Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 15
Fifteen - Defeito


Notas iniciais do capítulo

Oi lá!
Eis mais um capítulo de memória, espero que gostem dele!

Boa leitura!



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Era a primeira vez que encarava um recém-criado. Dava-lhe uma sensação estranha, já que há muito tempo, o criador não fazia nenhum ‘sugador’ mais.

A guerra de ego dos deuses havia acabado, e não entendia por que um filhote á ermo fora criado. E nem o porquê deveria ser guardião de tal, já que sabia que um dos poucos habitantes daquela região, já havia abrigado tal criatura.

Se aproximou do menor, que o encarou com os olhos de castanhos claros brilhantes.

— Sabe tomar a forma humana pelo menos? – disse, o vendo assentir assustado, e modificar a face aterradora, que de forma irônica, tinha olhos doces, com certa inocência.

Assim que o mais velho viu o rosto humanizado, fez o mesmo, tomando sua forma humana para apresentar-se ao menor.

— Tem um nome, ou o criador só o fez e largou em nossa terra?

— Kouyou... – respondeu rapidamente. E seus olhos voltaram-se para a direção oposta, fazendo com que o mais velho olhasse e visse outro deles, próximo, com se vigiasse.

— O que está fazendo aqui, Akira? – pergunto ao avistar o outro.

— Ele não precisa de outro guardião, Yutaka. Eu tenho capacidade de ensiná-lo. – avisou se aproximando, fazendo com que o outro lhe encarasse em desaprovação.

— Os anciões chamaram-me por que és tão inexperiente quanto ele, e sabe somente meter-se em confusões – tomou o menor pela mão e o levou em direção ao seu abrigo.

— Ele não irá permanecer com você...  – Akira disse. – Só és mestre dele, não dono.

— Não estou impedindo-o de vê-lo, e que atitude mais estranha a sua, esse apego é comum em humanos, não em seres como nós.

— Se não fosse por mim, ele estaria morto! Nenhum dos anciões se preocupou em abriga-lo ou alimentá-lo quando o criador o largou aqui!

Yutaka o encarou.

— Já disse, não impedirei de vê-lo, só que o mestre dele sou eu, e ele terá que permanecer sob minha vigilância.

Akira bufou, mas não disse mais nada, apenas observou o outro levar o menor, que olhava para ele pedindo que não o deixasse ser levado pelo estranho.

[...]

Já fazia alguns dias, que observava os atos do filhote. Era estranho ver alguém pequeno, e tão parado, quieto. Não pedia por nada, e sempre tentava fazer tudo por si mesmo. Como se de algum modo quisesse esconder algo, ou até mesmo mostrar que não precisava de um mestre.

Mas desde quando fora chamado pelos anciões, os primeiros de sua espécie á serem criados, todos deixaram-lhe bem claro de que não deveria deixar o novo habitante longe, nem ter certo contato com os outros.

Como se houvesse um segredo maior em torno da criatura nova.

O observava ao longe, o vendo jogando pedregulhos no lamaçal que havia formado-se após uma grande  tempestade.

Notou que Akira se aproximara, e voltou os olhos brevemente em sua direção.

— Já que o conhece á mais tempo, ele pelo menos sabe alimentar-se sozinho? – questionou, vendo o outro balançar os ombros.

— Descubra por si só... – se afastou, indo em direção ao menor, que o abraçou, mesmo sem que o outro retribuísse.

Yutaka continuou os observando, sob o tom acinzentado, do céu local. Pareciam humanos, tinha algo que emanava do menor e lhe intrigava desde o inicio. Kouyou tinha uma forma estranha de olhar, como se tudo o ‘afetasse’, como um humano. Talvez estivesse criando teorias sobre o menor, e no fim das contas seriam apenas idéias erradas, mas queria, no fundo de sua mente, entender o objetivo de seu criador.

Permaneceu ali por longos minutos, até que Akira se afastou do menor, e seguiu para longe de ambos.

Kouyou deixou de brincar com os pedregulhos, e voltou para próximo de seu mestre, que lhe observou por mais algum tempo, em silencio.

—Precisa alimentar-se? – disse, vendo o menor o encarar de forma assustada, e logo negando veemente.  – Está à quatro dias comigo, tem certeza? Vai acabar enfraquecendo, e nem irá mais conseguir manter a aparência humana.

O menor encolheu-se, e aquela aura, fazia com que Yutaka se lembrasse ainda mais de humanos, mais uma vez o pequeno lhe trazia essa sensação.

— Hum... vamos buscar uma presa humana para você... – o mais velho o puxou, de jeito brusco, sentindo certa resistência do menor, de não querer segui-lo.

Depois de um longo tempo caminhando, alcançaram uma caverna, uma das quais, os ‘sugadores’ usavam para acessar o mundo humano.

Yutaka conhecia todas as saídas, e aquela levava á um lugar mais tranquilo dos humanos, com poucos deles reunidos, e longe de outras ‘cidadelas’ o que lhe daria uma vantagem, caso fossem vistos, não seriam denunciados á outros lugares de forma tão rápida.

Atravessaram a caverna, e logo as cores vibrantes do mundo humano encheram os olhos do menor.

Diferente de seu mundo, apático e cinzento, o mundo humano tinha cores vibrantes, aromas deliciosos, e sons doces.

— Porque reages desta forma? – Yutaka questionou, ao ver o deslumbre de Kouyou. Que demorou-lhe em responder.

— Nunca vim ate aqui, mestre... – sussurrou, ainda olhando ao redor. Encantado com as arvores cheias de folhas vistosamente verdes, e frutos já maduros.

— Então como se alimentava? – questionou mais uma vez, estranhando toda a situação.

— Akira trazia humanos para mim. – respondeu simples. Se afastando do maior, e indo até uma das arvores, colhendo um dos frutos e o admirando detalhadamente.

— Não acredito que ele estava infringindo as regras mais uma vez! – disse em tom alto, fazendo com que o menor largasse o fruto longe, e o encarasse com os olhos castanhos claros arregalados. – Só pode ser por esse motivo que lhe mandaram até mim, Akira nunca faz nada certo.

Kouyou continuou o olhando, esperando de alguma forma, que o outro acabasse descontando a ‘ira’ em si, mas Yutaka apenas continuou o caminho, o puxando pelo pulso, até que avistasse um vilarejo humano.

Olhou bem para o ‘filhote’, talvez um humano adulto fosse energia demais para ele, e isso lhe causasse algum mal,  mas seria o mais fácil e rápido de encontrar um adulto para ele naquele momento, algum caçador que estivesse na área próxima e não chamasse tanta a atenção, caso fosse capturado.

— Permaneça aqui. – soltou o pulso do menor, o deixando próximo á alguns arbustos, um pouco mais altos que ele.

Kouyou obedeceu, e sentou-se no chão, ocultando-se por entre os arbustos, caso alguém além deles estivesse naquele local.

Depois de longos minutos, notou a aproximação do mestre, carregando de forma desajeitada um homem desacordado.

Yutaka jogou o homem ao chão. E voltou o olhar para o menor.

— Vamos, alimente-se logo... – disse ao ver que o outro parecia temeroso com a situação.

Kouyou seguiu até onde estava a ‘presa’, e encostou os lábios infantis na testa do homem, o que fez Yutaka assentir, já que dali teria mais energia, de forma controlada. O
 menor pelo menos conseguia se alimentar sem ter que receber instruções para isso.

O rosto pálido do menor mostrava as veias, que tinha um tom roxo brilhante, exibindo a energia que passava para si. Sua pele logo adquiriu o tom corado, como de uma criança humana saudável, e o menor afastou-se, saciado. 

Os olhos estavam cheios de lágrimas, que correram pelas bochechas fartas, e seu rosto permaneceu com a feição de pavor. Desesperado, ergueu as pequenas mãos, ocultando o rosto, se encolhendo e evitando que Yutaka visse melhor o que ocorrera.

O mais velho estranhou, aquela situação não era comum, nenhum ‘sugador’ agia daquele modo.

— O que está fazendo? – questionou se aproximando, e puxando as mãos do menor, encarando os olhos cheios de lágrimas. – Humanos choram, seres como nós, não o  fazem!

Kouyou o olhou mais uma vez, ainda com os olhos cheios de lágrimas.

— Sou defeituoso como os anciões falaram– choramingou – Dói fazer isso, dói... sinto a dor deles... – a voz estava se findando, pelo choro que voltava mais forte.

Yutaka continuou paralisado, olhando para o menor, que somente parou de chorar alto, quando Akira surgira e o pegara nos braços.

— Porque não avisou-me disto? – questionou Yutaka.

— E mudaria o que? – disse. – Não temos o que fazer com isso, o criador o fez assim, então não podemos questioná-lo, não é isso que sempre dizem-me? Que não posso questionar as escolhas do criador?

Yutaka calou-se, enquanto via o menor se acalmar totalmente.

Qual era o proposito do criador com aquele ‘novo’ tipo de sugador?

— Vamos sair daqui, já chamamos muita atenção com o choro dele. – disse Akira retornando o caminho, ainda carregando o mais novo.

Yutaka seguiu, ainda questionando internamente.

Não entendia aquilo, e não entendia o porque Akira preocupava-se tanto com o menor. Akira também era, praticamente um recém criado e não sabia, e nem se importava em aprender, como lidar com os mais velhos, e com as regras.

E também, teriam sérios problemas com Kouyou agindo desta forma.

Sua mente não parou por um segundo sequer.

Kouyou viera para fazê-lo questionar seu criador?

[...]


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Notas finais do capítulo

esqueci de deixar explicito nos outros capítulos: Eles sugam a energia do ponto em que chamamos de ‘terceiro olho’, onde segundo alguns, acumulamos energia vital. Sim, eles podem sugar tocando qualquer parte dos humanos, mas preferem nesse ponto pelo fato de ser um dos pontos de acumulo XD
Juro que dessa vez respondo os comentários de vocês kkkkk eu me enrolei toda XD
Obrigada por estarem acompanhando, de coração, eu fico feliz vendo suas reações nos comentarios, e isso tem ajudado eu a tentar voltar a escrever algo novo
Então, até amanhã ♥



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