O Futuro Está Aqui escrita por Vanilla Sky


Capítulo 14
Reencontros inesperados


Notas iniciais do capítulo

Eu estou atrasadaaaaaaaaaaaaaaaaa me perdoem ;w;
Gente, eu juro que estava até agora fazendo um trabalho da faculdade, peço desculpas pelas ausências e sumiços. Juro que não esqueci de ninguém, estou ansiosa para responder os comentários (Rox não desiste de mim ;--;), eu só realmente ando muito sem tempo. Mas trouxe um capítulo bem legal para vocês ♥
Essa semana eu devo me organizar para responder os comentários com carinho e trazer capítulos do tamanho normal para vocês.
Aproveitem a leitura!



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O sol da manhã iluminava por entre as árvores da floresta com toda a glória de um dia de primavera. As folhas verdes se penduravam nos galhos, dançando com a brisa fresca que também mexia a roupa de uma moça a qual caminhava tranquilamente sobre a grama. Atrás dela, uma pessoa, que não era bem uma pessoa, seguia a passos lentos, ajeitando as mangas de seu suéter preto e cuidando de cada passo da moça em sua frente, analisando solos e padrões para ela não escorregar e ir ao chão com uma linda barriga pendendo na frente do corpo. Aquela barriga, e aquele corpo frágil, eram o único foco de uma mente robótica e analítica.

A alguns quilômetros de distância atrás deles, um bilhete restava sobre a mesa de jantar de uma casa ampla, sendo que dedos ágeis da espiã mais famosa - e procurada - da América pegaram o papel e seus olhos leram o recado:

"Saímos para meditar e já voltamos."

Ela sorriu com carinho enquanto bebericava uma xícara de café feita pelo casal antes de saírem da residência. Em seguida, foi avisar aos colegas que eles estavam bem, e que, logo, eles estariam de volta para começarem os treinos. Antes, contudo, os dois amigos precisavam entrar em contato com o Rei T'Challa, para buscar novos contatos com a S.H.I.E.L.D e garantir sua proteção no período de fugitivos. 

A rotina dos Vingadores Ocultos havia se estabelecido naquele ponto, e, de certa forma, eram dias pacíficos. Haviam problemas como o machucado de Wanda e pessoas atrás deles mas, para um grupo que precisou se esconder nas sombras por muitos meses, ter uma casa própria era um sopro de ar fresco. Ainda que não pudessem andar livremente, morar em um lugar rodeado de floresta que os protegia era bem melhor do que os hotéis escondidos os quais precisaram enfrentar alguns meses antes.

Wanda alcançou um corredor entre as árvores repleto de folhas sobre o solo, com espaço o suficiente para os dois se acomodarem. Visão segurou a sua mão e a ajudou a sentar com a delicadeza inerente a ele, calmamente para a moça não arriscar se machucar. Ela cruzou as pernas sob a barriga e pôs as mãos em cima dos joelhos enquanto o homem em sua frente imitava o posicionamento, um pouco confuso.

— Devo fazer assim, Wanda? – Questionou ele ao sentar da mesma maneira que ela.

— Não se preocupe. – Wanda respirou fundo com os olhos entreabertos. – Apenas encoste seus joelhos com os meus e segure minhas mãos.

Visão prontamente obedeceu e, ao envolver as frágeis mãos de Wanda entre as dele, percebeu um aperto na sua palma.

— Você está bem, querida?

O coração dela batia rapidamente dentro do peito ao que respondeu:

— Eu nunca meditei com outra pessoa. – Suspirou, abrindo os olhos esverdeados em seguida e observando atentamente o sintozóide. – Não sei o que pode acontecer. Como serão as visões... Estou assustada.

Ele notou medo em sua voz. Quase um pavor. Buscando acalmá-la, Visão trouxe seus dedos trêmulos para perto dos seus lábios e os beijou delicadamente.

— Está tudo bem. – Ele sorriu. – Eu só sinto vocês. – E, em seguida, moveu uma mão para a barriga de Wanda, deixando a joia da mente iluminando parcialmente sob as árvores, uma conexão costumeira que tinha com ela.

Em um sopro de coragem, Wanda se concentrou na natureza e sentiu auras de tom escarlate emanarem das suas mãos. Logo, ela fora transportada para outro local, uma das primeiras vezes que conseguia fazê-lo plenamente consciente, e não dormindo; talvez, ao juntar as duas partes de um todo, conseguissem dar um passo à frente.

Wanda logo abriu os olhos, esperando estar naquela casa que sempre via em seus sonhos, ao menos ver Visão ao lado dela, mas percebeu estar em outro lugar. Havia uma cidade ao redor de uma floresta, e grandes montanhas nevadas ao redor.

Ela estava em Sokovia.

Com a barriga pesando na frente do corpo, Wanda caminhou alguns passos pela imensidão da floresta, vestindo botas e um casaco muito parecido com o que vestia nas batalhas com os Vingadores. Ela procurava por algo, que provavelmente não sabia dizer o que era. A aura naquela Sokovia era diferente, e Wanda queria sinais de vida para notar que, realmente, não era um sonho.

Até que ela sentiu uma presença etérea, e se virou, assustada ao início, até sentir lágrimas rolarem por seu rosto ao perceber a pessoa que ali estava:

— Pietro!

A figura sorriu e abriu os braços, sendo recebido por um abraço de sua irmã. Ela sorria e chorava ao mesmo tempo quando encaixou o rosto na dobra entre o seu pescoço e o ombro. Pietro vestia uma roupa comum do tempo que moraram em Sokovia antes de se unirem aos Vingadores; era tão real em sua frente que parecia uma memória daqueles dias materializada.

Ele ficou em silêncio enquanto mantinha o abraço, até a voz dela irromper no ar:

— Doeu muito morrer?

Wanda deu um passo para trás, a fim de ver seu gêmeo com mais clareza. Aquela lembrança parecia viva, mas frágil ao mesmo tempo, e ela temeu ter pouco tempo para enunciar tudo que guardava em sua mente nos últimos anos sem a sua presença.

— Quando se morre pela causa certa, é pacífico.

O sotaque típico do leste europeu estava presente em cada sílaba, tanto que ela nem parou para pensar se o seu próprio sotaque também estava. Vinha treinando com sua mentora, Natasha, para passar cada vez mais despercebida, a ponto de quase ignorar as origens pela sua própria segurança naqueles dias sombrios do Tratado de Sokovia.

Ela suspirou pesadamente antes de dizer, com lágrimas brotando nos olhos:

— A verdade é que dói muito ser a sobrevivente!

Ao invés de chorar também, Pietro riu. Gargalhou. Era um traço comum dele, tirar sarro das situações em que Wanda se encontrava bastante desesperada para, de certa forma, mostrar que seus medos poderiam ser facilmente dissipados, não havendo motivos para preocupação.

— Você tem um motivo muito maior para ficar. – Ele apontou para a barriga de Wanda sob as roupas que ela vestia.

De repente, ela se lembrou dos pesadelos. As crianças que recorrentemente via, as quais não conseguia distinguir uma da outra, se eram filhos, desconhecidos, ou ela e seu irmão. Com cuidado, ela questionou:

— Pietro, as crianças que vejo nos meus sonhos... São eu e você?

Aos poucos, o ambiente ao redor dela tornou-se mais claro, e Pietro parecia esmaecer pouco a pouco. Wanda chacoalhou a cabeça em negação, suplicando por mais tempo com seu irmão enquanto as lágrimas corriam livremente por sua face, encharcando sua boca e o colo da roupa. Calmamente, ele respondeu:

— Há muitas coisas que você precisa descobrir sobre si mesma antes de saber o significado das visões.

Quando estava quase translúcido, ele finalizou:

— Você parece a mamãe quando estava grávida de nós.

E Wanda foi retirada daquele plano astral com o coração em paz.

~.~

O mesmo não podia se dizer sobre Visão.

Ao abrir os olhos, ele se viu no meio da destruição, em um lugar que rapidamente reconhecera: Sokovia. O primeiro contato próximo que tivera com Wanda e sua origem. O último contato que tivera com sua origem, sendo que, atualmente, apenas sabia da sua história através de longas conversas com a própria Wanda.

Quando olhava para trás, era interessante relembrar que seu primeiro contato da vida fora com a discrepância. Flutuar, com seu corpo humano, até a janela, e observar a bela e caótica Nova Iorque para horas depois encontrar uma cidade inteira destruída. Ele caminhou pelas ruas, os pés rentes sobre a poeira e pedaços de construção.

Até que notou algo, no mínimo, inusitado: no meio dos escombros, nascia uma flor.

Visão era incapaz de esquecer, mas, por algum motivo, estava com dificuldades de se lembrar quando ouvira sobre aquilo pela primeira vez. A flor, de pétalas vermelhas, trazia à tona a memória de Wanda, e ele sabia que precisava procurá-la entre os destroços da cidade. A única certeza que possuía era a necessidade de achá-la. Contudo, foi parado por uma voz metálica atrás dele:

— Não é incrível como, até na destruição, existe a vida?

Ultron se materializou na frente de Visão da mesma maneira degradante em que se viram da última vez. O braço esquerdo estava faltando, os olhos vermelhos não eram mais de um comandante de exército, e sim de um pobre robô que havia perdido seu maior propósito.

— O que faz aqui? – Questionou Visão, incomodado.

— Sou o mais próximo que você tem de um pai, meu caro Visão. – Respondeu o super robô, dando dois passos à frente, sendo que Visão flutuou para trás.

O clima era de melancolia. As nuvens no céu estavam pesadas, apesar de não ter intenção de chover. Talvez fosse uma oportunidade única para Visão questionar algumas dúvidas que possuía em seu interior, e, desta forma, começou:

— O quão humano eu sou?

— Eu o criei para ser o mais humano possível. Talvez popular novamente a terra depois de destruí-la. Mas não sabia o quanto funcionaria em um corpo de vibranium.

Antes que Visão pudesse prosseguir, continuou:

— A gravidez da sua humana significa muito mais do que sua mente robótica é capaz de compreender... Por ora.

Logo, a voz dele começou a falhar, e o ambiente ao redor deles foi ficando mais apagado aos poucos. Apesar do ar vilanesco, Ultron parecia pacífico ao terminar de falar, sumindo aos poucos da mente de Visão, para ele logo se encontrar sentado novamente em frente a Wanda, a qual sorria animadamente.

— Vizh... Vizh, você não vai acreditar, eu...

Mas Visão estava conturbado demais para dizer qualquer coisa e se manteve em um silêncio pesado, olhando para o chão.

— Vizh?

— Desculpe, Wanda. Eu... Eu preciso pensar um pouco.

Ele ajudou a moça a se levantar, e, ao notar  voou na direção do horizonte em seguida.


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Notas finais do capítulo

Gostaram, gente? Confesso que essa foi uma cena que pensei beeem no início da história, quando estava trabalhando nos primeiros capítulos dela ainda.
Estou um pouco cansada, e tenho algumas pesquisas para terminar, porém em seguida vou seguir trabalhando no capítulo de amanhã em For Those About to Love.
Lembrando que aceito críticas e sugestões ♥ estou ansiosa para saber o que acharam desse capítulo!
Um beijão e um abraço bem quentinho da Vanilla Sky ~ ♥ ~



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