Guerra é Guerra escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 4
Bela enrascada


Notas iniciais do capítulo

Muito provavelmente, vocês notaram meu sumiço. Peço desculpas pela demora, pois não tive tempo para escrever. Além de não ter férias no trabalho, estava aproveitando minha família, adotei um doguinho fofo chamada Molly, cuido de diversos gatos, e tenho que dar atenção para o meu irmão felino que está se corroendo de ciúmes da cachorrinha, Wesley. Não vou fazer promessas para vocês, mas aviso que estou me esforçando ao máximo para escrever e completar a história o mais breve possível. Todo o meu amor a vocês que estão acompanhando ♥



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Capítulo 3

por N.C Earnshaw

 

SASUKE* QUIS DESAPARECER no momento em que recobrou um pouco da consciência e sentiu como se agulhas penetrassem seu crânio. Ele estava com uma dor de cabeça infernal, e o barulho de vozes alteradas ao seu redor apenas contribuíam com a sua piora. 

Um grunhido de revolta saiu de sua garganta, entretanto os gritos continuaram. Uma vontade imensa de ativar o sharingan o tomou, pois, logo no dia em que se encontrava se sentindo um lixo, seu primo Shisui* inventava de invadir seu quarto. 

Sua cabeça latejou e ele torceu para sua mãe não o flagrá-lo naquela situação desprezível. Mikoto Uchiha* odiava quando seu filho caçula chegava após uma de suas farras com seus amigos, uma vez que Sasuke* era extremamente fraco para bebidas, e se o pegasse com o que ele achava ser uma ressaca terrível, faria da sua vida um inferno, colocando-o para trabalhar o dia inteiro sob seu olhar perspicaz como castigo. 

O ninja tentou buscar em sua mente a memória do momento em que deu um primeiro gole na bebida alcoólica. Sem sucesso. A última lembrança que possuía era o som de uma explosão ao seu redor e o mundo escurecendo. 

Seu cérebro o mandou um alerta assim que ele processou a informação. Uma explosão seguida de um blackout… Teria Sasuke* sido sequestrado? 

Ele não se impressionaria se a resposta fosse afirmativa. Como possuía o sharingan, era um alvo para os malucos à procura de poder, e pegá-lo desprevenido não seria a melhor maneira para evitar uma luta bem às vistas de toda a vila? Era o que ele faria. 

Seus olhos doíam, mas não se encontravam doloridos o bastante para terem lhe roubado os seus globos oculares. Sendo assim, deduziu que ainda tinha uma forma de evitar ter sua visão arruinada. 

Sasuke* abriu metade de um olho para espiar o ambiente onde se encontrava, mas fechou rapidamente quando a claridade forte o cegou por alguns instantes. 

— Ele está acordando! — A voz feminina lhe pareceu familiar e provocou um silêncio mordaz no local. Os pelos do seu corpo se ergueram diante da presença tão conhecida por ele tão próxima a si, e ele deixou de se importar com suas vistas quando sentiu o cheiro de shampoo de morango o inebriando. 

Os cabelos de Sakura eram a parte preferida de Sasuke* na garota. Ele amava a cor característica que o ajudava a identificá-la mesmo em meio a uma multidão, adorava sua delicadeza e quanto se opunha ao seu interior forte e feroz, e era a primeira coisa que vinha à sua mente quando lembrava dela. No entanto, naquele momento, o cabelo que antes lhe parecia tão atraente desceu uma posição. 

Os olhos de Sakura brilhavam com vida enquanto ela o encarava de perto. O tom de verde tinha se modificado, de escuro e enevoado, tornou-se claro e límpido, transmitindo um carinho e uma bondade que o Uchiha* apenas tinha visto nos olhos de sua mãe. 

Ele engoliu o bolo que se formou em sua garganta, controlando-se para não chorar feito um bebê. Sua Sakura-chan nunca tinha olhado-o daquela maneira. As expressões destinadas a si pelo seu amor de juventude sempre eram repletas de nojo, repreensão ou decepção. Parecia que por mais que Sasuke* tentasse acertar, por mais que ele buscasse a “perfeição” que Sakura Haruno procurava, nunca conseguia. A kunoichi se encontrava em um lugar tão alto que ele temia nunca conseguir alcançar. Lugar este, que ela se colocou. 

A paixão dele por ela surgiu ainda na academia. Mal tinha saído das fraldas, e já treinava com seu irmão mais velho buscando manter a supremacia do seu clã. 

Membros do clã Uchiha sempre tinham que se manter contidos, ser estrategistas, fortes e ter jutsus poderosos. Sasuke*, na infância, não era nada disso. Apesar de estar um passo à frente de qualquer outro estudante de sua classe, era completamente diferente do que um homem Uchiha tinha que ser. Era extrovertido, não tinha medo de demonstrar seus sentimentos e não levava a vida tão a sério quanto o seu pai gostaria que ele levasse. 

Por anos de sua vida, ele tentou ser alguém diferente. Um alguém que agradasse o seu clã e fizesse seu pai orgulhoso. 

A faceta não era mantida por muito tempo. E era por esse motivo que Sasuke* odiou e a admirou pela primeira vez. Porque Sakura Haruno conseguia ser, sem quaisquer esforços, o que mais ele buscava se tornar. 

O ódio cessou quando ele passou a admirá-la cada vez mais. Diferente de todas as garotas que corriam atrás de si, Sakura* se mantinha focada nos treinos e em sua própria evolução, e foi observando a determinação dela que ele se esforçou para se tornar um ninja melhor. Terem sido colocados no mesmo time foi a melhor coincidência que tinha lhe acontecido, e não foi uma surpresa para ele ver seus sentimentos pela garota de cabelos rosa evoluírem cada vez mais. 

Para a tristeza do Uchiha, a frieza de Sakura chegava a níveis que nem com todo o esforço do mundo, ele conseguiria ultrapassar. E, apesar de buscar compreender de todas as formas que ela, talvez, somente não soubesse como demonstrar seus sentimentos, não conseguia parar de pensar nas suas noites insones que talvez ele só não fosse o cara que quebraria aquele gelo e faria a Haruno* amar pela primeira vez. 

Talvez Shikamaru*, o idiota, tivesse conseguido fazê-lo, e ele tinha atrapalhado tudo com seu rompante de ciúmes. 

O corpo de Sasuke* estremeceu quando ela tocou seu braço. Apesar de estar com os olhos arregalados por estar diante da figura que tinha partido seu coração, não tinha movido sequer um músculo para demonstrar que ainda se encontrava presente. Em seu interior, ele berrava de alegria. Qualquer que fosse o que tivesse acontecido com ele, tinha feito Sakura se preocupar e perdoá-lo. E Sasuke* não era bobo. Iria se aproveitar das chances que a vida lhe dava como um bom Uchiha. 

— Sa-Sakura-chan? — ofegou ele, pegando a mão dela, na sua e as colocando juntas sobre o seu coração. 

As bochechas de Sakura coraram em um rosa tão atraente quanto os de seus doces lábios, e ele teve que se conter para não soltar um grito — claro que totalmente masculino, de excitação. 

Um pigarro irritante o fez perceber que Sakura e ele não eram as únicas pessoas presentes no cômodo, e ele prometeu a si mesmo que mataria quem quer que fosse por ter interrompido o momento mais importante de sua vida.

Antes que ele se virasse para encarar a figura, a voz doce de sua Sakura-chan o tirou dos pensamentos assassinos. 

— Sasuke-kun! — Ele abriu a boca para se desculpar por qualquer coisa que tivesse feito, querendo evitar que a magia se desfizesse, entretanto, percebeu que os olhos de Sakura não estavam focados em si, e sim em alguém a uns metros de onde eles se encontravam. 

Sasuke* fechou os olhos e os reabriu em seguida, testando se não era sua mente pregando-lhe peças. Ele tentou se erguer para atacar o imbecil que ousava se disfarçar com sua aparência, mas uma mão delicada o empurrou de volta para o sofá marrom, fazendo-o quicar duas vezes devido à força utilizada.

— Desculpa — pediu a Haruno sentando ao seu lado. 

Ele se esqueceu por um instante a raiva que sentia, apreciando o calor que o corpo cheio de curvas liberava. Sasuke* tentou acariciar os fios cor de rosa que caíam no rosto dela, mas uma shuriken quase empalou seu braço, fazendo-o engasgar com a própria saliva. 

— Sasuke-kun! 

Com choque estampado em seu rosto, ele observou Sakura ir em direção à sua sósia com uma expressão furiosa no rosto, o que o permitiu observar seu “outro eu” com mais atenção. Com exceção das roupas, todo o restante da aparência física era idêntica à própria. Sua consciência o alertou da bizarrice da situação, e o fez torcer mentalmente para que algum idiota estivesse apenas o pregando uma peça com um henge. Do contrário, ou Sasuke* tinha um irmão gêmeo perdido por aí, ou tinha se metido em uma bela enrascada

— Hum! — resmungou o estranho que tinha o seu rosto, não dando atenção para o sermão que a kunoichi o dava. Ele não pareceu se importar nem um pouco com o fato de quase ter lançado uma arma perigosa na mesma direção em que Sakura se encontrava. Aquilo o irritou profundamente. 

Ignorando as bandagens enroladas no seu corpo e as dores que sentia, Sasuke* se ergueu cambaleando e tentou alcançar Sakura para salvá-la daquele monstro que quase a feriu. 

— Ei, cara, vai com calma! — A voz de Menma o fez tropeçar no tapete, mas o antigo companheiro de time foi rápido para salvá-lo. — Você está bem? 

Sasuke* sentiu seu estômago embrulhar quando percebeu o cabelo loiro cacheado, a jaqueta laranja berrante e o sorriso largo tão pouco característico do seu amigo revoltado. A sensação esquisita de estar no lugar errado se firmou como uma certeza ao reconhecer sua situação. Ele deixou um palavrão escapar de sua boca quando seu cérebro processou toda a merda que tinha se enfiado. Porque, se estivesse correto, não saberia como agir. 

Seus olhos voltaram para Sakura. Os cabelos eram mais curtos, os olhos mais claros e ela possuía um semblante bondoso, totalmente o oposto da sua Sakura-chan. O oposto…

Uma esperança se acendeu dentro de si, e ele lembrou do pedido que fez ardentemente para o universo antes da explosão. Que fosse levado a qualquer lugar no universo, que Sakura Haruno fosse apaixonada por Sasuke Uchiha. 

A realização tomou conta do seu corpo, e enquanto a determinação de conquistar Sakura se concretizava, Sasuke* deu-se conta dos olhares que sua cópia daquele universo lançava para a garota de cabelos rosa. Era possessivo, cheio de desejo e amor oprimidos. Uma pena, pois ele passaria por cima de qualquer um para tê-la em seus braços. 

Ele encarou seu oponente com os olhos semicerrados antes de começar a gemer de dor. A batalha pelo coração de Sakura Haruno tinha se iniciado, e ele não iria perder. 

A médica-nin correu para ajudá-lo com preocupação estampado em seu rosto, deixando um Uchiha enraivecido para trás. 

— Você não pode se levantar desse jeito! — brigou Sakura, ajudando Naruto a deitá-lo de volta no sofá. 

Aproveitando que o loiro conversava com a amiga enquanto ela olhava de novo seus ferimentos, Sasuke* lançou um sorriso vitorioso para a figura sombria do outro lado da sala. 

— Sabe onde está? — O hálito de Sakura foi soprado em seu rosto devido à proximidade e ele se inclinou em sua direção. Aquilo o fez pensar que deveria ficar doente várias vezes se fosse para ganhar sua atenção.

— Hai — sussurrou forçando uma voz afetada. Garotas sempre se compadeciam com sua situação quando ele se machucava. Elas os cercavam com presentes, o mimavam como se fosse um deus. Com exceção, claro, da Sakura* do seu mundo. Ela sempre entortava o nariz e o ignorava como se ele fosse um inseto em seu caminho. — Não estou em meu universo, estou certo? 

— Dattebayo! — afirmou Naruto, alto demais. 

Sasuke* fez uma careta, mas sorriu para o loiro. Havia adorado o seu espírito animado. 

— De algum jeito, você veio parar na nossa dimensão — explicou Sakura. — Você lembra de alguma coisa? Qualquer pista que tiver vai nos ajudar a descobrir quem te mandou pra cá, e porquê. Além disso, precisamos te levar para casa, sim? Acredito que dois Sasuke’s na mesma linha do tempo…

— Sakura. — Sasuke* revirou os olhos ao ouvir a voz do seu atual arqui-inimigo. — Pare de tagarelar. 

A garota corou furiosamente, envergonhada com o quanto falava quando estava nervosa. 

Sasuke*, ao perceber sua expressão entristecer, primeiro lançou um olhar furioso a sua versão babaca, e depois jogou o braço enfaixado sobre os ombros da ninja. 

— Pode continuar — incentivou ele, acariciando as costas dela com a mão. — Adoro ouvir sua voz, gatinha. 

Sakura mordeu o lábio inferior, escondendo uma risada, e saiu dos seus braços. Ela tentou ao máximo ignorar a aura sombria do seu Sasuke-kun no canto da sala, então colocou as mãos na cintura e chutou a canela daquele Sasuke* paquerador levemente. 

— Esqueci o quanto você é cafajeste. 

Sasuke* sorriu de canto com o coração tão acelerado que ele pensou, por um momento, que fosse pular de sua boca. 


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