Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 7
Seven - O Acordo


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Capítulo prontinho, mas não se esqueçam de ler as notas finais, é importante!

XD

Boa leitura!



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Permaneceram em silencio.

Kouyou observava as reações do mais novo, que parecia ainda tentar entender o que lhe fora contado.

— Queres continuar a ouvir a história, ou o medo lhe tomou por inteiro e queres fugir de mim? – sussurrou, depois de um longo período, mergulhado na monotonia silenciosa que surgira no quarto.

— Continue... Milord... – disse em tom baixo, voltando a sentir o mais velho mexer em seus cabelos.

— De onde venho, selamos acordos com os humanos, se eles nos pedem proteção, iremos protegê-los, juntamente com suas famílias, até a última geração.

— Acordo? Mas selamos um? Disse que protegeria a mim.... – Yuu soou confuso, o que fez com que o mais velho o encara-se de forma dócil, vendo  mais novo tentar se conter.

— És mais esperto do que pensei. – Kouyou sorriu. – Mas ainda não temos nenhum acordo formal.

— Quais as condições do acordo? – perguntou temeroso com a resposta, e Kouyou riu de forma contida.

— Nada dentro do acordo é regrado, cada criatura pode escolher seus próprios termos, mas eu nunca pediria nada que lhe prejudicaria. Peço somente que mantenha segredo sobre minha existência e a existência de Akira, e mantenha-se longe de potenciais problemas.

Yuu se encolheu um pouco mais, não tinha tanta confiança sobre a criatura que ainda estava ao seu lado, extremamente gentil, e ainda cheio de mistério sobre o porque lhe dar tanta proteção.

— Milord...  – ajeitou-se, ainda com a mão esquerda sobre o ferimento, sangrando. Sentia dor, mas não queria externar a situação, não queria interromper o assunto, já que o mais velho parecia estar disposto a lhe revelar mais coisas. Queria saber de tudo, queria sentir-se seguro ali, queria se livrar da sensação de medo que ainda existia em seu interior.

— Chame-me somente de Kouyou...  – insistiu o mais velho.

— Kouyou...  – manteve o tom baixo. - Porque desejas selar um acordo comigo, por que queres tanto proteger-me?

— Já lhe disse, parece uma boa companhia, e recorda-me meu passado. – sorriu.  – Vamos responda-me, aceitas o acordo ou desejas somente permanecer aqui até recuperar-se?

Yuu parou por alguns segundos, voltou os olhos novamente para o gato em seu colo.

Não havia nada fora dali para si, não havia família, um lar, comida, agua, nem ao menos uma forma de se manter seguro.

Se saisse dali, seria perseguido novamente, e provavelmente voltaria para aquele lugar arrepiante. 

Aquela sensação ruim, já parecia tão distante, como se por um passe de mágica, com as palavras suaves do mais velho, toda a desconfiança tivesse sido revertida na esperança de ficar bem se continuasse na mansão.

— Aceito o acordo... com uma condição também... – sussurrou.

— Diga-me, Yuu... não tenhas receio de dizer nada á mim – Kouyou ajeitou-se, e começou a brincar com o gato, que começara a ronronar.

— Não esconderá nada mais de mim. Mesmo que saiba que ficarei assustado, quero que conte-me tudo. – manteve o tom baixo, e ouviu o riso contido do mais velho, outra  vez;

— Farei o que pedir, Yuu. – respondeu, sem olhá-lo, ainda brincando com o gato.

O mais novo estendeu a mão esquerda, suja com o sangue que ainda escorria pelo seu braço direito.

Kouyou segurou sua mão, levemente, a balançando num cumprimento formal.

— Buscarei curativos para teu braço.  – se afastou rapidamente, e o mais novo apenas assentiu, o vendo se levantar e sair do quarto.

O silencio voltou ao cômodo, e Yuu apenas encarou a mão, ainda suja de sangue.

— Será que precipitei-me neste acordo? – resmungou para si mesmo

— Não, não precipitou-se... – ouviu a voz de Akira, e se assustou, olhando diretamente para porta, onde o mesmo estava encostado. – Kouyou é uma criatura de bom coração, não seria do feitio dele quebrar um acordo.

— O conhece bem o suficiente para dizer-me isto? – sussurrou, recuperando-se do susto. Akira parecia estar pensando numa resposta, e olhou para o teto e depois de alguns segundos, voltou a olhar para o mais novo.

— Aqui em teu mundo dizem irmãos... Somos como irmãos, crescemos juntos. Eu sei exatamente com ele é – respondeu de forma dócil.

— Ah... Então sabes o por que o... Kouyou, diz que eu o faço lembrar alguém importante? – questionou o mais novo, notando a aproximação de Akira, que sentou-se na beira da cama, o olhando de forma fixa.

— Ah, isto somente o Kouyou poderá lhe falar  – sorriu. –  Ele costuma se apegar muito as outras criaturas, por esse motivo não aguentou ficar tanto tempo longe de mim.

— Porque.. ficaram separados? – perguntou, se encolhendo para evitar ainda mais o olhar do mais velho.

Akira continuava com a aura estranha desde o momento que o conheceu. Mesmo com pouco tempo, horas, de convívio, não sentia-se ainda confortável com sua presença.

— Ah, eu fui expulso de nosso lar. Nem todos gostam de seguir as regras daquele lugar, como o Kouyou gosta. – disse num tom divertido, o que preocupou Yuu.

Yuu continuou desconfortável com sua presença, e depois da frase, a confiança ficou bem menor.

— mas não precisará ter medo de mim. – riu. – Não faria nada contra você, e se o fizesse, com toda a certeza que Kouyou acabaria com minha existência.

— Está o importunando com suas historias... – Kouyou entrou no quarto, rapidamente, fazendo com que o mais novo ficasse mais tranquilo com sua presença. – Yuu, preparei um banho para você, depois ajudarei-lhe com o curativo. – fez sinal para o menor, que assentiu, deixando o gato na cama, e levantando-se rapidamente e indo para fora do quarto, como se estivesse fugindo de ambos mais velhos.

Depois de alguns segundos, Kouyou quebrou o silencio que se formara com a saída de Yuu.

— Segure tua língua. Está incomodando-o; - avisou ao outro, que sorriu largamente.

— Não posso simplesmente ignorar as perguntas dele. – disse de forma simples, estendendo o braço e acariciando o gato, que continuava deitado ali.

— Está assustando-o com tanta informação. – avisou. – Não estou pedindo para ignorá-lo e sim para ir com calma com o que diz.

— Farei o que pede... Kouyou...  – acenou com a cabeça, e se levantou da cama. – Estarei no jardim se precisar de mim.

— Ainda preciso. – disse, antes que o outro saísse do quarto. – Os homens no porão... Não podem permanecer lá para sempre. E não podemos soltá-lo; 

— Ah, terei alguns minutos de diversão. – Akira comemorou, fazendo o mais alto revirar os olhos.

— Seja discreto. Da ultima vez, Yuu ouviu o barulho. Não quero assustá-lo novamente com isso.

— Não tenho culpa se gritaram da ultima vez. – acabou rindo, fazendo com que Kouyou cruzasse os braços e o encarasse descontente.

— Você pode muito bem fazer isso em silencio. Então evite escândalos. – avisou, o vendo assentir risonho e sair do quarto.

Kouyou esperou alguns segundos, e saiu do cômodo em direção a biblioteca.

Entrou no cômodo, encarando os livros, agora todos organizados em seus devidos lugares. Sentou-se na poltrona que ali havia, ainda com os olhos fixos nas prateleiras.

Toda aquela nostalgia em seu peito, todas as lembranças reacendidas, de momentos ternos e infantis que já vivera. Mesmo com o coração aquecido, por suas doces recordações de um passado não muito distante. Aquela dor insistia em surgir junto a todos os doces sentimentos.

— Índigo, sempre atormentando as minhas ideias, não é mesmo?  - sussurrou para si mesmo, sentando-se na poltrona, próxima a janela;

[...]


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Notas finais do capítulo

Explicação no capítulo 5, Kouyou diz 'amaldiçoados por um deus em cólera." e esqueci de frisar que ele não usou o termo literal, e sim era como ele enxerga a existência dele, e dos semelhantes, como uma maldição. Mas isso também será explicado nos próximos capítulos também. XD
Obrigado por lerem, espero que estejam gostando ♥ Bjs
Ah matei a curiosidade sobre o grito que acordou o Yuu? Algo simples e normal, né kkkkk?
Só um adendo que nunca expliquei na versão postada e encontrei nas minhas notas: Yuu tem 14 anos, e Kouyou não é muito mais velho que ele e apesar de não ser um humano e sim uma criatura, ele tem a aparencia de alguém de 16/17 anos.



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