a sua louça depois! 

Quando Wanda subiu as escadas e se afastou, três pessoas e, estranhamente, um robô, suspiraram aliviados. Ela não poderia ouvir aquela conversa. 

~.~ 

Na casa toda, existiam dois banheiros: um lavabo, exclusivo para as moças, em especial pelas violentas crises de vômito da futura mãe, o qual ficava anexo ao quarto que Natasha dividia com os outros rapazes; e um banheiro para todos, suficientemente grande para caber uma banheira e uma ducha. Como o dia fora cheio de novidades para Wanda, ela optou por encher a banheira com água morna enquanto buscava sabonetes e uma roupa para vestir após o banho.  

Após se despir, ela pôs a ponta dos dedos na água para conferir a temperatura, e cuidadosamente entrou, um pouco do líquido esparramando pelo chão mesmo com a sua cautela. Com o corpo completamente submerso, exceto por seu pescoço e colo, ela recostou na banheira e suspirou, fechando os olhos devagar. 

Sua mente divagou para o momento que dividira mais cedo com Natasha, sua meditação tomando novas proporções até a previsão de uma tempestade jogá-la ao chão e encerrar a conexão tão profunda que tivera com a origem da vida. Anteriormente era uma onda e agora, mais violentamente, uma tempestade... 

Wanda abiu os olhos de supetão. O silêncio permanecia ensurdecedor, já que os Vingadores ainda estavam no andar de baixo. Lentamente, ela mexeu seus dedos, a poeira vermelha fraca, quase rosa, movimentando a água ao redor de seu indicador como um redemoinho. Ela piscou algumas vezes antes de rir, completamente em êxtase. Por mais alguns segundos persistiu estimulando a água, fazendo-a acariciar as costas de sua mão e se mover conforme seus poderes indicavam, até ser surpreendida com uma presença atravessando a porta, e todo o líquido subitamente saiu de seus encantos. 

— Deuses, você não aprende a bater? – Wanda pôs a mão sobre o peito.  

Visão sorriu sem jeito. 

— Estatisticamente, as chances de eu conseguir salvá-la sem bater na porta são maiores do que se eu anunciar minha entrada e aguardar sua permissão. 

— Salvar do que se... Quer saber? Esquece.  

As maçãs do rosto de Wanda ruborizaram quando percebeu que eles estavam completamente sozinhos, e ela tomou coragem para dizer: 

— Quer me acompanhar? Eu realmente poderia usar uma massagem nas costas. 

Atônito, Visão sentiu seus sistemas pararem de responder quando pensou na possibilidade de estar completamente despido na companhia de Wanda. Na última vez, seu pequeno milagre aconteceu, então realmente não poderia resultar em nada de ruim. 

Por isso, ao fechar os olhos, seu corpo assumiu a forma robótica tradicional, desprovido de roupas humanas ou de combate. Seu corpo de vibranium possuía a forma de um homem completamente normal, com a única diferença da sua intimidade ficar coberta até ele mudar a densidade corporal e fazê-la aparecer. Wanda suspirou ao vê-lo nu se aproximando da banheira, ficando intangível para entrar enquanto ela se ajeitava para acomodar ambos. 

— Confortável? 

— Pessoalmente, eu não sou capaz de sentir conforto ou desconforto, até porque meu corpo pode se moldar a qualquer situação e...  

Wanda pigarreou. Era uma pergunta romântica. 

— Oh. Na sua presença, sempre. – Ele beijou o topo da cabeça de Wanda. – E você? 

— Uhum... – Ela arqueou as costas para frente, sentindo a ponta dos dedos de Visão em suas costas e ombros massageando devagar. 

O silêncio voltou a reinar no ambiente, e Wanda sorriu enquanto sentia as mãos de Visão acariciarem devagar os músculos tensos de sua cervical e lombar. A barriga estava começando a ficar mais pesada, e ela imaginava que seria pior nos próximos meses, pensamento que antecipadamente lhe causava apreensão. Visão permaneceu calado enquanto a acariciava, percebendo pequenos nós em seus músculos que, com a técnica correta, eram liberados e traziam certo conforto para Wanda. 

Quando ele terminou, devagar posicionou as pontas dos dedos nos ombros dela e a puxou para perto de si, envolvendo seu corpo junto ao dele e cruzando um braço ao redor de seus seios enquanto o outro contornava a barriga e a acariciava devagar sob a água. Wanda pôs as mãos sobre as dele, suspirando antes de dizer: 

— Se eu contar algo, promete que não vai ficar brabo? 

— Você tomou café, não é mesmo? 

O momento angelical que dividiam foi quebrado pela afirmação tão certeira de Visão forçando Wanda a arregalar os olhos em surpresa. 

— Como você sabe? 

— Eu senti o coraçãozinho do bebê com minha audição ultrassensível. Batia tão rápido que pareciam dois. – Ele deu um chamego no pescoço de Wanda. – Então falei com a Natasha e ela dedurou o café de vocês duas. 

— Bom, é, mas... 

— Não se preocupe, eu não guardo rancor. Jamais ficaria brabo com você sobre isso. Ou sobre qualquer coisa. – Ele puxou uma mão da moça em direção aos lábios e beijou-a devagar. – Sabe que pode conversar comigo sem medo. 

— Então... – Wanda começou, um pouco incerta. – Eu estive meditando durante a tarde.  

— Correto.  

— E eu percebi que estava fazendo algo errado... – Ela hesitou. – Eu meditava como se ainda estivesse presa na balsa. Cortando meu contato com o mundo exterior. 

A voz de Wanda ficou embargada e, percebendo esse detalhe, Visão moveu seus dedos para a cariciar sua bochecha, aproveitando para puxá-la ainda mais dentro de um abraço... Ao menos, o quanto a barriga lhes permitia. 

— Mas a Nat mencionou algo interessante, sobre como família é sobre abraçar quem chega depois e nos faz bem. “Englobar” foi a palavra que ela usou. – Ele emitiu um som que demonstrava sua atenção no assunto, e Wanda prosseguiu: – Então eu me conectei com a natureza. Toda a natureza, desde as folhas até o vento e a chuva. Até uma flor brotar no meio de escombros da guerra. 

Wanda encaixou o topo da cabeça no pescoço de Visão, repousando em seu peitoral e aproveitando a água morna em que seus corpos se encontravam imersos. Ela nunca se sentira tão completa. 

— Imagino que aquele aviso tenha voltado? Da onda? – Ele questionou. 

— Voltou, mas na forma de uma tempestade me jogando para longe. – Antes que ele pudesse demonstrar preocupação, Wanda acrescentou: – Eu não me machuquei, fique tranquilo. Meus poderes estão me protegendo mais agora. Mas eu notei um padrão nessas visões. 

— Que tipo de padrão? 

— A água. – Ela suspirou. – Primeiro a onda, depois a tempestade. A água está presente em ambas. 

Visão assentiu. 

— E eu sinto que conseguiria alguma conexão se tentasse. – Wanda moveu os dedos novamente para mostrar os redemoinhos que se formavam com a influência das suas habilidades. – Mas preciso de muita água para isso. Então, queria pedir um favor.  

— Lógico. O que quiser. 

— Você pode ficar junto comigo quando eu descobrir a resposta? 

Visão abraçou novamente seu corpo frágil e trouxe sua bochecha contra seu peitoral, sem dizer qualquer palavra. Ao invés disso, sua joia emitia um brilho opaco, quase translúcido, enquanto ele acariciava a barriga carregando o bebê deles. Ele sorriu e se manteve em silêncio por um longo tempo. A promessa de ficar ao lado dela, ao lado deles, não precisava ser dita. 

E Wanda sentia o carinho externado através daquele fraco pulsar. Com seus poderes, ela moveu o interruptor para desligar a única luz do cômodo, deixando apenas a joia da mente brilhando juntamente com as luas e estrelas, visíveis através de uma pequena janela no topo da parede. O chão estava completamente molhado, após dois corpos espalharem água por dividirem uma banheira, e as pontas dos cabelos de Wanda também ficaram encharcadas, mas, naquele momento, nada mais importava além do juramento de enfrentarem o que viria juntos. 

Um tempo se passou até Wanda dizer: 

— O chocolate setenta por cento requer um tempo menor de forno. 

— Perdão? – Perguntou Visão, levemente confuso. 

— O bolo estava uma delícia, mas, quando você usa chocolate meio amargo ou amargo ao invés de achocolatado, precisa deixar menos tempo no forno. – Ela sorriu. –  E sempre é bom peneirar os ingredientes secos. Se você quiser, podemos fazer essa receita de novo qualquer hora dessas. 

Visão se aconchegou em Wanda. 

— Seria uma honra. 


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Notas finais do capítulo

QUEM QUER VER A WANDA E O VISÃO COZINHANDO AVISA AE AUHSUAHSUHAS.
Perdão pelo capítulo mais longo! Vocês gostam desse estilo? De vez em quando pode ter alguns capítulos que sejam mais longuinhos um pouco.
O que esperam para os próximos capítulos? Lembrando que eu sempre aceito críticas e sugestões da parte de vocês leitores! Podem ficar à vontade para falar o que incomoda e o que vocês gostam, não se acanhem. Estou sempre tentando melhorar por vocês ♥
Lembrando que amanhã tem atualização de For Those About to Love!
Nos vemos em breve, um beijão e um abraço bem quentinho ♥



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