Um conto de verão: Sob os fios azuis escrita por Queen the Vampire


Capítulo 3
Baby, heaven's in your eyes...


Notas iniciais do capítulo

A escrita em itálico foi usado apenas para pensamentos dos personagens.
desde já me desculpem pelos erros



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Ela tinha o sorriso mais belo dentre os outros, enquanto erguia as mãos animada em meio a festa, o castanho sentia-se hipnotizado, observava com atenção além do comum os dedos se mexendo conforme o som da música, as pernas que seguiam o embalo da música e até mesmo os dedos dos pés se enterrando na areia fofa. Em sua cabeça apenas uma palavra poderia descrever aquela mulher, porém quando a mesma sorriu embriagada pela alegria do momento ele não se conteve.

 

"Uau." —  Sussurrou torcendo para que os amigos não escutassem e os minutos que se passavam foram incrivelmente aproveitados.

 

—  Por que você não vai até ela? —  Recebera um cutucão na costela, Evan trazia nas mãos duas bebidas e um sorriso maroto. — Vai te ajudar a criar coragem. —  Insistiu. O castanho pegou o copo e cheirou desconfiado. —  Qual é o kentin desde quando você ficou tão sério? Estamos numa festa. —  Ao ouví-lo o castanho bufou:

—  Evan, por mais interessante que isso seja, estamos a trabalho. Eu não vou pôr um dedo de bebida alcoólica na minha boca. —  Deixou o copo de lado.

—  E quem disse que isso é álcool? É refrigerante e outra o nosso expediente acaba oficialmente em meia hora e depois você pode chegar nela. —  Sussurrou cutucando o braço do amigo novamente, porém o castanho não falou nada, estava focado demais em apreciar a deusa a sua frente e conciliar com a vigia do trabalho.  —  Qual é Kentin desde que te apresentamos a Azul você nutre essa paixão por ela, por que não vai lá e acaba logo com isso? 

—  Porque estou trabalhando, Evan! Deixa de ser chato pra caralho. — Reclamou levando o melhor amigo a gargalhar, era tão difícil tirá-lo do sério ao ponto de fazê-lo xingar, Evan se orgulhava do feito e estava louco para ver o amigo tomar uma iniciativa. 

—  Ok-ok. Não estou nem mais aqui, vou patrulhar a área, mas, como sou um bom amigo vou te dar um conselho e de graça! Larga esse receio de lado porque do contrário vai perder a única oportunidade de chegar na azul sem ter alguém te empatando. —  Depois de dar dois tapas camaradas no ombro do castanho, Evan foi cumprir com os serviços e Kentin suspirou. 

O melhor amigo tinha razão, afinal, todas as vezes que tiveram uma chance algo deu errado. A primeira vez foi quando levou-a a um jantar a beira mar e da pior forma possível descobriu ser alérgico a camarão, depois tentou um circo com parque de diversões e novamente deu errado, apesar de se divertirem Azul não gostava de palhaços e a última tentativa foi coroada com a presença da família da Brasileira no fim não soube onde enfiar a cara e tinha certeza que se continuasse no jantar naquela noite teria um ataque cardíaco, por isso, ficou imensamente grato quando uma chamada inesperada o obrigou a retornar para o trabalho. 

Inundado com as lembranças respirou pesado antes de sorrir feito bobo, desde as primeiras tentativas teve o apoio e a ajuda dos amigos e por ímpeto decidiu que dessa vez faria sozinho, chamaria a garota dos sonhos para passear e quem sabe confessar um pouco de seus sentimentos, focaria apenas na necessidade de se expressar já que desde a adolescência era péssimo nisso.

No centro da festa em meio aos outros os fios azuis balançavam com clamor sentia as correntes elétricas transmitidas pela euforia reverberar em cada nervo do corpo, respirava intensamente absorvendo o ar levemente salgado pela maresia, sentia-se viva como nunca e livre como um pássaro majestoso, tal sensação poderia ser vista em todos ao seu redor, é claro que cada um absorvia a alegria de estar finalmente formado de uma forma diferente, para Azul aquilo era intenso, tão intenso como o seu primeiro amor, ou até mais.

— Finalmente… —  Chani a abraçou e a mesma retribuiu.

— E o melhor de tudo a Crowstorm está aqui! — Azul indagou ainda estática pelo fato de o show ser privado, nunca imaginou que o diretor fosse aceitar a ideia descabida do comitê estudantil, é claro que os alunos estavam por trás daquilo e no fim conseguiram um festa privada na ilha de Tavifer e até o próprio Castiel vocalista da banda curtia com tudo, afinal também encerrou os estudos e de certa forma a festa também era pra si.

—  E aí o que você vai fazer depois que retornarmos à Sweet Amoris? —  Foi a vez de Priya comentar, nas mãos da futura advogada, uma garrafa de Ice e ao seu lado a loira de olhos dourados inconstantes.

— Eu vou passar uma semana na casa dos meus pais. Minha mãe pediu um tempo comigo. —  Chani sorriu.

—  Nós vamos para a Suécia. —  Priya sussurrou.

—  Bom queridas, eu vou passar o próximo mês na estrada, quero relaxar bastante antes de assumir o meu cargo. —  Comemorou internamente, antes da monografia participou de um processo seletivo para trabalhar no estado e foi aprovada com o máximo de rigor, agora tudo o que desejava era curtir a nova vida antes de assumir as verdadeiras responsabilidades.

As meninas sorriram ao seu redor e enquanto prestavam atenção na música da Crowstorm, Chani não pode deixar de notar como um par de olhos verdes no alto da vigia se mantinha fixo nelas, precisamente nos movimentos de Azul, discretamente chamou a atenção da amiga e sussurrou:

—  Tem um certo sargento de olho em você… —  A azulada desconfiou, porém não acreditou, afinal era óbvio que possuía algo por ele, mas tinha certeza de que não era correspondida.

— Não viaja Chan o Kentin está fazendo o trabalho dele. —  Desconversou.

—  Então o trabalho dele é você? Ele passou boa parte das faixas olhando pra você. —  A xamanista insistiu, Azul no entanto, revirou os olhos.

—  Vamos focar na festa, se ele realmente quiser falar comigo sabe onde estou. —  Apesar de possuir um crush no castanho, não se daria por vencida e acreditada naquele sentimento que julgava irreal, era cética o suficiente para saber até onde poderia ir.

— Você que sabe, mas depois daquelas tentativas é óbvio que ele tem uma queda por você. —  Apesar de reservada, Chani era direta e o quarteto voltou a se divertir, Castiel cantou com vontade colocando o coração nas faixas, algumas músicas foram cantadas por Leo e quando acabou, Azul seguiu para o bar, estava vocalmente esgotada de tanto que acompanhou.

—  Um refrescante de menta. —  Pediu a modo de melhorar a ranhura na garganta. 

Do outro lado do bar Kentin sentia-se um verdadeiro stalker. assim que acabou o expediente procurou por ela e quando percebeu que a mesma estava sozinha decidiu que tomaria a atitude, só que no meio do caminho acabou travando, pensando em qual seria o assunto abordado.

"É só ir lá e dar boa noite." Pensou enquanto caminhava e sem perceber já estava vis-à-vis com a azulada. A mulher estava ocupada demais com o canudinho de metal personalizado em seu copo para vê-lo, quando saboreou o primeiro gole da bebida de menta hiper refrescante olhou para ele que sentiu o rosto aquecer.

— Sargento kentin, o que faz aqui? —  De forma divertida deu espaço para o mesmo se sentar.

— Estou de folga… — Coçou a parte de trás da cabeça.

— Então senta e aproveita. — Sugeriu, ele aceitou. — Não sabia que você estava de prontidão na festa. — Desconversou, claro que sabia. Evan contou euforia na intenção de juntar os dois.

— É. Até que foi bem tranquilo e você se divertiu? — Mudou de assunto imaginando como começar o assunto tão desejado.

— Sim, dancei bastante, você viu não viu? — Azul estava se divertindo com o rubor nas bochechas dela, para ela aquela cena aos poucos tornava-se impagável, em seu coração Kentin era um dos seres humanos mais belos que já conheceu tanto por fora quanto por dentro e agora estava ali se envolvendo numa conversa direta e sem escapatória.

— Vi. — Ele respirou fundo. — A propósito, você está linda… — Sussurrou, dessa vez surpreendendo-a, Azul se levantou do banquinho e estendeu a mão para ele também estava envergonhada, mas  o'bar estava começando a lotar e seria ruim demais para conversar. — Onde vamos? 

— Pensei em voltarmos para a praia e caminhar um pouco, aqui está bem barulhento para se conversar não acha? — De imediato ele concordou.

Nos primeiros cinco minutos em que caminhavam para longe da bagunça ficaram em silêncio e dessa vez foi o castanho quem quebrou o silêncio: — E então o que você vai fazer agora? — Comentou colocando as mãos nos bolsos e ela se sentou na terra fofa e ele a imitou.

— Bom, vou passar um mês na estrada, quero conhecer alguns lugares antes de manter minha residência fixa e você sargento? — sorriu enquanto enterrava o copo no chão, Kentin viu ali a oportunidade tão aguardada. Discretamente colocou o braço atrás dela enterrando a mão na areia.

— Vou ficar um mês disponível, pensei em visitar minha mãe e quem sabe ajudá-la a assar uns cookies pelos velhos tempos. — O brilho singelo no olhar deixou-a encantada, Kentin no entanto se manteve firme a ideia inicial, assim, retirou as mãos da areia e depois de espalmar os finos grãos entre os dedos levou a destra até os cabelos azuis, fazendo um carinho atrás da orelha direita, ela não recuou. A conexão de olhares debandou entre o silêncio e as ideias que se formavam na cabeça de ambos, se por um lado Azul estava feliz com o momento, por outro se perguntava o por que de tanta insegurança por parte do castanho, já Kentin só faltava explanar em palavras o que gostaria de fazer no momento, ou seja, beija-la.

Ela não sabia que seria tão difícil expor o sentimento pelo crush de maior resistência, mas no momento não tinha paciência e nem desalento que a parasse. Azul se inclinou para frente entrando em contato com a respiração quente do castanho o polegar direito fez um leve caminho pela bochecha masculina onde deixou claro suas intenções, com calma ela contornou todo o rosto bem desenhado antes de finalmente beija-lo, não era como se não conhecesse os traços deles mas faria bem a suas sensações memorizá-lo com mais persistência e tal ato fora o estopim para o castanho que tanto se segurava, os braços de Kentin a envolveram por completo trazendo-a mais para si a destra dela descansou na nuca masculina enquanto a esquerda entrava vagarosamente nós curtos fios castanhos, um beijo tórrido e ininterrupto, as pernas de Azul se apoiaram sobre as dele enquanto as mãos apertavam a cintura com propriedade cada contato tornava-se insuportavelmente perfeito e quando finalmente lhes faltou ar se separaram, os olhos verdes contemplaram os azuis, no fundo ele gostaria de dizer que esperou muito por isso, mas não poderia deixar tão implícito algo que possivelmente em sua concepção estragaria o momento. Não foram precisas mais palavras e logo retornaram ao ósculo, banhado pela brisa do mar e a luz do luar...

E então, o que você vai fazer pela manhã? — O castanho questionou enquanto segura a mão delicada entre as suas. Azul olhou para os céus desviando a atenção, iria embora ao entardecer e o sol estava longe de nascer, mas não queria se despedir dessa forma realmente sentia algo mais forte do que uma simples atração por ele. Nesse pequeno descuido relembrou quando os pai, o tio e a avó colocaram o sargento contra a parede e seguidamente convidaram para jantar, Kentin como o perfeito cavaleiro que era não recusou apesar de estar quase explodindo de vergonha e com a memória ainda fresca, riu, atraindo atenção dele.

— Não é nada… Só recordei um momento engraçado que passamos. — Tentou conter o sorriso e ele ruborizou.

— Deixe-me adivinhar: Você lembrou da desgraça que eu fui no jantar… — Os olhos verdes brilhavam ao recordar de como tremia feito uma vara verde ao entrar em contato direto com a família dela. Sem conseguir esconder mais a verdade Azul confirmou.

— Mas veja por esse lado, eles adoraram você. — Discretamente encostou a cabeça no ombro dele que não pensou duas vezes antes de respirar o perfume dos fios azulados inebriando-se.

— É… Antes o jantar desastroso do que a alergia a camarão no primeiro encontro. — Comentou, Azul o encarou divertidamente.

— Então era pra ser um encontro? — Ele assentiu.

— Exatamente. Assim como o dia da fuga dos palhaços. — De soslaio ele notou uma vermelhidão súbita na face negra e em sua mente turva pelo momento ecoou apenas uma palavra: Perfeita 

— Não me lembre daquilo, foi ridículo. — Gargalhou.

— Ridículo? Azul, ridículo foi a minha cara inchada dentro do restaurante.. — Relembrou.

— Realmente, você ficou igualzinho um baiacu, mas, se serve de consolação era o baiacu mais lindo que já vi. — Piscou ao ironizar e ele concordou. Adorava as recordações, mas no momento criava novos laços e memórias preciosas, Azul parou de andar e enlaçou o pescoço do castanho, seu charme natural se baseava em seu olhar simplório que para ele se igualava a uma deusa — Agora respondendo a sua pergunta — Roçou os lábios nos dele — eu estou livre no momento, estarei livre amanhã pela manhã e se você quiser podemos passar o restante da noite juntos. — De imediato o castanho se exaltou arregalando os olhos e ela o beijou. — Pelo visto você teve ideias diferentes das minhas sargento Kentin. — Em nome de todos os deuses do mundo, ele suava frio com toda aquela imponência e por um minuto preferiu manter a sanidade do que dar passos a mais do que podia.

— Eu adoraria fazer seja lá o que tenha em mente. — Confirmou. Azul soltou um excelente com um ar travesso antes de arrastá-lo para a festa, de certa forma levar o sargento para o seu mundo lhe parecia mais interessante do que simplesmente se perder entre eles, Kentin não conseguia por em palavras todas as boas sensações que aquela diversão lhe causava e principalmente a presença. A dupla se divertiu de inúmeras maneiras até o meio da madrugada, quando Azul deixou claro que estava exausta e ele em igual estado.

— Nos vemos amanhã pessoal. — Sussurrou, seguida por ele. Se retiraram da festa e caminharam pela areia até o hotel onde a azulada estava hospedada. 

— Eu te vejo pela manhã? — Kentin perguntou, Azul se aproximou e roubou um selinho.

— Tomamos café junto, creio que Maria e Evan vão estar lá. — Sussurrou. — Então se prepare para a zoação sargento. — Cruzou os braços, Kentin alisou o rosto feminino e se aproximou mais beijando-lhe os lábios e seguidamente o caminho da face até a orelha esquerda arrepiando lhe a coluna.

— Que fiquem à vontade, desde que esse não seja o último. — Mordeu o lábio inferior deixando-a em choque com a quantidade de sugestões que passavam por sua cabeça e depois de alisar o peitoral dele se despediu, realmente estava cansada...

Azul se jogou na cama sorrindo, os cabelos molhados pelo banho recente. Antes de dormir sorriu com as lembranças recém adquiridas e  no fim das contas o interesse além de mútuo se mostrou propenso a algo mais.




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