Between Lovers escrita por SaaChan


Capítulo 8
Capítulo VII




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Ga Yeong bocejou enquanto esperava a corretora de imóveis lhe atender, quase não tinha conseguido pregar os olhos. Parte do motivo de sua insônia era por conta dos acontecimentos da noite anterior, sua mente parecia um motor rodando em velocidade máxima sempre se relembrando da forma como Kyung Soo havia lhe abordado. Ainda se sentia afetada pela maneira que o rapaz havia lhe olhado e colocado seu cabelo atrás da orelha. O outro motivo para ter pedido o sono havia sido por So Ra querer disseca-la atrás da fofoca. Havia praticamente iniciado um interrogatório quando disse para a mesma sobre o que Kyung Soo havia lhe dito. Ao mesmo tempo, a morena havia rasgado o verbo para dizer o quão cafajeste o mesmo era, afinal, ele não estava noivo? A menção à nova companheira de seu ex-namorado havia feito a mesma repensar sua questão sobre a vingança que planejava. Até então não havia pensado em como a mulher de seu ex se sentiria se o rapaz a trocasse por ela. A mesma não tinha qualquer relação consigo, não podia afirmar com certeza que havia sido a amante de Kyung Soo enquanto estava com ela ou se havia se relacionado com o mesmo depois que haviam terminado. Se perguntou por um momento se era certo seguir com o plano e correr o risco de machucar uma pessoa que não havia feito nada de errado. Acabaria apenas fazendo a mesma coisa que o rapaz havia feito com ela.

A corretora se aproximou, despertando-a de seus pensamentos, portando uma pasta sob o braço e um sorriso simpático nos lábios finos. A senhora não devia ter mais do que cinquenta anos, os cabelos tinham um tom grisalho e estavam presos num coque alto que mal alcançava o seu ombro.

— Já entrei em contato com o proprietário e ele avisou que já está próximo do local. Eu vou leva-la até a casa no meu carro. – Avisou a mulher. Ga Yeong assentiu, pegando sua bolsa e finalizando o café que estava tomando.

 Em suas visitas à locais para morar, Ga Yeong havia encontrado um lugar com um bom espaço, uma quitinete de um único cômodo, mas grande o suficiente para viver bem sozinha. O espaço ficava à uma boa distância de seu estágio e da faculdade, além de não ficar muito longe do ponto de ônibus e ter bastante lojas de conveniências por perto. Embarcou no carro da corretora, colocando o cinto e rumaram para o local. Não havia demorado muito para chegar, logo que a mulher estacionou o carro em frente à casa, outro carro estacionou logo atrás de si. Imaginou que fosse o proprietário da casa. Não esperava que o proprietário fosse querer conhece-la antes de alugar a casa, era comum que tudo fosse resolvido por meio do corretor de imóveis. Talvez o proprietário fosse uma pessoa mais velha, que normalmente são mais desconfiadas. Desceu do carro, acompanhando a corretora. O proprietário, no entanto, parecia ser muito mais novo do que imaginava. Era um homem alto, jovem, vestia um moletom e um boné. Apenas quando o mesmo se aproximou, percebeu que o rapaz era um rosto conhecido para si.

— Senhor Lee Seung Ri? – O homem parecia tão surpreso quanto ela.

— Senhorita Cha Se Young... Não sabia que era a pessoa interessada na casa...

— Vocês dois se conhecem? – A corretora pareceu curiosa sobre o relacionamento dos dois.

— O senhor Lee é um cliente na empresa onde eu trabalho. – Confessou.

— Ah, sim, entendo. Que coincidência, não é mesmo? – A corretora disse. – Sendo assim, acredito que seja até mais tranquilo para conversarmos sobre o contrato de aluguel.

Apesar de Ga Yeong não ter muita certeza de como responder o comentário da mulher, Seung Ri assentiu de forma bem simpática. Deixou que a mulher abrisse o portão, dando passagem para os dois. A casa tinha dois andares, mas depois de algumas reformas, os andares foram divididos em duas casas. No andar inferior existia uma oficina, além de uma pequena quitinete, enquanto o andar superior havia uma se transformado em uma casa de dois quartos, bem simples. Além da entrada que haviam usado, havia uma entrada nos fundos do terreno que dava para a rua de trás.

— Acho que de tantos lugares, eu nunca imaginaria encontra-la aqui. – Comentou Seung Ri num tom de voz discreto. Com as roupas simples e comuns, era difícil para Ga Yeong vincular a imagem do cliente exigente ao do rapaz simples ao seu lado. A garota assentiu, um pouco acanhada.

— Realmente, é um encontro bem inusitado. – Como se houvesse dito algo errado. – Não um encontro nesse sentido, digo, a situação... Enfim...

O rapaz deu uma leve risada, achando engraçado a garota se embaralhar com as palavras. Apenas relevou, sabia o que a mesma queria dizer.

— Parecia ser uma casa realmente grande. – Ga Yeong comentou, percorrendo os olhos pelo terreno. Seung Ri concordou, mergulhando as mãos nos bolsos.

— E era, até grande demais para quatro pessoas, mas o espaço extra era bem utilizado. – Falou com nostalgia. – Eu posso dizer que a IT Tecnology começou aqui. Meu pai era desenvolvedor, mas nunca teve um cargo à altura da genialidade dele. Ele começou a desenvolver os seus primeiros projetos aqui, naquela oficina. – Ele apontou a porta vizinha à porta que seria seu novo lar. – E eu cresci aprendendo com ele tudo o que sei hoje.

— Você parece gostar tanto daqui... Porque está colocando pra alugar? – Somente quando perguntou, percebeu que estava sendo um pouco intrometida. – Desculpe, não é da minha conta...

— Você se desculpa demais, não é como se a sua curiosidade me incomodasse. – Ele falou, dando de ombros. – Eu só... Não achei justo que a casa envelhecesse sozinha. Eu moro em outro lugar agora, assim como a minha mãe e minha irmã, não tem motivos para manter a casa vazia.

Percebendo que o rapaz não havia incluído o patriarca de sua família, deduziu que o mesmo provavelmente não estava mais presente na vida de Seung Ri.

— O seu pai...

Seung Ri exibiu um sorriso um pouco diferente do habitual, era um tanto melancólico.

— Ele faleceu há alguns anos. – Revelou. – Desde que ele se foi, eu assumi a empresa que ele construiu.

— Sinto muito. – Ga Yeong foi sincera.

— Tudo bem... Meu pai criou seus filhos para serem fortes quando não estivesse mais presente.

Sua fala havia feito com que Ga Yeong lembrasse de sua própria mãe. Durante toda sua vida, Min Young havia lhe ensinado como se virar sozinha, desde a desconfiar da intenção das pessoas até resolver seus próprios problemas. Quando a mulher partiu, mesmo se sentindo perdida e desolada, foi capaz de se reformar depois de sua perda e ajudar sua família, mesmo com a falta de sua mãe. Nunca havia tido um pai para lhe auxiliar, mas também nunca sentiu falta de uma figura masculina. A presença de sua mãe já havia sido o suficiente para que a criasse com amor e carinho. O assunto foi interrompido pela corretora que havia aberto a porta da pequena quitinete e dava passagem para os dois entrarem.

A pequena quitinete estaria vazia se não fosse pela estante antiga em tom marfim e uma mesinha portátil com pernas retráteis. As paredes eram brancas e simples e não tinha quaisquer problemas de construção ou encanamento aparentes. A única coisa chamava a atenção era a porta que conectava a oficina à quitinete.

— Bom, esse espaço era um armazém antigamente, por isso tem essa conexão ainda. – A corretora explicou.

— Se a incomoda, eu posso ver algum profissional para fechar essa passagem. – Seung Ri se ofereceu.

— Eu não me importo, mas se for melhor, podemos até dividir os custos da reforma. – A proposta de Ga Yeong fez Seung Ri sorrir. Tirou o boné, dobrando-o e o enfiando de qualquer modo em seu bolso.

— Isso é responsabilidade minha, não precisa se preocupar com o custo. – A fala do rapaz soou como se não fosse aceitar nada além disso. – Se estiver de acordo, podemos ver o contrato agora.

Não havia muito para ponderar, era um espaço bom por um preço equivalente, numa boa localização e com acesso fácil à vários locais convenientes, mas ainda tinha um pé atrás sobre seu tipo de relacionamento com o locatário. E se isso influenciasse no trabalho? E se, por algum motivo, o rapaz se insatisfizesse com projeto e descontasse em si como inquilina? Estava insegura sobre a possibilidade de algo assim acontecer, mas o jeito gentil e simpático do rapaz a fazia pensar sobre dar o seu voto de confiança no mesmo. Era um risco, mas só saberia se fez a escolha errada quando o projeto estivesse pronto. A corretora colocou os papéis sobre o balcão, o mesmo que havia revisado na manhã anterior e lhe estendeu uma caneta que logo tomou em mãos.

— Onde eu assino?

.

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Ga In ouviu algumas batidas na porta, assim que se virou, deparou-se com um rapaz vestido com uma jaqueta do time de futebol. O mesmo se aproximou, deixando um papel sobre a mesa onde a menina estava sentada. Era um dos panfletos que havia distribuído pela escola dias atrás. Até então não havia recebido inscrições para as aulas de reforço, não soube dizer se havia sido porque o desempenho dos alunos não era tão insuficiente para precisar de ajuda ou se as pessoas não queriam gastar seu tempo livre recebendo aula. Suspeitava que fosse a última opção. Ao perceber que tinha alguém interessado nas aulas, Ga In se surpreendeu. Aquele rapaz era o seu primeiro “aluno” e não parecia ser o tipo de pessoa que se preocupava com suas notas.

— Vim me inscrever para as aulas de matemática. – Ele pronunciou.

— Tudo bem, eu vou pegar uma ficha para você. – A garota se levantou, pegando sua mochila e tirando uma pasta com algumas folhas. Destacou uma delas, entregando a mesma para o rapaz. – As aulas serão aos sábados, uma da tarde e depois da aula, de sete às oito e meia. Você pode escolher os horários que são melhores pra você, não recebi outras inscrições ainda.

— Eu estou disponível em qualquer horário... – O rapaz sorriu para ela, preenchendo a ficha e devolvendo para a mesma. Leu o nome no topo da ficha. Son Oh Joon... Não era um nome estranho para si, mas não se lembrava de onde havia ouvido. – Me parece bom que eu seja seu único aluno, eu não vou precisar disputar sua atenção com mais ninguém.

O comentário fez Ga In o olhar confuso, não havia entendido bem onde o rapaz queria chegar com aquela fala. Talvez estivesse pensando que a mesma não lhe daria a atenção que esperava durante as aulas se houvesse outra pessoa junto à eles.

— Não precisaria se preocupar com isso, eu sei dividir bem a atenção entre os alunos. – Afirmou com profissionalismo. O rapaz pareceu estranhar sua resposta, mas não comentou nada sobre isso.

— Não era bem sobre isso que eu estava dizendo, mas tudo bem... – Murmurou e coçou a nuca.

— Sobre o que então era o que estava falando? – Questionou, o que surpreendeu o rapaz pela forma direta que havia perguntado.

— Eu... – Procurou as palavras, logo então percebendo que a forma como a menina havia falado consigo parecia estranha em relação à forma como outras pessoas falavam com o mesmo. – Você não me conhece?

— Eu deveria conhecer?

— Son... Oh Joon, capitão do time de futebol, você sabe...

— Ah... Lembrei... – Ga In pareceu que havia encontrado uma peça perdida de um quebra cabeça. O nome Son Oh Joon pareceu mais claro para si, mas não tinha um grande significado. – Mas nunca conversamos, porque perguntou se eu o conhecia? Não somos da mesma sala e nem estou lhe devendo algum favor.

— Era só que... Enfim, deixa para lá, é só que as outras garotas reagem diferente quando eu falo com elas. Você não é assim.

Uma careta passou pelo rosto de Ga In que logo relevou. A mesma tirou uma pulseira simples de plástico de seu pulso e passou a rodá-la repetidamente por seus dedos.

— Provavelmente eu não sou mesmo. – A fala da garota pareceu estranha ao rapaz. Ga In guardou a ficha na mesma pasta que havia tirado o papel. – Espero vê-lo na próxima aula, Son Oh Joon. – A mesma fez uma leve reverência, colocando a pasta na mochila e então saiu da sala. Tão logo a garota saiu, o sinal soou declarando o intervalo para o almoço.

Son Oh Joon não imaginava que ficaria tão confuso com aquele encontro casual. Sua intenção era criar uma boa atmosfera, conquistar a garota com um papo galanteador e finalizar aquela aposta tão rápido que o camisa nove de seu time não poderia mais duvidar da sua capacidade de ter qualquer mulher que quisesse, mas o que teve em resposta foi uma garota que não havia demonstrado o mínimo de interesse em si. Perguntou-se como iria prosseguir com seu plano, já que estava bem claro que teria bastante trabalho com a menina.

— Eu vou dar um jeito... Essa garota vai cair aos meus pés.

.

.

.

Os funcionários da CS Publicity cumprimentaram Han Na assim que a mesma entrou no escritório da equipe. Mesmo que, teoricamente, a mulher fosse apenas uma secretária, ainda assim sua influência como a mulher do CEO fazia com que seus colegas a tratassem como se portasse o mesmo título. Trazia em mãos uma sacola com muitos copos de café da cafeteria preferida dos funcionários da agência, deixando-os sobre uma mesinha aleatória que estava próxima de si.

— Trouxe café para todos, podem vir aqui se servir. – Os funcionários pareceram bastante satisfeitos com a bebida de graça. Se aproximaram como leões atrás de uma presa e pegaram um copo para si, sobrando apenas um copo no final.

Han Na havia contado quantos funcionários tinham na empresa, no geral, incluindo pessoal de limpeza e manutenção. Havia distribuído alguns cafés no caminho antes de chegar até a sala e antes de distribuir o café para as equipes dos departamentos, havia destacado dois cafés, um para si e para sua amiga, Min Ji. Logo quando a mesma se aproximou, entregou o café para a mesma, que logo o arrebatou e com uma expressão diferente do habitual, indicou com a cabeça para irem a um lugar mais reservado. As duas logo se dirigiram para o banheiro das mulheres onde a amiga logo vasculhou cada cabine para saber se estavam realmente sozinhas.

— O que houve? Parece até que está escondendo um segredo de estado. – Han Na estranhou o comportamento da amiga.

— É pior que isso, amiga. – Começou. – Sabe a estagiária nova? Aquela praga infernal?

Han Na assentiu, logo imaginando que sua amiga reclamaria mais uma vez sobre como a mesma havia dado alguma ideia genial para um trabalho ou que era estupidamente produtiva. Nos últimos tempos, a única coisa que Min Ji tinha para reclamar era o quão boa sua possível adversária era no trabalho. No entanto, a expressão entediada que portava em seu rosto logo foi substituída pela surpresa ao ouvir o que Min Ji tinha para dizer.

— Eu vi o Kyung Soo com ela ontem. Acho que ele a beijou, não tenho certeza. Ele se afastou assim que viu o pessoal da empresa chegando.

— Mais alguém viu? – Perguntou, sua preocupação maior era com a sua reputação do que com uma possível traição.

— Não, acho que não. Alguém teria comentado, se tivesse visto. – Ela se certificou.

Han Na mordicou a unha como sempre fazia quando se deparava com algo problemático. Ali estava mais um dificuldade que podia afastá-la ainda mais da fortuna de Kyung Soo. Se o seu noivo realmente estivesse se interessando por outra mulher, ou pior, se estivesse tendo um caso, não duvidaria que o homem a descartaria sem piedade. Kyung Soo preferia sempre o melhor, e se essa garota fosse exatamente o que ele queria, ela podia dar adeus à vida luxuosa que tanto gostava.

— Min Ji, você é uma ótima amiga. – A mulher pareceu satisfeita com o elogio e segurou as mãos de Han Na.

— Conte comigo para tudo. – Um sorriso surgiu nos lábios carmim de Han Na.

— Então continue de olho em tudo pra mim. Se essa mulher se aproximar novamente meu noivo, me deixe por dentro de tudo. – Min Ji assentiu quanto ao pedido da mulher. As duas interromperam a conversa quando uma funcionária entrou no banheiro.

Depois da visita rápida aos funcionários, como fazia casualmente para manter sua reputação de boa colega, Han Na deixou o prédio visto que Kyung Soo estava em uma reunião de negócios em outro lugar. A ausência da nova estagiária deixava a mulher inquieta. Poderia ser que a tal reunião de negócios de seu noivo pudesse ser apenas uma desculpa para que o mesmo se encontrasse sorrateiramente com aquela estagiária? A possibilidade de uma traição deixava a mulher com os pelos eriçados, no entanto, assim que pôs os pés para fora da agência, foi surpreendida pela garota que há minutos atrás lhe deixara tão apreensiva – mesmo que não soubesse disso. Cha Se Young, Han Na não havia precisado pensar muito para se lembrar do nome da mesma, uma vez que não saía da boca de Min Ji. A garota havia acabado de descer de um carro particular importado, mas que definitivamente não fazia o gosto de Kyung Soo. Curvou-se para falar algo para o motorista e então fez uma leve mensura de agradecimento antes de se voltar para a empresa.

Aquele poderia ser um bom momento para colocar as cartas na mesa, pensou Han Na consigo mesma. Não havia outros funcionários por perto, apenas as duas numa discussão “amigável” na porta da empresa, como se houvessem acabado de se esbarrar e decidido colocar o papo em dia. Uma leve ameaça para manter aquela criatura longe de sua fortuna e com sorte não teria mais com o que se preocupar. Antes que colocasse seu plano em prática, o motorista se aproximou da garota mal havia alcançado as escadas que levavam às portas de entrada. Quão foi sua surpresa ao perceber que era ninguém mais, ninguém menos que o CEO da IT Tecnology? O rapaz parecia uma pessoa comum e até um pouco desleixada nas roupas casuais. Assim que alcançou a garota, entregou-lhe uma pasta esverdeada, o que fez a garota parecer tímida. Não soube dizer se as mesuras eram de desculpas ou de agradecimento. Afastou-se com pressa, apenas lhe cumprimentando com um aceno formal no meio de seu trajeto e entrando na agência mais rápido do que um flash. Mal pode pensar em pôr em prática seu plano de ameaçar a novata, mas não soube se seria necessário. Han Na tinha um olhar bastante afiado e podia suspeitar que a carona que Lee Seung Ri havia dado a Se Young tinha uma intenção além do amigável.

— Parece que já se tornou bem íntimo da equipe de publicidade. – Han Na se permitiu comentar, tomando a atenção do rapaz que interrompeu o caminhar para voltar ao seu carro. – Digo, tem passado tanto tempo aqui e agora já até dá carona para nossos funcionários.

O CEO franziu o cenho quanto ao comentário da mulher. Havia notado o tom malicioso, mas não havia entendido o motivo de sua curiosidade. Se lembrava bem de Ahn Han Na, noiva de Hwa Kyung Soo. O rapaz havia lhe apresentado a mesma em um evento beneficente que haviam sido convidados. Tinha uma personalidade elegante e um tanto ousada, bem parecida com o noivo, mas que não havia convencido nem um pouco Seung Ri de que era confiável. Talvez fosse por ser um pouco calejado quando se tratava de relacionamentos, mas a mulher à sua frente lhe passava a mesma sensação que a maioria das mulheres que havia conhecido em seus encontros às cegas: futilidade e ganância. Ainda assim, não viu motivos para ser deselegante, apesar da abordagem de Han Na. Havia oferecido uma carona porque a rua da agência fazia parte de seu percurso para a sua empresa.

— Não tanto quanto você imagina. – Respondeu. – Apenas ocorreu da senhorita Cha e eu nos esbarrarmos por coincidência. Não vi motivos para não ser gentil e oferecer uma carona.

— Entendo. – Han Na fez uma maneio com a cabeça, como se afirmasse algo com descrença. A soberba da mulher irritava Seung Ri. – Seus funcionários devem ser muito sortudos por terem um chefe tão gentil como você, devem conhecer seu carro tão bem quanto a palma da própria mão.

A fala da mulher foi bastante sugestiva, ao passo em que a mesma se afastava enquanto fazia um sinal para um táxi. Ainda que fosse do contrário de sua natureza ser vingativo e retrucar tais comentários, Seung Ri não conseguiu se segurar. Era como se a mulher à sua frente provocasse a pior parte de si. Assim que um táxi parou à frente de Han Na, não pôde deixar de comentar e provocar a mulher na mesma moeda.

— Talvez. – Seung Ri encolheu os ombros com indiferença e não se deteve em ser venenoso. – Acredito que Hwa Kyung Soo deve ser um chefe bem mais benevolente do que eu nesse sentido.

A expressão pasma da mulher à sua frente foi o que fez o dia de Seung Ri melhorar ainda mais naquele momento. Entrou em seu carro, fazendo um pequeno manejo com a cabeça de despedida antes de dar a partida e sumir entre as ruas movimentadas de Seul.


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