Domingo, 33º C, resolvi tirar a camisa. Estando só, poderia tirar mais, contudo não sentia-me bem assim e iria constranger o velho Gumercindo aninhado comigo por uma alça de marroquim. Ele era um violão conservador, não gostava de sem-vergonhices. Dedilhei notas melancólicas, desanimado. Há pouco minha mãe postou uma foto com meu padrasto e irmão caçula. “Cachoeira com a família”.

Malditos, saíram enquanto eu dormia.

Meus pensamentos subitamente voaram até Guilherme. Um abraço que trocamos na igreja. O único toque prolongado que já compartilhamos. Tão especial quanto simples. Amava imensamente aquela memória, era minha luz independente da escuridão do túnel.