O Segredo de Pendragon escrita por Dandy Brandão


Capítulo 5
Capítulo 04 - A Partida


Notas iniciais do capítulo

decidi fazer um mapa dos reinos da história! Não se importem muito com minha falta de habilidade com o Inkarnate (o site onde produzi o mapa), mas fiquei satisfeita pois ele dá uma ideia espacial da história...

Acho que fica melhor pra vocês visualizarem (e pra mim também!!)
Como teremos uma viagem, é bom saber os caminhos por onde os personagens passarão, né?!

Curiosidade:
♥ eu destaquei bem o reino do Valkyon que é o maior entre os três, os locais mais afastados são fazendas, e Pendragon, como já citei no texto, fornece alimentos para Mainyu, por exemplo.

♥ O local entre montanhas perto de Stuttgart é onde Valarian desapareceu.

♥ Apesar de ser o maior em território, Pendragon não é tão forte em influência, já que não é um reino mágico.

♥ Tentei separar os reinos com linhas, mas ficou muito feio (rs), porém, depois de olhar um pouco, acho que dá pra entender que eles estão separados entre as montanhas :)

Enfim, Bom capítulo a todos!



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Capítulo 04 - A Partida

Os olhos de Valkyon não desgrudaram da expressão nervosa da princesa. 

Aisha mexeu os braços, nervosa, afastando-se do toque dele. Cobriu o ferimento com a manga de seu robe, sem olhar para o rapaz. Aqueles movimentos dela não passaram despercebidos. Ele repetiu sua pergunta: 

— O que aconteceu com seu braço? — o passo calmo de Valkyon se aproximou um pouco mais dela.

Aisha retornou a olhar para o seu rosto, pronta para atravessar aquela pergunta com uma desculpa. Porém, Valkyon estava perto, aos poucos menos calmo, algumas rugas se formavam em sua testa. Ele estava preocupado com ela. Não conseguiu pensar muito além de “Não é nada demais”.

Sustentou aquele olhar por um tempo, ele esperando sua resposta sem pressioná-la mais. 

— Não é nada demais, Valky. — disse, sem desviar o olhar.

— Então por que você me escondeu agora a pouco?

— Foi uma uma ferida acidental, só isso. — ela arrumou a manga de novo, cruzando os braços.

— Aisha… 

— É sério! — ela o interrompeu e mordeu o lábio inferior, a pálpebra esquerda tremendo ao lembrar da cena patética do “acidente”. 

A cada palavra dita, a cada reação, sua situação ficava ainda mais complicada.

Valkyon resolveu tentar uma última vez.

—Aisha… Não importa se foi um acidente, seu antebraço inteiro está enfaixado.  O que aconteceu?

Ela respirou fundo e virou-se, procurando a mesa onde estava sentada mais cedo. Valkyon observou seus movimentos, até que resolveu segui-la, também sentando-se à mesa. 

Com a cabeça baixa, os cabelos cacheados de Aisha, soltos até seu busto, cobriam parte de seu rosto. Não estava assim por vergonha, mas a raiva sentida em seu peito queria explodir para todos os lados. Precisava se acalmar. 

Ela respirou fundo algumas vezes e levantou a cabeça. 

— Eu não queria te contar, mas… — ela balançou a cabeça, relutante em continuar a falar — acho que não conseguiria manter você longe desse assunto por tanto tempo. 

— Então me diga. — completou ele, bem à frente dela, sem relaxar a expressão.

— Eu e Ezarel estávamos no mercado. Ele atrás de suas ervas medicinais e mel fresco, e eu fui atrás de algumas especiarias.  Ele até insistiu para que eu levasse algum guarda, mas você sabe que eu não gosto de andar cercada de pessoas.

Ela parou o relato e Valkyon inclinou seu corpo sobre a mesa, esperando o que viria a seguir. 

— Em corredor do mercado, meio vazio, a duquesa de Salles e suas filhas me encurralaram. — ela segurou o seu braço enfaixado, a cena se desenrolando em sua mente. — Apertaram o meu braço e...

Ela afastou a manga do robe e tirou uma pequena camada da faixa que envolvia a ferida. Estendeu-o para Valkyon ver melhor.

O rei não pode deixar de se assustar pela marca. 

Era uma queimadura, não tão grave a ponto de deixar em carne viva, mas formava uma pequena crosta escura sobre a pele de Aisha. Valkyon avançou um pouco mais, observando que já estava em processo de cicatrização, provavelmente ela foi tratada por alguns dos medicamentos que Ezarel produzia.

— O que causou essa queimadura? — perguntou, aumentando  o tom de voz.

— Como ela me segurou pelo braço, eu não pude ver direito, mas provavelmente era urtiga. Ela estava de luvas, então… —  Ela encolheu os ombros, sem se importar tanto com aquele detalhe. 

— Mas a queimadura não foi o suficiente, suas palavras também foram horríveis.

Seus punhos se fecharam. Se estava contando o caso, deveria lhe dizer por completo.

— Eu não consigo entender… Por que ela… — Valkyon se levantou, indignado com o relato da moça. Seu rosto inteiro se contraiu, buscando uma lógica para aquela atitude. A duquesa de Salles era conhecida por seu temperamento intempestivo e a vaidade, mas nunca tinha pensado que ela possuía alguma rivalidade com Aisha.

— Valkyon... Você sabe dos rumores sobre nós dois. — Ela disse aquelas palavras sem medir o seu tom sério. As bochechas de Valkyon, antes vermelhas de raiva, ruborizaram um pouco mais. 

É claro que ele tinha escutado os rumores, mesmo que não andasse tanto pelas ruas de Draig. Ele não disse nada, esperando que ela continuasse.

— Não preciso dizer que várias pessoas da alta são contra, ela mesmo me disse que eu sou indigna de ser rainha, em qualquer lugar. — a velocidade de sua fala aumentava ao longo das palavras, como se quisesse encurtar o momento — Mesmo que nenhum de nós dois tenha se manifestado sobre esse assunto, ela me intimidou dessa forma. A duquesa é uma grande opositora, pelo visto, e... — ela estava falando sem parar, até que Valkyon se aproximou, e Aisha se sentiu obrigada a se calar. 

As rugas no rosto do rapaz já tinham sumido. O rei pousou ambas as mãos em seus ombros. Aisha manteve sua postura ereta sobre a cadeira, mas o calor das mãos do rapaz pareciam ultrapassar o tecido fino do robe e penetrava em sua pele, não conseguiu evitar se contrair um pouco.

— Eu vou cuidar disso. Elas não vão te fazer mal de novo. — sua voz soou gentil, mesmo que séria.

— Se dependesse de mim, as três já tinham virado sapos. — ela fechou os olhos, respirando fundo.—   Porém, eu... É o início do seu reinado, não posso te causar problemas. 

Secretamente Aisha planejou uma vingança, mas existiam poucos feiticeiros em Pendragon e, considerando um acontecimento de alto nível mágico, ela seria acusada sem muitos esforços. Seu orgulho estava ferido, mas... Valkyon era mais importante do que a inveja daquelas mulheres, sua vingança poderia aguentar por um tempo, conquanto que não testassem mais de sua paciência. 

Por um instante, Aisha perdeu-se em seus pensamentos, a raiva sentida transbordando em suas têmporas e pálpebras, tremendo após descrever a cena. Não encarava mais os olhos de Valkyon.

O rei sentiu que deveria dizer algo, mas não sabia o quê. Sua expressão apenas parecia uma reticência que poderia se estender até o infinito. As mãos permaneceram sobre os ombros dela, tornando-se pesadas a cada segundo que passava. Ele curvou seus joelhos, abaixando-se sobre o carpete do quarto para conseguir encarar o rosto da moça. 

Ao ver os olhos dourados de Valkyon contemplando o seu rosto, já sem qualquer réstia de raiva ou preocupação, ela se endireitou na cadeira, um pouco desconcertada.

— Você é a pessoa mais capaz que eu conheço para ser uma governante. Você sabe disso. — a voz dele era mansa, cuidadosa. As palavras eram sinceras e seu maior desejo era que ela as entendesse.

Aisha balançou a cabeça, tentando afastar a confusão que atingia sua mente. 

— Eu também sei que sou uma princesa de um reino que não existe mais. — com a voz era rígida, ela sustentava as palavras mantendo o corpo reto sobre a cadeira — Não tenho grandes posses, muito menos terras. Mesmo que eu seja capaz, em qualquer reino, não aceitariam uma princesa refugiada como rainha. 

Aisha abanou a mão e a cabeça, quase em tom de desdém. Um casamento entre reinos era o mais vantajoso para Pendragon, Aisha estava ciente disso. Especialmente se a princesa escolhida, além de oferecer uma linhagem mágica, tivesse terras, posses e mais feiticeiros para agregar ao reino. A princesa do antigo reino de Mazda - destruído em guerra - até tinha a magia correndo em todo o seu corpo, mas os outros requisitos… Ela não poderia oferecer.

Valkyon conseguiu notar a raiva em seu tom de voz, mas uma resignação estranha tomava conta das palavras dela, o que, para ele, não combinava nem um pouco com Aisha. Essa parte era impossível compreender sem fazê-la falar um pouco mais… O que não o cabia naquele momento.  

Seus olhos se apertaram e ele apenas disse,

— Eu particularmente não me importo com um contrato entre reinos. Se houver amor entre ambas as partes, outras barreiras podem ser quebradas. 

Ele segurou a mão dela, pousada sobre seu joelho. Em sua mente, lembrava-se de todos os momentos que tinha passado com ela, desde sua triste chegada, muito assustada e abalada com a morte de milhares de pessoas do seu reino, até a sua situação atual, como uma feiticeira autodidata e bem educada.  Tinha consciência que não deveria sentir piedade ou compaixão pela situação da moça - o que ela definitivamente odiava - então tudo o que poderia fazer era estar ao lado dela, mostrando-lhe apoio.

— Eu queria mesmo acreditar que o amor pode resolver tudo. — ela respirou fundo e apertou a mão dele de volta, como forma de agradecimento. — Eu te agradeço por se preocupar… Mas deixe esse assunto por baixo dos panos por enquanto. 

— Eu não posso deixar isso passar em branco. — Valkyon se levantou, agora com a expressão fechada. 

Ela fez o mesmo, ficando frente a frente com ele, mais uma vez. 

— Nenhum de nós dois vai esquecer disso, mas em um momento oportuno, eu mesma quero me resolver com ela. Você pode não mexer nesse assunto, por enquanto?

Valkyon ficou em silêncio por um momento, até que balançou a cabeça, relutante. Porém, não ousaria ultrapassar uma vontade dela. 

— Tudo bem. Mas como você bem disse, não vou esquecer. 

Ela sorriu para ele, aliviada por Valkyon respeitar a sua decisão. Um rancor era um rancor e Aisha não esqueceria disso tão cedo. O rei, no entanto, não estava seguro quanto aquela decisão dela, mas a respeitaria, mesmo que soubesse o quanto ainda poderia se envolver naquela situação.

 

*

Draig amanheceu movimentada. Rumores sobre a partida do rei para uma viagem já circulava no comércio, provavelmente vazado por empregados do castelo. Todos não paravam de falar sobre o assunto. Qual o seu destino, por que uma viagem tão abrupta? Quem era o homem misterioso que apareceu com o príncipe de Mainyu? Quantos seriam os dias de ausência do seu reino? 

Todos os tipos de comentários já circulavam, seja de negócios até algum possível pedido de casamento em outro reino. Mal sabiam que os pensamentos de Valkyon se voltavam apenas para o seu irmão, que todo o povo já tinham passado do luto e seguiam em frente, cada um de seu modo.

 

Era cedo quando Ezarel apareceu no pátio externo do castelo, rodeado pelo cheiro doce de rosas vermelhas do jardim. Observou aos arredores, seus olhos verdes presos sobre o azul celeste que encobria os céus, verificou que o tempo estava favorável para a viagem. Não suspirou de alívio por aquele fato, ao contrário, seu rosto se fechou, pois não tinha pensado em qualquer outro argumento para impedir Valkyon de ir àquela viagem ao reino de Corbeau.  Recebeu até o pedido dele de resolver as questões mais urgentes enquanto ele estava fora. 

Como conselheiro, não poderia recusar,  mas, como amigo, seu maior desejo era dizer não.

Os pensamentos fluíam em sua mente, até que o chilrear de uma coruja chamou atenção. Conhecia bem aquele som. Olhou para cima e as asas brancas como neve pintavam o azul-celeste, a criatura se aproximou, com seus olhos amarelos intensos, orelhas pontudas cheia de penas e as garras encolhidas. Ao seu redor, uma névoa cintilante, quase imperceptível, circundava o corpo branco do pássaro, pintado de pintinhas pretas. Ezarel logo estendeu o braço e o animal pousou, fazendo um pequeno barulho, como cumprimento. 

— Não sinta muito a minha falta, Sowa. — ele sorriu e esfregou seus dedos sob a cabeça da coruja. Ela apertou os olhinhos em resposta e balançou suas orelhas pontudas, em resposta. — É um trabalho importante, agradeça por isso.

O elfo mexeu em seus bolsos, pegando uma lente leitosa e minúscula. Estendeu os seus dedos sobre os olhos da coruja e a colocou sobre a íris esquerda da criatura. Ela piscou, remexendo as órbitas, e a sua íris esquerda logo se transformou em um verde-claro, semelhante ao de seu dono.

— Vai funcionar bem, eu espero. — ele sorriu pra si mesmo. fazia algum tempo que usou aquele recurso mágico.

— Você tem aí uma bela companheira. — uma voz detrás de Ezarel surgiu e as órbitas de seus olhos reviraram de tal forma que poderiam ter ficado brancas. Até Sowa percebeu o desagrado de seu tutor, e fitou para o príncipe, semicerrando os olhos. 

— Acordou cedo, Ahriman — ele disse ainda sem se virar. Estava relutante em olhar para aquele rosto, mas, depois de soltar Sowa, girou o corpo, deparando-se ao rapaz já bem vestido, seus cabelos vermelhos mais escurecidos, molhados.

— É um evento importante, eu não posso perder.  — ele cruzou os braços, levantando as duas sobrancelhas. Nos portões do castelo, uma carruagem preta já se aproximava, preparada para levar o rei, a princesa e o duque. 

— Tem algo que eu ainda não entendo. — Ezarel se aproximou do príncipe e ficou a poucos passos de distância dele.

— Hm… O quê? — Ahriman não baixou a guarda, mas manteve-se no mesmo lugar, ainda de braços cruzados, esperando as palavras dele, que já sabia não serem nada amigáveis.

— Não entendo o motivo do duque ir até você antes de falar com Valkyon. Afinal de contas, você é primo, Valkyon é o irmão. — ele abriu os braços, enquanto suas mãos se mexiam, enfáticas. — Mesmo o duque sendo um amigo seu, ainda não consigo entender o motivo.

Ahriman sorriu de canto e decidiu que aquela pergunta era totalmente… inofensiva. 

— Pensei que você pensasse com mais lógica, senhor conselheiro. Você acha Valkyon acreditaria em alguém que ele sequer conhece, vindo sozinho, sem referências? — ele balançou a cabeça, de forma dramática — Digamos que eu fui um passe. 

— Você não me parece nem um pouco confiável. — ele disparou, sem qualquer remorso. 

— É o que você diz. 

Ezarel semicerrou os olhos, ditando em pensamento todas as maldições élficas que conhecia. Virou novamente, pronto para ignorá-lo e conferir se a carruagem estava nos conformes. Porém, a voz altiva de Ahriman voltou a alfinetar.

— Seria bom você começar a confiar em mim a partir de hoje.  — Ezarel parou, sem virar. O príncipe notou que ele não voltaria a olhar, e encarou as costas do elfo, os cabelos azuis dele soltos pela coluna assumiram um tom quase etéreo à luz do sol, balançando ao sabor do vento. 

— Eu decidi que ficarei aqui enquanto meu primo estiver fora. 

Ezarel aproveitou que estava de costas e não escondeu a expressão de surpresa. 

— Você não tem negócios para cuidar em seu reino? — o elfo virou o rosto de lado, encarando-o de soslaio.

— Também tenho pessoas de confiança que podem se encarregar por enquanto. 

— Vou me esforçar para nos dar bem nesses dias. — Ezarel sorriu e respirou fundo, em seguida, partiu para a carruagem, para conversar com o cocheiro. 

Não demorou muito, Valkyon e Aisha apareceram, o rei vestido de forma mais discreta o possível, uma túnica preta se alinhava perfeitamente ao seu torso e na cintura, carregava uma espada embainhada de cabo dourado, presentada por sua mãe pouco antes dela falecer. O objeto estava escondido sob a sua capa marrom, então não se preocupou se ela chamaria atenção. Já Aisha tentou ser discreta, mas sempre dizia estar nua sem suas jóias, então pegou algumas de menos valor e colocou em seu pescoço, orelhas e braços. 

As Valquírias, Malena, Caméria e Elizabeth também chegaram, montadas em seus cavalos de armadura prateada, o brasão de Pendragon estampado em todos eles. As três estavam bem paramentadas de armas e  armaduras.

Ezarel se aproximou dos dois e aproveitou que Ahriman estava distraído conversando com o seu amigo, o duque Zayin. 

— Vocês vão me abandonar aqui com esse chamariz? — ele cruzou os braços e arqueou suas sobrancelhas.

— Ez… Eu não posso simplesmente proibi-lo de ficar. Ele também é da família. — Apesar de não ser um primo tão próximo, era um dos poucos familiares que restava a Valkyon.  

— Acho que ele não tem mais o que fazer. — disse Aisha, desdenhosa. 

— Não me acuse se receber a notícia de um envenenamento no seu castelo. Você foi avisado. — ele apontou para Valkyon, em seguida, dando espaço para que ele e Aisha passassem. Valkyon balançou a cabeça, um sorriso breve em seus lábios. Ele deu um tapinha no ombro de Ezarel e partiu para a carruagem. 

Enquanto passava, Aisha roçou o braço de propósito em Ezarel, e falou rapidamente: 

— Não gosto de totens*, mas Sowa será útil para nós. — ela sussurrou, partindo sem esperar uma resposta.

Ele acenou a cabeça, um pouco mais aliviado em ouvir aquelas palavras, mesmo que em seu coração a preocupação ousasse dominar.

Valkyon se acomodou sobre a carruagem, quieto, e permaneceu assim até que seus dois companheiros de viagens entrassem, o veículo arrancando logo em seguida. 

Aisha estava ao seu lado, o duque Zayin à frente. O rei tinha seu rosto voltado para janela, mas, de soslaio, observou o homem, que carregava um livro entre as mãos, os olhos verdes concentrados ao volume. Valkyon tinha passado algum tempo conversando com ele enquanto decidiam sobre a viagem e, gentil e solícito, Zayin falou-lhe sobre seu ducado e as relações com a nobreza Corbeau, poderia dizer que ele era até um homem agradável de se conversar. Descobriu que ele gostava de pássaros e tinha negócios de armas mágicas. Até foi convidado para conhecer o seu arsenal, em Cohen. Estava perdido em seus pensamentos, até que Aisha, ao seu lado, exclamou um “Ah!”, nervosa, segurando sua mão em seguida. 

Valkyon virou de modo instantâneo e Zayin levantou o olhar, não tão abalado. 

— O que houve? — disse o rei, quase atropelando as palavras.

Ela apontou para fora, ainda de olhos arregalados. 

— O que são…Aqueles… ?

Pequenas nuvens negras passeavam ao redor da carruagem, tão rápidas que não poderiam ser distinguidas suas formas.

Valkyon não fazia ideia do que eram, mas  logo a dúvida dos dois foi sanada:

— São corvos. Meus totens. Eles vão nos acompanhar em viagem, incomodam?  

 


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Notas finais do capítulo

E vamos partir em viagem!
Não pensem que Ezarel desaparecerá por não ir com eles! :D

Detalhe: Os Totens são os nossos "mascotes", porém, com algumas diferenças que vou mostrar ao longo da fic!
Eu troquei o mascote do Ez, pq queria associar ele à sabedoria e corujas são perfeitas pra isso. Eu acho o Ez bem inteligente, não quero limitar o personagem só como cômico !

É isso, bjos!



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