Minha Vida Começa Contigo escrita por Senhora Bracho


Capítulo 13
Perdição




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...

 

Após uma semana Paulina e Carlos Daniel retornam à capital, estavam cada vez mais próximos, só não tanto quanto Carlos Daniel desejava. Paulina às vezes demonstrava querer estar com ele, mas em alguns momentos estava mais distante, não sabia ao certo o que sentia, mas já não desejava sumir como antes.

 

...

Fábrica Bracho 

 

Carlos Daniel andava muito ocupado, tinha sempre muito trabalho na fábrica e acabava ficando sem tempo para dar atenção a esposa, ele decide convidá-la para conhecer seu local se trabalho, para poder passar um tempo com ela. Paulina estava tão entediada que de cara aceita, queria conhecer de perto as louças que fazem tanto sucesso pelo México, e que rendem altos lucros a família Bracho.

Paulina se encanta com o ambiente, tudo muito organizado e luxuoso, ela o acompanha na vistoria pela ala da produção, enquanto Carlos Daniel a explica cada detalhe, ela estava realmente interessada e o enchia de perguntas, as louças eram de ótima qualidade e chamavam a atenção pela sofisticação das peças.

Estavam se dirigindo para saída quando Branca, a secretária, os interrompem dizendo que Carlos Daniel tinha uma ligação e que precisava atender.

— Fique aqui meu amor, eu vou lá e já volto. - pede Carlos Daniel enquanto a convidava para se sentar no sofá que tinha ali.

— Tudo bem. - concorda Paulina se sentando e pegando uma revista para se distrair.

Ela lia a revista concentrada quando Osvaldo aparece e se senta a seu lado.

— Bom dia Paulina! . - cumprimenta ele sorrindo.

— Bom dia! - responde Paulina educada.

— O que faz aqui sozinha? . - pergunta Osvaldo a olhando sem pudor.

— Estou esperando Carlos Daniel, ele foi atender uma ligação e logo estará de volta. - responde Paulina o olhando.

— Então neste caso ficarei aqui para fazer-lhe companhia. - anuncia sendo incoveniente.

— Não precisa se incomodar, Carlos Daniel já deve estar vindo. - diz Paulina querendo fugir, pois não conseguia se sentir bem perto de Osvaldo.

— Eu faço questão!. - insiste Osvaldo enquanto encarava o corpo de Paulina descaradamente.

Paulina nada disse

— Sabe, você é uma mulher muito bonita, ninguém diz que tem 18 anos, com esse corpo e essa carinha de quem leva qualquer um a perdição. - elogia malicioso, a deixando visivelmente desconfortável.

— Você está louco? Me respeite pois eu sou casada e nunca te dei esse tipo de liberdade, e nunca darei. - adverte ela se levantando alterada, enquanto cuspia as palavras na cara dele com ódio.

— Calma, eu só fiz um elogio, não era minha intenção te deixar brava. - se desculpa Osvaldo cinicamente.

— eu não sou obrigada a ouvir isso ,vou atrás do meu marido , que eu ganho bem mais - diz Paulina saindo.

— Difícil, gosto assim!. - sussurra para si mesmo, enquanto ria.

...

Carlos Daniel encerra a ligação e já estava saindo quando Paulina abre a porta.

— Já estava indo amor. - diz Carlos Daniel a olhando no olhos

— Nós já vamos embora? . - pergunta Paulina inquieta.

— Sim , por que? Aconteceu alguma coisa? Você está estranha... - pergunta Carlos Daniel percebendo a mudança de Paulina.

— Não, impressão sua, eu estou bem. - disfarça tentando parecer normal.

— Então vamos. - convida Carlos Daniel a conduzindo para saída.— Eu estava pensando em te levar para visitar algumas universidades após o almoço, o que acha?. - porpõem Carlos Daniel empolgado.

— Sério? - pergunta Paulina se alegrando um pouco.

— Seríssimo, quero que comece o quanto antes com seus estudos, tenho certeza que será uma ótima veterinária. - garante Carlos Daniel a guiando pelos corredores.

— É o que eu espero, sempre foi meu sonho desde criança, nem acredito que vou realizá-lo. - diz Paulina sonhadora.

— Pois irá, eu acredito em você! - diz Carlos Daniel confiante ficando de frente para ela enquanto a olhava nos olhos e dava um beijo em sua bochecha.

De mãos dadas vão até o carro, almoçam em um restaurante perto dali e seguem para as universidades, visitam 4 e todas muito renomadas. Ela fica encantada com cada detalhe, fazem o tour completo por todas e vão para casa.

...

Mansão Bracho 

Quarto Paulina  e Carlos Daniel 

— Então meu amor, gostou de alguma faculdade? Qual?. - pergunta Carlos Daniel curioso.

— Na verdade todas são ótimas, mas as duas primeiras me chamaram mais a atenção, tanto pela localização quanto pelos custos,que são bem mais baixos se comparados as outras. - explica Paulina enquanto ele a olhava fixamente.

— Não se preocupe com o valor, sabe que por você eu pagaria o preço que fosse. Quero que escolha a que mais lhe agradar... - pede Carlos Daniel com tranquilidade.

— Claro que tenho que me preocupar com o preço, eu já te dou muitos gastos e não quero me aproveitar. E por falar em gastos, preciso te pedir uma coisa. - diz Paulina apreensiva.

— Peça o que quiser, amor. - diz Carlos Daniel curioso.

— Quero que por favor pare de dar dinheiro a meu pai, sei que você continua cobrindo os luxos dele e isso tem que parar, você não tem obrigação nem comigo e nem com a minha família. - diz Paulina o olhando séria.

— Eu não faço por mal meu anjo, agrado ele por você, e é claro que eu tenho obrigação, eles agora também são minha família. - explica Carlos Daniel se sentando na poltrona.

— Minha mãe disse que ele continua frequentando cassinos, e quando nós menos esperarmos ele decretará falência novamente. Se antes ele não se preocupava em gastar compulsivamente agora menos, pois ele sabe que sempre que te pedir dinheiro você dará. Por favor Carlos Daniel, eu estou te pedindo, não o dê mais nenhum centavo. - suplica Paulina o olhando com pesar.

       — Tudo bem meu amor, eu te entendo, e se você quer assim, assim será. - concorda Carlos Daniel.

— Sim eu prefiro. - diz Paulina.

— Mas você sabe que se eu não o ajudar financeiramente ele se afundará antes do esperado não é mesmo? - pergunta Carlos Daniel.

— Sim eu sei, mais quanto a isso nada podemos fazer, serão as consequências de seus próprios atos, ele tem que passar por isso para ver se aprende de uma vez por todas a controlar o maldito vício. - diz Paulina cabisbaixa se sentando na cama de frente pra ele.— Eu só me preocupo com a minha mãe, ela não merece passar por nada disso, sabe?. - desabafa Paulina segurando o choro.

— Fique tranquila minha vida, eu vou amanhã mesmo pedir para meus encarregados ficarem de olho na administração dos bens da sua família, qualquer irregularidade nós seremos informados. - tranquiliza Carlos Daniel se levantando para abraçá-la.

— Meu pai é um irresponsável, e o pior é que minha irmã Paola é idêntica a ele, só se importam com o dinheiro. - revela ela após se separar dele.

— Você e sua irmã apesar de gêmeas são tão diferentes. - comenta Carlos Daniel a olhando.

— Você a conhece? . - pergunta Paulina curiosa, pois Paola não havia comparecido ao casamento,e se perguntava de onde ele a conhecia.

— Sim , eu sempre a via aqui na capital , de uns meses pra cá ela anda meio sumida, o pouco que sei dela é o que meus amigos comentam. - explica Carlos Daniel sem se estender muito, pois sabia da fama da cunhada.

— Huum entendi, ela é assim mesmo, nunca tem parada, assim que enjoa de algum lugar vai para outro, e olha que ela só tem 18 anos, quem não a conhece pensa que ela é uma largada e sem família, minha mãe sempre tentou mantê-la em casa mas meu pai a apoia. Ele tem grande parte da culpa por Paola ser assim. - admite Paulina com uma tristeza no olhar.— Mas no que somos diferentes? - pergunta mudando de assunto.

Carlos Daniel pensa por um momento, tentava achar uma maneira de dizer a esposa tudo o que sabia sobre Paola sem ofendê-la.

— Bom como você mesma disse ela é um pouco desajuizada, é uma mulher intensa e não se importa muito com a opinião dos outros em relação a seu modo de viver, algumas dessas coisas eu reparei outras me disseram, mas enfim, vocês não se parecem em nada, tem personalidades completamente opostas. - explica Carlos Daniel selecionando as palavras.

— Sim, concordo com você, ela sempre foi mais extrovertida e de muitas amizades e quase nunca parava em casa. Eu já sou mais caseira, nunca gostei muito sair e meus interesses são todos voltados aos estudos... Se não fôssemos tão iguais ninguém diria que somos irmãs. - compara ela se lembrando da irmã. _ E o que mais seus amigos disseram sobre ela? - pergunta Paulina pois sabia que Carlos Daniel estava omitindo muita coisa.

— Você quer mesmo saber? . - pergunta Carlos Daniel apreensivo.

— Sim Carlos Daniel pode falar, eu a conheço bem, e nada do que você disser será surpresa pra mim. - assegura Paulina com tranquilidade.

— Bom a maioria dos meus colegas já saíram com ela, digamos que ela seja bem dada com os homens. - diz Carlos Daniel com cautela para não magoar a esposa.

       Paulina da um longo suspiro.

— E todos dizem o mesmo, que ela apesar de ser uma menina é muito experiente no que faz, se é que você me entende... - continua Carlos Daniel com um certo constrangimento.

— Sim eu sei bem, eu imaginei que era algo relacionado a isso. Mas fazer o que, ela é minha irmã e nada poderá mudar isso. - lamenta Paulina um tanto decepcionada.

— Me desculpe, mas é o que se escuta por aí, prefero eu mesmo te contar do que você ouvir da boca de um desconhecido. Acredito que por vocês estarem sempre na Fazenda, não ficam muito a par do que acontece com ela. - deduz Carlos Daniel querendo entender melhor o que se passava na família da esposa.

— Não precisa se desculpar, é a realidade. E sim, nós nunca temos notícias, ela raramente aparece lá em casa e quase nunca atende o celular, minha mãe fica tão mal por isso, por não saber nada da filha, mas Paola é esperta e sabe se cuidar. - diz Paulina tentando assimilar tudo.

— Então você conheceu ela antes de me conhecer? - questiona Paulina tentando ligar os pontos.

— Sim, como eu disse eu a via sempre aqui na capital, Há alguns meses eu descobri que ela era do interior, que tinha uma irmã gêmea, e pelo acaso destino era perto da Fazenda dos meus , e quando fomos para lá eu te conheci, de início pensei que era Paola mas algo em mim dizia que não era, e logo supus que se tratava da irmã dela... Fiquei dias te observando, por isso sei que são diferentes, você exala carisma, inocência, doçura. Já ela é mais assanhada, se veste diferente e adora chamar a atenção. - explica Carlos Daniel relembrando de quando conheceu Paulina.

— Ah então neste caso você já me conhecia...- afirma Paulina se pondo pensativa.

— Sim meu amor, mas qua tal não falarmos mais disso? . - propõe Carlos Daniel tentando sair daquela situação.

— É melhor mesmo... - concorda ela notando que ele tinha ficado estranho com o assunto.

— Olha amanhã iremos até a faculdade que você gostou para fazermos a matrícula, tudo bem? - sugere Carlos Daniel agora mais animado.

— Muito obrigada Carlos Daniel, por tudo o que está fazendo por mim, você é incrível e é quase impossível me sentir mal a seu lado. - declara Paulina segurando nas mãos dele em forma de agradecimento.

— Obrigado você por ainda estar aqui, e por não ter desistido, eu te amo muito, você é merecedora de tudo isso e muito mais. - agradece Carlos Daniel a mirando apaixonado.

Paulina desvia o olhar tímida, ela se levanta e vai em direção a varanda permanecendo ali durante alguns minutos, Carlos Daniel não tirava os olhos de sua figura, sempre que podia a detalhava, e não podia deixar de pensar no quanto gostaria de tê-la entregue a seus braços.

— Terá algum evento aqui hoje? Estão decorando o jardim. - pergunta Paulina observando a movimentação pela casa.

— Sim, hoje meus pais irão dar uma festa para comemorar seus 25 anos de casados, pensei que havia comentado com você.- informa Carlos Daniel indo até ela.

— Ah sim, é verdade você me disse, é que eu sou distraída e nem me dei conta de que seria hoje.

— Minha mãe sempre faz esses eventos, ela convidou muita gente, inclusive seus pais. - informa Carlos Daniel.

— Sua mãe aparenta ser muito jovem, não dá nem para acreditar que ela já tem filhos da sua idade e a de Rodrigo. - comenta Paulina o olhando.

— Ela se tornou mãe muito cedo, tinha sua idade quando teve o Rodrigo. - diz Carlos Daniel observando a organização do jardim.

— Nossa era nova mesmo, ela se passa por irmã de vocês com facilidade. - diz Paulina sorrindo.

— Ela sempre diz isso - diz Carlos Daniel sorrindo.

— Bom, já está tarde e eu nem sei o que vou vestir ainda, tenho que começar a me arrumar.- avisa ela indo até o quarto.

— Adoro quando se arruma, você fica ainda mais linda. - elogia Carlos Daniel com cara de bobo.

— Ai tonto! - dispara Paulina rindo sem graça, entrando no closet.

...

21:00

Festa 

O Jardim estava todo iluminado e muito bem decorado, haviam muitos convidados, e todos muito elegantes. Helena e Luís recepcionavam todos sempre atenciosamente.

— Sejam muito bem vindos! - cumprimenta Luís a um casal que acabara de chegar.

— Fiquem á vontade! - acrescenta Helena sempre sorrindo.

Após alguns minutos os anfitriões conseguem finalmente se sentar, estavam cansados por terem recebido tantos convidados.

— Helena meu amor, de onde você tirou tantas pessoas? - pergunta Luís olhando para a esposa.

— Ah Luís não exagere, nem são tantos assim. - diz Helena se defendendo.

— Convidei apenas nossos amigos, colegas e alguns sócios... - explica Helena com tranquilidade.

— Meus amigos que não são, metade dessa gente eu nunca nem vi. - comenta Luís pegando duas taças de vinho de um garçom que passava por ali, e entregando uma a esposa.

— Conhece sim meu amor, você só não está se lembrando. Já eu conheço todos. - afirma Helena bebendo um gole de vinho.

— Hum sei, se você está dizendo... - resmunga Luís tentando não contrariar a esposa.

— Sim eu estou dizendo, se essas pessoas todas estão aqui é por que em algum momento fomos apresentados. Ah Luís que mania de querer saber tudo também, somos empresários e conhecemos muitas pessoas... - finaliza Helena se estressando.

— Tá bom minha vida, também não precisa se exaltar, e isso também não importa, o que me interessa mesmo é você, eu só consigo agradecer a Deus por ter o privilégio de estar mais um ano a seu lado. - destaca Luís com carinho tentando acalmá-la.

— Você tem razão meu amor, eu mal posso acreditar que já fazem 25 anos que estamos casados, passou tão rápido, parece que foi ontem que eu descobri que estava grávida do Rodrigo. - relembra Helena com um brilho no olhar.

— Tivemos que nos casar as pressas antes que sua barriga começasse a crescer, eu com medo do seu pai me matar, e por pouco ele não o fez. - conta Luís rindo.

— Culpa sua que não soube segurar seu amiguinho dentro da calça. Eu sempre fui muito mimada, sempre soube que meu pai ficaria uma fera assim que descobrisse que alguém tirou a pureza da filhinha dele. - acusa Helena rindo.

— Ah claro, sempre eu não é mesmo? Se ele soubesse que a filha dele também não era nenhum pouco inocente, as coisas seriam diferentes. - diz Luis tentando tirar o foco de si.

— Nem vem não, eu era uma santa você que me desviou, pecador. - brinca Helena ainda rindo.

— Tá querendo enganar quem meu amor? Você pode ser tudo menos santa. Ou vou ter que te lembrar de quando você ficava se insinuando pra mim quando ainda estávamos ficando? - pergunta Luis provocando.

— Fala baixo homem, alguém pode escutar. - sussurra Helena olhando em volta.— E eu não era nenhuma oferecida, você quem ficava me cercando e me fazendo propostas tentadoras, e eu claro não resisti... - se defende Helena inocente. _ E foi nessa brincadeira toda aí que saiu o Rodrigo. - finaliza rindo.

Luís solta uma gargalhada,com as explicações da esposa, ela sempre foi uma safada mais não gostava de admitir.

— Deus tá vendo o seu cinismo querida. - zomba Luís com um sorrisinho.

— Eu te amo meu pecador.- se declara Helena com carinho.

— Eu te amo mais meu amor, você é a mulher da minha vida. - rebate Luís apaixonado.

— A única eu espero! - ameaça Helena com os olhos semi cerrados.

Luís acaba com a pouca distância entre eles, e a puxa para um beijo que transmitia todo o amor que sentia, ele sequer se importou com a presença dos demais ali presentes.

— Ai gente, por favor né! - repreende Stefanie parando em frente a eles, fazendo com que os dois se afastem e olhem para a filha.

— Qual a necessidade de ficar babando na boca do outro? - pergunta Stefanie maneira engraçada, arrancando um riso alto dos pais.

— Ai filha só você mesmo... É muito bom ficar babando na boca do outro, como você mesma diz. - diz Helena sorrindo para filha.

— Isso é nojento e não tem nada de bom! - dispara Stefanie com certeza.

— E como pode afirmar se você nunca beijou? - questiona Luís achando graça das expressões da filha.

— E quem falou que não? - rebate a garota dando de ombros enquanto se sentava em uma das cadeiras.

Luís trava com o que acabara de escutar e encara a filha sério.

— Por que? Já ficou com alguém? Quem? - indaga Luís cheio de ciúmes.— Olha Stefanie que eu sou capaz de te colocar de castigo até você se tornar maior de idade. - ameaça Luís se exaltando.

— Olha pai eu não ia te contar nada, mas já que perguntou... Eu beijei um menino lá da escola, quem é não vem ao caso, mas posso garantir que foi horrível. Bom pode ser que ele tenha beijado mal, talvez se eu tentasse com outra pessoa...- explica Stefanie como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— E como você me diz isso com essa tranquilidade? Você perdeu o respeito garota? E não vai experimentar com mais ninguém não, eu não vou deixar. - repreende Luís muito bravo.

— Helena onde você estava que não fez nada? - pergunta Luís incrédulo olhando para esposa que observava tudo em silêncio e se segurava para não cair na risada.

— Mamãe já estava sabendo pai, eu não escondo nada dela, e ela me disse que tudo bem, só você que está achando ruim. - intervém Stefanie antes que a mãe diga alguma coisa.

— É verdade Luís, sem drama vai, do jeito que você fala parecer que é o fim do mundo, foi só um beijo e ela nem gostou. - adverte Helena tentando defender a filha.

— E quem é esse menino Stefanie? - pergunta Luís sisudo.

— Nossa pai que insistência! Por isso que eu não te digo nada... Eu já falei que não vou dizer quem é, contente-se em saber que ele é lá do colégio e tem 17 anos. - revela Stefanie omitindo a identidade do garoto pois temia que Luís fosse atrás dele.

— Meu Deus do céu, minha filha, meu bebê, beijando vagabundos por aí, um menino de 17 anos, ela só tem 14. Onde foi que eu errei Senhor? - reclama Luís indignado.

— Credo Luís, também não precisa reagir assim. O que tem de mais nisso? - pergunta Helena tentando se manter séria.

— E você ainda pergunta? Agora foi um beijo, quando menos esperarmos ela vai aparecer dizendo que fez outras coisas. - diz Luís não querendo nem pensar na possibilidade.

— Essas outras coisas seriam sexo? . - pergunta stefani direta e reta. _ Por que se for, seja mais claro, até por que eu não sou nenhuma criança!

— Quem te ensina essas coisas em? - pergunta Luís encabulado.

— Eu tenho aula de educação sexual na escola papai, e eu sempre tiro minhas dúvidas com a mamãe. - responde Stefanie o olhando.

— E você compactua com tudo isso Helena? - pergunta luis chamando a atenção da esposa.

— Mais é claro, Stefanie é muito curiosa, e é meu dever instruí-la, prefiro dizer do que ela aprender por aí com qualquer um. - responde Helena com razão.

— Não acredito nisso... - diz Luís achando o cúmulo.

— Luís acorda nossa filha está se tornando uma mulher, essa hora ia chegar, você tem que se conformar.- diz Helena paciente.

— É pai, é como dizem: não brinque com a filha dos outros, por que você pode ter filha mulher... - debocha Stefani olhando para seu pai e em seguida saindo o deixando inconsolável.

— Isso foi uma indireta? - pergunta Luís após ouvir a fala da filha.

— Indireta? Não, foi direta mesmo. - responde Helena rindo. _ E o pior é que ela tem razão, anos atrás você deixou meu pai quase louco, agora você está passando pelo mesmo.

— Que menina insolente! - diz Luís sério.

...


    Paulina estava sentada em uma mesa mais afastada com seus pais, Renato a todo momento fazia um comentário ou tentava puxar assunto com a filha que só o ignorava.

— Vai passar a noite me ignorando? Não se esqueça que eu sou seu pai! - pergunta Renato cansado daquela situação.

— Você perdeu esse título quando me vendeu, pai nenhum faz isso. Você não só me traiu como também enganou e mentiu para o Carlos Daniel. - dispara Paulina finalmente o dando atenção.

— Me entenda princesa, eu apenas queria o melhor para você. - diz Renato tentando encobrir seus erros.

— Ah claro! E você pensou que o melhor pra mim seria me casar com um desconhecido em troca de dinheiro? - pergunta Paulina se segurando para não dizer umas verdades para o pai.

— Não fala assim Paulina, Carlos Daniel te ama. - repreende Renato olhando para filha.

— Mas eu não! Será que você não me entende? - rebate Paulina sem pensar.

Carlos Daniel vinha todo feliz com uma rosa na mão quando escuta o que Paulina havia falado, sua expressão muda completamente. Aquelas palavras foram como facadas em seu coração, ele sabia que ela não o amava, mas ouví-la dizer aquilo com ódio, e cheia de certeza doía. Ele deixa a rosa cair e sai, Paulina não percebe pois estava de costas para ele, já Paula pode ver a movimentação e logo faz sinal para que a filha olhe para trás.

Paulina se vira e vê Carlos Daniel indo em direção a mansão.

— Ele ouviu alguma coisa? - pergunta Paulina receosa.

— Sim filha ele ouviu. - responde Paula com pesar.

Paulina sem pensar duas vezes se levanta e vai em direção a ele, precisava se explicar, estava arrependia de cada palavra que havia dito. Era certo que ela não o amava, mas ela gostava dele e estava acostumada a viver junto dele.


...

Quarto do Casal


    Carlos Daniel estava sentado na cama, se sentia péssimo e chateado consigo mesmo, ele dava seu melhor todos os dias para conquistar a esposa, mas nada adiantava, pensou que por um momento ela cederia, pois nos últimos dias estavam se dando super bem, mas recebeu um banho de água fria.

— Carlos Daniel... - chama Paulina entrando no quarto ofegante.

— Me deixe sozinho. - pede Carlos Daniel de cabeça baixa.

— Posso pelo menos explicar o que você ouviu? - pergunta Paulina se aproximando.

— Não tem explicação Paulina, você já disse tudo, eu já entendi. - diz Carlos Daniel a encarando.

— Me desculpe, eu me expressei mal...- Paulina tenta explicar mas é interrompida.

— Já chega Paulina! Não precisa se justificar, está claro que você não me ama, mais poxa, ouvir você falando isso a cada 5 minutos dói muito. Não existe pior sensação do que essa que estou sentindo agora, ter o desprezo de quem mais se ama... Eu só não entendo o por quê de tanto ódio, tudo já foi esclarecido, eu nunca te fiz mal, muito pelo contrário, eu só queria um mínimo de afeto da sua parte mas nunca obtenho resultados. - desabafa carlos Daniel aos prantos.

— As coisas não são assim... - Paulina tenta dizer mas é contida mais uma vez.

— O certo seria eu parar de insistir tanto em uma relação que claramente não terá futuro, só há amor de um lado, eu não deveria nem ter começado essa palhaçada, você não está feliz, nunca esteve. Eu aqui achando que te fazia bem mas eu só te fiz sofrer, te mantive esse tempo todo aqui a força... - dispara Carlos Daniel se culpando.— Quer saber? Eu não vou dizer mais nada, faça o que quiser. - orienta Carlos Daniel se levantando e saindo em seguida, deixando Paulina sem reação.


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