O Segredo de Pendragon escrita por Dandy Brandão


Capítulo 4
Capítulo 03 - A decisão


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo chegando ♥♥ A imagem de hoje é uma colagem com os novos personagens que aparecem nos caps 2-3 ♥ Elizabeth e Malena, nossas Valquírias, e Zayin, que vocês vão conhecer hoje ^^



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Capítulo 03: A Decisão

A pequena reunião nos aposentos do rei foi interrompida pelo chamado de alguém na porta. Não era preciso se apresentar para saber quem chamava Valkyon com tanto vigor: era Ahriman, seu primo e príncipe regente de Mainyu. A porta não estava trancada, então, assim que o rei assentiu a entrada, alguém a abriu. Ahriman arregalou seus olhos dourados quando viu três pessoas à mesa e Valkyon de pé, muito sério, segurando o encosto da cadeira com força.  Ao lado de Ahriman, uma moça com seu avental branco estava encolhida, olhando para o chão. 

Com o rosto vermelho como pimentão, ela adiantou:

— Majestade, sua alteza pediu para que eu o trouxesse aqui. — O “pedir” de Ahriman, em verdade, era exigir que fosse levado até lá. Valkyon o conhecia bem para saber disso. 

O rei de Pendragon dispensou a moça e não esperou que seu primo dissesse o motivo por trás de sua aparição: 

— Estou em uma reunião, Ahriman, o que faz aqui hoje? — Valkyon não se mexeu, apenas o observava com ar de quem não gostou de ser interrompido por ele. 

Com suas mãos para trás, o rapaz adentrou no quarto. As correntes douradas de suas botas amarronzadas produzindo  ruídos enquanto ele dava seus passos curtos para dentro do quarto. Sua vestimenta nesse dia estava menos espalhafatosa, mesmo que na túnica vermelha e no cinto do seu traje, adornos dourados se destacavam. Seus olhos felinos pousaram sobre o objeto dourado nas mãos do idoso sentado entre Ezarel e Aisha. Reconhecia bem aquele objeto… Teve vontade de perguntar o que eles estavam investigando, mas decidiu prosseguir com o objetivo original.

— Eu vim aqui, pois recebi algumas notícias que acreditei serem interessantes para você, Valkyon. — Ahriman quase nunca o chamava pelo nome, assim, de forma tão direta. O rosto dele estava fechado quando proferiu aquelas palavras, os olhos dourados cintilavam encarando o primo. O assunto que viera tratar realmente deveria ser importante. Estava segurando a pergunta sobre aquela reunião, mas o seu assunto também era de urgência.

Valkyon abandonou a sua posição e deu alguns passos à frente, os músculos se contraíram, era visível a sua tensão. Os olhares de todos os presentes estavam em sua figura, sob a mesma expectativa que o rei.

— Que tipo de notícias? — disse, entredentes. 

— Antes de te dizer, preciso te apresentar uma pessoa. Ele ficou esperando no salão central, achei indelicado trazer um estranho à você para seus aposentos. — a voz de Ahriman soava mais política do que o natural. Um sorriso de canto se formava em seu rosto, tão discreto que apenas olhares mais atentos poderiam perceber…  Valkyon até mesmo semicerrou os olhos, em desconfiança, mas, como ele era seu primo, não podia proferir seus pensamentos de forma tão explícita.

 — Já recebi uma notícia impactante hoje, se puder adiantar seria bom. 

— Se você não julgar relevante, ele não tomará muito do seu tempo. Mas, por favor, não me faça essa indelicadeza com meu amigo. Ele veio até aqui apenas para falar com você. 

A respiração ansiosa de Valkyon se tornou cada vez mais intensa depois daquelas palavras do primo. Ele nunca deu muita fé a Ahriman, suas palavras e ações por vezes eram duvidosas, mas, por simples diplomacia, não poderia fazer aquelas desfeita. Depois de ser seu primo, ele também era um importante parceiro no reino. 

Enquanto Ahriman esperava, ele dispensou o ourives, agradecendo-o pelo serviço. Otto curvou-se ao rei e, encarando o rosto sério de Valkyon, bem fixo, disse: 

— Espero que essas notícias nos tragam coisas boas. — Valkyon sabia bem do que aquele senhor falava. Não conseguiu deixar de devolvê-lo com um sorriso.

— Vou manter o senhor informado. — disse, pondo a mão sobre o ombro do idoso, que se curvou novamente antes de tomar o seu caminho. 

Aisha e Ezarel se levantaram, ambos contendo a curiosidade sobre o convidado de Ahriman. Não conseguiam imaginar como seria um amigo de uma criatura como aquela. 

Eles seguiram Valkyon e Ahriman pelo corredor, rei e príncipe em frente, os conselheiros atrás, de lábios cerrados. Andavam calados, até que o ruivo parou, fazendo todo o grupo frear também.O olhar dele pousou sobre Ezarel e, em seguida, Aisha. O elfo espichou suas sobrancelhas em resposta e Aisha apenas esperou, mordendo o lábio inferior, de impaciência. 

— Primo… Creio que o assunto seja confidencial. — Ahriman encarou Valkyon que piscou os olhos, sem expressão. Porém, entendendo bem onde ele queria chegar com aquelas palavras. 

— Eu não escondo nada deles, Ahriman. — disse, mais calmo. — Antes de serem meus conselheiros, Aisha e Ezarel são meus amigos, e eu confio neles. 

Ahriman apenas soltou um “ah”, sem mais questionar qualquer coisa. A resposta de Valkyon foi suficiente. Assim que o príncipe girou o corpo de volta ao seu caminhar, as bochechas de Ezarel se inflaram com o riso contido na garganta. Aisha, porém, continuou séria, pensando sobre aquele maneirismo tão incomum para uma figura como Ahriman. 

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

O salão central de teto abobado do castelo estava em absoluto silêncio quando os passos apressados adentraram. A luz solar invadia o cômodo trespassando os vitrais coloridos da janela. As paredes cinzas do local estavam inundadas de cores.  Bem ao centro do lugar, um homem olhava para cima, admirando os afrescos pintados sobre o teto. Ele se assemelhava a uma escultura de mármore, os olhos verde-mel iluminados pelas luzes, encarando os dragões vermelhos, guerreiros e espadas, a glória e bravura cravados nas figuras pintadas. Seu traje inteiro era de um tom preto como ébano, bem como seus cabelos longos, contrastando com o tom de pele de mármore branco, pálido. 

Ele estava tão absorto em sua contemplação que mal notou a chegada do grupo. 

Ahriman o despertou de sua contemplação:

— Depois posso contar a você a história dos nossos ancestrais. É impossível entrar aqui e não se admirar com essas pinturas. 

— Agradeço a oferta, Ahriman, mas... — ele virou o rosto e seu olhar atingiu o grupo, intenso. A expressão dele era rígida, mesmo que parecesse ter menos de quarenta anos. — As imagens já me contaram muito. 

Ahriman se dignou apenas a sorrir e colocou-se de lado do homem que era ligeiramente mais alto, mais sério e sombrio do que ele.

— Esse é o duque de Cohen, Zayin. Ele é um amigo meu do reino de Corbeau . 

Enquanto o homem se curvava a Valkyon, cumprimentando-o, os olhos do rei se arregalaram quando ouviu a procedência do duque. Aisha abriu os lábios para dizer algo, mas esperou o que o homem tinha a dizer, diferente de Ezarel que não aguentou manter a língua parada durante muito tempo. 

— Reino de Corbeau? Já viajei muito por lá e nunca ouvi falar da região de Cohen.— Ezarel apenas considerava muita coincidência alguém de Corbeau surgir bem naquele dia, não resistiu a perguntar, adiantando-se pelo próprio rei. 

O duque não mudou sua expressão ao ouvir o comentário ácido de Ezarel, os músculos do seu rosto apenas se mexeram para dizer-lhe:  

— Se me der licença, senhor conselheiro, eu não vim aqui para discutir sobre minhas origens. — a voz dele preenchia todo o espaço, grave e lânguida. Valkyon ficou impressionado com sua resposta, aumentando o interesse dele sobre o assunto que viera tratar. Já Ezarel estava prestes a implodir a qualquer momento e um brilho de triunfo brilhava nos olhos de Ahriman. 

— Então diga-me para que você veio, duque. — adiantou Valkyon, antes que Ezarel dissesse algo novamente. 

— Serei direto, para não tomar muito do seu tempo, majestade. — ele deu um passo à frente, ficou mais perto de Valkyon. Aisha continuava perto do rei e, naquele momento, os pelos de seu corpo se arrepiaram todos de uma só vez. Havia uma aura vinda daquele homem… Era provável de que ele tivesse algum poder mágico em seu corpo, algo que Valkyon não poderia sentir, por não ser um rei-feiticeiro. 

Ele permaneceu em seu lugar, sem mostrar qualquer abalo.

— Há uma forte pista sobre o paradeiro do seu irmão, nas proximidades da minha região, em Corbeau. — Valkyon estava em êxtase pensando em milhares de possibilidades com a notícia do colar e, agora, uma sensação quente invadiu o seu peito, ele estava prestes a dizer algo, quando o homem continuou 

— Eu ainda não sei qual o motivo dessa pista surgir em meu território, já que Corbeau fica distante de Stuttgart onde ele desapareceu… Mas achei justo vir até à vossa majestade e dizer-lhe pessoalmente. 

— Que pista seria essa? — perguntou, tentado a falar sobre o colar, mas quis guardar para depois. 

— Um homem de cabelos brancos e olhos dourados… Foi visto rondando uma vila no norte de Cohen. Não há tantos homens com características assim dentre os reinos do Sul, certo? 

— É ele…! — exclamou, cerrando os punhos. Sua respiração parecia falhar.

— Mas isso é muito… — começou Ezarel, tropeçando às próprias palavras.

— Ele deve ter perdido o seu colar... O Valarian... Ele...! — Sua voz falhou e Valkyon olhou para o chão, sofrendo o segundo baque do dia. 

Por que tudo aquilo veio a aparecer para si em tão pouco tempo? Não conseguia entender e também não sentia tanta vontade de raciocinar. Seu corpo e mente só pediam uma coisa: ir atrás do seu irmão agora mesmo. Aisha e Ezarel se entreolharam, estarrecidos demais para dizer alguma coisa, a reação de Valkyon era bem esperada pelos dois, mas aquela sequência de fatos estava estranha demais.

— Colar? — perguntou Ahriman, estendendo suas sobrancelhas. — Ah! O que estava com o ourives mais cedo? 

— Sim! Uma família o encontrou e trouxe até aqui. — respondeu Valkyon, a voz embargada com a emoção ainda pulando em sua garganta. 

— Mas eles disseram que não perguntaram como era o dono...Apenas de que era um homem encapuzado. — disse Aisha, tentando trazer uma opinião mais crítica para a situação. 

— Não interessa agora. — Valkyon recuperou sua postura e olhou fixo para o homem — Eu irei até lá, quero investigar eu mesmo.

O grupo inteiro ficou sério após a declaração do rei. Os olhos dourados de Valkyon estavam tão determinados que nada do que dissessem poderia lhe convencer do contrário.

— Eu conheço bem a região, posso levá-lo até lá. — disse Zayin, cruzando os braços. 

— Majestade… — começou Ezarel, dando um passo à frente, mais polido do que o normal — Poderíamos enviar as Valquírias para investigar em seu lugar. Não seria uma viagem oficial, isso pode chamar atenção de pessoas mal-intencionadas. 

— Eu concordo com Ezarel, também temos muitos feiticeiros corruptos à solta que podem lançar maldições ou ferir sua majestade por pura maldade, ou vingança do passado contra nosso reino. Acho bastante inseguro. — Aisha também usou um tom rígido para dizer aquelas palavras. Era uma conselheira, então precisava exercer esse papel quando julgasse necessário ou solicitada. 

Valkyon se virou para os dois, estava grato por aquela preocupação, mas queria ele mesmo confirmar aquilo. Ainda que não fosse verdade, serviria para dar um choque de realidade e poder seguir em frente, agarrado às memórias boas de seu irmão.  

— Eu prometo que não vou passar mais do que duas semanas fora. Eu posso contar com vocês para manter nosso reino seguro, eu sei disso. — ele sorriu, gentil como sempre, na tentativa de fazer seus amigos ficarem calmos. 

Não é que Valkyon ignorasse o perigo de uma viagem entre reinos com feiticeiros corrompidos, ladrões e mercenários à solta nas estradas… É que sua vontade de ver o irmão novamente era maior do que qualquer medo. 

— Eu sou usuário de magia de luz. Posso manter sua majestade em segurança. — o duque declarou, amenizando um pouco de sua expressão... os músculos de seu rosto até pareceram se curvar em um pequeno sorriso.

“Ele está se expondo demais…” pensou Aisha, ponderando sobre aquele duque.

“Magia de luz? É de alto nível!” Ezarel quase exclamou aquilo para todos, assustado por Zayin expor seu poder daquela forma. 

Ahriman permanecia atrás, já um pouco incomodado com toda aquela atenção ao primo. Resolveu soltar algumas palavras:

— Eu concordo com seus conselheiros, Valkyon… Mas ao mesmo tempo… — começou o príncipe e os outros viraram para ele. — Se Valarian realmente estiver vivo e não o procurou, há uma chance de que o acidente tenha lhe deixado algumas sequelas… Seria bom encontrá-lo o quanto antes. 

— Que tipo de sequelas você diz? — Valkyon semicerrou os olhos, interessado. 

— Perda de memória, por exemplo. — encolheu os ombros, como se dissesse algo trivial. 

Valkyon apertou bem os olhos e respirou fundo. Sua resposta foi curta e direta. 

— Vou partir amanhã cedo. Esteja pronto, duque de Cohen. — já ponderava sobre  essa decisão desde a notícia do colar… Mas a chegada de Ahriman interrompeu o seu anúncio. 

Não imaginou que ele traria notícias que apenas fortaleceriam sua decisão. 

Assim que Zayin assentiu para o rei, Valkyon se retirou a fim de preparar a viagem. O grupo o observou sair do salão central, e o atrito de suas botas se afastando pelo corredor de pedra foi o único som a ecoar naquele local durante um bom tempo. 

 

*✧.・。☆゚.・。☆゚.・。✧*

Anoiteceu em Draig e o castelo recebia a forte luz da lua cheia em todas as suas torres. Valkyon já tinha resolvido todos os preparativos para viagem, desde vestimentas às provisões, quis supervisionar cada detalhes. Era ao menos três dias de viagem até Corbeau. Zayin era um bom conhecedor do caminho e lhe indicou hospedarias onde eles poderiam passar as noites. No finalzinho da tarde, antes do jantar, o rei foi surpreendido pelas Valquírias que se colocaram à frente para protegê-los durante a viagem. Ele tentou argumentar que ficaria bem ir apenas com o duque, para não chamar atenção, mas as mulheres ficaram bastante agitadas com aquela notícia e disseram que o seguiriam de perto, mesmo que ele não quisesse. 

Era o dever delas, desde muitas gerações, proteger o rei. Ele aceitou, mas disse que o grupo não poderia ser tão grande para não chamar atenção.

Malena, Caméria e Elizabeth se dispuseram a ir. 

Aisha e Ezarel ficaram mais taciturnos do que o normal. Durante o jantar conversaram pouco, deixando espaço para que Ahriman tomasse conta da conversa, contando suas contendas de domínio de território em Stuttgart. Valkyon até mesmo estranhou a quietude dos dois amigos, mas não precisou pensar muito para entender o motivo. 

Até mesmo não achou estranho quando Aisha bateu à sua porta à noite. O castelo já estava quieto e a lua começava a baixar no céu. 

Quando ele abriu a porta, se apresentou vestido para se recolher. Não se incomodou nem um pouco com a aparição, já esperava que ela ou Ezarel apareceriam para uma conversa franca. 

Ela entrou no quarto e não disse nada até que ele se virasse, olhando diretamente para a moça. Valkyon vislumbrou a expressão séria de Aisha, esperando suas palavras. 

— Eu não posso dizer que isso é uma loucura, sei o quanto ama o seu irmão. — ela disse, unindo as duas mãos sobre seu colo — Mas eu não posso deixar de dizer…

A princesa respirou fundo antes de continuar. Valkyon apenas continuou calado, como uma criança esperando por um sermão.

— Não gosto da ideia de você partir em viagem com alguém que acabou de conhecer!

Com um passo à frente, as mãos apertando uma contra a outra e seus lábios cerrados eram todos sinais à mostra do seu receio e frustração que guardou durante o dia. Valkyon se aproximou dela e, sem dizer-lhe nada, colocou as mãos em seus ombros. Queria acalmá-la e dizer-lhe que entendia os seus medos. 

— Aisha, eu...Não posso ignorar duas pistas como essas. Eu preciso checar por mim mesmo. 

— Você acabou de assumir o trono… Isso é imprudente...— ela amansou a voz, falando não mais como conselheira, mas sua amiga de longa data. 

— Eu  sei. — ele assentiu, mesmo que estivesse sem sua coroa, sentia o peso dela entre seus fios brancos de tons gélidos. — Mas eu prometo, vou ficar fora por poucos dias… E eu tenho você e Ezarel aqui, pra me ajudar. 

Quando Valkyon terminou a frase, Aisha fechou sua expressão e o encarou. Ainda com as mãos sobre os ombros dela, Valkyon sentiu o movimento dos músculos se contraindo contra os seus dedos.   

— Acha que eu vou ficar aqui plantada esperando você voltar? — a voz dela trespassou o ar como uma lâmina afiada. 

— O que… — ele começou, mas a voz dela cortou o ar e suas palavras novamente.

— Eu vou com você. — Aisha ficou mais perto dele, pousando o seu dedo sobre o peito do rei. Suas mãos caíram dos ombros dela, de tal surpresa.

 — E não adianta tentar me impedir como fez com as Valquírias, ou eu vou aparecer como um fantasma em todos os lugares que você pisar. 

O traços do rosto dela estavam contraídos, sua boca curvada para baixo de modo amargurado. Não era a primeira nem última vez que Valkyon assistia aquela expressão dela, mas, de alguma forma, não conseguiu se sentir intimidado ou amedrontado com ela. Pelo contrário, estava comovido. 

— Acho que consegui uma escolta de alto nível. — ele sorriu e segurou a mão estendida dela sobre seu peito. — Eu te agradeço. 

A calma de Valkyon ao dizer aquelas palavras fez ela afrouxar sua mão e aceitar o toque dele. Suas mãos se uniram no ar. 

— Eu não só devo à sua família, como te considero muito. Também tenho o dever de te proteger. — completou, já com a expressão mais tranquila. 

Feliz com a decisão dela, Valkyon levou a mão da moça aos seus lábios. Quando a inclinou para beijá-la, a manga longa do robe preto que Aisha usava deslizou sobre a pele de jaspe dela, revelando o antebraço protegido por bandagens.

Ele não deixou aquilo passar e encarou o ferimento, pensativo.

No momento de furor, a princesa esqueceu daquele detalhe e estendeu o braço machucado para ele. 

— Eu não vi esse ferimento mais cedo… O que aconteceu com seu braço? 

Aisha olhou em seus olhos e perguntou-se se seria capaz de esconder algo àqueles olhos claros e sinceros de Valkyon.

 


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Notas finais do capítulo

Eu pensei em avançar no diálogo de Aisha e Valkyon, mas esse final me agradou muito :p
Conta ou não conta???
E a decisão do Valkyon, o que vcs pensam sobre isso? :D



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