Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
A Primeira Hora da Manhã




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Shizune fechara os olhos quando sentiu a brisa soprando em seu rosto.

Não importa o quanto ela estivesse cansada, ela sempre gostava de acordar cedo, sentar-se em sua varanda com uma xícara de chá fumegante, quando estava frio. Ou um suco geladinho, quando estava calor.

E, então ficar apreciando os pássaros entoarem a sua sinfonia diurna.

E, esse era um ritual que ela gostava de realizar, mesmo que seu destino seguinte fosse a comodidade de sua cama, ela apenas não resistia ao ar da manhã. Desde criança aquilo exercia um fascínio inexplicável sobre ela.

E, ela quase sorrira, quando pensavam em todas as vezes que deixou Tsunade-sama louca, quando insistia em acordar cedo, não importando se estivesse chovendo canivete, ou congelando o ar em seus pulmões, ela apenas tinha de fazer aquilo.

E, foi graças a isto, que o rapaz de olhos castanhos gentis, e cabelos espetados, aprendeu a acordar cedo, mesmo nos finais de semana.

Mesmo quando virava as noites, corrigindo as atividades dos alunos, tomando o cuidado de junto as notas, lhes acrescentar dicas de como seus alunos poderiam melhorar seu desempenho.

Uma tarefa chata e monótona, que vinha como ônus de um trabalho que de modo geral ele amava, exceto essa parte.

Porém, sua recompensa, era abrir a janela de sua casa, e vê-la.

As vezes ela estava dentro de um robe azul, outras vezes ela estava usando um robe negro como seus cabelos, mas naquele dia ela estava com uma camisola toda branca, no comprimento abaixo dos joelhos.

Ela ficava simplesmente deslumbrante, mesmo dentro daquela roupa de tecido largo, tanto que ele não conseguia fazer outra coisa a não ser olhá-la, porque lhe parecia tão inocente e bela.

Ele até se sentia mal, por ficar ali observando-a por detrás daquele jutsu de camuflagem, apenas porque não tinha coragem de revelar sua insignificante presença, para a jovem que a cada começo da manhã roubava um pedacinho mais de seu coração.

Mas, o que o inocente sensei não sabia, é que a médica-nin, sabia que era observada.

E, secretamente, mesmo sendo muito difícil para ela admitir para si mesma, ela gostava da ideia de que alguém naquele imenso mundo, iria notar sua presença insignificante.

Tsunade-sama, e também Ino e Sakura, sempre brigavam com ela, por causa dessa sua mania de colocar-se constantemente para baixo, mas Shizune não tinha culpa de simplesmente não conseguir se achar bonita ou atraente.

Ao mesmo tempo, que essa questão não chegava a ser uma causa de sofrimento, para o braço direito da Godaime. Sabia que tinha bastante massa cinzenta dentro da cabeça e se orgulhava disso, pois foi fruto de muitos anos de estudo e esforço.

Conseguira, ser uma médica brilhante, fazendo jus a uma aprendiz de Tsunade, ninguém menos que uma ninja lendária. E, também era o braço direito de sua senhora, na torre Hokage, e a ajudava supervisionar o treinamento das meninas: Ino e Sakura que estavam fazendo progressos, e ela gostava da companhia daquelas garotas.

Brigonas, barulhentas, mas dotadas de uma alegria e de uma disposição, que parecia estar desaparecendo pouco a pouco de seu espírito.

Shizune odiava admitir, mas esse era um sinal claro de que ela estava envelhecendo.

E, isso era frustrante. Aquela era uma rara ocasião em que ela, quase entendia o temor que Orochimaru tinha com relação a impiedade do tempo..

Seus dedos pressionaram com força a xícara que estava segurando entre os dedos.

Seu coração estava tamborilando no compasso da duvida que naquele momento a atordoava.

Parte dela queria dar algum sinal, para que Iruka soubesse que ele estava a observando.

Mas, o receio de que ele julgasse errado o fato dela saber que ele a observava, a incapacitava de tomar uma atitude, mesmo estando louca para ao menos tentar uma aproximação.

Já Iruka, também estava ali, ensaiando maneiras de sair de seu esconderijo “secreto”. Mas, tudo que ele conseguia pensar, eram em coisas bobas, que iriam fazer parecer um fracassado, diante de sua musa.

Aos 24 anos não era como se ele tivesse muita experiência com aquelas coisas. Sua única tentativa, foi beijar uma colega de classe quando tinha quatorze anos de idade,  mas o cascudo que ela lhe deu o traumatizou até então, e ele nunca mais tentou nada com ninguém.

Dedicou-se apenas aos estudos, e agora era um cidadão responsável de Konoha, e conseguira de algum jeito honrar o nome de seus pais.

Já Shizune estava prestes a completar os vinte e nove anos, e tivera apenas um namorico sem sentido com Genma. Eles estavam indo bem, os encontros eram divertidos, mas quando ele foi lhe beijar, ela apenas saiu correndo, não apenas uma, mas dezessete vezes.

Até que ele se cansou, e não quis saber mais dela, e ela não podia culpa-lo. E, também ela não ficou triste. Seu coração não batia tão forte, antes... Quanto batia, agora. E, o responsável era seu vizinho charmoso, que ficava a espreitando atrás de um jutsu de camuflagem.

Essa ideia colocara mais um rubor em sua bochecha, fazendo-a dar uma risadinha de euforia, ao mesmo tempo que sentia um nó gostoso no estômago.

Infelizmente, Iruka notara pela posição do sol, que já era hora de ir para mais um dia de labuta, o mesmo poderia dizer Shizune, que já tinha ficado tempo demais ali divagando, com o que não poderia existir.

Ela tinha de ir até Tsunade-sama, que deveria estar com um humor infernal. As pressões do conselho, para o retorno de Uzumaki Naruto, só aumentavam.

Assim como a falta de resultados, sobre a constante busca do paradeiro de Orochimaru, e por extensão do menino Uchiha Sasuke.

Pensar nessas coisas, fizeram com que Shizune se sentisse egoísta, por estar pensando em romance, quando o mundo tinha problemas tão mais importantes para resolver.

E, Iruka também não poderia se distrair de sua bonita missão de treinar, e preparar a próxima geração de ninjas da vila.

Convencida por esse pensamento, Shizune acelerou o passo em direção ao escritório de sua chefa, e Iruka fazia o mesmo ao ir para a academia ninja.

O que ambos não faziam ideia, era que seus pensamentos e sentimentos, já estavam conectados naquela primeira hora da manhã.


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