O Segredo de Pendragon escrita por Dandy Brandão


Capítulo 6
Capítulo 05 - A vila das flores


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capítulo chegando ♥♥

O pau começa a quebrar a partir de hoje :D



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Capítulo 05 - A vila das flores

“Eles são tranquilos, não vão se aproximar de dentro da carruagem.”

Valkyon conseguia notar como uma leve sombras nos olhos de Aisha e, depois das breves palavras de Zayin, ela tentou recompor sua postura. Ela sempre temeu alguns tipos de animais selvagens, como corvos, raposas, lobos e cobras, mas o rei não ousou mencionar aquilo para o duque, pois não queria atrair a raiva da moça, ela não gostava de expor suas fraquezas.

Os animais realmente eram estranhos, vagando como sombras ao redor da carruagem, Valkyon não conseguia sentir qualquer medo daqueles corvos, porém achava-os enigmáticos e, do pouco que conhecia de magia, sabia que, assim como as corujas, corvos eram totens mensageiros. A coruja Sowa de Ezarel era a única que teve um contato mais próximo, e ela já serviu como precursora de mensagens para seu amigo elfo várias vezes. Os olhos dourados do rei pousaram sobre aqueles animais durante um longo tempo, curioso sobre o que eles poderiam trazer para o duque. 

Durante algum tempo, o som da carruagem e dos cascos dos cavalos das Valquírias eram os únicos sons ouvidos durante a viagem. No horizonte, as pastagens e plantações das grandes fazendas do reino de Pendragon podiam ser visualizadas para onde quer que olhasse. Estavam longe do castelo e da cidade de Draig, quase alcançando os limites do reino. Ainda demoraria mais um dia de viagem até Corbeau e mal conseguia conter aquela excitação correndo em seu corpo. Se pudesse passaria a noite inteira viajando, para adiantar o processo, mas todos precisavam descansar, comer e se planejar.

E assim eles fizeram. Numa vila próxima, o grupo inteiro parou para uma refeição. O local contava com residências simples de madeira, mas bem arejadas, recheadas de áreas verdes, hortas e flores por todos os lados. As pessoas caminhavam tranquilamente pelas ruas de caminhos de pedras. Ainda estavam em Pendragon, então era comum ver lugares com áreas bastante férteis, a maior benção do do reino. Como rei, Valkyon não poderia estar mais satisfeito em ter um reino abundante… Porém, queria continuar também a fortalecer o seu exército. Já que não tinha a magia correndo em seu corpo, precisava fortalecer sua defesa. 

A carruagem adentrou no local, junto às Valquírias montadas em seus cavalos, atraindo a atenção dos mais curiosos. Com o símbolo de Pedragon estampado nas armaduras em seus cavalos, estava nítido que alguém importante do reino passava na região.

Valkyon pensou o quanto seria difícil manter a discrição daquele jeito, mas não teve outra escolha.

Uma pequena estalagem surgiu a poucos metros e ali decidiram fazer uma refeição. O local não era tão grande, a estrutura inteira de madeira, pintada de branco com detalhes em bege, suas janelas com flores e pássaros ao redor davam a impressão de um ambiente formidável e arejado. 

Assim que desceram da carruagem, o cheiro doce de flores inundou as narinas dos três, e Aisha não deixou passar aquela sensação:

— Poderia ficar nessa vila por horas, esse cheiro… — ela empinou o nariz para cima, sorrindo, concentrada nas flores. 

— Essa vila parece muito calma… — comentou o duque, sua voz grossa soou de forma quase surda, seguindo para a entrada da estalagem. Um pequeno corvo se aproximou da figura dele, pousando em seu ombro. A silhueta negra quase camuflada ao tecido grosso e preto do casaco longo de Zayin. 

Valkyon estava em alerta com todos os seus movimentos, não por recomendação de Aisha ou Ezarel, mas por estar interessado naquela movimentação dos corvos. Manteve-se calado, parado, até que a princesa tocou o seu braço, acordando-o de sua contemplação. 

— Algum problema, Valky? — ela falou baixo, ausentando-se de qualquer cerimônia. 

Ele meneou a cabeça, relaxando os músculos do rosto, e estendeu o braço para adentrarem juntos na estalagem. Aisha estendeu a mão, encolhendo os dedos de leve quando ia tocá-lo, pensava em não aceitar o cavalheirismo do rapaz, mas um impulso subiu em seu corpo e a fez passar o braço pelo cotovelo dele, permitindo que a guiasse para o lugar.

Não existiam duquesas inconvenientes por ali. 

Caméria ficou de frente à estalagem, enquanto Elizabeth e Malena rondaram a vila para certificar-se de que tudo estava bem. Valkyon já tinha lhes avisado para não inspecionar demais os locais por onde passavam, para não assustar a população. As moças combinaram de fazer apenas um ronda e ficar de alerta ao local onde o rei estava. Valkyon tinha seus meios de se defender, mas um ataque de feiticeiros poderia ser problemático. 

O interior também era simples e elegante, em todas as mesas havia um pequeno vaso com flores e as janelas, algumas abertas e outras fechadas, permitiam que a luz do sol abundante invadisse o local. A estalagem estava praticamente vazia, o que quase fez Valkyon suspirar de alívio.  Apenas um cliente estava sentado, o rosto corado de tão bêbado, dormindo profundamente em uma mesa afastada do lugar.  

Quando viu as abas da portas se abrirem, a dona se apressou batendo em seus aventais. Antes de ver quem eram e dar quaisquer boas-vindas, ela soltou: 

— Não se importem com esse traste, não é um bêbado briguento… — Quando seu rosto encarou a figura do homem de cabelos prateados e olhos brilhantes em dourado, um pequeno “Oh” escapou de seus lábios. 

— M-majestade!

Ela se curvou, apressada. A aparência dos irmãos Pendragon era inconfundível.  

— A-a que devo honra de sua presença? — o rosto de pele oliva da mulher estava quase vermelho de embaraço. Valkyon ainda não estava acostumado àquelas mudanças de comportamento em relação a ele, seus pelos se arrepiavam levemente naquelas situações.

Quando era apenas um garoto, seu irmão sempre o arrastava para brincarem com outras crianças fora do castelo, sejam elas nobres ou plebeias, e todos eram tratados como iguais nas brincadeiras. Crescido e adolescente, treinava par a par com todos nos pátios do castelo, alguns dos companheiros até o chamavam pelo seu nome. 

Foi apenas colocar uma coroa em sua cabeça, que todos passaram a chamá-lo de majestade e, em qualquer situação, baixavam os olhos para ele. Pensava se Valarian sentiu o mesmo estranhamento que ele.

Isso era estranho em um nível que não sabia comportar ainda.

— Estamos aqui apenas para uma refeição de meio-dia, minha senhora. — Aisha se colocou à frente., sorrindo para a mulher. Ao reconhecer a princesa, e vê-la à vontade no lugar, a mulher sorriu de volta, mas seu rosto ainda estava vermelho. 

— Mas… Mas.. Aqui é um lugar simples… — ela apertou seu avental — não podemos oferecer uma refeição digna para o rei.

— Estamos bem aqui, não se preocupe. — a voz de Valkyon, apesar de baixa, ecoou pelo lugar, e a mulher estremeceu da cabeça aos pés.

Aisha continuou a falar com a mulher. Ela se apresentou como senhora Pestle e sua estalagem era a única da região. Ela saiu, sorrindo, prometendo trazer a melhor refeição do lugar. Valkyon observou o duque se afastar um instante, dizer algo ao seu corvo e soltar o animal pela janela. Seus sentidos se atiçaram cada vez mais, porém não conseguiu escutar o que ele conversou com o animal. Não sabia explicar o porquê, mas aquele totem mensageiro pareceu olhar para ele antes de partir pela janela, e seus olhos eram tão vermelhos quanto o sangue que pulsava em suas veias.

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Os três aproveitaram a refeição sem quaisquer interrupções, conversando sobre os detalhes da viagem e a pequena vila onde estavam. Valkyon permaneceu calado a maior parte do tempo, pensando num momento oportuno para perguntar ao duque sobre seus corvos, mas achou que seria inconveniente interrogá-lo sobre seus totens naquele momento…  Afinal, Zayin não tinha negócios apenas com Pendragon. Depois do almoço, a senhora ainda lhes serviu uma sobremesa e, animada, perguntou-lhes se refeição estava do agrado. Aisha respondeu pelos três, elogiando os pratos servidos pela dona da estalagem. Não era qualquer cortesia, a refeição realmente estava boa e bem farta com legumes, frutas secas e carne de qualidade.

— Servir uma refeição ao rei é uma honra, estou feliz que seja do agrado. — ela se curvou, enquanto Valkyon se levantava. Depois do cumprimento,  a mulher se retirou, solene.

Aisha observou os dois, franzindo a testa.

— Por que já estão se levantando? 

— Temos de adiantar em viagem. — respondeu o duque. Valkyon concordou.

— Tsk — reclamou a princesa, balançando a cabeça — O movimento da carruagem vai fazer mal a- Um “BAAAM” soou forte vindo de uma das janelas do local e Aisha interrompeu a sua fala no mesmo instante. Ela também se levantou, enquanto o rei e o duque se viraram instantaneamente para o lugar. O rosto de Zayin gelou por um instante, algo que apenas Valkyon pode visualizar. 

Era um dos corvos totem, caído no parapeito da janela.

Eles correram até a pequena janela, que estava fechada, o animal sumia em pequenos pontinhos pretos, navegando pelo ar como uma sombra. 

— Vamos… Vamos embora daqui, agora. — seu tom permaneceu centrado, mas havia uma ponta de apreensão naquelas palavras. Ele girou o corpo e seu passo foi tão apressado que nenhum dos presentes pode entender quando ele chegou até poucos metros da porta do local. 

— O que está acontecendo? — a voz de Valkyon se tornou altiva, enquanto ele observava o homem se afastar.

— Senhor Zayin! — Aisha correu tentando alcançá-lo, mas parou assim que a porta irrompeu revelando os rostos alarmados de Malena, Caméria e Elizabeth.

— Majestade!! — elas entraram em um passo apressado, exclamando, em uníssono. 

Do outro lado da porta, foi possível ouvir e ver, mesmo que brevemente,  a movimentação de pessoas nas ruas, muito diferente de quando chegaram: os pés estavam agitados e puderam distinguir uma palavra dentre o murmúrio, “Demônios!”.

As Valquírias lacraram a porta, em pé como estátuas à frente. O duque deu um passo para trás, hesitando por um instante.

— Pelo que vimos agora há algum feiticeiro utilizando invocações aqui por perto, não sabemos qual o seu objetivo, mas é melhor mantê-lo seguro nesse lugar. — disse Caméria, apressada. Ela e suas companheiras não se mexiam.

— Um feiticeiro com invocações pode muito bem utilizá-las aqui dentro. — disse Aisha, pensando logicamente — Não estamos seguros em lugar algum. Se ele estiver atrás do rei, por algum motivo...

Aisha não conseguiu deixar de olhar diretamente para Zayin, mais desconfiada do que antes. Seu passo se arrastou para trás, indo em direção a Valkyon. O rei era o mais afastado dos três, permanecendo em alerta todo o tempo, sua mão já posicionada sobre o cabo da espada por baixo de sua capa, pronto para desembainhá-la em qualquer situação. 

Até que um breve pensamento ocorreu a Valkyon: onde estava a dona da estalagem?

Em nenhum momento naquela confusão ela apareceu, nem fez qualquer barulho. 

Valkyon não ponderou muito, apenas mexeu-se em direção a cozinha, Aisha seguiu em seu encalço, sem tempo para pensar em qualquer pergunta, disse:

— Valkyon? Pra onde…? 

Ele passou pela bancada, determinado e, calculando seus passos, esgueirou-se para a porta da cozinha, que estava fechada. Uma pequena abertura de vidro permitiu visualizar o seu interior, o rei se encostou de lado e espiou por ela, tendo cuidado para não deixar seu rosto muito à vista. Aisha, e as Valquírias também se movimentaram para trás da bancada observando seus movimentos, prontas para qualquer emergência. 

O duque permaneceu onde estava, olhando uma das janelas, como se esperasse algo surgir. 

Valkyon era o único perto o suficiente para visualizar o que acontecia na cozinha, e a visão que presenciou fez sua tez se enrugar de imediato: pequenas figuras fantasmas de um preto imaculado circundavam todo o local como se procurassem algo.  Suas formas se assemelhavam a um humano, porém, estavam suspensos sobre o chão. Não faziam qualquer barulho e seus corpos esfumaçados vagavam, cuidadosos para não esbarrar em nenhum utensílio do lugar. Eles inspecionaram um pequeno armário nos fundos da cozinha, entrando e saindo, parecendo desnorteados, balançando suas cabeças de fumaça. 

— O quê… — Aisha começou, meio agachada ao lado dele. Interrompeu suas palavras quando Valkyon estendeu a mão, pedindo para esperar. 

O rapaz retornou para o vidro na porta, vagueando o olhar pelo chão do local, até que seus olhos encontraram uma figura caída no chão, inconsciente. Era a dona da estalagem.  Aisha, logo atrás dele, espichou o tronco e viu os pés pequenos da mulher estirados no chão, por cima dos ombros fortes de Valkyon.

Seu corpo estacou no mesmo instante.

Os dedos do rei encontraram a fechadura da porta e, antes de empurrá-la, ele disse, mantendo a calma: 

— Fiquem atrás de mim, vou espantá-los de frente. Entrem e vejam a senhora. — ele estava pronto para abrir a porta e saltar para dentro, quando um toque firme em seu braço o fez parar.

— Não. — a mão de Aisha era de firmeza tamanha, mesmo que ela não tenha utilizado um feitiço paralisante — Eu vou à sua frente e você fica de retaguarda. 

A vontade dela era de dizer-lhe que “Não ouse arriscar a vida de mais um Pendragon, fique aqui!”, mas sua intenção não era desestabilizá-lo ainda mais. 

Valkyon estava prestes a rebater o argumento dela, até que um grito alto e claro soou da cozinha. Os fantasmas reagiram partindo para cima da criatura que forçou a garganta para exclamar. 

O jovem rei não segurou mais os seus impulsos, a sua mão de dedos fortes engoliram a maçaneta, empurrando a porta abruptamente. O brilho de sua lâmina prateada sob a luz do sol se expandiu pela cozinha, cortando ao meio aquelas figuras fantasmagóricas. As figuras sumiam em pequenos pontinhos pretos, porém, eles estavam em grande quantidade, um único ataque não os extirparam por completo.  

Aisha também não ficou para trás, estendeu uma de suas mãos, concentrando energia mágica naquele único ponto, ela conjurou um feitiço: “Das profundezas dos céus, o círculo negro aos fantasmas haure!” Um pequeno círculo escuro surgiu em meio ao espaço e raios escuros circulavam ao seu redor coletando os fantasmas naquele pequeno espaço. A moça manteve-se em sua posição, sustentando o pequeno “buraco negro”, Valkyon livrou-se de mais alguns fantamas e as Valquírias checavam o estado da senhora Pestle, que mantinha os olhos semicerrados, o rosto pálido como papel e a boca entreaberta puxando o ar com força. 

Assim que Valkyon terminou, ele se agachou ao lado da senhora e Malena já aplicava uma pequena poção sobre a testa da senhora, para despertá-la, enquanto Elizabeth e Caméria ficaram de alerta próximas à janela, já fechada, para ficar de guarda. 

— Não foi ela quem gritou? — perguntou Valkyon, ele permanecia com sua espada em punho, pronto para qualquer emergência. 

— Aparentemente, sim, majestade. Mas ela está quase sem forças. — a moça segurou o pulso da senhora, as pulsações estavam fracas.

— As ruas continuam um caos, não podemos sair ainda. — os olhos azuis de Elizabeth observavam aflitos a movimentação no lugar. As casas seladas, animais correndos por todos os lados e pessoas buscando onde pudessem se abrigar. Os pequenos fantasmas agora também circulavam pelo local, em uma confusão generalizada. Eles não atacavam as pessoas, mas vagavam como se procurassem algo. 

Aisha terminou seu serviço e virou-se para verificar a situação. Valkyon se levantou e também observou pela janela. Uma rajada de vento levantou poeira, feno e flores para cima, bagunçando toda a beleza bucólica da cidade. A visão pela janela da cozinha tornou-se dificultosa, porém, Valkyon teve uma pequena intuição e agachou-se um pouco para poder olhar para cima.

Como bem pensou: pequenos pontos pretos invadiram o céu, tornando-se mais nítidos à medida que se aproximavam do lugar. Eram milhares de corvos que chegavam em bando cortando os céus da vila. 

Tais quais flechas negras, eles atacaram os fantasmas com seus bicos esguios furando a estrutura frágil daquelas criaturas.

— Olhem isso...! — começou Caméria, agarrando o parapeito da janela, animada com a cena.

Valkyon continuou calado, sem conseguir se assustar com aquela cena, ele já sabia quem estava por trás daqueles corvos. Quando olhou para trás, não teve dúvidas. 

— De uma coisa temos certeza, eles não estão atrás de vossa majestade. — disse a voz grave do duque. Um pequeno corvo estava quieto como uma estátua pousado sobre o ombro do duque, assim como quando eles entraram na estalagem.

— É muito estranho atacarem esse lugar… — disse Valkyon passeando os olhos pelo lugar, a bagunça instalada no local. Em Pendragon não havia registros de disputas entre feiticeiros, muito menos relatos de ataques de feiticeiros em suas vilas. Aquilo acontecer bem no dia em que ele estava ali, era no mínimo suspeito.

Parecia um motivo para desistir, mas Valkyon entendeu que era mais um motivo para continuar aquela viagem.

— M-majestade… P-perdoe-me… Eu... — a voz da senhora Pestle surgiu em meio àquela tensão, em um tom sussurrado quase arrastado. Todos viraram para observá-la.

Por qual motivo ela pedia desculpas?

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Não havia muito tempo que Valkyon saiu do reino, e Ezarel estava ansioso por notícias. Ele segurava um pequeno orbe de um branco cristalino leitoso em suas mãos, esperando ver qualquer coisa que despertasse sua atenção.  Ainda era cedo, provavelmente Sowa não tinha qualquer informação relevante.  Ele largou o orbe sobre uma pequena mesinha à frente do seu divã e concentrou-se em comer frutas frescas recheadas com mel. Já tinha resolvido pequenos problemas que surgiram no castelo e à tarde, faria uma visita à cidade. Porém, enquanto comia, ele viu a figura de Sowa materializar-se em sua janela, surgindo em meio à fumaça branca brilhante.  Seus olhos saltaram no mesmo instante.

Ele pulou do divã e correu para o animal, antes que ela pudesse sequer fazer um movimento.

A visão da coruja apareceria no seu círculo mágico, porém ela resolveu surgir em seu próprio quarto. 

Algo grande e grave deveria ter acontecido. Sowa se acomodou sobre o ombro de Ezarel e ele tirou a lente dos olhos da coruja e inseriu dentro do seu próprio olho. 

Corvos, fantasmas e uma confusão generalizada nas ruas surgiram na mente do elfo, fazendo suas sobrancelhas curvarem de tal forma que quase se uniram. Valkyon apareceu só por um momento, quando adentrou numa estalagem, antes de toda a confusão, porém, ele aquela situação era um risco para o rei.

— Merda! — ele xingou, tirando a lente de seus olhos — Você não conseguiu passar isso para mim, em tempo real? 

A coruja meneou a sua cabeça e o outro xingamento surgiu entre os lábios de Ezarel. 

— Mas estava funcionando bem ontem… Como…

Sowa começou a se movimentar de um jeito estranho,  balançando suas asas brancas e seu chilrear parecia arranhado, como se ela imitasse o som de um outro animal.

Ezarel semicerrou os olhos tentando adivinhar aquela “mímica” de seu totem, até que ela parou e seus olhos amarelos encaram a janela, focando em um ponto abaixo. Nos jardins do castelo, uma figura de cabelos vermelhos estendia seu braço para receber a visita de um outro pássaro.

 


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Notas finais do capítulo

Se eu fosse o Valkyon ia embora daí no mesmo instante e voltava pra o meu castelo, mas o nosso nenis é corajoso kkkkkkk



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