O dia havia sido tão estressante que passei a caminhada inteira reclamando.

De repente, ouvi uma música suave, isenta de galarim. Parei, confuso. Na familiar casa laranja relativamente longe da pista, uma visão rara. Victor com seu violão. De tão compenetrado, ele nem percebeu minha presença. Por um instante, o mundo desapareceu, havia apenas aquele momento. Nós dois, a música. Parecia coisa do destino, eu passar naquele exato segundo.

Inesperadamente, silêncio. Saindo do transe, notei Victor encarando-me. Meu coração acelerou. Quis cumprimentá-lo, mas, tomado pelo desespero, escolhi fugir. Afastei-me sem nem olhar para trás.

Precisava descobrir que música era aquela.