Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 2
Alguém Para Dar Conselhos




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— Ino-porca... – Sakura soltava raios pelos olhos.

— Testa de marquise, maldita! – E, Ino trovejava a plenos pulmões, para constrangimento de Shizune que tentava em vão, acalmar os ânimos entre aquelas duas.

— Meninas, não briguem, por favor. – A morena dissera com suavidade, sendo seguida por um protesto de Tonton, que também estava entediada por aquelas duas, junto a sua prática de ninjutsu médico, terem começado mais uma sessão de briga.

— Tsunade-sama, está com humor dos infernos, é melhor ela não ver vocês duas brigando desse jeito. – Shizune lançara sua última cartada, e aquilo deu certo, ambas soltaram fumaça pelas narinas, se fuzilaram com os olhos, e foram marchando cada qual para seu pergaminho.

Geralmente, quem supervisionava o treino daquelas duas era a própria Godaime, mas naquele dia ela tinha reunião, com o conselho.

E, pediu pessoalmente para que ela ficasse de olho no avanço das duas aprendizas mais jovens dela.

Como sempre Shizune, obedeceu a palavra de sua senhora. Mas, não podia deixar de ficar apreensiva por conta da possibilidade de Tsunade-sama, a qualquer momento mandar os velhinhos do conselho pelos ares.

Ela até imaginou, os bonequinhos deles voando pelo telhado da torre do Hokage em direção ao infinito do céu, e por mais errado que fosse, ela bem no fundo as vezes, desejava que isso acontecesse.

Pois, eles costumavam tornar as coisas muito difíceis para a Godaime, principalmente o Danzou.

— SHIZUNE, ESTÁ COM CARA DE APAIXONADA. – De repente uma voz alta e estridente a tirou de seus pensamentos. Era Ino, importunando Shizune, porque as reações da jovem toda certinha sempre a divertiam, já Sakura ficou com uma veia na cabeça, porque odiavam que mexessem com a sua senpai mais querida.

E, a médica-nin, imediatamente corou furiosamente, enquanto fazia movimentos exagerados com as mãos.

— Juro que não estava pensando nele, e sim na Tsunade-sama. – A inocente morena dissera quase caindo do banquinho que estava sentada.

Para surpresa, de Ino que ficou com os olhos muito redondo, e até a Sakura que já estava com o punho pronto para bater em sua amiga loira, deixou o queixo cair depois de ouvir aquela “confissão inesperada”.

— QUEM É ELE? – Não demorou que as duas adolescentes muito curiosas, fossem para cima de Shizune, seus olhos estavam com estrelinhas brilhantes, e a pobre sobrinha de Dan, ficou ali com uma enorme gota na cabeça, por não conseguir ser mais discreta.

— Ninguém. – Ela disse suando frio, lamentando não conseguir ser mais discreta.

— Ele não pode ser ninguém... – Ino disse inconformada com aquela resposta. – Você mesma disse.

A loira falara com os ouvidos coçando por uma fofoca fresquinha.

— Eu não disse nada, foi você que ouviu demais. – Shizune disse tentando se impor, e para isso ela imitava em vão o jeito brusco de Tsunade falar, e seus gestos melodramáticos.

Mas, como nada daquilo combinava com a delicadeza de Shizune, ela apenas não convencia.

— Não posso ter ouvido alguma coisa, se você não tivesse falado nada. – Ino disse fechando o punho, e colocando seu rosto em cima de Shizune, que ficou com mais uma gota na cabeça, por aquela rainha da fofoca ser tão enxerida.

— ARGH, JÁ CHEGA DISSO! – Shizune disse falando um pouco mais alto que o habitual, e aquilo pegou as duas jovens de surpresa. – Voltem a trabalhar em seu ninjutsu, ou eu conto para Tsunade-sama que ao invés de treinar, vocês querem fofocar.

Shizune disse surpresa por seu discurso ter dado certo, mas lamentando não conseguir ser tão assustadora quanto sua mestra, cuja evocação do nome já era o bastante, para deixar qualquer um assustado.

— Shizune-chan, essas coisas não se escondem... É melhor admitir, logo. – Ino dissera ainda esperançosa, para saber quem era o felizardo que havia tomado conta do coração da médica-nin.

Várias vezes, ela e Sakura fizeram várias especulações sobre Shizune. Tsunade era fácil, era viúva convicta de um homem só. Mas, o mesmo não dava para dizer da assistente da Godaime. Para as duas garotas, e muitas outras pessoas na vila, Shizune era uma moça bonita, inteligente, respeitável, de grande coração e gentil, além de ser muito habilidosa.

Ou seja, predicados, não lhe faltavam e a única que parecia não notar isso era a própria jounin. Que até chegara a sair com Genma, e isso foi de conhecimento de todos, mas as coisas entre eles não foram para frente e ele sempre ficava deprimido, quando alguém tocava no assunto.

E, claro que Ino tentou de várias maneiras. Como sua família era proprietária da floricultura, era comum ela sair para fazer entrega, até nos arredores da vila, e como o rapaz estava sempre patrulhando, era comum eles baterem papo.

E, Ino era extrovertida e alcoviteira. Não tinha receio, em tocar em assuntos mais íntimos, com quem fosse.

E, isso só aumentava ainda mais a curiosidade das duas jovens.

Que achavam um desperdício alguém tão legal, estar sozinha. Isso porque para as duas cabeça de vento, com borboletinhas no lugar dos neurônios, era esquisita a ideia de uma mulher ser solteira e bem resolvida, ao mesmo tempo e por absoluta opção.

Embora, o caso de Shizune fosse mais uma questão de baixa autoestima.

A jovem apenas não confiava em si mesma. E, ver todo o sofrimento de Tsunade, ao longo da vida, depois de perder Dan, deixou a jovem ainda mais reticente para as coisas do coração.

E, além do mais, ela era muito dedicada ao trabalho, não tinha muitos amigos, apenas sua shishou, que era mais uma carrasca, do que qualquer outra coisa. E, Tonton. Mas, suínos não são bons para dar conselho, ou fazer companhia em um rolê a noite.

E, claro mais recentemente, ela podia contar com Ino, e principalmente Sakura. A rosada quando não ligava o botão da sofrência por causa do Sasuke, até que era bem agradável. Shizune também gostava de Ino, mas a loirinha era mais enxerida e curiosa, e sem perceber era desagradável as vezes.

Já Sakura era mais bem educada, e respeitava as limitações dela. E, ambas tinham o mesmo amor pelos livros, e pelo conhecimento, e trocavam ideias sobre vários assuntos.

Isso fez com que Shizune se perguntasse, se ela conseguiria se abrir com Sakura.

Era um pouco patético, ter apenas uma jovem de quatorze anos para falar sobre esses assuntos. Já que com Tsunade-sama, ela nem se atreveria se quer imaginar conversar esse tipo de assunto, não que sua mestra não fosse lhe ouvir, e quem sabe lhe dar um ou dois conselhos, mas porque ela simplesmente tinha muita vergonha.

E, Ino simplesmente não era confiável.

Percebendo o olhar mais soturno sobre si, Ino a encarou com a sobrancelha arqueada, como se não entendesse, o que é que ela tinha feito de errado.

Finalmente, as seis horas da tarde, as duas jovens, encerraram sua sessão de treinamento.

Ino, por pertencer a um clã ninja, não costumava ficar tão exaurida, quanto Sakura que sempre precisava de um pouco mais de descanso depois de usar suas reservas de chakra, tão constantemente.

E, para a morena aquilo era perfeito, pois estava com muita vontade de conversar, o problema era por onde começar.

...

Iruka por sua vez, foi absorvido o dia todo, pelo trabalho com sua turma.

A academia de Konoha tinha uma peculiaridade, já que os professores acompanhavam os alunos, em todo o seu ciclo de aprendizagem, que durava três anos.

Ou seja, para Iruka ainda estava sendo muito difícil se desvencilhar de sua antiga turma, que não por acaso foi a turma de Naruto que era seu aluno mais querido, por mais que esse tipo de pensamento lhe parecesse incorreto.

E, ele se sentia ainda mais mal, quando notava que ele não conseguia ter o mesmo apego com a turma a qual ele estava orientando naquele ano.

Konohamaru, encontrava-se esperneando depois de ter sido amarrado a uma árvore.

Aquele moleque encrenqueiro, já tinha quebrado quatro vidraças, derrubado várias makibishis no pátio, e explodido um pombo com papel bomba, esse último ato de vandalismo do pirralho, não iria passar batido e Iruka teria uma conversa muito séria com a mãe dele, que não poderia continuar usando como desculpa a morte do Sandaime, para justificar o comportamento egocêntrico do menino.

Por vezes, o sensei pensava seriamente em encaminhar o formulário de expulsão para Konohamaru, mas por outro lado, ele sentia que ali estava um aluno brilhante, que só queria um pouco de atenção, assim como foi com Naruto e ele não percebeu na época.

 — Droga. – Em momento assim ele sentia em seus ombros o peso de  sua responsabilidade.

Era quando ele sentia muita falta de Hiruzen-sensei. Longe de desprestigiar a Godaime, cada pessoa tinha seu estilo de governança, e as coisas estavam indo bem para Konoha, nas mãos da princesa.

Mas, o Sandaime estava sempre mais perto de seu pessoal, disposto a ouvir, dialogar, dar conselhos.

Quando ele ia até a academia conversar com os alunos, que por mais inquietos que fossem, sempre prestavam atenção em suas palavras.

Pensar nisso deixara o coração do pobre Iruka, apertado, e solitário.

Mas, ele tinha alguns poucos amigos, que ele não gostava de incomodar, mas iria abrir uma exceção naquele dia.

E, ir atrás de um bom conselho, ou algo similar.


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