Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 3
Aquilo que Se Passa em Meu Coração




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— Sakura-chan, você aceita comer um ramen comigo? – Shizune perguntou esperançosa, e felizmente se tinha uma coisa que a rosada aprendeu com o Naruto foi a gosta de ramen.

Ela já tinha adiantado todos os seus afazeres no escritório da Godaime, e ela sentia que se não conversasse com alguém, iria ficar ainda mais desconfortável consigo.

 — Claro que sim. – Sakura já havia percebido que Shizune parecia estar um pouco fora do lugar naquele dia.

— Certo, então vamos. – Tanto que a moça mal esperou Sakura dizer mais nada.

Apenas a puxou pela mão, para a surpresa da rosada que piscou confusa com a urgência da outra, mas no fim caiu na risada:

— Shizune-nee-chan, deve estar com muita fome.

A garota comentou deixando a outra ainda mais envergonhada, por estar tendo que recorrer a uma menina tão jovem, para desabafar sobre seus problemas amorosos.

...

Iruka geralmente era o último dos professores a sair da academia, mas naquele dia, ele foi simplesmente o primeiro.

Assim, que o ponteiro marcou o horário do encerramento de seu expediente ele apurou o passo, em direção ao complexo habitacional, onde residiam a maioria dos jounins da vila.

Mesmo sendo um chunnin, ele tinha muitos amigos, que havia progredido na carreira ninja, porque diferente deles, estes tinham habilidade para o combate, coisa que ele não tinha e nem queria ter.

Pensou em Kakashi, mas o ninja copiador, encontrava-se fora em missão. Além do mais, ele lia tanto aqueles livros pervertidos, que certamente não conseguiria lhe dar um conselho confiável.

Depois pensou em Gai, mas ele estava fora em um treinamento especial, com seus alunos. E, além do mais as excentricidades do Maito o tornavam um candidato menos elegível de ser seu conselheiro amoroso.

Pensou em Genma, mas ele andou saindo com uma moça, e quebrando a cara. Certamente, ele iria querer conselhos também, e ele não saberia dar.

Para não correr o risco, Iruka acabou pensando em ir passar na biblioteca, para ver se achava algo.

Quando um cheiro característico de cigarros chamou sua atenção.

— Iruka-sensei, a quanto tempo não o via?! Como tem passado? – Asuma estava ali o encarando com seus olhos castanhos, enquanto fumava pacientemente seu cigarro.

Lembrava muito o seu pai naquele instante.

O que fez com que Iruka, se sentisse quase grato por que era como se o Sarutobi tivesse caído do céu.

— Sinceramente, não muito bem. – Iruka disse coçando a cabeça meio sem jeito. – Era embaraçoso tocar naqueles assuntos, mesmo que com um amigo.

— Alguma coisa que eu possa ajudar? – Asuma perguntou solicito, e com uma pontada de preocupação na voz.

Sabia do apreço que seu pai tinha pelo jovem Iruka. E, isso o fazia senti-lo como uma espécie de irmão adotivo, mesmo que na correria do dia-a-dia, eles não convivessem tanto quanto deveriam.

— Para ser sincero... – Iruka engoliu em seco por um momento. Fazendo com que Asuma o achasse parecido, com um de seus alunos da academia, quando aprontava. – Talvez, você possa me ajuda, teria um minuto?

Ele perguntou com expectativa, e para seu alívio Asuma o conduziu para seu pequeno apartamento, que era sua moradia temporária até que a nova casa que ele estava construindo para viver com Kurenai, estivesse pronta.

...

— Então sobre o que queria falar? – Sakura perguntou já não se aguentando mais de curiosidade.

Depois que ela e Shizune, estavam sentadas sobre uma toalha improvisada, em uma área mais afastada no parque de Konoha.

Insistência de Shizune, que agora que estava a sós com Sakura se via ainda mais embaraçada.

Não conseguia dizer o que sentia nem para uma terceira pessoa, quem dirá ao principal interessado.

A médica-nin, se sentia totalmente idiota, por estar tão insegura, por causa de algo tão banal quanto se apaixonar.

— Sakura-chan eu... – Shizune engoliu em seco com receio que a jovem a sua frente risse de si. – Acho que estou gostando de alguém.

Shizune dissera bem baixinho, ainda sem acreditar que havia conseguido falar aquilo em voz alta.

Sakura por sua vez, arregalou seus olhos verdes, e entreabriu sua boca. Ela estava desconfiada de que era algo assim, só não esperava que Shizune fosse procurá-la, para ter aquele tipo de conversa.

Talvez, a shishou delas fosse a pessoa mais indicada. Mas, pensando bem Tsunade era uma pobre viúva de um homem só, o que ela saberia?

Sakura, por outro lado, estava orgulhosa, por ter sido escolhida por sua senpai, para ser uma espécie de confidente, embora ela sentisse um frio na barriga, pelo receio de dizer a coisa errada.

— Quem é o sortudo? – Por fim, a garota abriu o sorriso e perguntou de um jeito que surpreendeu Shizune que no fim acabou sorrindo aliviada, por alguém se dispor a escutar suas lamúrias amorosas.

...

— Ehe, você tem bom gosto. – Asuma comentou polidamente, aumentando o sorriso quando Iruka o encarara com certa desconfiança.

— Todo mundo sabe que a Shizune-san, é uma moça de valor, além de ser muito bonita. – O outro falara enquanto tragava seu cigarro.

Os dois estavam sentados na sacada observando o movimento, enquanto conversavam.

Iruka estava tomando um pouco de água gelada, e o refresco do líquido estava lhe fazendo muito bem, naquele dia de calor.

— Eu acho que ela é muito armamento para minha bolsinha. – Iruka dissera com certo desânimo, o que fez com que Asuma fizesse uma careta.

— Pare de se menosprezar homem. Você também tem suas qualidades. E, mesmo que não tivesse, não acredito que você queira ficar sozinho o resto da vida.

— Com certeza, não. – Iruka disse ficando vermelho. – Quer dizer, desde que meus pais morreram, eu quero muito ter minha própria família.

Ele disse um tanto sem jeito, e suas palavras pareceram satisfazer Asuma, que colocou a mão em seu ombro.

...

— Então, você precisa se declarar. – Sakura quase fizera Shizune cair da cadeira, quando dissera aquilo e com uma naturalidade espantosa.

— Hein, DE JEITO NENHUM. – Sakura quase se engasgou com o ramen, quando ouvira sua amiga gritando com ela.

E, as bochechas estavam em chamas também.

— Eu me declarei para o Sasuke-kun antes de ir embora, não é tão difícil. – Sakura disse com uma pontinha de orgulho, embora seus olhos estivessem ficado tristes.

Shizune não queria desmerecer os sentimentos da jovem, mas certamente o que ela sentia pelo Iruka era algo mais maduro, e por tanto mais complexo, do que os sentimentos de uma adolescente que nem saiu das fraldas.

— Mas... Mas... Ele pode nem gostar de mim nem nada. – Shizune disse já se imaginando sendo enxotada pelo Iruka, antes mesmo de abrir a boca.

E, na ceninha em sua cabeça, ela estava com um adesivo colado na testa que dizia “horrorosa demais”.

— Não tem outro jeito de você saber. – Sakura disse coçando sua testa, percebendo que nos últimos tempos ela tem tornado a vida de Ino muito difícil, porque era osso dar conselho amoroso para alguém.

...

— É um arremesso no escuro, meu caro. – Asuma dissera em solidariedade ao nervosismo de Iruka. – Foi assim com Kurenai, eu também não sabia se ela gostava de mim.

A barriga de Iruka ficou fria, e retorceu-se de um jeito que lhe dera a impressão que ele estava com diarreia de tanto nervoso.

— E, veja onde estamos? Vamos nos casar e estamos planejando um bebê para o próximo ano. – Asuma disse dando um sorriso meio bobalhão, mas que transbordava felicidade.

E, o Iruka percebeu que ele queria exatamente aquele tipo de experiência.

Só que não teria sentido se ele não fosse com Shizune.

Por isso, ele respirou fundo, e juntou as mãos, tentando buscar coragem onde não tinha.

...

Ao final do dia, Sakura deu um abraço em Shizune, o que foi bastante reconfortante.

— Vai dar tudo certo, Shizune-senpai.

Sakura disse com ternura, e ao olhar os olhos da menina que lhe transmitiam carinho, Shizune tinha quase certeza de que daria tudo certo... Mas, quase não era certeza. Ainda assim era tudo o que ela tinha.

Ela só esperava que fosse o bastante.


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