The Chosen Ones — Chapter One. escrita por Beatriz


Capítulo 5
Sayuri: uma noite com o Hokage.




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Depois que Kiba me tirou de perto de Sasuke, me senti um pouco mais aliviada. Feliz até. Eu ainda não tinha encontrado forças suficientes para encará-lo, então adiaria isso o máximo que pudesse. Apesar de a vila estar fervilhando com a festividade, Kiba me levou para um lugar quase deserto. Alguns poucos indivíduos passavam vez ou outra, mas não reparavam na gente.

Enquanto andamos, minha mente é invadida por lembranças de nós dois. Eu tinha catorze anos quando o conheci e ele tinha quinze. Lembro como se fosse ontem. Kiba estava em uma missão com Shino e Hinata e coincidentemente eu acabei sendo designada, da Vila da Névoa, para a mesma missão, só que com tarefas diferentes. Eles estavam lá para proteger um homem importante de um assassino enquanto eu tinha que matar este tal assassino. Sorrindo, deixo que as lembranças voltem para mim.

Estava no meio de uma floresta. Eu lembro que já estava escuro e eu estava presa no meio de uma batalha com alguns shinobis patifes que o assassino que eu estava procurando contratou para protege-lo. Eram apenas dois, mas os caras eram bons, meu chakra já estava quase no fim e eu já estava sem ideias do que fazer. Não queria usar meu kekkei genkai, mas já estava começando a achar que seria necessário.

Com dificuldade, levantei do chão e, mesmo tremendo, comecei a fazer os sinais de mãos necessários para a ativação do meu kekkei genkai. Eu já estava começando a usá-lo quando um estrondo me fez parar, se eu não tivesse sido rápida o bastante teria sido morta naquele exato momento. Algo muito parecido com um tornado passou zunindo bem ao lado do meu ouvido, só tive tempo de me jogar para o lado. Quando as coisas se acalmaram, percebi, com espanto, que se tratava de duas pessoas, dois garotos que aparentavam ter a minha idade.

Logo depois dele, apareceram mais duas pessoas, um garoto e uma garota. Eles deram conta dos dois ninja, pois apesar de eu estar acabada, os outros dois não estavam muito diferentes. Eu tinha os deixado em um estado bem crítico. O garoto que apareceu depois tinha um total controle de insetos, os bichos saiam de seu próprio corpo. Achei um pouco nojento, mas interessante. A menina era uma possuidora do Byakugan, percebi isso pelo estado em que seus olhos se encontravam.

Logo que os dois shinobis caíram mortos no chão, o garoto que tinha um gêmeo me surpreendeu quando o seu gêmeo se transformou de volta em um cachorro. Não medi esforços para ficar de pé e corri até o garoto que veio como um tornado para perto de mim. Cerrei meu punho direito e o aceitei bem em seu queixo. O garoto foi pego de surpresa e, com a força do impacto, foi parar no chão. Não dei tempo para ele levantar, avancei para cima e o segurei pela gola de sua jaqueta, segurei-o contra o tronco de uma árvore e olhei bem em seus olhos. Seus dentes estavam cerrados e percebi que seus caninos eram bem afiados. Quem era a dele afinal de contas?

— Qual é o seu problema? — sua voz saiu engasgada pela força que eu estava fazendo. Senti o cachorro do garoto mordendo a barra da minha calça e eu teria dado um chute no animal se o menino dos insetos não tivesse me puxado para trás bruscamente. Minhas costas bateram contra seu peito e nós dois perdemos o fôlego por uns segundos.

— Meu problema? — gritei. — Você quase me matou, seu idiota!

— Sua maluca, eu salvei a sua vida. Se não fosse por mim você poderia estar morta.

Tentei avançar para cima dele novamente, mas o garoto dos insetos me segurou novamente. Debati-me como um peixe fora d’água, mas não consegui me soltar. Acho que eu já estava fraca demais devido a luta de minutos atrás.

— Você espera que eu te agradeça? Se toca, eu nem pedi a tua ajuda.

— Argh! Sua mal agradecida!

Foi a vez dele de avançar para cima de mim, mas foi segurado pela menina do Byakugan. Ela parecdia ser bem frágil perto dele, mas conseguiu mantê-lo parado. Nós dois nos encaramos cheios de raiva nos olhos. Se olhares pudessem matar estaríamos os dois mortos agora.

— Por favor — a menina disse. —, parem de brigar. Kiba, se controle.
 

Então o nome dele é Kiba, penso. Interessante. Ele ainda está cheio de raiva, mas parece se controlar. A menina o solta e, ao invés dele me atacar, fica parado ao lado dela. O garoto dos insetos também me solta e me sento no chão, pois não estou aguentando minhas próprias pernas.

— Sou Hinata — a menina sorri, tentando ser amigável. — Estes são Kiba e Shino — o menino dos insetos, Shino, vai para o lado deles. — Somos da Vila da Folha. Quem é você?

Eu fico de pé novamente e ajeito minha bandana.

— Sayuri. Sou da Vila da Névoa.

Foi a primeira vez que vi Kiba. Acho isso engraçado até o hoje. O jeito como o “agradeci” foi o pior possível, mas na época eu fazia mais o estilo atacar e depois conversar. Depois disso a missão quase foi por água abaixo por causa das brigas que tive com Kiba. Nós praticamente estávamos na mesma missão, mas com deveres para com pessoas diferentes. Kiba me estressava tanto que acabei tentando atrapalhar a missão deles várias vezes, mas no fim, felizmente, deu tudo certo.         

Agora, neste momento, estamos correndo pelas ruas da Vila da Folha. Não faço a menor ideia de para onde Kiba está me levando, mas não me importo. Estou me divertindo tanto que nem penso nas consequências.

O garoto me puxa pela mão e me encosta a um cercado. Nós dois estamos rindo, talvez pela adrenalina de ter corrido até aqui ou por estamos fazendo algo às escondidas. De qualquer forma, sinto todo meu corpo se acender quando ele abre as minhas pernas com o seu joelho e o deixa ali no meio. Me pergunto o que ele tem em mente e seja o que for estou louca para saber.

Com agilidade Kiba tira minha máscara Anbu e a joga no chão. Pelo canto de olho vejo que Akamaru está dormindo debaixo de uma árvore. Senti saudades dele também, mas estou meio sem tempo para ir fazer carinho nele. Kiba está com uma mão encostada no cercado atrás de mim e a outra vai parar em meu rosto. Ele acaricia minha bochecha gentilmente e um sorriso escapa de seus lábios. Sou eu quem toma a iniciativa. Seguro sua nuca e o puxo contra mim. Nossas bocas se encontram e um beijo cheio de saudades começa. Não demora muito para que sua língua peça passagem e eu dou. A mão de Kiba percorre meu corpo, indo parar diretamente em minha bunda. Ele a segura com força, pressionando-me ainda mais contra seu peito. Minha mão agarra sua blusa e intensifico mais o beijo. Ele para por um momento.

— O que foi? — pergunto, ofegante.

— Nada — ele sorri. Está tão ofegante quanto eu. — Eu só estava com saudades.

Um sorriso se abre em meus lábios e o puxo novamente para mim. O beijo começa novamente e desta vez Kiba me carrega. Entrelaço minhas pernas em sua cintura e ele intensifica um pouco mais o beijo. Fico nostálgica ao lembra como nosso beijo sempre se encaixou. Parece que fomos feitos um para o outro, pois tudo entre nós era certo. O beijo, a paixão, o sexo. Foi com Kiba que tive minha primeira vez e tenho certeza que não poderia existir ninguém mais certo que ele naquele momento.

A mão de Kiba começa a entrar debaixo da minha blusa e, sinceramente, eu não me importo se estamos em um local público. Deixo que a minha própria mão desça até a sua calça. Percebo o quanto seu pênis está duro e ao sentir minha mão ali ele solta um gemido. Eu quero muito transar com ele aqui mesmo. Nem ligo se alguém pode acabar nos vendo, o tesão que estou sentindo é tanto que nem consigo pensar direito. Mas alguém atrapalha todos os meus planos.

— Kiba! — escuto ao longe alguém gritando e passos se aproximando. — Ah! Nossa, desculpe!

Interrompo o beijo e olho por cima do ombro de Kiba. É Hinata. A fuzilo com meu olhar e ela fica vermelha instantaneamente. Em meu ouvido, escuto a risada baixinha de Kiba, escondo meu rosto em seu ombro e suspiro. Será que ninguém pode me dar um pouco de sossego? Eu tive que interromper o momento com Kakashi porque ninguém podia nos ver; agora com Kiba, Hinata vem e atrapalha.

Com calma Kiba me desce de seu colo. Ajeito minha roupa e encaro Hinata com tanta raiva que ela desvia o olhar na hora. Ela não tem nada melhor pra fazer do que ficar atrapalhando os outros? Cruzo os braços, carrancuda.

— O que foi, Hinata? — Kiba pergunta calmamente, entregando-me minha máscara Anbu.

— Bem, é... — ela começa a fazer uns movimentos com os dedos indicadores, suas bochechas coram. Sinto vontade de socá-la. — Kurenai-sensei quer falar conosco. Shino já está com ela — a garota me olha. — Olá, Sayuri. Quanto tempo.

— É, bastante — faço bico e viro a cara.

Kiba solta um suspiro. Akamaru vem para perto do dono e aproveito para fazer carinho nele. Já faz um bom tempo que não o vejo e me surpreendo com o quanto ele cresceu.

— Nos vemos depois? — Kiba acaricia meu rosto.

— É claro — sorrio.

Lhe dou um selinho e o vejo se afastar com Hinata e Akamaru. Coloco minha máscara Anbu novamente e começo a ir embora. Me sinto um pouco solitária sem ninguém perto de mim. O que eu posso fazer agora? Definitivamente não estou a fim de ficar nesta festividade idiota em homenagem ao Sasuke.

Encontro com Laito minutos depois e nós dois vamos juntos até a floresta. Não entendo o que ele está tentando fazer, mas quando ele me puxa pela cintura e me leva para trás de uma árvore, meus olhos se iluminam de entendimento. Não estou em posição para negar o que ele quer depois de ter ficado cheia de tesão por Kiba, então quando Laito começa a abaixar meu short não o impeço. Em poucos segundos já estou no colo dele, estamos sem as partes debaixo de nossas roupas, nossas bocas se encontram em um beijo e sinto seu pênis deslizar para dentro de mim. Meu amigo tem que colocar a mão em minha boca, pois não estou conseguindo controlar meus gemidos. Mas também, quem conseguiria? As coisas não demoram muito porque digo a ele que é apenas uma “rapidinha”, não posso me dar o luxo de passar mais do que trinta minutos desaparecida ou então vai saber o que esse povo da Folha pode achar.

Quando saio de trás da árvore, sinto a presença de alguém nos arredores. Olho para cima institivamente e meu olhar encontra com o da líder Anbu da Folha. Ela está usando sua máscara, mas percebo que seus olhos se arregalam. Eu sei que ela entendeu o que eu estava fazendo e ficou envergonhada com isso. Digo a Laito para ir na frente apenas para não levantarmos suspeitas, ele aceita e me beija antes de sair andando.

Conversar com a líder Anbu da Folha é um pouco esquisito. Ela é um pouco travada e fala pouco. Apesar de ser bem bonita, sinto que falta alguma coisa nela. O que seria? Será que ela ainda é virgem ou algo do tipo? Penso em apresentar Laito para ela, ele não pensaria duas vezes antes de tirar a virgindade desta garota. Deixo isso para mais tarde, afinal estou mais interessada em confirmar o que Kakashi disse sobre a máscara. Pergunto a ela se foi presente de algum namorado e, para meu alívio eterno, ela diz que não. Mesmo não estando mais com ciúmes, não posso deixar de ficar intrigada. Ele me diz que é uma Senju e isso me deixa surpresa. Além de Tsunade, não sabia que existia mais algum. Algo em seus olhos castanhos me chama atenção. Ela não me parece uma má pessoa, então o que poderia ser? Deixo para descobrir isso mais tarde e despeço-me dela antes de pular da árvore.

Começo a procurar por meus amigos. Onde será que eles estão? Enquanto ando percebo que as pessoas me lançam olhares estranhos. Sei que elas estão pensando sobre o Tigre da Névoa e por isso estão um pouco receosas. Mas não me importo, elas podem pensar o que quiserem. Não preciso procurar muito, pois Ayato me encontra no meio do caminho. Ele para ofegante ao meu lado, como se tivesse corrido uma maratona.

— Está tudo bem? — ergo uma sobrancelha, encarando-o.

Ayato puxa o ar com força para dentro de seus pulmões.

— Você é difícil de encontrar. Nossa — ele faz uma careta. — O que você estava fazendo?

— Ah... — balanço uma mão. — Nada demais. Essa vila é tão entediante — é a minha vez de fazer careta. — Me diz que você tem algo divertido em mente para fazermos.

Um sorriso sacana aparece em seu rosto. Ele leva a mão até o bolso da calça e puxa de lá uma carteira de couro marrom. Meus olhos se arregalam.

— É a carteira do Shu? — pergunto, puxando o pequeno objeto de suas mãos.

— Sim, senhora — ele levanta o queixo, convencido. — Soube que a festividade será encerrada com um baile de máscaras, então o que você acha de irmos às compras?

— Provavelmente o Shu vai arrancar nossa cabeça... — o encaro. — Que se dane. Vamos lá!

Andamos lado a lado pelas ruas. Entramos em várias lojas durante o percurso, mas nada realmente nos agrada. Ayato é muito exigente quando se trata de roupa, apesar do seu jeito desleixado ele gosta de andar bem vestido; já eu quero encontrar algo bem bonito, afinal tenho um encontro com Kakashi hoje a noite. Quero estar linda e sexy.

Já estamos quase desistindo quando entramos em uma loja que ainda não tínhamos visto antes. Por um milagre, achamos o que estávamos procurando nela. Eu encontro o vestido perfeito e Ayato consegue achar um terno que parece ter sido feito especialmente para ele. Pegamos uns ternos que temos certeza que os outros meninos vão gostar e pagamos tudo com o dinheiro de Shu. Fico pensando o que ele vai achar disso. 

Estou tão entretida conversando com Ayato que nem percebo quando alguém entra na loja. Agradeço a mulher que nos atendeu e quando estou chegando perto da porta dou de contra com o novo cliente — felizmente eu estou usando minha máscara. Levanto a cabeça e meus olhos encontram o rosto de Sasuke com uma expressão séria. Meu sorriso some na hora. Até Ayato parece congelar do meu lado. Nós ficamos nos encarando por alguns segundos, estamos tão perto que seu cheiro penetra através da minha máscara. Sinto-me atordoada e prestes a desmaiar. Se controla!, penso.

— Senhor Uchiha! — a dona da loja diz, animada. — Seu terno está aqui. Venha comigo.

Solto um suspiro aliviado quando ele passa por mim e vai atrás da mulher. Ayato percebe meu desconforto e me segura pela cintura enquanto nos tira da loja. Nós caminhamos em silêncio por um tempo. Não tem muito o que conversar sobre o que acontecera.

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

Ayato acaricia minha cintura com o polegar e me sinto grata por tê-lo ao meu lado.

—x—

— Vocês fizeram o que

A voz de Shu provavelmente é ouvida por toda a Vila da Folha. Ayato e eu fazemos a nossa melhor cara de inocente enquanto Subaru e Laito riem, sentados no sofá do apartamento que nos foi designado pelo Hokage.

— Relaxa, Shu — Ayato fala por mim. — Foram só umas coisinhas.

— Umas coisinhas? Vocês acabaram o meu dinheiro!

— Mas trouxemos algo para você também, tá?! — digo, colocando as sacolas de compra em cima do sofá. 

Ayato e eu entregamos as roupas de cada um e, mesmo contrariado, Shu parece gostar do terno e da máscara que trouxemos para ele. Laito é o primeiro a dizer que gostou de tudo, Subaru parece ficar um pouco em duvida sobre o que acha do que compramos para ele, mas sei que é tudo fingimento. Nós ficamos conversando e só percebo que já está escurecendo quando meus amigos vão para seus quartos se trocarem.

Kakashi nos instalou em um apartamento bem aconchegante com vista direto para a torre do Hokage — imagino que seja uma grande honra. Meu quarto é o mais privilegiado de todos, pois é o maior. Os meninos brigaram por ele, mas quem acabou ganhando fui eu. É um quarto bem espaçoso e, apesar de ser todo pintado de branco — uma cor que eu particularmente odeio —, é bonito. Deixo meu vestido e máscara em cima da cama e me dirijo até o banheiro. O sol já está se pondo na Folha e me pergunto como estão as coisas na Vila da Névoa. Desde que cheguei aqui não tive tempo de mandar uma carta ou algo do tipo para minha mãe e imagino que não terei tão cedo. Será que ela está preocupada? É bem provável que sim. Eu bem sei que ela nunca me deixaria voltar para esta vila. Entretanto, não posso fazer nada para acalmá-la. Esta deixou de ser a minha vilano momento em que fui embora e não olhei para trás. Estou de mãos atadas.

Enquanto a água quente do chuveiro cai por meu corpo nu, me pego pensando em Sasuke. Por quê? Não sei e nem quero saber. Mas deixo os pensamentos tomarem conta de minha mente. Afinal, não é como se ele estivesse aqui para ler meus pensamentos ou algo do tipo. Fecho os olhos e começo a me ensaboar, primeiro meu pescoço, depois ombros, desço para meus seios e depois minha barriga. Em todo o percurso imagino como se o sabonete fosse as mãos de Sasuke e que ele está me tocando, cada milímetro do meu corpo sendo preenchido por seu toque. Me pergunto como seria, ter meu corpo inteiro em suas mãos, minha pele em contato com a sua e nossas bocas finalmente se tocando, acabando com qualquer distância que pudesse existir entre nós. Neste exato momento, eu o desejo tanto que todas as partes em meu corpo parecem estar em chamas. Quero suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto, seus lábios percorrendo meu corpo de cima a baixo, quero que ele me preencha de todas as formas possíveis...

Abro os olhos subitamente, assustada com meus próprios pensamentos. Encosto-me a parede para recuperar meu equilíbrio, pois não confio que minhas pernas estejam suficientemente firmes para fazer isso por conta própria. Estou ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Levo minha mão até meu peito e percebo o quanto meu coração está acelerado, a água do chuveiro cai por meu rosto e digo a mim mesma que é isso que está embaçando minha visão, mas sei que são lágrimas. Não sei como posso pensar essas coisas quando tenho certeza absoluta de que Sasuke me odeia. Pude ver isso em seus olhos, mesmo que ele não me reconheça, sei que é ódio espreitando ali. Eu disse a mim mesma que ele não tinha mais efeito nenhum em mim, mas olhando para mim neste estado e com esse tipo de pensamento sei que passei anos mentindo para mim mesma.

Termino o banho e saio para o quarto enrolada em uma toalha. A lua já está alta e brilhante no céu, me pergunto quanto tempo passei debaixo do chuveiro. Pelo jeito foi bastante. Do lado de fora do quarto posso escutar a movimentação dos meninos, eles parecem bem animados com a festa, eu também estava, mas não me sinto mais do mesmo jeito. Não com Sasuke sempre espreitando pelos cantos da minha mente. Se eu apenas pudesse falar com ele... Mas não consigo encará-lo, não sou forte como pensei que era.  

— Você é uma vergonha, Sayuri — sussurro no silêncio do quarto.

Enrolo meu cabelo na toalha e começo a me vestir. Começo pela maquiagem, faço algo bem marcante principalmente nos meus lábios que vão estar mais amostra que meus olhos. O batom vermelho sangue tem um contraste incrível com minha pele e fico feliz por ter o comprado. Depois vou para o cabelo, deixo-o solto e depois de seco percebo que se formaram ondas nos fios. O efeito fica lindo e o deixo desse jeito. Já estou colocando meu vestido quando escuto a porta do quarto ser aberta. Shu coloca a cabeça para dentro e seus olhos azuis encontram os meus.

— Tudo bem por aqui? — ele pergunta.

— Você pode me ajudar a fechar esse vestido? — pergunto, virando-me de costas para ele.

Shu balança a cabeça, concordando, e vem até mim. Ele puxa o zíper em minhas costas e fecha o vestido. Estou de frente para um espelho de corpo inteiro e fico admirando meu reflexo. Ainda não coloquei meu sapato e nem a máscara, mas posso ver que estou deslumbrante. Vejo as mãos de Shu descendo por meus braços e sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Ele me vira gentilmente de frente para si e ficamos tão próximos que posso sentir sua respiração.

— Você está tão linda — ele sussurra. — Eu poderia te trancar nesse quarto e nunca mais te deixar sair.

— Isso soou meio psicopata — digo, sorrindo.

Shu não diz mais nada e me surpreende com um beijo. Demoro um pouco para corresponder, mas acabo cedendo em algum momento. Logo ele pede passagem para sua língua e não hesito em abrir a boca. Ele é bem ágil e em poucos segundos me encosta contra uma parede. Uma de suas mãos vai parar na minha coxa pela fenda do meu vestido, sua pele em contato com a minha me faz arrepiar mais uma vez. Levo uma de minhas mãos até seus cabelos loiros e acaricio sua nuca.

— Nós temos que ir — digo, finalizando o beijo. Surpreendo-me com o quanto estamos ofegantes. — Os meninos vão estranhar toda essa demora.

— Que se foda. Vamos ficar aqui.

Ele me beija novamente, mas o afasto gentilmente, saindo de seus braços. Vou até o espelho para retocar meu batom e sinto Shu me abraçando por trás. Sorrio sem mostrar os dentes.

— Você me deixa louco, sabia? — ele sussurra em meu ouvido.

— É, eu sei — viro-me de frente para ele e ajeito sua gravata. — É mais um dos meus charmes — dou-lhe um selinho.

Sento na cama e coloco meus sapatos. Ele é prateado e o salto é bem fino. Shu me ajuda a colocar minha máscara e segura minha mão enquanto saímos do quarto. Damos de cara com os outros garotos. Subaru está sentado no sofá enquanto Ayato e Laito estão na cozinha comendo alguma coisa que desconheço.

— Que demora, hein — Laito diz. — Pensei que tinham resolvido ficar para sempre dentro daquele quarto.

— Era a minha ideia, mas a Sayuri... — interrompo Shu com uma cotovelada em suas costelas. Ele faz uma careta e me afasto dele.

— Você está linda, Sayuri — escuto Subaru dizer, mando um beijo para ele.

— Obrigada, Subaru — digo, depois olho para os meus amigos. — E vocês estão uma bagunça.

Subaru, Ayato e Laito me encontram no meio do corredor e ajeito seus paletós e gravatas. Até Subaru que às vezes é o mais desleixado com suas roupas aceita meus cuidados de bom grado. Ajudo os quatro a colocarem suas máscaras e finalizo tudo dando um beijo nas bochechas nos quatro.

— Agora que estamos todos prontos podemos ir — digo.

O último a sair do apartamento é Laito, ele tranca o mesmo e nos acompanha. Nós saímos do prédio e vemos que a festa não vai ser exatamente um baile. Está acontecendo por toda a Vila da Folha. Me sinto até mais aliviada por ser assim, afinal não vou correr o risco de esbarrar com Sasuke em algum canto.

Nós cinco abrimos caminho pelas pessoas que dão de bom grado. Sei que elas estão com medo de mim por causa da minha fama de assassina fria e sem escrúpulos e penso que hoje isso veio bem a calhar, pelo menos não vou precisar enfrentar nenhuma fila ou multidões. Procuro Kakashi com meus olhos, lembrando-me de seu convite para ir encontrá-lo às 23:00hrs em seu apartamento, mas não o encontro em lugar nenhum. Dou de ombros, ainda falta algum tempo para ir encontra-lo, então vou aproveitar a festa.

Subaru e Shu pegam bebidas para todos nós e em algum momento todos os meus amigos se dispersam. Ao longe vejo Laito dando em cima de algumas pobres coitadas que serão iludidas, usadas e depois jogadas fora. Shu e Subaru vão comer algo e o único que fica ao meu lado é Ayato. Agradeço mentalmente por isso, não ia gostar de ficar sozinha no meio de tanta gente. Nós começamos a conversar sobre banalidades e me surpreendo quando percebo que alguém está me olhando de longe. Franzo o cenho quando reconheço a pessoa. É aquele garoto da Vila Oculta da Areia, Gaara. Eu já tinha o visto rapidamente durante o dia e ele tinha me dado arrepios. Não sei se foi sua constante expressão de raiva ou as coisas que já ouvi falar sobre ele. Resumindo, ele não é boa coisa e saber que ele está me encarando desse jeito me deixa com um pouco de receio.

Mas, depois de um tempo, percebo que não é exatamente para mim que ele está olhando. Seus olhos apenas encontraram os meus porque eu entrei na frente do que estava lhe trazendo interesse. Dou uma espiadinha atrás de mim e vejo que o garoto da areia está olhando para a garota que conheci de manhã. Como é mesmo o nome dela? Algo com A... Aka... Ah, sim. Akemi Senju. Ela está acompanhada de um garoto de cabelos grandes, e pelos seus olhos posso deduzi que ele é do clã Hyuga, e de mais outros dois homens que não reconheço. Akemi e o Hyuga estão de mãos dadas e penso que eles sejam um casal ou algo do tipo. A garota está bem bonita e não me adimiro por Gaara estar de olho nela.

Uma expressão cheia de segundas intenções toma conta do meu rosto e volto meu olhar para o ruivo com um sorriso cheio de malícia. No momento em que ele percebe que eu sei para o que, ou melhor para quem, ele estava olhando, abaixa a cabeça e sua expressão muda de constante raiva para algo parecido com culpa. Acho fofo ele ter se sentido envergonhado e deixo uma risadinha escapar. Então quer dizer que ele está interessado na senhorita Senju. Não que eu goste de ver o circo pegar fogo, mas talvez eu pudesse dar uma forcinha para os sonhos pervertidos do garoto se tornarem realidade.

Explico a situação para Ayato e ele concorda em me ajudar caso a gente leve isso para frente. Mas primeiro eu ia apenas sondar o terreno. Ayato e eu nos dirigimos até os irmãos da areia e paramos de frente para eles. Sei o nome de Gaara, já escutei muitas histórias sobre o que ele é, mas os outros dois eu só sabia que eram seus irmãos. Os nomes ainda são desconhecidos para mim.

— Finalmente estou cara a cara com o tão famoso Gaara do deserto — digo, pegando uma taça de champanhe. — Que sorte a minha.

Gaara fecha a cara e cruza os braços. Ele não está usando nenhuma máscara e posso ver facilmente que me olha com tanto ódio nos olhos que teria feito eu me encolher se já não estivesse acostumada a olhares como este.

Antes que o garoto possa falar algo, a garota que está com ele toma sua frente. Ela parece bem ameaçadora, mas não me assusta nem um pouco.

— Quem é você? — ela pergunta, me olhando com desconfiança.

— Quem sou eu? — ergo uma sobrancelha, desviando o olhar de Gaara para ela. — Quem é você?

Ela cerra os punhos, parece pronta para me atacar, posso ver a raiva dançando em seus olhos através da máscara. Porém, antes que ela possa fazer qualquer coisa, o outro garoto que está com eles a segura pelo pulso, puxando-a para trás antes que ela invada o meu espaço pessoal.

— O nome dela é Temari, eu sou Kankuro — o garoto diz. — O que você quer com o Gaara?

Um sorriso insolente aparece em meu rosto. Mecho a taça de champanhe em minha mão e tomo um gole, deixando uma marca de batom na borda. Gaara acompanha cada movimento meu com os olhos, ele estuda tudo o que faço nos mínimos detalhes. Que cuidadoso, penso.

— São vocês que falam por ele? — pergunto a Kankuro. — Gaara não pode falar? — lanço um olhar para o menino da areia. — O gato comeu sua língua, ruivinho?

Temari vai para frente de Gaara em uma forma claramente protetora. Posso ver que ela está transbordando de raiva. Me pergunto se todos os shinobis da areia são assim, nervosos. Ayato e eu trocamos um olhar e ele dá de ombros, claramente dizendo para eu me virar com essa situação. Mostro o dedo do meio mentalmente para o meu amigo.

— Bem — começo, girando a taça que já está com o conteúdo quase pela metade. —, eu gostaria de falar a sós com ele, se não for muito incômodo para os seus seguranças — sorrio, piscando para Temari e Kankuro.

— Não somos seguranças dele — Temari diz. — Somos irmãos dele. E se estamos sendo protetores é porque conhecemos tipinhos como o seu.

— Temari — a voz de Gaara é grave. A garota, outrora cheia de atitude, parece vacilar um pouco ao ouvir a voz do irmão. —, já chega. Eu não preciso de vocês, nem da ajuda de vocês. Vão embora.

— Mas Gaara... — ele a interrompe.

— Agora!

Kankuro puxa a irmã pelo braço de uma forma que eu considero bem rude, mas fico calada para não piorar ainda mais a situação. Lanço um olhar para Ayato e ele entende o que quero. Em poucos minutos fico tão sozinha com Gaara como posso estar em uma festividade cheia de gente andando de um lado para o outro. Termino o champanhe em apenas um gole e deixo a taça de lado.

— O que você quer? — o ruivo pergunta. Posso ver claramente que ele não está para brincadeiras, o que faz eu começar a me arrepender da decisão de ter vindo até ele.

— Expandir o meu circulo de amizades — olho dentro de seus olhos. — Não posso?

Sua expressão nem se altera. Ele continua com a mesma cara cheia de raiva que eu já tinha consciência. Me pergunto de onde vem tanta raiva, em um momento alegre como este ele não poderia dar pelo menos um sorrisinho? Mudo o peso de um pé para outro, começo a me sentir desconfortável sob o  seu olhar.

— Não estou interessado — ele dá as costas para mim. Começa a se afastar e, para o meu azar, não consigo controlar minha boca e as palavras jorram para fora com uma cachoeira.

— Eu vi você olhando para a líder Anbu da Folha — digo.

É o suficiente para fazê-lo não dar mais nenhum passo. Ele para de costas para mim, tão duro quanto uma pedra. Posso ver os músculos de suas costas se retesarem através do terno cor de vinho. A curiosidade em ver a expressão que tomou seu rosto praticamente me sufoca e tenho que dizer a mim mesma para não fazer nada estúpido como virá-lo de frente para mim. Não quero colocar mais lenha na fogueira e começar uma briga que pode acabar em algo sério.

— E daí? — ele fala. Sua voz está tão baixa que tenho que fazer um esforço enorme para ouvi-lo acima do burburinho ao nosso redor.

— E daí que eu estava pensando que podia dar uma força para juntar vocês caso você realmente estivesse interessado nela. Quer dizer, seu olhar nem estava direcionado para mim e ainda assim pude sentir a intensidade dele — faço uma pausa, como ele não fala nada, continuo. — Você gosta dela, não é?

O movimento é tão rápido que mal tenho tempo de processar o que acontece. Em um segundo Gaara está de costas para mim, no outro ele está tão perto que posso sentir sua respiração. Sua mão segura meu queixo com uma força fora do comum, ele aperta minhas bochechas, me fazendo formar um biquinho com a boca. Qualquer pessoa que passasse perto da gente pensaria que ele está prestes a me beijar. Mas não é nada nem parecido com isso. Seus olhos estão arregalados e seu maxilar, cerrado. Seu rosto, que outrora eu poderia considerar belo, está quase deformado pela expressão de pura raiva. Posso ver tanto ódio em seu rosto que começo a temer por minha própria vida.

— Eu não gosto dela. Eu não preciso da sua ajuda para nada — ele aperta um pouco mais meu rosto e seguro um gemido de dor. — Fica fora da minha vida, entendeu? Ou eu te mato.

Ele me solta de uma maneira tão rude que sinto meu pescoço estalar. Gaara sai andando antes que eu tenha tempo de falar alguma coisa, em poucos segundos eu o perco entre a multidão. Massageio minhas bochechas, ainda tentando entender o que aconteceu. Por que ele ficou com tanta raiva? O que eu falei demais? É pecado se interessar por alguém por acaso? Qual é a porra do problema daquele garoto?

— E aí? — escuto a voz de Ayato. — Ele quer a líder Anbu?

— Eu não sei, Ayato — digo, olhando para o lugar que o ruivo fora. — Aquele cara é maluco e esquisito. Eu quero distância dele.

—x—

  Saio da festa às dez e meia em ponto. Dou uma desculpa para os meus amigos e consigo escapar deles sem levantar muitas suspeitas. O episódio anterior com Gaara ainda mexe um pouco comigo, mas não me permito demonstrar isso. Se aquele idiota acha que eu vou deixar as coisas por isso mesmo, ele está muito enganado.

Refaço os passos até o apartamento de Kakashi como fiz várias e várias vezes quando era mais nova e ele se atrasava para o treinamento e eu tinha que ir procurá-lo. Sinto meu coração acelerar com a expectativa de vê-lo. Quero tanto tocá-lo e sentir seu corpo contra o meu que quase não consigo me manter de pé. Quero que ele faça eu me esquecer que estou no mesmo lugar em que Sasuke, quero que ele faça eu sentir tudo o que reprimi durante os anos em que passei separada dele. Só de pensar em sua mão passeando por meu corpo, tirando meu vestido, calcinha e depois me beijando... Não consigo conter um gemido baixinho. Apresso mais o passo, preciso chegar ao apartamento dele o quanto antes.

Por pura ironia do destino, quando já estou na metade do caminho vejo Sasuke ao longe. Ele está conversando com algumas pessoas e apenas poucos metros de distância nos separam. Eu paro de andar por um instante apenas para olhá-lo. Sei que o que estou fazendo é mais do que arriscado, pois ele pode me ver a qualquer momento e acabar me reconhecendo, mas não consigo evitar. Eu sinto, bem no fundo, que eu preciso pelo menos olhá-lo por alguns segundos.

Ele está tão bonito nesta noite que me sinto um pouco receosa de ter alguma garota rondando ao redor dele. Felizmente, ele está conversando com homens apenas. Sua máscara cobre apenas metade de seu rosto e posso ver com dificuldade o outro lado, mas observo com interesse quando ele dá um sorriso tímido, sem mostrar os dentes. Ele parece um pouco desconfortável com toda essa atenção e me sinto bem solidária com a situação. Quero ir até ele e dizer que entendo como está se sentindo, eu também nunca fui muito fã dos holofotes.

Estou tão absorta em pensamentos que demoro um pouco para perceber que ele está me olhando. Ele percebeu minha presença antes mesmo que eu tivesse consciência disso. Sinto meu rosto corar e faço o possível para sair dali o mais rápido possível. Começo a abrir caminho entre as pessoas e a empurrá-las quando elas são mal-educadas. Rezo para que Sasuke não venha atrás de mim, e apenas quando chego ao apartamento de Kakashi que me atrevo a olhar para trás. Para o meu eterno alívio, não o vejo em lugar nenhum. 

Eu entro no prédio e subo até o terceiro andar. Ando pelo corredor até chegar ao último apartamento. Bato na porta três vezes, três batidas rápidas, pois Kakashi sempre sabia que era eu com essas batidas. Não demora muito para que a porta seja aberta. Me deparo com um Kakashi descalço, usando apenas a calça de seu terno e a blusa social semi aberta. Ele está tão gostoso que contenho um impulso de arrancar sua roupa bem aqui neste corredor. 

— Então você veio — ele diz, dando passagem para que eu entre.

Uma vez que já estou dentro do apartamento dele o escuto trancar a porta. Meu corpo inteiro se arrepia de expectativa, mas não quero apressar as coisas. Quero aproveitar bastante esta noite.

— Você achou que eu não iria vir? — pergunto, de costas para ele.

— Muito pelo contrário — ele me puxa pela cintura, colando nossos corpos e deixando sua boca bem perto do meu ouvido. — Eu tinha certeza que você viria.

O pouco de juízo que ainda me restava simplesmente some e me viro de frente, puxando-o para um beijo cheio de desejo e saudade. Qualquer vestígio que eu ainda tinha de Sasuke em minha mente some. Não consigo pensar em mais nada que não seja o quanto eu desejo Kakashi. Eu preciso dele. Do corpo, da posse, do aperto, da pegada. Quero senti-lo em cada milímetro do meu corpo, quero que ele tome para si cada centímetro de mim.

Kakashi também não perde tempo, ele leva uma mão até a minha nuca e me puxa para si. Nossos lábios se encontram em um beijo e me sinto amolecer nos braços dele. Nossas línguas se encontram no meio de um beijo de tirar o fôlego de qualquer ser humano. Sinto meu corpo inteiro pegando fogo. Eu preciso tanto senti-lo, anseio tanto pelo que está dentro de sua cueca que mal consigo pensar com clareza.

Kakashi encerra o beijo, puxando minha cabeça gentilmente para trás, ele inclina meu corpo e começa a beijar meu pescoço. Ele me vira de costas para ele, beija meus ombros nus e começa a abrir o zíper de meu vestido. Quando já está aberto, ele vai tirando a roupa e dando beijos bem suaves em minhas costas até o início da minha bunda escondida pela calcinha. O vestido vai parar em algum canto do quarto, e sem pudor nenhum puxo sua blusa, arrebentando todos os botões e, provavelmente, rasgando em algum lugar. Ele sorri para mim, mas o beijo novamente. Kakashi aperta minha cintura enquanto o beijo se aprofunda.

Uma ideia passa por minha cabeça e me afasto dele, deixando-o um pouco confuso. Agora estou usando apenas calcinha e salto alto. Eu quero brincar um pouco com ele. Vou caminhando até a cama e me sento na mesma. O olhar de Kakashi é tão intenso que sinto meu corpo inteiro se arrepiar. Tiro os sapatos com a maior calma do mundo e com o dedo indicador o chamo para perto. Ele vem, sem hesitar. Quando ele já está próximo o suficiente de mim faço a minha melhor cara de menina inocente.

— O que está passando por essa cabecinha? — ele pergunta, ficando bem na minha frente. Minha cabeça fica bem na direção de seu pênis — que já está bem animadinho — e mordo o lábio inferior, contendo o impulso de tirar a calça e coloca-lo na boca agora mesmo. Eu faço Kakashi se ajoelhar na minha frente e seguro seu rosto com uma das minhas mãos.

— Eu quero que você me toque, Hokage — faço meu melhor sussurro sexy.

Um sorriso malicioso aparece no rosto de Kakashi e neste momento sei que ele já entendeu meu joguinho.

— Você quer ser tocada em quais lugares? — ele olha em meus olhos. Percebo que até seu olho com o sharingan está tomado por desejo puro. Seguro a mão dele.

— Aqui — passo o seu dedo indicador por meus lábios. — Aqui — desço sua mão por meu pescoço e o faço segurar um de meus seios. Ele apenas vai seguindo com o olhar. — E aqui... — eu coloco sua mão em minha intimidade por cima da calcinha.

Já estou completamente molhada neste local e vejo que os olhos de Kakashi escurecem de tesão.

— Seu desejo é uma ordem — diz, simplesmente.

Kakashi fica de pé novamente e tira sua calça, ficando apenas de cueca. Ele me beija, fazendo-me deitar na cama, vem para cima de mim e em poucos segundos sua mão já está de volta em cima da minha calcinha. Ele fica de joelhos na cama e com uma cara bem safada começa a tira o pequeno pedaço de pano que o separa de seu objetivo. Quando já estou completamente nua, sinto a mão de Kakashi voltar para a minha intimidade. No momento em que sinto o contato agarro o lençol e mordo o lábio inferior. Eu já estou indo a loucura.

Kakashi começa a fazer movimentos circulares em meu clitóris. E sinto dois dedos escorregarem mais para baixo, eu sei o que ele está prestes a fazer e tento conter mais um gemido. Logo já estou sendo penetrada por dois de seus dedos, mas ainda não me permito gemer.

— Você não vai gemer? — ele pergunta, a voz rouca.

— Faça-me gemer, sensei — respondo.

Vejo quando Kakashi se abaixa, sua cabeça indo em direção a minha vagina. Não posso deixar de fechar os olhos enquanto espero o que está por vir. Sinto sua língua começar o trabalho e no momento em que ele se empenha de verdade não consigo mais segurar e deixo um gemido escapar, escuto a risada abafada de Kakashi. Ele está apenas me provocando, sei disso, mas estou gostando tanto que não abro a boca para reclamar em momento algum.

Kakashi continua os movimentos com a língua e sinto seus dedos novamente, aumentando e diminuindo a velocidade em momentos estratégicos. Estou com tanto tesão que não demora muito para que eu chegue ao meu ápice. Com um gemido alto saindo de meus lábios, Kakashi entende que conseguiu atingir seu objetivo. Ele volta para cima de mim e me beija. Sinto meu gosto em sua boca e sorrio. Ele para o beijo e coloca os dedos que usou em minha boca, eu os chupo com vontade e Kakashi entreabre a boca, segurando um gemido ali.

Bem, agora é a minha vez.

Eu giro nossos corpos e fico por cima. Tiro sua cueca e começo a beijar e chupar seu pescoço, vou descendo pelo abdômen até chegar ao meu destino. Seu pênis está tão duro que sinto minha boca salivar. Eu o encaro com desejo. Eu não perco tempo e coloco a cabeça na boca. Kakashi aguenta menos que eu e solta logo um gemido, incentivando-me a continuar.

Enquanto chupo seu pênis, Kakashi segura meu cabelo. Começo a pegar velocidade, sendo motivada por seus gemidos. Ele começa a movimentar o quadril como se estivesse fodendo a minha boca e, bem, ele realmente está. Sinto seu pênis enrijecer cada vez mais em minha boca. Ele vai gozar, tenho certeza. E, como esperado, não demora muito e Kakashi goza, goza e geme alto. Limpo minha boca e fico de joelhos na cama. Kakashi me puxa em sua direção, selando nossos lábios. Sua mão aperta meu seio, ele desce a boca até um deles e começa a chupá-lo. Enquanto uma mão vai para minha cintura, a outra desce novamente até a minha vagina e ele começa a me penetrar com três dedos. Sinto minhas pernas fraquejarem e quase caio. Kakashi movimenta seus dedos com presa enquanto sua boca ainda trabalha em meus seios. Gozo novamente. Com um gemido, jogo minha cabeça para trás e me apoio na cama para não cair em cima dele.

Afasto-me dele apenas por tempo suficiente para que Kakashi possa pegar uma camisinha. Ele a coloca e me puxa novamente para si. Nos beijamos novamente enquanto suas mãos apertam minha bunda. Ele nos troca de posição e sem aviso me penetra forte e fundo. Já estou tão úmida que seu pênis entra sem dificuldade.

— Geme para mim, Sayuri — ele sussurra em meu ouvido.

Deixo escapar um gemido alto, sem me importar se alguém pode ou não ouvir. Sendo motivado por meus gemidos, Kakashi aumenta a força e a velocidade de suas estocas e afundo minhas unhas em suas costas. Nós dois começamos a gemer juntos. Eu olho dentro de seus olhos e penso que não existe lugar no mundo em que eu queria estar que não fosse aqui, com ele. 

Nós dois atingimos o orgasmo quase ao mesmo tempo, mas ele chega lá um pouquinho antes de mim. Kakashi sai de dentro de mim depois que sua respiração se normaliza, se livra da camisinha e se deita ao meu lado, puxando-me para perto. Nós ficamos apenas nos encarando por um tempo, suados, quentes e ofegantes. Aproximo minha boca da sua e mordo seu lábio inferior.

— Dorme comigo — ele pede. Não posso deixar de sorrir.

— Não é como se eu conseguisse levantar da cama depois do que fizemos.

Nós dois rimos e Kakashi me dá um beijo de boa noite. Nós nos ajeitamos na posição de conchinha e ele acaricia minha barriga com a mão até eu pegar no sono. Durmo tranquilamente, tão feliz que mal consigo acreditar.

Na manhã seguinte somos acordados com a porta do quarto sendo praticamente arrombada. Com o susto, rolo na cama e acabo caindo no chão com lençol e tudo. Kakashi parece tão atordoado quanto eu com a presença desse súbito visitante. Levanto a cabeça, apenas o suficiente para que os meus olhos fiquem visíveis. Reconheço o desconhecido quase que instantaneamente. É Sasuke. Minha alma quase sai do corpo quando nossos olhares se encontram. Ele franze o cenho como se tentasse me reconhecer e sinto meus olhos se arregalarem. De todas as pessoas da aldeia, tinha que ser justamente ele a vir da a notícia.

— Ah — ele diz, quando percebe que Kakashi está acompanhado. Eu abaixo a cabeça. —, eu não sabia que...

— O que você quer, Sasuke? — Kakashi pergunta, entredentes.

— Tenho notícias ruins — ele diz. Procuro algo para esconder meu rosto, rezando para que Sasuke não tenha me reconhecido. — A vila está sendo atacada.

Perco o fôlego por um momento. Atacados? Mas que grande porra é essa? Será que não posso nem ter uma manhã pós-sexo em paz? E, como se para ratificar a afirmação de Sasuke, escutamos, ao longe, uma explosão. Uma fumaça em forma de cogumelo se forma bem na frente da janela do quarto de Kakashi, atrás de mim.  Que droga, penso quando Sasuke sai do quarto e posso começar a me vestir normalmente. Eu odeio essa vida. 


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