Ultima Ratio escrita por Akemihime


Capítulo 5
O céu queima contra sua pele




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“E o mundo que conhecemos se transforma em vento”

 

•••

 

Shouto não conseguia enxergar. Não conseguia sentir nada. Não conseguia nem ao menos respirar.

Tudo estava preto.

E, por uma fração de segundos, ele realmente achou que estava morto.

Mas o momento durou pouco e logo ele se sentiu ser jogado para o mundo de novo.

Ele abriu os olhos, confuso, sentindo o ar voltar para os seus pulmões, enquanto olhava em volta, tentando reconhecer o lugar que se encontrava.

Era escuro, mal iluminado, mas de certa forma, diferente de onde estivera antes.

Atrás dele tinha uma porta, ao tentar abri-la, descobriu, sem muita surpresa, que estava trancada. Não seria difícil derrubá-la, ele imaginava, mas primeiro precisava ver melhor aquele lugar.

A sala ampla e a fraca lâmpada no teto dizia claramente para Shouto que ele não se encontrava mais dentro dos túneis do metrô. Mas não podia estar muito longe de qualquer forma. Talvez ainda estivesse no subsolo, ao julgar pela aparente falta de janelas no lugar.

Todoroki analisava o ambiente vazio e grande atentamente, sem ainda ousar se movimentar muito. Ele sabia que não tinha sido jogado ali por acaso, o inimigo o tinha colocado naquela sala com um propósito, então certamente não estava sozinho.

A lâmpada no teto piscava em alguns momentos, fraca e pequena demais para iluminar uma sala aparentemente tão grande.

Shouto ergueu a mão esquerda, fazendo brotar uma pequena chama em sua mão para ajudar a conseguir enxergar melhor onde estava.

Ele suspirou, sentindo o ar frio em volta.

Aquele lugar era mais frio do que realmente estava o clima em Kyushu naquela noite.

“Frio até demais…” Todoroki pensou, aumentando ainda mais a chama em sua mão esquerda.

E então de repente seu fogo quase se apagou quando ele finalmente focou sua atenção no canto mais escuro daquela sala fria e vazia.

Parecia ter algo ali. Ou talvez alguém.

Ao iluminar melhor o lugar, Shouto finalmente o viu.

— Pai-! — Exclamou, correndo em direção a um Endeavor aparentemente inconsciente.

Ele sabia que deveria estar aliviado por encontrá-lo ali, mas a sensação que tinha era completamente oposta.

O estômago de Shouto se revirou em nervosismo enquanto ele percebia o estado em que seu pai se encontrava.

Endeavor estava de olhos fechados e o ferimento em seu rosto tinha parado de sangrar, mas não foi isso que preocupou tanto o mais novo.

Endeavor se encontrava sentado em uma cadeira, com vários cateteres conectados em diversas partes de seu corpo que tinha um aspecto quase como se estivesse congelado. Mais atrás do herói, uma estranha máquina era ligada aos cateteres, transmitindo seja lá o que estivesse dentro dela diretamente para o corpo dele.

Aquilo era o que o mantinha preso ali.

E de repente o frio incomum que estava fazendo no local começou a ter mais sentido na cabeça de Shouto.

É claro, o único jeito de manter um herói de chamas incapacitado era congelando-o. Deixando-o em uma posição que não conseguiria fazer nada. 

Aquela máquina era o que o impedia de utilizar sua peculiaridade.

Shouto sentiu o estômago embrulhar ainda mais.

Ele precisava libertar seu pai e só tinha um jeito de fazer isso.

Sem se preocupar mais com qualquer vilão que pudesse aparecer no momento, Shouto contornou a cadeira que Endeavor estava sentado, e voltou sua atenção para a máquina atrás dele.

O fogo desapareceu de sua mão esquerda, deixando o ambiente novamente mais escuro, enquanto sua mão direita se congelava pela peculiaridade de gelo que era ativada. Ele ergueu a mão congelada, indo diretamente para a máquina, destruindo-a.

Os cabos conectados a Endeavor congelaram completamente com o poder do garoto e depois se desfizeram em vários pedaços pelo chão.

— Oi… pai… — Shouto chamou por Endeavor, colocando a mão esquerda no braço dele, percebendo o quanto o corpo do mais velho ainda estava praticamente congelado. Ele então concentrou sua peculiaridade em sua mão, tentando transmitir um pouco de calor para Endeavor.

Ele estava tão preocupado que nem ao menos parou para pensar o quão estranho era chamar aquele homem de pai depois de tanto tempo. Sempre acostumado a chamar Enji por seu nome de herói ou apelidos muito piores. Mas o desespero que sentiu desde que descobriu que o mais velho tinha sido sequestrado fez com que toda a raiva que sentia dele tivesse desaparecido, pelo menos por aquele período de tempo.

Shouto sabia que seria impossível esquecer por completo o que o homem à sua frente tinha feito para ele e para toda a sua família, mas independente de tudo, ele ainda era o seu pai. E Shouto estava preocupado demais para deixar que a raiva e o ressentimento o atrapalhasse a pensar, a fazer o que era certo.

Ele precisava salvá-lo, precisava levá-lo de volta.

E enquanto tentava aquecer o corpo do herói das chamas, Shouto não deixou de perceber que aos poucos Enji parecia recobrar sua consciência. Embora, ainda assim, ele não parecesse muito melhor do que antes.

Pelo contrário, inclusive.

O sangue seco fazia com que os ferimentos não ficassem tão evidentes, mas a luta contra o Nomu tinha sido brutal, todos presenciaram aquilo até mesmo pela televisão. Depois disso, ele ainda tinha ficado ali em um lugar envolto por vilões por tempo o suficiente para receber machucados ainda piores por todo o seu corpo, sem falar do estado congelado que estava até momentos antes.

Portanto, quando Endeavor abriu os olhos e viu o filho, ele custou a conseguir abrir a boca e pronunciar algumas palavras.

E, quando o fez, não disse algo exatamente coerente, ao menos não para Shouto.

— Não… minha culpa... 

Shouto piscou, confuso, com a mão esquerda ainda no ombro do mais velho.

— Você pode ser culpado por muitas coisas, mas estar aqui não é uma delas — Ele disse para Endeavor, sério. Seus olhos desceram então para as mãos do herói, vendo que estavam presas à cadeira. Provavelmente seus pés também deveriam estar. — Nós precisamos ir embora.

— Não — Endeavor murmurou novamente de modo fraco, sem nem ao menos conseguir erguer sua cabeça para encarar o filho — … você vai…

Shouto não respondeu dessa vez, ele sabia que o homem estava fraco demais e provavelmente ainda não havia recobrado a consciência completamente, então manter uma conversa e tentar entendê-lo seria perda de tempo.

E tempo era uma coisa que ele realmente não deveria possuir muito.

Nenhum vilão tinha aparecido ainda, mas Shouto sabia que não deveria demorar. Eles estavam perto, considerando que foram eles que o colocaram ali em primeiro lugar.

— Eu vou te tirar daqui — Disse para Endeavor, afastando a mão do ombro dele e olhando para as algemas, pronto para retirá-las.

— Não, você não vai.

E então Shouto parou onde estava, virando-se rapidamente para a origem do som. Para a origem da voz que já não era tão desconhecida assim, embora não menos ameaçadora.

Todos os seus sentidos estavam em alerta agora, vendo bem ali, perto da porta, aonde Shouto estivera antes, o vilão Dabi os observando. A palma de sua mão brilhando com a chama azul acesa.

Não havia mais nenhum traço de sorriso em seu rosto, como estivera antes de jogá-lo para aquele lugar. Havia apenas os olhos sem vida sob a luz azul de sua peculiaridade.

Ele parecia estranhamente diferente, apesar de tudo, mais sério e até mesmo determinado, embora Shouto não soubesse dizer o motivo, mas algo dentro dele lhe dizia que certamente envolvia o fato dele e do Herói nº 1 estarem juntos naquele lugar.

— O que você quer? — Shouto perguntou, colocando-se em frente ao seu pai ainda preso à cadeira, já preparado para lutar se fosse necessário.

Se a habilidade do inimigo era realmente aquelas chamas azuis, Shouto talvez não estivesse em tanta desvantagem assim. Ele sabia que não podia contar com a ajuda de Endeavor, mas suas duas peculiaridades lhe davam certa vantagem, principalmente o gelo.

Sua mão direita tremeu levemente, já começando a se esfriar.

— Você tem a tendência de começar a luta com sua peculiaridade de gelo — Dabi começou a falar, para a surpresa do aspirante a herói à sua frente — mas quando a situação aperta, sempre conta com o seu fogo, porque você sabe que é onde possui mais força, mais poder, ainda que no começo tenha tentado negar isso.

Ele dizia tudo de um modo até mesmo tedioso e Shouto abaixou um pouco a sua mão direita, ainda surpreso.

— Como…?

— Dizer que eu andei te observando não é uma mentira, mas não é apenas isso. — Dabi suspirou, colocando a mão livre em seus cabelos, quase sorrindo — Você o treinou bem, Senhor Herói nº 1, finalmente conseguiu criar a versão perfeita que tanto queria.

Shouto virou a cabeça para olhar seu pai ainda sentado. Ele se sentia completamente confuso, mas algo dentro de si lhe dizia que era apenas porque tinha algo que não sabia, afinal aquele vilão parecia conhecer seu pai pela forma que falava…

— O que ele…?

— Shouto... — Endeavor o interrompeu, sua voz um pouco mais firme do que antes, mas ainda assim fraca demais. Ele levantou a cabeça finalmente, encarando-o — Fuja!

E Shouto piscou, pronto para responder, mas Dabi parecia estar alheio à conversa dos dois, continuando a falar, o que fez o garoto fechar a boca e se virar para ele ao escutar seus passos se aproximando também.

— Uma pena que essa cópia perfeita irá morrer para um de seus fracassos, não é mesmo?

Shouto não teve tempo de abrir a boca dessa vez, não teve tempo nem de pensar. Tudo o que ele conseguiu fazer foi reagir de forma rápida, seguindo seu instinto, ao ver as chamas azuis crescerem da mão de Dabi e irem diretamente em sua direção.

Ele não podia desviar e sabia disso, então tudo o que fez foi erguer a mão direita.

O gelo foi firme contra o fogo, protegendo tanto Shouto quanto Endeavor mais atrás dele.

E a situação pareceu se equilibrar por um momento, os poderes se neutralizando de forma até mesmo balanceada, não deixando nenhum dos lados em grande desvantagem na disputa.

Mas isso foi por pouco tempo. Segundos, talvez, embora parecesse ter durado mais tempo entre os dois.

De qualquer forma, Todoroki sentiu quando seu gelo começou a ser derretido com mais rapidez. Sentiu quando aos poucos o fogo ia ganhando cada vez mais espaço, se aproximando mais e mais dele.

Dabi, do lado oposto da disputa, ergueu sua outra mão, fortalecendo ainda mais as chamas azuis contra o gelo agora já bastante enfraquecido.

— Vamos, use seu fogo, Todoroki Shouto! — Shouto ouviu o vilão gritar e demorou uma fração de segundos para ele entender o som que vinha de Dabi depois disso.

Ele estava rindo.

Não sorrindo de forma irônica, como tinha feito antes.

Estava rindo, como se aquela situação fosse de alguma forma hilária para ele.

E Shouto não o respondeu, porque não sabia exatamente o que dizer no momento, apenas concentrado demais em não perder. Mas ele sabia que Dabi estava certo, ele teria que usar seu fogo, o gelo não seria capaz de vencer aquelas chamas, de alguma forma aquele fogo parecia diferente, mais forte do que um fogo comum que estava acostumado a ver.

Então, sem qualquer outra alternativa, ele ergueu o braço esquerdo, deixando o poder fluir com toda a sua intensidade, descongelando o resto de seu gelo e até mesmo o seu braço direito que já tinha começado a se esfriar devido a força que usara sua peculiaridade contra Dabi.

Atrás de Shouto, o corpo de Endeavor ia agora descongelando com velocidade, mas ele ainda não parecia conseguir se libertar de sua cadeira por conta própria, concentrando o seu esforço em se manter consciente e de cabeça erguida.

E agora tudo estava quente naquela sala. Shouto sentia o fogo transbordar sem restrições do lado esquerdo de seu corpo, bloqueando com ainda mais força o ataque de Dabi.

Mas ainda não era o suficiente.

“Se concentre…” Shouto disse para si mesmo, se lembrando dos ensinamentos de Endeavor alguns dias antes dele sair para aquela missão contra o Nomu. “Mais fogo… eu preciso de mais fogo”.

Era como se seu corpo estivesse literalmente se queimando, Todoroki podia sentir a pele quente, ardendo e começando a borbulhar devido as queimaduras. Mas ele não parou, apenas deixando fluir cada vez mais.

Até que tudo foi demais.

O calor foi demais, as suas chamas foram demais e as chamas de Dabi também foram demais para ele.

Shouto podia sentir suas pernas enfraquecendo, sua visão começando a escurecer e o fogo em seu braço perdendo a intensidade.

Ele não iria aguentar. Era só questão de tempo e não teria nada que pudesse fazer.

E quando chegou à essa realização, Shouto viu o fogo de Dabi também diminuir. O vilão desviou por pouco antes das chamas de Todoroki atingirem a porta atrás de onde ele estivera, derrubando-a facilmente.

Todoroki parou suas chamas, abaixando a mão esquerda, sem fôlego, enquanto tentava ignorar a profunda dor que sua peculiaridade tinha lhe causado. Lidaria com aquilo depois, se sobrevivesse.

Ele ergueu o olhar para Dabi, vendo as mãos e os braços do vilão sangrarem por cima da pele que tinha um aspecto queimado. Ele estava em uma situação ainda pior do que Shouto e aquilo o surpreendeu, mas o deu também uma nova esperança de que poderia ganhar aquele confronto.

Não adiantava nada o inimigo possuir um bom poder se o seu corpo não era capaz de suportá-lo, não é?

— Vejo que realmente o ensinou direito, até mesmo a como destruir seu próprio corpo para se tornar mais forte. — Dabi finalmente voltou a dizer, olhando não para Shouto, mas para um ponto mais distante atrás dele. Para Endeavor.

Shouto não teve forças para se virar para o pai, ainda um pouco confuso com a conversa, mas sobretudo cansado e ferido demais para procurar entender no momento.

— Shouto, saia daqui, vá embora! — A voz de Endeavor novamente veio atrás de si, ainda mais firme do que antes.

E Shouto estava começando a ficar irritado com aquilo. Até mesmo preso em uma cadeira, quase inconsciente, o pai insistia em dizer o que ele deveria fazer.

— Eu não vou a lugar nenhum, você ainda não entendeu isso?

— Tem medo dele descobrir quem eu era, Todoroki Enji? — Dabi deu alguns pequenos passos em direção aos dois, fazendo Shouto voltar a ficar em alerta, pronto para se defender de mais algum ataque.

Mas o vilão não parecia disposto a atacar por enquanto, olhando fixamente para Shouto conforme se aproximava e parava não muito longe dele mais.

— O que quer dizer com isso? — Shouto perguntou para Dabi e depois inclinou sua cabeça para o lado, olhando de esguelha para o pai atrás — O que sabe sobre ele?

E a resposta veio dos dois da forma mais rápida, confusa e surpreendente que Shouto pudesse imaginar.

— Mais do que você imagina, considerando que eu sou a sua pior falha…

— Deixe Shouto ir, ele não tem nada com isso!

— … O filho que não suportou as próprias chamas e morreu por conta delas, foi isso o que espalhou para a mídia, não foi? — Dabi sorria e Shouto sentiu o coração falhar por um instante. — Aposto que queria que tivesse sido verdade.

— Touya, por favor…

— Touya…? — Shouto balbuciou, mais para si mesmo do que para os dois.

“Enji está sempre treinando com ele, eu achei que tudo fosse mudar depois de Touya…”

“Touya sempre teve o corpo fraco, mas as suas chamas eram as melhores”

“Touya foi um experimento fracassado, ainda pior do que Natsuo ou Fuyumi”

— Todoroki Touya…? — Ele murmurou novamente, olhando para Dabi agora.

Era como se as peças de um quebra cabeça estivessem se encaixando em sua mente.

Shouto era novo demais para se lembrar de Touya, mas ele tinha ouvido falar, às vezes de sua mãe ou de Fuyumi.

Sobre o irmão mais velho que tinha morrido quando Shouto era muito pequeno. O irmão mais velho que possuía as chamas de seu pai, mas o corpo fraco de sua mãe. O maior erro de seu pai, que o treinou deixando-o ir ao limite com sua individualidade que acabou o matando quando era apenas uma criança.

Ele não sabia dos detalhes, é claro. Apesar de sua mãe e Fuyumi mencionarem Touya em alguns momentos, nenhuma das duas se aprofundava na história, em como tudo tinha acontecido exatamente. E Shouto nunca insistia, até porque ele podia muito bem imaginar, tendo em vista que recebera também um treinamento pesado de Endeavor desde que tinha despertado suas duas individualidades.

Seu corpo nunca tinha sido fraco, mas mesmo para ele era difícil resistir aos treinamentos quando era mais novo.

Então não era difícil de imaginar pelo que Touya tinha passado. E embora Fuyumi e Rei parecessem ter superado aquele episódio de suas vidas, a culpa não deixava de recair sobre os ombros de Endeavor sobre a morte do filho mais velho.

Exceto que Touya não estava morto.

Ele estava ali, bem diante de seus olhos.

— Como…? — Shouto perguntou, sentindo seu coração acelerado, sem nem saber por onde começar.

Seu irmão estava vivo. Seu irmão era um vilão.

Seu irmão tinha tentado matar ele e seu pai.

Seu irmão tinha cometido atos terríveis.

Mas tinha passado por situações terríveis também.

E Shouto não sabia o que fazer, se sentindo mais perdido do que nunca, começando a ficar ligeiramente tonto, embora ele não soubesse dizer se aquilo era por conta do que tinha acabado de descobrir ou por conta da dor do machucado que tinha adquirido durante a luta.

— Não foi graças a nenhum de vocês, isso eu posso garantir. — Dabi respondeu, o sorriso não mais em seu rosto. — E é por isso que pretendo acabar com os dois essa noite. Não precisamos de mais falsos heróis no mundo.

Porque ele achava que Shouto era uma cópia exata de Endeavor, que Shouto tinha sido exatamente moldado pelo pai para se tornar herói, assim como ele tinha tentado fazer com Dabi, não, com Touya.

E por mais que no começo tenha sido assim, Shouto tinha adquirido vontade própria e desejos próprios. Se ele estava trilhando aquele caminho para ser herói, era porque ele queria.

Mas, naquele momento, nada disso lhe veio à mente.

Tudo o que o garoto pensava era que ele entendia o homem despedaçado à sua frente. Que ele não era mais um vilão aos seus olhos.

E mesmo vendo Dabi estar pronto para lançar as chamas azuis em sua direção, Shouto não se sentia disposto a contra-atacar. Não se sentia disposto a lutar contra Todoroki Touya, contra seu próprio irmão.


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