Resident Evil: Chris Memories escrita por brunobb1


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4

                Eu poiso a câmara lentamente num dos bolsos de meu colete. O vídeo que eu presenciara poderia ser extremamente útil sendo este o maior vestígio do acontecimento alguma vez encontrado. A minha concentração deveria de estar bem estabelecida e equilibrada, para isso era necessário apagar as imagens que me demonstraram a morte de um dos meus companheiros, contudo, também me revelou que os membros da equipe encontram-se dentro da mansão, assim havendo uma possibilidade de encontrar sobreviventes nos corredores desta casa diabólica.

                Querendo ter o suporte necessário para sobreviver a qualquer ataque, eu procuro um pente de balas pelo vestuário do falecido policial S.T.A.R.S. Era-me extremamente útil encontrar qualquer tipo de reforços para a minha missão, sair desta mansão vivo era a minha principal prioridade após o encontro dos meus parceiros. Fora-me difícil buscar pelo meio do sangue que manchava maior parte do seu corpo. A sua boca aberta fazia-me lembrar daquele individuo que me atacara momentos atrás. Eu tinha o forte pressentimento que o corpo se iria erguer para me atacar! Os meus olhos fixavam-se exclusivamente na face de Kenneth enquanto a minha mão procurava, cegamente, no seu uniforme. As minhas intenções acabaram em sucesso. Encontrei três pentes que foram colocados de imediato no bolso das minhas calças.

                Onde teria eu agora que ir? Lembrando-me das ordens de Enrico Marini, Forest fora enviado para a ala direita, mas, será que ele ainda se lá permanecia? Tentar era a minha maior escolha.

                A minha mente ainda não estava totalmente clara. Enquanto caminhava pela grande sala de jantar, eu reparara num curioso artefacto que se situava no cimo da lareira. A sua cor dourada, imediatamente, reflectia um brilho que chamava à atenção de qualquer olho, contudo, aquilo não me pertencia e seria errado o retirar de seu original local.

 A forte tempestade transmitia excessivos relâmpagos e clarões através das janelas da grandiosa entrada da Mansão. Fazia parecer que, a qualquer momento, as velas que iluminavam aquele lindo e gótico espaço se iriam apagar, deixando apenas uma transmissão de luz vinda do candeeiro superior, insuficiente de iluminar o Hall por completo. Especulando as dimensões deste invulgar lar, dúvidas da quantidade de criaturas que habitavam o local aumentavam-se cada vez mais. O uso de armas de fogo parecia ser necessário para esta ocasião, contudo, o meu pente “backup” de treze balas não me parecia sustentar até ao final da missão.

                Após subir um número razoável de degraus, eu tomo a ala direita do primeiro andar. Haviam duas opções, uma dupla porta ou uma entrada simples ao seu lado. A minha melhor decisão seria a porta de madeira única, havendo mais probabilidades da área a ser investigada ser menor.

                Após um lento abrir da porta, eu deparo-me com um pequeno corredor onde se encontrava uma outra entrada no seu fim. O que me chama mais à atenção, fora um longo rasto de sangue que pintava as suas paredes. O que será que acontecera? Será que aquele pertencia a algum dos meus colegas?

                Fora-me embora daquele corredor, parando a um varandim onde o mesmo ar puro se propagava pelo espaço. Ainda era noite, nenhum sinal do brilhante e claro Sol, o mesmo que dava origem ao dia. As eras passavam pelas paredes da mansão e, surpreendentemente, ao olhar para cima, reparo que ainda existiam mais andares para acrescentar ao exagerado tamanho do edifício. Qualquer coisa poderia acontecer naquele local sombrio e perigoso, e os possíveis sobreviventes poderiam estar em qualquer lugar.

                Toda a minha atenção à casa me distraíra do que realmente era chocante e trazia sofrimento e tristeza a qualquer um que o presenciava. O corpo de Forest Speyer encontrava-se no húmido e velho solo de madeira. Este continha graves feridas expostas: parte da sua costela era facilmente visível; os seus olhos não eram parecidos como tal, estando estes em duas poças de puro sangue. O seu estado encontrava-se pior que Kenneth em todas as maneiras possíveis. As suas roupas encontravam-se igualmente danificadas. Os sinais de fortes picadas eram reconhecidas, o que me fizera chegar à conclusão de que seria algum tipo ave que fizera tal coisa. Mas como seria possível uma ave causar tantos ferimentos? Era triste saber que um dos meus colegas morrera de uma maneira tão dolorosa e lenta.

                Algo encontrava-se no seu bolso. Eu o pego de imediato, podendo este ter alguma informação importante. Vendo pela sua capa, aparentava ser um diário. Marcas de mãos encontravam-se em sangue na sua cobertura, deveriam de ser do Forest.

                De repente, eu vejo movimento no corpo do meu falecido colega. Ele estava vivo mas, como? Os graves danos que este sofrera eram mais do que suficientes para tirar a vida a uma pessoa….

                -Forest! – Eu agarro-lhe em seus ombros, esperando que ele me reconhecesse.

                Foi então que os meus medos regressaram para assombrar o jovem policial. Os seus olhos pareciam duas bolas brancas, do mais branco que pode haver. Os gemidos que ele transmitia me fazia lembrar do individuo que atacara Kenneth à umas horas atrás. O que poderia explicar tal comportamento?

                -Forest! Acorda, cara! Anda lá! Sou eu, Chris Redfield! – Parecia entrar em pânico! À medida que este se levantava com intenções de me atacar, eu me afastava, tentando convencer a mim próprio que ele já não era o Speyer que eu conhecia.

                Eu estava consciente de que uma bala em sua cabeça fecharia com o rumo da sua vida alternativa, mas não o conseguia. Olhando para o seu corpo reanimado, eu conseguia ainda ver aquele jovem divertido e talentoso que ele era, não era capaz de o matar pela minha própria arma.

                -Adeus, Forest…

                Eu regresso ao corredor sangrento, fechando a porta do varandim. O que me interessava muito neste momento era ler o seu diário, mas primeiro, arranjar um sítio seguro para assim o fazer.

                A minha primeira escola fora, de imediato, a dupla-porta da ala direita. O seu longo caminho de tom avermelhado dava um ar sanguinário àquele local, mas, contudo, algo o fazia merecer mais tal descrição. O cheiro a carne a apodrecer passava pelo seu ar, enquanto eu ouvia paços fracos do que pareciam ser pessoas com os mesmos sintomas que Forest. De facto, o seu comportamento me fazia lembrar as criaturas da série “Of the Dead” de George A. Romero.

                A utilização de munição fora desnecessária, o seu movimento lento me dera a possibilidade de passar por eles rapidamente, sem ser capturado ou atacado.

                Uma das portas que se encontravam naquele corredor, me dera a um pequeno quarto. A sua cama encontrava-se num estado desarrumado, contudo, prateleiras que lá se encontravam pareciam estar bem polidas, sendo possível ver o brilho da sua madeira e também, estas continham uns pequenos candeeiros que forneciam luz à aquela mínima divisão. Uma secretária do lado esquerdo estava encostado à parede, esta mesmo onde estavam postos alguns livros.

                Aquele seria o sítio ideal para ler o que Forest escrevera. Mensagens importantes poderiam estar contidas pelas páginas de seu diário.

 

“ 23 – Julho, 1996

 

                O meu nome é Forest Speyer, sou um membro da equipa especial S.T.A.R.S. e pertenço ao grupo Bravo. A minha especialidade é, principalmente, de atirador. Estou a escrever este diário numa maneira de reportar acerca de tudo que ocorre na minha próxima missão, que se irá decorrer dentro de umas horas. Enquanto eu estou a escrever isto, vejo o estado dos meus colegas. Todos parecem muito mau com a situação, pois, quem não ficaria? Até eu mesmo me encontro nervoso. O pior caso é a linda e jovem Rebecca Chambers, uma novata que entrara no grupo à pouco tempo. Ela tem apenas dezoito anos, e não creio que se encontre preparada para participar numa missão destas, mas ordens são ordens. Mesmo com a sua preocupação, eu consegui reparar que, desde que ele entrou aqui, a sua dedicação pela justiça é muito notável. Talvez isso lhe faça ultrapassar os medos que vêm mais tarde.

 

                Passaram duas horas desde a minha última escrita. Houve uma avaria no motor do heli, parece que não poderemos voltar para casa tão facilmente. Os sons da floresta entram-me pela cabeça. Parece que consigo imaginar as imagens de qualquer tipo de criaturas à medida que ouço os animais da noite.

                Tudos parecem muito controlados e confiantes, especialmente a Rebecca. Neste momento, eu encontro-me no interior da aeronave com o Kevin, o nosso piloto. Tudo parece muito calmo.

                Foi-me informado de que um comboio fora descoberto por Chambers, de facto, neste momento que estou a escrevendo, ela se encontra no seu interior. Eu comecei a achar tudo muito estranho após saber que o tal comboio era o “Eclyptic Express”, onde os funcionários da Umbrella eram transportados para os seus locais de trabalho.

                Parece que os sons que ouvira mais cedo se começam a desvendar. Olhando pela janela, consigo mirar uma figura duma espécie de animal. Parece um cão ou uma raça parecida.

 

                Estou exausto. Encontro-me com Richard e Rebecca num quarto de enfermaria da ala esquerda. As minhas ordens iniciais me disseram para investigar a ala contrária, mas a situação se complicou com a aparição de umas estranhas criaturas. Aiken sofrera uma grave dentada e parece estar gravemente envenenado, nós não sabemos o que fazer!

Afinal existe uma cura. Um serum encontra-se no lado direito da mansão, num sótão

Pelo menos foi indicado esta colocação por um panfleto numa das prateleiras. Dizia o seguinte:

“Devido à criação de novos futuros produtos, a recolocação de medicamentos fora transferida para o sótão da ala Este da casa, todos os empregados deverão de ter conhecimento para futuros ferimentos”

Parece que os poucos medicamentos que ainda aqui se encontram pertencem a Umbrella, terão eles algo a ver com o que se está a passar na região?

 

A minha chegada fora lenta e solitária. Com estas criaturas a andarem pela casa, sinto-me estranhamente só, especialmente agora que me separei de Rebecca e Richard, os mesmos que me deram razão para desobedecer ordens e decidir procurá-los. Estou, neste momento, numa mesa situada num varandim. Pensei que aqui poderia de haver algo útil mas, parece que me enganei. A minha visita será muito breve. Um simples respirar de ar puro é necessário após isto tudo.

Consigo ouvir somente sons de corvos, parecem me estar a mirar com atenção…”

                Após essas últimas palavras, as páginas restantes encontravam manchadas do seu próprio sangue.

Havia muita coisa que me fazia pensar naquele momento que eu nem sabia por onde começar. Primeiro: Haviam vestígios de que a Umbrella poderia, de facto, estar metida no caso; Segundo: Richard e Rebecca poderiam estar vivos, contudo, Aiken sofrera um grave dano e talvez, o meu melhor amigo, poderia não se encontrar com vida.  

Achar uma sala de enfermaria nos vastos corredores da mansão era muito árduo, contudo, a perseguição feita pelos aclamados Zumbis tornava a situação num nível ainda mais complicado. Quando a minha posição se tornava complicada, apenas conseguia sair com vida com um, bem feito headshot.

Finalmente, a minha procura dera a um resultado. Após o descer de uns degraus que davam ao rés-do-chão, eu encontro uma porta do lado direito. As vozes dos indivíduos no seu interior atraía uma mínima atenção a dois particulares mortos que tentavam quebrar a mesma com as suas próprias mãos. Eu chego de imediato e retiro a minha Knife onde corto parte de suas cabeças em dois rápidos “slash”. Era muito injusto toda esta matança, mas era a única justificação de assim poder salvar os que eu me preocupava.

No seu interior, estavam os dois membros que eu esperava! Rebecca encontrava-se apontando uma arma, tendo receio que eu fosse uma das criaturas que vagueava pela casa em busca de alimento. Richard, por outro lado, estava numa cama onde o seu braço e peito sangravam imenso. A sua expressão indicava o esforço que ele fazia para aguentar a dor  e ficar com Chambers, mas parecia demasiado difícil de esquivar uma próxima morte. Aquele rapaz era o meu melhor amigo do Departamento, eu me preocupava muito com ele e não o queria ver morrer. Já perdi demasiados companheiros nesta missão de salvamento…a mesma que se tornara numa missão de sobrevivência…

-Calma, sou um policial S.T.A.R.S! Sou Chris Redfield.

Richard olha para mim, tentando sorrir até que a sua infinitiva dor o impedira.

-O que se passou? – Eu pergunto, querendo saber detalhes. As informações dadas por Forest foram extremamente superficiais, não havia um mínimo conhecimento em minha mente do que poderia ter feito tal dano.

-Ele foi atacado por uma cobra venenosa, mas a marca é enorme… - Ela diz com sua doce voz enquanto tentava fazer o seu máximo para cuidar de Richard – Richard, aguenta um pouco mais! O Forest foi para procurar a cura, mas…nunca mais apareceu…não sei o que lhe poderá ter acontecido…

Eu fiquei em silencio durante um curto período de tempo. O que lhes poderia dizer num momento destes? Já não bastava que Aiken estivesse a morrer e agora tinha que lhes dar a trágica noticia de que o seu companheiro morrera daquela maneira? Algo tinha que ser feito, eles não poderiam desconhecer do sucedido.

-Eu encontrei o Forest…ele já não está entre nós… - Eu ergo a minha cabeça inferiormente, tendo recordações do corpo extremamente mutilado de Speyer…era sem dúvida triste, mas não iria explicar a criatura que o matou…seria demasiado difícil para eles. Apenas de saber que a sua morte fora lenta e com muito sofrimento, me aleijava pelo corpo.

Rebecca dá um forte inspiro colocando a sua mão na boca. Richard não conseguia ter uma grande reacção,  o seu corpo assim não o permitia.

-E agora…? O que fazemos? Somos apenas nós os três e…

-Calma, Rebecca. Confia em mim, haverão outros sobreviventes. Barry, Jill Wesker…eles hão-de estar por aí. Combatendo este mal tal como nós…Apenas temos que estar juntos para o que acontecerá – Chambers retribui-me o sorriso que lhe fizera – E agora, eu vou buscar o remédio para o Richard.

-C-chris… - Aiken tenta falar, fazendo o máximo esforço possivél – Não arrisques assim a tua vida…

-Não te preocupes, eu o irei buscar e tu velho amigo…tu irás erguer-te novamente…eu prometo-te…

Eu parto da sala onde ambos se encontravam, buscando o sótão onde se encontrava a cura para aquele veneno fatal. O meu acto de coragem poderia acabar em vão, mas a minha dedicação me ajudara a avançar mais uma vez…

 

 


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