O templo de Leão tinha um clima diferente do anterior. Não tinham rostos pendurados, mas haviam muitas selfies do anfitrião e espelhos até no teto. Seiya achou aquilo um tanto peculiar e exagerado, mas precisava da autorização do cavaleiro para prosseguir. Ele havia se encontrado com Aioria uma vez e esclareceram a situação da Deusa, assim conseguindo um importante aliado. No entanto, quando o sagitariano viu o semblante do leonino, algo ali estava diferente do outro encontro.

Seus olhos estavam vermelhos como sangue, a postura muito mais autoritária e empunhava muito mais respeito. O leonino deu um passo para frente.

— Seiya.

— Oi Aioria, bom? Eu meio que preciso salvar Athena, posso passar?

— Você só irá passar por aqui… quando eu tiver uma foto boa o suficiente para eu estampar a porta do templo.

— Não temos tempo pra isso! Ela tá flechada lá na casa de Áries aos cuidados do Mu.

— Daqui a pouco o Mu vai jogá-la ao chão de raiva — deu uma risada — Anda logo então! Eu preciso fazer um banner para a entrada do templo urgente! Não posso deixar ninguém passar sem contemplar a verdadeira essência da minha beleza!

— Mas Aioria, sua casa está coberta de fotos e espelhos! Não é o suficiente?

— Não será até encontrarmos a foto perfeita, no ângulo e na iluminação ideal. Preciso estar majestoso!

— EU TENHO CARA DE FOTÓGRAFO, AIORIA? Puta que pariu, a Saori está morrendo!

— Você não está entendendo Seiya! Se eu não tirar a foto perfeita, vou acabar matando alguém! É o efeito do golpe que eu recebi.

— Não é possível… Tá, vai, faz uma pose e me arruma uma câmera!

— Uhul!

Aioria arrumou uma câmera de alta tecnologia, uma semiprofissional, para Seiya. E tentaram, tentaram várias poses, vários ângulos, mas nenhuma foto parecia realmente agradar o anfitrião. Sempre dizia “Está lindo, mas só porque sou eu. Se esforce mais, potrinho!” e este tipo de coisa.

Quando o bronze já estava quase desistindo e descendo até o vilarejo para buscar alguém que pudesse ser morto, foi agraciado quando duas pessoas chegaram em Leão.

— Graças a Athena que vocês chegaram! Eu não aguento mais!

— O que houve, Seiya?

— Ai Shiryu! Você tá vendo?

— Longa história…conta o que tá acontecendo aqui.

— O Aioria não pode deixar a gente passar até conseguir a foto perfeita ou então assassinar alguém.

— Nossa! Que horror! — exclamou o virginiano — Talvez eu possa ajudar…

Shun acabou assumindo como diretor de fotografia. Eles utilizaram dos espelhos na casa de Leão, alguns ornamentos, óleo de bronzear e até o cosmo dos presentes para encontrar a iluminação perfeita. Após várias fotos em ângulos diferentes, os jovens aguardavam o veredito do leonino.

— EU AMEI ESSAS FOTOS! PELA DEUSA, QUE MARAVILHOSO ESTOU! — chorava de satisfação — Obrigado rapazes! Podem passar!

Os olhos do leonino tornaram a sua coloração normal, o sorriso de satisfação ia de orelha à orelha.

— Ufa! — os três suspiraram aliviados.

— Ah! Andrômeda! — chamou-o rapidamente.

— Pois não, senhor Aioria!

— Seu trabalho foi magnífico! Quero te contratar para fazer um book meu em outro momento.

— Obrigado — suas bochechas coraram com o elogio — A gente marca outro dia. Depois que salvarmos a Saori, vou reabrir a minha agenda.

— Depois vocês marcam! Vamos até Virgem, precisamos encontrar o Hyoga!

— Apenas mais uma coisa! Quando chegarem em Virgem, enfrentarão o cavaleiro mais próximo de Deus, Shaka. Ele é uma boa pessoa e vai evitar lutar, mas saibam de duas coisas: Nunca, jamais, deixem ele pegar os baldes!

— E a segunda coisa?

— A segunda coisa é, não deixe ele abrir os olhos. Quando ele pega os baldes ou abre os olhos, todo mundo ao redor morre, seja por golpe ou por exaustão. Sejam cordiais e não façam bagunça. Entendido?

— Entendido. Obrigado, senhor Aioria! — o esverdeado respondeu por seus colegas, começando a correr até a próxima casa.