Sanatório escrita por Chrys Monroe


Capítulo 17
Capítulo 16 - Retornando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Capítulo 16 - Retornando. 

 

 

 

 

— Não pode ser. - O ruivo levou as mãos a boca - Você está viva?! 

— Sim, doutor Cullen. - Isabella deu dois passos em direção à ele - Não morri naquele incêndio como todos acreditaram. 

— Céus... - Em um impulso, Edward a abraçou com força - Eu pensei, pensei que tinha te perdido, mas não! Você está viva, você voltou pra mim! - Exclamei com os olhos marejados de lágrimas. 

Bella estranhou a tamanha emoção daquele homem, mas no fim das contas, gostou de vê-lo feliz com seu retorno.  

— É, estou de volta! Mas ninguém pode saber, ao menos por enquanto. - Avisou finalizando o abraço e se afastando um pouco - Sente-se, por favor. 

— Está bem. - Edward respirou fundo, se sentando no sofá e tentando controlar a emoção - Como pode estar viva? 

— No momento não posso explicar direito o que houve, pois tenho que preservar as pessoas que me salvaram. - Desviou o olhar. 

— Mais alguém sobreviveu ao incêndio além de você? Isabella, são meus pacientes! Tenho o direito de saber. - O ruivo insistiu - E essa faixa no seu braço? É alguma queimadura? Se for, você precisa trata-la pra não infeccionar. Sou médico, posso ajudar você. 

— Doutor, não fique preocupado com isso, está tudo sob controle. Sei que merece saber a verdade, você me ajudou muito nesses últimos tempos, mas este não é o momento de falarmos sobre certas coisas. 

— Eu perdi meu sanatório, Isabella. O meu trabalho. Sabe o quanto isso é importante para mim?

— Mas doutor...

— Por favor, me chame somente de Edward. Como você escapou? 

— Fui salva por alguns pacientes, mas não posso dedura-los para o senhor. Quer dizer,  você. Não depois de tudo que fizeram por mim. 

— Então... Acho que não temos mais o que conversar. - Edward se levantou, preparando-se para ir embora, mas Bella segurou seu braço. 

— Eu sei que não mereço, mas preciso muito da sua ajuda ainda. Só você pode me ajudar. Prometo, juro que se me ajudar serei grata a você pelo resto da vida e farei tudo para te recompensar pelo prejuízo que lhe causei. - Prometeu o olhando nos olhos - Sente-se, por favor. 

— Está bem. O que quer? 

— Um favor simples. Um não, dois. O primeiro é que não quero que revele a ninguém que estou viva, por enquanto. 

— Pra quê isso?

— Porque preciso ir atrás da Victoria e do James. Você estava certo, eles são amantes e armaram contra mim. - Confirmou - E preciso desse fator surpresa. 

— Não seria melhor denuncia-los a polícia de uma vez? Tenho laudos que ele te deu uma quantidade alta de calmantes no dia do surto, posso depor ao seu favor. - Sugeriu. 

— Eu sei, mas isso só mais adiante. Antes preciso fazer algo. O segundo favor é que preciso das chaves da minha casa. Você pode consegui-las pra mim com a Esme, sua mãe? 

— Minha mãe se demitiu da mansão depois que seu marido assumiu que está com sua governanta. - Revelou, vendo-a engolir em seco - Não só ela, mas todos os funcionários se demitiram. 

— Assim que tiver o que é meu de volta, vou readmiti-la. Acha que Esme ainda tem as chaves? Preciso de todas, dos quartos, salas, portão, tudo.  

— Bem... Não tenho certeza, mas acho que ela não chegou a devolver, pois a demissão é muito recente. 

— Confirme com ela e me traga o molho de chaves o mais rápido possível, okay? 

— O que pretende fazer? - Edward franziu a testa. 

— Você foi muito bom comigo, Edward. - Acariciou o rosto dele - Mas não retribui seus cuidados como merecia. Antes do incêndio, eu já sabia da fuga. Mas não te contei porque ainda não sabia se podia mesmo confiar em você. Hoje me arrependo, pois sei que se tivesse feito isso, teria evitado muitas mortes. - Confessou com os olhos cheios de lágrimas. 

— Não precisa me retribuir nada, Isabella. Tudo que fiz... - Segurou as mãos dela - Foi como médico, mas também foi de coração. É que não consegui evitar e me apaixonei por você - Ela arregalou os olhos com a revelação do homem - Não, não diga nada. É que não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas precisava colocar isso que sinto pra fora de uma vez por todas, já que a vida me deu a chance de te reencontrar - Soltou as mãos dela, se levantando - Amanhã irei viajar pra Miami, tenho uma conferência de medicina marcada lá. Me encontre no aeroporto as 10. Lá, te entregarei as chaves da sua casa afinal, são suas por direito. Até amanhã. - Despediu-se e foi embora. 

Isabella ficou um tempo parada no sofá, ainda atordoada com a revelação de Edward. 

— Doutor Cullen me ama? Céus, nunca pude imaginar que uma coisa dessas pudesse acontecer. - Falou sozinha, enquanto coçava a cabeça pensativa - Mas ele é um homem bom e se pudesse, me apaixonaria por ele. 

[...]

Na manhã seguinte...

 

 

Edward estava chegando ao aeroporto de carro, quando assim que estacionou, deparou-se com sua ex-paciente. De casaco comprido, boné e óculos escuros, mas ainda assim o psiquiatra a reconheceu de imediato. 

— Isabella... - A chamou assim que saiu do carro. 

— Conseguiu as chaves para mim? - A morena questionou olhando para os lados, com medo de ser reconhecida.

— Sim - Ele mexeu no bolso - Aqui - E entregou um molho de chaves para ela, que sorriu discretamente. 

— Não sabe o quanto te agradeço por isso, Edward. 

— Bella... Por que não vem comigo?

— O quê? - Ela arqueou a sobrancelha. 

— Por que não vem comigo? Olha, esquece aqueles dois e vamos pra longe daqui juntos. Tenho um dinheiro guardado, podemos começar do zero juntos. Sei que você não sente nada por mim, mas se me conhecer um pouco melhor, tenho certeza que pode vir a me amar. Prometo que ao meu lado, você será muito feliz. - Segurou as mãos dela. 

— Edward, que loucura é essa?

— Isso mesmo, uma loucura. Sempre fui um cara tão certinho, tão correto. De que adiantou? - Deu de ombros, trocando a mala de viagem de mão - Acho que essa é a hora certa de fazer uma loucura, não?

— Edward, não posso. Eu tenho que ficar e fazer o que acho que é justo. Desculpa. Desculpa não poder corresponder as suas expectativas. - Ele baixou a cabeça - Não fique triste, por favor. Está me dando vontade de chorar e não posso. Tenho que ser forte, tenho que ir até o fim agora. 

— Tudo bem. - O ruivo respirou fundo, segurando suas lágrimas - Pelo menos eu tentei - Deu um sorriso fraco. 

— Quem sabe um dia, não é mesmo? A vida é tão cheia de reviravoltas. 

— É, quem sabe. Adeus, Isabella. 

— Adeus, Edward. - Após se despedirem, o ruivo entrou no aeroporto, sumindo aos poucos das vistas da jovem. - Eu tenho que fazer isso, eu tenho. - Repetiu baixinho para si mesma, tentando acreditar que realmente tinha tomado a melhor decisão. 

Será?

[...]

Ao entardecer...

 

— Tem certeza que é isso que quer fazer, Bella? - Alice perguntou vendo a amiga guardar o celular novo que acabara de ganhar da amiga, no bolso de sua calça. - Já preparei tudo que você pediu, está na sua bolsa e o que faltar, é só me ligar. 

— Tenho sim. Certeza absoluta. - Confirmou - E mesmo que não tivesse, abri mão de muita coisa para isso. Não dá mais pra voltar atrás. 

— É tão arriscado. As vezes acho que você enlouqueceu de vez mesmo pra achar que um plano doido desses dará certo! - Alice exclamou chocada com o que a amiga iria fazer. 

— Talvez sim, talvez não. Só quando isso tudo acabar, teremos certeza. - Falou abrindo o porta-malas do carro da amiga e entrando lá, com sua mochila nas costas - Como é desconfortável aqui dentro. Agora entendo a cara que os bandidos fazem quando são presos e enfiados aqui dentro. - Brincou. 

— Vamos logo então, antes que eu me arrepende de te ajudar nessa loucura toda. - Alice fechou o porta-malas, deu a volta e entrou no carro, dirigindo com destino definido. 

Mansão dos Swan. 

~*~

— E aí? - James perguntou após ver Victória colocar o telefone no gancho - Conseguiu contratar nossos funcionários?

— Não! Parece que ninguém mais quer trabalhar aqui. - A loira cobriu o rosto entre as mãos - Não entendo porque tamanha rejeição. 

— Talvez porque a vadia da Alice deu aquela entrevista ante-ontem na TV nos detonando, me acusando de ter tentado matar minha mulher. Mas vou processar aquela idiota e arrancar uma boa grana dela, ah se vou. - James resmungou jogando um vaso longe. 

— James, não quebra nada mais, okay? Você fica quebrando coisas e a tonta aqui que tem que limpar, já que estamos sem empregada. Do que adianta ser dona da casa se continuo fazendo papel de escrava? - Revirou os olhos, se esparramando no sofá. 

— Conta outra, Vic. Você não limpa essa casa há dias. Enfim, como vamos fazer agora, hein?

— Vou continuar tentando, uma hora vamos conseguir alguém pra trabalhar nesta casa.  

— Certo, agora vou tomar um delicioso banho de banheira e relaxar. Até mais, gatinha. - Despediu-se subindo as escadas e indo até o banheiro. 

[...]

— Chegamos. - Alice disse em voz alta - Ouviu?

— SIM! - Bella gritou do porta-malas.

— Vamos lá. - Já dentro da garagem dos Swan, Alice saiu do carro e abriu o porta-malas - Está com as chaves?

— Claro! - Bella mordeu os lábios - Agora vá e distraía os desgraçados para mim. 

— Deixa comigo. - Alice piscou para ela. 

~*~

Victoria estava quase cochilando no sofá quando a campainha tocou. 

— Quem será? - Perguntou-se caminhando até a porta e girando a maçaneta - Oh não, você de novo?

— Eu mesma. - Alice disse de cabeça erguida, entrando na casa mesmo sem ser convidada - Cadê o James?

— Tomando banho. 

— É verdade que vocês estão sem funcionário nenhum agora?

— Sim. O que você tem a ver com isso?

— Assistiu televisão recentemente? - Questionou com ironia.

— James vai processar você pelas suas falas na TV e nos jornais. Nos aguarde, ta?

— Acha que tenho medo de processo? Vocês não vão ser felizes, Victoria. Vocês vão sofrer muito ainda, pode apostar. Consigo sentir, consigo ver que dessa sua cara feia, ainda vai sair muitas lágrimas. 

— Está rogando praga, sua idiota?

— Não, mas quem faz a maldade que vocês fizeram, não pode ter final feliz. E não vai, não se depender de mim. 

~*~

Enquanto Alice distraia Victória, Isabella continuava na garagem da mansão. Para se manter alheia aos fatos, a jovem colocou uma escuta em Alice e assim, estava conseguindo ouvir tudo que estava acontecendo dentro da casa. 

— É agora. 

Se sentindo mais segura, Bella saiu da garagem e entrou na mansão pela porta dos fundos, usando uma das chaves que ganhara de Esme. 

— Enfim, de volta para casa. - Murmurou baixinho, se preparando para iniciar sua tão sonhada revanche.


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Notas finais do capítulo

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