Nossa canção escrita por mjrooxy


Capítulo 15
Capítulo 14




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Em seguida, outras pessoas chegam, dentre essas, está uma mulher extremante extravagante. Digo isso, pois se achei que minha saia era um pouco curta, a dela é minúscula. Pior, a primeira coisa que o ser humano fez ao chegar foi pular no pescoço de Charles e, em seguida, do Darcy.

Eu senti ciúmes por Jane, onde já se viu? Provavelmente deve ser amiga dessa Caroline, Bingley foi muito diplomático e logo se esquivou do abraço, apresentando Jane em seguida. Receba! Já pelo Darcy, bom, senti um leve incomodo quando ele a abraçou, e daí?

Noto, então, que os rapazes que chegaram são bonitos e elegantes, alguns instantes depois, nós somos apresentados. Porém, não consigo lembrar do nome de nenhum, sou péssima de memória. Charlotte como é falante, logo trata de engatar uma conversa com os convidados novos. Charles, Jane e Caroline conversam, vez ou outra a irmã do Bingley encosta em Jane, o ar é de pura falsidade.

Mas, quem sou eu para dizer algo? Deixa pra lá.

— Elizabeth. - Ouço uma voz aveludada me trazer à realidade.

— Darcy. - Volto minha atenção ao homem à minha frente.

— Preciso te dizer algo. - Ele hesita antes de continuar.

— Tudo bem. - Eu o encorajo.

— Quero pedir perdão pela minha indelicadeza quando nos conhecemos. - Ele franze um pouco o cenho e eu noto uma ruguinha entre os olhos azuis dele.

Sinal que Darcy é humano, ótimo. Qual é, vai que ele é um kryptoniano entre nós, com essa aparência e pompa poderia ser. Dou uma risadinha pelo pensamento idiota que tive e ele me encara com uma expressão confusa.

— Desculpa, lembrei de uma coisa boba. - Afirmo ficando séria novamente.

Nossa, agora Darcy deve achar que sou retardada. Me pede desculpas e eu começo a rir do nada. Parabéns Elizabeth.

— Tudo bem. - Darcy interfere meus devaneios novamente. - Eu fui rude, quero que saiba que não penso aquilo de você. - Conclui olhando para o chão, parece desconfortável. Mas genuinamente arrependido.

Acho que ele não deve ter o costume de pedir perdão com frequência, ou deve. Quem vai saber, já estou julgando as ações dele de novo.

Meu Deus, Darcy está esperando minha resposta. Para de ser louca, Liz!

— Eu posso aceitar isso e meu coração continua aberto. - Digo a primeira coisa que passa pela minha mente.

Ele ri e balança a cabeça.

— Nossa, essa é sua resposta? - Pergunta incrédulo.

— Sim.

— Você é hilária Elizabeth. Eu venho cheio de receios te pedir desculpas por ter sido um idiota, quase não consigo falar o que pretendo e você me responde com uma frase de "Eu a patroa e as crianças?" - Descontrai.

— Qual é a resposta que você esperava ouvir? - Devolvo a pergunta.

Ah é, nosso joguinho.

— Sei lá, não te desculpo, seu babaca! - Darcy dá uma risadinha de canto e eu me pergunto porque ele não sorri mais vezes.

Alegraria o dia de muitas mulheres carentes ao redor, tipo eu. Para com isso, Elizabeth. Concentra, concentra.

Caroline se aproxima e interrompe nossa conversa.

— Vocês também se conhecem, que interessante. - Afirma mais para si mesma do que para nós. - Então, aceitam alguma bebida? - Pergunta fazendo a anfitriã, algo me diz que ela só queria interromper mesmo.

Quando eu faço menção de responder, Caroline me corta e continua toda derretida:

— Me ajuda com os drinks, Darcy?

Ele me olha com uma expressão parecida com "Save me", eu nada digo.

Agora eu entendi, agora eu saquei. A irmã do Bingley é caidinha pelo Darcy, essa reunião está ficando promissora. A pergunta é, Darcy sente o mesmo? Bem, se sentisse não estaria implícito um SOS no olhar dele.

Alguns minutos passam e eu noto que Bingley e Jane desapareceram, safadinhos. Charlotte nem lembra que existo, vou ficar com essas pessoas estranhas, ótimo.

— Boa noite. - Uma voz que não conheço me sauda.

Me viro procurando o interlocutor e encontro um rapaz sorridente.

— Boa noite. - Respondo educada.

— Fomos apresentados, não sei se recorda o meu nome. É Ricardo, prazer. - Diz e eu percebo uma covinha na bochecha direita, charmoso, eu diria.

Darcy também tem covinhas, eu percebi há pouco quando ele sorriu mais abertamente. Covardia né? Aqueles olhos e covinhas, quase um atentado a humanidade. Mas, voltando ao Ricardo, acho que preciso socializar.

Entramos em uma conversa superficial e ele me conta que conhece Bingley e Darcy de longa data. Estudaram juntos e mantiveram a amizade até hoje. Ele questiona também o que eu faço, respondo que sou professora de música no Instituto do Sr. Carlos. Quando vou devolver a pergunta, Darcy está de volta com duas taças na mão.

— Vejo que já conheceu o Ricardo. - Ele diz me entregando a bebida.

— Obrigada.

— Uma moça tão bonita como essa, não deve ficar sozinha em reunião alguma. - Ricardo afirma de forma galante.

Eu sinto as bochechas esquentarem ligeiramente, mas sorrio em resposta.

— Concordo plenamente, por isso eu voltei rápido. - Darcy rebate de imediato e eu o encaro perplexa.

O que eu ouvi agora? Preciso abaixar para pegar meu queixo que caiu.

Ricardo parece entender o recado, disfarça e diz que vai pegar uma bebida também.

— Algum bicho te mordeu? - Ironizo ainda sem graça.

— Nenhum que eu tenha visto. - Darcy retruca sorridente.

Logo após, Charles aparece e anuncia que, se quisermos dançar, é só ir para a sala que ele improvisou. Eu sorrio, adoro dançar, só não ouso pedir ao Darcy que me acompanhe. Vai que ele dá uma de bipolar de novo comigo.

— Você quer dançar comigo? - Ele pede parecendo adivinhar meu pensamento.

— Quero. - Respondo rápido de mais. Ansiosa demais. - Seja qual foi esse bicho invisível que te mordeu, espero que não largue agora. - Digo pegando a mão que Darcy ofereceu a mim.

Ele sorri de leve e coça a nuca sem graça.

— Eu posso ser gentil também. - Afirma, enquanto seguimos na direção que Bingley indicou.

Chegamos ao local e eu fico embasbacada, imaginei que seria uma salinha pequena, só que não. É um amplo lugar, sei que Charles adaptou, porém, nem parece adaptado. Começamos a nos movimentar no ritmo da música aos poucos e vejo Charlotte dançando com um dos rapazes que ela conversava anteriormente. Essa mulher não perde tempo, tocou, Neymar é gol!

— O que te deu para querer dançar e comigo? - Pergunto tentando entendê-lo.

— Estou tentando me redimir das primeiras impressões ruins que te causei. - Ele diz um pouco alto, depois te der se inclinado levemente na minha direção.

— Charles tem algo a ver com isso? - Inquiro, espero que ele não esteja dando uma de cupido ainda.

— Mais ou menos, na verdade ele me contou algumas coisas que Jane disse a ele. - Confessa um pouco econômico.

Eu fico muda, o que será que foi dito?

Nós próximos minutos, continuamos dançando e eu deixo essa história pra lá. É só uma dança, esse Darcy está sendo bem mais agradável do que aquele que conheci antes. Melhor não cutucar a onça com vara curta.

A música que começa a tocar agora é mais lenta, eu fico estática. Não sei o que fazer, até que vejo a silhueta dele se aproximar de mim e tocar de leve minha cintura. Meu corpo arrepia instantaneamente e eu me amaldiçoo mentalmente por nem lembrar mais como é o toque de um homem. Com certeza é essa maldita carência!

Seus próximos movimentos parecem friamente calculados. Entenderam? Eu sou uma loser mesmo. Um homem desses perto de mim e eu mentalizando essas coisas idiotas. O que quero dizer, é que ele não faz nada bruscamente, parece que está com receio da minha reação.

Darcy coloca a outra mão na minha cintura e eu levo as minhas até os ombros dele em sinal de encorajamento. Nossa, como ele é alto, eu estou de salto e ainda me sinto uma anã.

Começamos a ir de lado para o outro, um pouco desajeitados, nos adaptando ao início da dança. Depois sinto que Darcy me puxa levemente para mais perto dele, agora eu já posso sentir aquele perfume amadeirado maravilhoso novamente. Dessa vez eu que sou audaciosa e me aproximo mais, quando me dou conta, encostei a cabeça no peito dele. Ouço um coração acelerado e sorrio pela sensação de calmaria e segurança que o corpo quente do Darcy me proporcionou. Ficamos dançando assim por um longo tempo e eu nem me toco que já é outra música. Sinto a mão dele acariciar minhas costas de forma quase imperceptível, até que finalmente recobro a consciência e me afasto abruptamente.

Darcy me encara sem entender e tira as mãos da minha cintura. Quase peço para ele continuar aquele contato, mas, ao invés disso, fujo como uma garotinha que nunca foi beijada.

"O que você está fazendo, Elizabeth. Não seja louca!", me repreendo em pensamento.

 


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