Minha Vida Começa Contigo escrita por Senhora Bracho


Capítulo 12
Coração




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Paulina vendo que ele vinha em direção a sua mesa rapidamente toma uma atitude e se levanta indo de encontro, pois temia que o mesmo dissesse algo para Carlos Daniel que ao ver a movimentação da esposa a encara, ela simplesmente se levanta e sai, fazendo com que ele a acompanhasse com os olhos e se deparasse com um homem que a abraçou com intimidade, Carlos Daniel fez menção de se levantar, porém pensou melhor e decidiu engolir seu ciúmes e esperar, aliás aquele poderia ser um amigo ou quem sabe um parente.

— Que saudades, coração!. - diz Miguel a olhando nos olhos assim que a soltou.

De onde estava Carlos Daniel pode ouvir o que Miguel falava, ele se ajeita na cadeira inquieto e visivelmente incomodado com a cena. Quem poderia ser esse homem, e por que chamava Paulina assim?

— O que pensa que está fazendo aqui? . - sussurra Paulina quase inaudível e dando um passo para trás, ela estava nervosa e mais pálida do que o normal.

— Eu vim te ver, fiquei sabendo que estava na Fazenda e como não posso por os pés lá fiquei aqui te esperando, sei que esse é seu restaurante favorito e tinha quase certeza que viria aqui hoje, e vejo que não me enganei. - explica Miguel calmamente enquanto permaneciam em pé no meio do restaurante.

— Vá embora, por favor!. - suplica Paulina enquanto olhava para Carlos Daniel que estava de costas e se esforçava para tentar ouvir alguma coisa.

— Eu vou, mais amanhã te espero no mesmo lugar de sempre. - diz Miguel percebendo a tensão de Paulina.

— Nem pensar, você tá louco? Não posso me arriscar, alguém pode ver e distorcer tudo. - diz Paulina rapidamente, querendo que ele vá embora de uma vez.

— Tem certeza? O que acha de me apresentar ao seu marido? É aquele ali não é?. - diz ele apontando para Carlos Daniel e indo em sua direção.

— Vamos, assim eu já digo a ele quem sou eu, ele deve estar curioso. - ameaça Miguel para que Paulina ceda a ele.

— Não!. - diz Paulina segurando no braço dele apavorada.

— Tudo bem, amanhã nos vemos agora por favor saia daqui. - implora Paulina se dando por vencida.

— Ótimo, te esperarei então. - diz Miguel com um sorriso vitorioso enquanto a abraçava novamente a pegando de surpresa.

Paulina ao se separar dele se vira para Carlos Daniel que a olhava fixamente com uma expressão nada agradável.

— Boa noite Miguel. - diz Paulina acabando com aquela situação.

— Foi um prazer te ver coração. - diz Miguel  em alto e bom som em forma de provocação e em seguida se retira.

Paulina volta para seu lugar totalmente sem graça, não sabia com agir diante de Carlos Daniel, e temia que ele exigisse uma explicação.

— Podemos pedir? . - pergunta ela olhando o cardápio tentando fugir dos olhares insistentes dele.

— Claro, coração. - ironiza Carlos Daniel com raiva, estava mordido de ciúmes.

— O que foi? . - pegunta Paulina finalmente o olhando se fazendo de desentendida.

Carlos Daniel dá um longo suspiro e não diz mais nada, ela pede o jantar e os dois comem em silêncio, nenhuma palavra é trocada e o clima estava tão tenso que optaram por irem embora sem ao menos pedirem sobremesa.

...

Horas Depois - Fazenda Bracho

Carlos Daniel e Paulina chegam em casa e assim como no restaurante, não se dirigem a palavra, eles vão até a sala e Carlos Daniel se senta na poltrona, ele estava sério e Paulina estava sentindo falta de seu jeito carinhoso e brincalhão de sempre. Já cansada daquela situação ela opta por dar uma explicação, por que querendo ou não uma hora teria que fazê-lo.

— Carlos Daniel, sei que você deve estar se perguntando que era aquele homem que apareceu no restaurante, mais antes que pense besteiras eu quero que saiba que ele é só um amigo. - explica paulinaomitindo informações, enquanto se sentava na mesinha de frente para ele.

Carlos Daniel a olhava atentamente e ao ouvir o que ela disse, faz sinal de negação com a cabeça como se não estivesse acreditando no que acabara de escutar.

— Me poupe de suas explicações, sei exatamente quem era aquele homem e posso afirmar com toda certeza que amigo seu ele não é. - dispara Carlos Daniel com rancor.

Paulina olha pra ele assustada, jamais poderia imaginar que Carlos Daniel conhecesse Miguel, e se perguntava se ele também sabia sobre o romance que viveram.

— Então quem ele é? . - pergunta Paulina com medo da resposta.

— Ele é o homem com quem você realmente queria ter se casado!. - afirma Carlos Daniel com um tom amargo.

Ele olhava para o nada enquanto se lembrava do diálogo que Paulina teve com a mãe antes da cerimônia de casamento, ele havia ido até o quarto pois Paulina estava demorando, e assim que chegou pôde ouví-la dizer que não queria se casar por que amava Miguel, e que Carlos Daniel havia a comprado. Ele ficou na porta estático e sem reação, não fazia idéia de que Paulina tinha outro homem em sua vida, e também não sabia que ela pensava coisas horríveis dele, Renato garantiu que Paulina nunca havia tido um namorado e que estava de acordo com tudo. Ele permaneceu ali enquanto pensava no que fazer, e por estar cego de amor resolveu prosseguir com o casamento, aliás já estava tudo pronto, e ele estava certo de que Paulina poderia esquecer Miguel e se apaixonar por ele, e decidiu que na lua de mel explicaria como tudo aconteceu, queria mais do que nunca tirar a má impressão que Paulina tinha dele, entretanto com a correria ele acabava se esquecendo, mas naquele momento ele percebeu que não poderia mais adiar essa conversa, e precisava esclarecer sua versão dos fatos.

Paulina ficou em choque, sua mente estava um turbilhão de pensamentos, Carlos Daniel sabia que ela era comprometida e ainda assim insistiu no casamento, ele era pior do que ela podia imaginar. Se ele estava ciente, por que nunca a disse nada? Como ele descobriu sobre Miguel se ninguém sabia de sua existência?

— Carlos Daniel eu...

— Estou a par de tudo, sei que não queria ter se casado comigo, e que pensa que eu te comprei. - esclarece Carlos Daniel com tristeza no olhar.

— E estou errada? . - pergunta Paulina se irritando, sempre ficava assim quando se lembrava de seu forçado casamento.

— Sim Paulina, nem tudo aconteceu como você imagina. Eu quitei sim as dívidas do seu pai, mais não foi em troca de ter você, muito pelo contrário, fiz isso para poder me aproximar, e pedi a ajuda dele para isso que prontamente concordou, fui enganado assim como você. - explica carlos Daniel pois era tão vítima quanto Paulina.

— Até onde eu sei você deu uma grande quantia em dinheiro para o meu pai para que pudesse se casar comigo, minutos antes do casamento eu o questionei e ele não negou, me fazendo entender que havia um acordo entre vocês e que eu não poderia saber. - diz paulina intrigada, não sabia mais em quem acreditar, mais lá no fundo queria que Carlos Daniel fosse inocente e que tudo não passasse de um mal entendido.

— Isso não é verdade, você precisa acreditar em mim, fui atrás de seu pai para expôr meus interesses, você é uma moça de família e me disseram que seu pai era um homem rígido, eu só queria que tudo ocorresse nos conformes sem ter que me esconder de ninguém. Eu e ele conversamos e ele me disse que estavam passando por uma crise financeira e eu me propus a ajudar, confesso que fiz isso para que pudesse te ver com mais frequência, é a desculpa que eu usaria para poder ir sempre a sua casa, e pode ter certeza que se eu soubesse desde o início que você não queria nada comigo eu talvez não teria insistido tanto. Eu ouvi a conversa que teve com sua mãe enquanto se arrumava, ouvi você dizendo que amava um tal de Miguel, fiquei muito mal com aquilo e logo percebi que tudo fazia parte de um plano do seu pai, ele mentiu pra mim, me iludiu da pior forma e eu idiota acreditei, e não bastando todo esse sofrimento eu ainda tive que escutar dos lábios da minha esposa que ela amava outro, de todos os absurdos que escutei em toda minha vida esse definitivamente foi o que mais me doeu e eu jamais conseguirei esquecer. - explica Carlos Daniel com tristeza e decepção enquanto tentava inutilmente segurar o choro.

Paulina sentiu muita pena em vê-lo naquele estado, não sabia nem da metade da história e se sentiu envergonhada de o acusado, ele sequer tinha culpa, ela sentiu ainda mais ódio de seu pai, sabia que ele era um monstro mais não imaginava que chegaria a esse ponto, era um manipulador que só se importava com o dinheiro, que para ele era mais importante do que sua própria família.

— Eu não sabia disso, eu não sei nem o que te dizer... Como você deve ter percebido ele me forçou a casar com você, ele nunca me disse exatamente o que havia acontecido, e tudo que eu sei eu escutei e liguei os pontos, ambos fomos vítimas de um jogo sujo e agora estamos aqui vivendo em uma mentira. - diz Paulina querendo chorar também, era muita informação e ela não conseguia digerir tudo, queria poder abraçar Carlos Daniel mais ainda tinham muito o que conversar.— O que ele te disse pra te convencer de que eu queria me casar? - pergunta Paulina tentando se acalmar.

— Imaginei que você não sabia mesmo, você não compactuaria com tamanha atrocidade. E bom, como eu te disse ele me fez pensar muitas coisas sobre você, disse que você aceitaria se unir a mim pois não suportaria viver na miséria e que o destino de vocês seria a rua. Quanto a isso pode ficar despreocupada por que eu não acreditei, sei que você não é assim, o pouco que convivemos pude ver que você não é de esbanjar nada e que pouco se importa com dinheiro. - explica Carlos Daniel calmamente.

— Eu não posso acreditar que além de me humilhar ele me taxou como interesseira, eu nunca disse nada disso, e também jamais me venderia assim. - diz ela horrorizada com as calúnias inventadas por Renato.

— Ele sempre me dizia que você estava apaixonada por mim e que não demonstrava por que era tímida, e como você sempre me tratava muito bem eu acreditei... - diz Carlos Daniel se sentindo usado.

— Eu nunca te iludi Carlos Daniel, eu tratava você igual eu tratava a todos, e não tenho culpa se você viu coisas onde não existiam. Mais eu só quero saber uma coisa, se você sabia que eu amava outro por que prosseguiu com o casamento? - pergunta enquanto se levantava da mesinha e andava pela sala nervosa.

— Eu prossegui por que estava apaixonado, fui um egoísta em pensar apenas em mim, eu teria evitado tanta coisa se tivesse dado um basta antes, sei que errei, mais estava tão obcecado que não pensei nas consequências. Vi que você interpretou tudo errado e minha intenção era esclarecer tudo assim que nos casássemos, acabei não tocando nesse assunto antes por que não sabia como questiona-la , mas hoje chegamos ao limite, sei que você não suporta mais viver nessa situação assim como eu, e que me odeia. - diz Carlos Daniel com a cabeça baixa tentando esconder sua tristeza. _ Eu espero de coração que você tenha acreditado em mim, e que nossa convivência não seja tão torturante para você, e te peço desculpas por não ter dito tudo isso antes, você deve ter me julgado tanto. - diz ele agora a olhando com sinceridade.

— Não fala assim Carlos Daniel, eu não te odeio. - diz Paulina parando em sua frente enquanto o olhava com carinho.

— Não? . - pergunta surpreso enquanto se levantava ficando de frente para ela.

— No começo sim, e como você disse eu te julguei sem saber, hoje às coisas são diferentes, muita coisa mudou. - responde ela o olhando nos olhos.

— O que mudou? . - pergunta Carlos Daniel  com esperanças de finalmente poder ter uma boa relação com ela.

— Antes eu não suportava estar no mesmo ambiente que você, nós não conversávamos e eu vivia fugindo, mas hoje posso dizer que já me acostumei a viver com você, acho que me conformei que agora somos casados e não adianta eu tentar fugir. Durante todo esse tempo você se mostrou ser um homem maravilhoso, sempre me respeitou e me tratou muito bem, e é claro que eu acredito em você, eu conheço bem o pai que eu tenho, ele nunca se importou comigo, não seria agora que ele iria se importar, não é mesmo? . - pergunta com tristeza enquanto fugia dos olhares dele.

— Não fique assim, ele pode não se importar com você mais eu me importo, quero sempre te ver bem, tudo o que faço é por que te amo. - diz Carlos Daniel  acariciando o rosto dela e aproximando seus corpos.

Paulina não diz nada, apenas esboça um lindo sorriso, gostava de ouvir dos lábios dele que ele a amava mesmo que não fosse recíproco, agora ela se sentia leve e mais a vontade com ele.

Carlos Daniel aproveita da proximidade que estavam e a surpreende com um beijo, ela de imediato o corresponde e só se afastam para respirarem.

— Eu te amo. - declara Carlos Daniel  após o beijo.

Ficaram ali por alguns minutos até que resolveram subir para dormirem, eles deitavam na mesma cama desde que se casaram, mas Paulina sempre se afastava o máximo que conseguia, e nessa noite não foi diferente. Ele pensou em puxá-la para dormirem abraçados mais preferiu não pressioná-la.

Paulina não conseguia dormir, rolava de um lado para o outro, só conseguia pensar se iria ao encontro de Miguel como o combinado, Carlos Daniel não poderia desconfiar, por isso ela planejava sair o mais cedo possível e voltar antes mesmo dele acordar. Ela sabia que era errado, mais sentia falta de estar com Miguel, ela ainda o amava e ele era o seu primeiro amor, não seria fácil esquecê-lo do dia para noite.
....

Dia seguinte-6:30 da manhã 


    E lá estava Paulina mais uma vez, naquele mesmo lugar, onde pensava que nunca mais voltaria, havia acordado muito cedo e sabia que não sossegaria se não o visse mais uma vez, e ele estava com ela, estava diferente, não era mais o mesmo,estava irreconhecível e alterado, só sabia xingar Carlos Daniel dos piores nomes possíveis deixando Paulina um pouco espantada, ela sabia que ele tinha raiva de Carlos Daniel, mais não imaginava que seria tanto.

— Não fala assim dele! . - intervém Paulina já cansada de ouvir tantas besteiras.

— E você ainda o defende? O que foi? Está gostando dele?. - pergunta Miguel se alterando ainda mais.

— Ah claro, como pude me esquecer, ele é milionário e você no mínimo se deslumbrou com o extrato bancário daquele filho da puta. - pragueja sem pensar.

— Você sempre foi assim, um babaca? . - pergunta Paulina se irritando. _ Me chamou aqui pra me ofender? Eu sabia que não deveria ter vindo... - diz ela se dirigindo a saída mais é rapidamente contida por ele.

Miguel a segura pelos braços e respira fundo

 _ Me desculpa, eu não quero brigar com você, é que só de lembrar daquele otário eu já fico puto. - justifica Miguel  já mais calmo.

— Tá Miguel, não vamos mais falar sobre isso, esquece que ele existe. - diz Paulina não querendo estender o assunto.

— Como se fosse fácil esquecer do riquinho que roubou minha mulher. - diz ele a olhando com pesar. _ Mas você tem razão, não vamos mais falar dele. Vem, vamos entrar no rio. - convida ele já tirando sua camisa.

— Não a água deve estar gelada, eu já tenho que ir pra casa, e eu não trouxe roupa. - explica ela fitando o peitoral dele.

— Entra sem roupa então! - propõe Miguel com tranquilidade.

— Vem por favor, só um pouco, estamos em pleno verão, apesar de estar cedo a água não deve estar tão fria. - pede Miguel  se aproximando dela e a olhando com segundas intenções.

— Que entra sem, tá louco? . _ pegunta Paulina  enquanto olhava para água, estava morrendo de vontade de entrar mais não podia demorar, Carlos Daniel poderia sentir sua falta e ir procurá-la, e não seria nada bom se ele a encontrasse ali com outro homem.

— Eu vou mais é só um pouquinho por que lá na fazenda ninguém sabe que eu saí e podem ficar preocupados. - diz Paulina  cedendo enquanto tirava seus sapatos.

Miguel concorda porém não consegue esconder a frustração, queria vê-la nua e sabia que ela não concordaria, o que não o surpreendeu pois ela sempre agiu dessa forma desde que começaram a namorar, ele era louco para tocá-la mais intimamente, mas nunca teve esse prazer.

...

Fazenda  Bracho

Carlos Daniel acorda e logo se dá conta de que estava só, ele se levanta e vai até ao banheiro para procurar Paulina mas não a encontra, ele faz sua higiene e desce para o andar de baixo, pois imaginou que ela estaria por lá.

— Bom dia meu menino. - cumprimenta Maria assim que o vê entrando na cozinha.

— Bom dia Maria. - diz Carlos Daniel  gentilmente.

— Dormiu bem? . - pergunta com carinho.

— Dormi sim, obrigado por perguntar. - diz ele sorrindo. _ Maria você viu minha esposa? Eu a procurei pela casa toda mas não a encontrei. - pergunta Carlos Daniel enquanto colocava um pouco de café em sua xícara.

— Ela saiu bem cedo, não quis nem esperar para comer... - explica a senhora enquanto terminava de colocar a mesa do café da manhã.

— A senhora sabe pra onde ela foi? . - pergunta Carlos Daniel tomando um gole do seu café.

— Não ela não falou, só disse que não iria demorar. Mais sente-se filho, eu acabei de fazer o bolo de chocolate que você adora. - diz Maria com a educação de sempre.

— Hummm, eu amo o bolo que a senhora faz, mas eu vou esperar Paulina, se ela demorar eu vou atrás dela. - diz ele agarrando a xícara de café e indo para o jardim para esperar a esposa.

— Que estranho, onde será que ela foi? . - pergunta ele para si mesmo enquanto percorria o olhar para o enorme jardim.

...

Paulina e Miguel nadaram tanto que acabaram perdendo a noção do tempo, já se passavam das 09:00 da manhã, mas Paulina não se preocupou pois Carlos Daniel costumava acordar tarde quando não tinha que trabalhar.

    Eles estavam na beira do rio, Miguel a beijava com vontade, de forma ousada, já estava em um estado avançado de excitação, Paulina o correspondia na mesma proporção, estava com saudades e por um momento esqueceu que era casada.

    — Tira a camiseta. - diz Miguel ofegante enquanto tentava tirar a roupa de Paulina para poder tocá-la melhor.

— Não, você sabe que não posso. - diz Paulina tentando contê-lo, queria mais do que tudo poder se entregar a ele mais sabia que não era certo.

— Por que não? - pergunta Miguel  frustrado já sabendo qual seria a resposta.

— Eu sou casada e não deveria estar aqui, Carlos Daniel já deve ter acordado e pode estar atrás de mim. - explica  voltando para realidade.

— Pra quê tanta resistência ? Você não o ama, não precisa ser fiel. Antes não podia se entregar a mim por que era virgem, mais agora suponho que já não seja mais. O que foi? Prefere abrir as pernas para aquele corno do que pra mim? Já chega de tanta frescura e de se fazer de santa, vem vamos aproveitar que estamos a sós. - diz Miguel perdendo a paciência, sem medir suas palavras.

Paulina não acredita no que acabara de escutar, ela rapidamente o empurra e sai do rio para pegar seus sapatos, já estava de saco cheio e agora ele havia passado dos limites.

— NUNCA MAIS ME PROCURE SEU IDIOTA. - grita ela indo embora.

— PAULINA ESPERA! ME DESCULPE, EU FALEI SEM PENSAR, NÃO ME LEVE A MAL. - grita Miguel  tentando apaziguar a situação.

— VAI PRO INFERNO. - pragueja Paulina  já fora do esconderijo.

— PAULINA! . - grita Miguel  mais uma vez na esperança dela voltar mais não obteve resposta.

— MAIS QUE CARALHO. - xinga Miguel  enquanto batia forte na água para tentar descontar sua raiva.

...

Fazenda Bracho 

Carlos Daniel andava de um lado para o outro, estava muito preocupado, já havia até ligado para Fazenda Martins para saber se ela estava lá mas sem sucesso. Ele estava pronto para sair procurá-la quando a mesma entra pela porta toda molhada.

— Aii que susto. - exclama Paulina ao dar de cara com ele que vinha em sua direção com a feição séria.

— Onde você estava? . - pergunta Carlos Daniel  preocupado.

— Por aí, estava andando pelos arredores da Fazenda, decidi entrar um pouco no rio também . - explica ela nervosa.

— Mas por que saiu tão cedo, e por que não me avisou?. - pergunta Carlos Daniel  achando aquela situação muito suspeita.

— Porque sim! Sempre gostei de andar pelo campo de manhã, e não te avisei por que você estava dormindo, e como está sempre ocupado eu preferi deixá-lo descansando. - justifica Paulina  enquanto ia até o banheiro para pegar uma toalha.

— Tudo bem, eu só fiquei preocupado, não quero que ande sozinha, aqui pode ser perigoso. - diz Carlos Daniel a seguindo.

     — Fique tranquilo, eu nasci e cresci aqui, conheço tudo como a palma da minha mão, e todos aqui me conhecem e jamais me fariam algum mal. - tranquiliza ela. _ E se você me der licença eu preciso tirar essa roupa molhada e tomar um banho.

— Tá, eu vou te esperar aqui para descermos para tomar café. - diz ele a olhando.

— Como quiser. - concorda ela fechando a porta do banheiro.

Paulina toma seu banho e juntos descem para tomar o café da manhã, eles comiam enquanto conversavam assuntos leves, Carlos Daniel recebe uma ligação, ele teria que resolver pendências sobre a Fazenda que provavelmente levaria o dia todo. Paulina passa a tarde na Fazenda, ela conversa um bom tempo com Maria, que a ensina a fazer várias comidas, e assim a tarde passa voando.

Era por volta das 18:30, o sol estava se pondo e Paulina estava sentada no jardim, adorava admirar o céu e como estava um final de tarde muito agradável ela permaneceu ali, parecia concentrada, estava relembrando a péssima manhã que teve e o quanto estava arrependida de ter ido atrás de Miguel, não queria enganar Carlos Daniel, ele não tinha culpa e não merecia tamanha traição.

Ela é desperta de seus pensamentos com a chegada de Carlos Daniel , ele chega por trás em silêncio e faz uma leve carícia nos cabelos dela, que o reconheceu desde o primeiro toque.

— Oi minha linda. - cumprimenta Carlos Daniel carinhoso, se baixando para dar um beijo em sua testa.

— Oi. - responde Paulina  tímida enquanto lhe entregava um sorriso.

— Como você está? Como foi seu dia? . - pergunta Carlos Daniel  atencioso enquanto se sentava ao lado dela.

— Estou bem. - diz Paulina  o olhando e se ajeitando para ele se posicionar melhor a seu lado. _ Minha tarde foi tranquila, Maria me fez companhia e me ensinou algumas coisas. - explica ela enquanto voltava sua atenção ao pôr do sol.

— Que bom, sabia que se daria bem com a Maria, ela adorou te conhecer. - diz Carlos Daniel  a aconchegando em seu peito e a abraçando pelos ombros, ela aceitou o gesto dele e não recuou em nenhum momento.

— Também gostei muito dela. - diz ela agora mais relaxada. _ E você, está bem? Me parece cansado. - pergunta Paulina  erguendo a cabeça para mirá-lo.

— Estou ótimo, só preciso comer alguma coisa e tomar um banho. - explica ele segurando na mão dela. _ O que acha de sairmos hoje? Dar uma volta, ou se preferir podemos ir ao cinema. - propõe Carlos Daniel tentando mimá-la.

— Humm, eu não estou muito afim de sair de casa hoje, e se assistirmos um filme por aqui mesmo?. - contrapõe ela  sem ânimo para sair.

— Perfeito! Só quero passar um tempo com você. - diz ele com carinho. _ Bom agora eu vou lá dentro pegar algo para eu comer. - diz ele depositando um beijo no topo da cabeça dela e se levantando em seguida.

— Quer companhia? . - pergunta Paulina  sendo gentil.

— Não precisa meu amor, eu vou rapidinho fazer um sanduíche e já volto. - diz Carlos Daniel indo para a cozinha.

Paulina volta com seus pensamentos, se recriminava o tempo todo, Carlos Daniel era tão bom com ela, a amava de verdade e ela não demonstrava um mínimo de afeto por ele. Após alguns minutos é surpreendida por Miguel, estava tão distraída que não sabia de onde ele havia saído, ela se assusta de imediato e o encara com os olhos arregalados.

— O que faz aqui? Como entrou? - pergunta Paulina desesperada enquanto olhava para a casa para ver se Carlos Daniel não estava vindo.

— Calma coração, até parece que não me conhece, você deveria pedir para o seu maridinho reforçar a segurança da Fazenda, por que eu consegui entrar sem que ninguém me visse e olha que eu nem fiz muito esforço. - diz Miguel  tranquilamente em tom de deboche.

— Vá embora daqui agora! - exige ela rapidamente.

— Não sem antes falar com você. Quero que me desculpe pelo ocorrido de hoje de manhã, eu estava fora de mim e não consegui controlar meu ciúmes. - pede Miguel  enquanto se sentava a seu lado.

— Não, eu não vou te perdoar e vou te pedir mais uma vez para que vá embora antes que Carlos Daniel apareça. - diz ela se levantando.

— Pois que ele venha então! Há dias que quero ter uma conversinha com ele. - chantageia Miguel  cruzando suas pernas.

— Fique a vontade então, vai lá, fale pra ele, só que não acredito que ele vá ficar surpreso até por que ele já está por dentro de tudo, ele sabe quem você é e o que tivemos. - diz Paulina dando de ombros, já estava cansada de ser ameaçada por Miguel.

— Eu não acredito! Está dizendo isso para que eu vá embora. Mas se ele já sabe de tudo como você mesma diz, então por que está com medo? Eu vou ficar aqui, aí eu aproveito para perguntar se ele sabe também que estivemos juntos hoje e que ficamos, e olha que sou capaz até de dizer que se entregou a mim, e adivinha só em que ele vai acreditar? . - diz Miguel ardiloso e sem piedade, havia se tornado o pior pesadelo de Paulina e ela começava a sentir medo dele.

— Você não seria capaz. - diz ela com o medo estampado em sua voz.

— Vai querer pagar pra ver? . - pergunta ele a encarando sério.

— O que você quer de mim? Eu já estou de saco cheio de você, por favor me deixe em paz!. - suplica querendo se livrar dele.

— Eu já disse, quero que me perdoe. - insiste Miguel .

Paulina ia prontamente retrucá-lo quando vê uma movimentação na casa, era Carlos Daniel, ela se apavora pois sabia que Miguel a entregaria, e ela não queria arrumar mais problemas com Carlos Daniel logo agora que estavam se dando bem.

— O Carlos Daniel está vindo, vai embora pelo amor de Deus. - sussurra ela suando frio. _ Depois conversamos, eu vou onde você quiser.

— Promete? - pergunta ele se levantando. _ Onde? Olha que se estiver me enganando eu voltarei aqui. - ameaça Miguel a olhando sério.

— Eu sei onde te encontrar, agora vai. - diz ela  enquanto o arrastava para sair dali.

Miguel concorda e sai despercebido do mesmo modo em que entrou. Paulina se senta aliviada enquanto esperava pelo marido.

— Demorei? . - pegunta Carlos Daniel  tomando o lugar que ocupava antes.

— Não!. - responde Paulina  o olhando nervosa.

— Eu vou terminar de comer e já subo para tomar um banho para podermos ver o filme, eu dispensei a Maria acho que conseguimos dar conta do jantar hoje. - diz Carlos Daniel  após dar uma mordida em seu sanduíche.

— Sim, nós nos viramos, quero conhecer seus dotes culinários. - diz Paulina  rindo dele.

— Então verá Senhora Bracho. - diz ele também rindo.

Eles ficaram ali até que Carlos Daniel termina de comer.

— Eu vou subir para tomar um banho. - diz ele terminando de tomar seu suco.

— Quando sair me avisa que eu tenho que tomar também. - pede ela o olhando.

— Humm, toma junto comigo! . - brinca Carlos Daniel para provocá-la pois sabia que ela era tímida.

Paulina arregalou os olhos e tentou dizer alguma coisa mais a voz não saia.

— Eu estou brincando bobinha. - diz Carlos Daniel  rindo percebendo o nervosismo dela. _ Só se você quiser, é claro. - finaliza ele dando um cheiro no pescoço dela.

— Palhaço. - diz ela fingindo estar brava. _ Vai lá logo, se não fica tarde. - orndena ela cruzando os braços.

— Nossa ficou bravinha. - zomba ele, queria a ver brava, só para poder agradá-la depois.

— Não me estressa não! . - dispara ela o encarando, e se levantando para entrar para dentro da casa.

— Uii, só vou parar por que sei que você vira uma fera quando está brava. 

— É bom não me testar mesmo. - diz ela olhando para trás com um sorrisinho nós lábios.

Carlos Daniel toma seu banho e Paulina entra em seguida, após isso Paulina vai para cozinha para preparar algumas guloseimas enquanto Carlos Daniel estava na sala escolhendo um filme. Com tudo pronto eles se sentam no enorme sofá e assistem o filme, pelo menos Paulina assistiu por que Carlos Daniel não prestou atenção em nada, sua atenção ficou voltada toda em Paulina, ele a detalhava com admiração, já ela estava concentrada na TV e percebeu os olhares dele mas resolveu ignorar.

— E então, o que achou do filme?. - pergunta Paulina após o filme acabar.

— Achei muito interessante. - mente Carlos Daniel  a olhando.

— A é? E qual parte mais gostou? . - insiste ela  querendo rir.

— Gostei do começo. - responde tentando convencê-la.

— E qual parte do começo? . - questiona ela sem se dar por vencida.

— Tá bom você me pegou, eu não sei. - diz ele rindo.

— É claro que não sabe, você nem prestou atenção no filme . - diz ela rindo da cara de pau dele.

— Culpa sua que me desconcentrou o filme todo! Sua beleza me prende de uma maneira que não dá pra explicar. - diz ele acariciando as bochechas dela.

— Ai tonto! . - diz sem graça.

— Paulina. - chama ele com a voz doce.

— Oi. - responde dando atenção a ele.

— Me dê um beijo!. - pede ele a deixando desconcertada. _ Só um . - insiste ele vendo que ela não falaria nada.

— Apenas um! . - impõe Paulina se fazendo de difícil, mais lá no fundo queria o mesmo que ele.

Paulina se aproxima e cola seus lábios aos dele, começou com calma, mais foi surpreendida por Carlos Daniel que a agarrou pela cintura colando seus corpos, dando mais intensidade ao beijo.

— Te quero tanto! . - diz ele rouco enquanto a apertava contra si.

— Carlos Dan...

— Vamos lá pra cima, eu prometo me comportar, eu só quero namorar um pouquinho, nunca tivemos um momento a sós.- propõem Carlos Daniel a olhando com desejo, enquanto ela o olhava com receio. — Acredito que já esclarecemos muitas coisas e que agora, se você permitir podemos tentar um recomeço, podemos salvar nosso casamento. Pode confiar em mim, nunca te forcei a nada e não seria agora que eu irei fazer, prometo que só irá acontecer o que você quiser que aconteça. - assegura Carlos Daniel  tentando transmitir confiança.

— Eu não sei... - diz Paulina tímida, ainda tinha medo e se sentia insegura para se entregar de corpo e alma.

— Saiba que eu te respeito a cima de tudo, e que se você achar que estou ultrapassando dos limites e só me dizer. - diz Carlos Daniel  olhando fixamente para ela.

— Tudo bem, mas só vou por que adoro seu beijo. - diz Paulina dando um selinho nele, gesto esse que surpreendeu Carlos Daniel.

— E são todos para você. - diz Carlos daniel  sem acreditar que estava assim com ela, era como um sonho do qual ele não queria acordar. _ Vamos então minha vida. - convida ele se levantando e dando a mão para que ela se levante também.

Paulina pega em sua mão e juntos sobem para o quarto, Paulina estava acuada, já Carlos Daniel não conseguia esconder a felicidade, eles ficaram horas trocando beijos, para Carlos Daniel foi quase uma tortura não poder tocá-la como desejava mas se conteve, já Paulina estava louca para fazer amor mas temia se arrepender depois. O clima estava esquentando, e ela resolve dormir para não cair em tentação, Carlos Daniel se sentia um pouco frustrado, mais teria paciência e esperaria o tempo que fosse para poder tê-la.


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