— Muito bem senhor está na hora de ir – Daniel falou, eu suspirei e me levantei. Já havia acordado, acordei um pouco mais cedo para ir no banheiro e quando voltei fiquei pensando no que dizer na minha volta.

— Vamos nessa – Falei, então abri o guarda-roupa e troquei a roupa para vestir a fantasia – Vamos testar essa lata-velha – Falei e fitei Daniel que fez um som de tristeza me fazendo rir. Nós fomos em direção ao banheiro – De um jeito ou de outro teríamos que ir para o laboratório, Daniel.

— Eu sei, mesmo assim não gosto – Falou e eu ri novamente. A porta do elevador se abriu, nós entramos e o chão se abriu.

Uma das principais partes que a roupa possui é o mecanismo que fica nos pés, que funciona como molas que me fazem ficar mais alto e me permitem dar um salto enorme, além de me permitir escalar entre um prédio e outro através de saltos. As patas dianteiras possuem um mecanismo que me permite grudar em uma parede sem danifica-la, eu gostava de usar isso na descida do elevador, pois eu me segurava na parede e descia me jogando de parede em parede. A roupa também é revestida por metal, o que quer dizer que os movimentos dela são feitos por sensores, que detectam quando meu braço a empurra e o sensor o ativa fazendo ele se levantar, mas é tão leve que sinto como se meu braço estivesse livre, embora tenha sensores por fora também que evitam que a roupa esmague alguém, fora isso essa roupa me permite levantar mais de 200kg se desativar os sensores, mesmo que só possam ser desativados temporariamente.

— Super salto e sabor grudento estão funcionando – Falei chegando ao chão pouco depois de Daniel, então fui para a tralha que deixo no laboratório e tentei levantar algumas coisas – A força também está funcionando.

— Certo, já acabou? – Perguntou, eu acenei positivamente com a cabeça

— Sim, pode trazer — Falei.

— Certo — Ele disse levantando a mão e logo a bala apareceu ao meu lado, quase batendo no meu braço

— De quem é isso? – Perguntei depois de Daniel me entregar um chapéu que eu reconheci bem.

— É dela, certo? – Falou, fazendo com que eu suspirasse levemente, então eu o joguei para que o chapéu caísse em sua cabeça, ele segurou e se virou para mim.

— Não posso entregar a ela, hoje eu sou o Panda, não o Novato – Falei

— A bala está pronta – Falou. A bala é a forma que chamo o veículo que se move no tubo, principalmente devido a velocidade e a forma parecida com uma bala e o tubo é o caminho de metal onde a bala percorre, se parece com trilhos de uma montanha Russa e percorrem um caminho subterrâneo até a casa de meu tio, com possíveis paradas em alguns lugares que é difícil de ver alguém, um deles é onde vou parar, em baixo de uma ponte onde se passa um rio e é perto do local do evento.

— Pode ativar! – Falei pouco depois de entrar na bala, senti ela avançando rapidamente pouco depois dele acenar, fazendo com que eu fosse embora, agora eu estava indo para o Abrinê.

Senti a bala começar a frear suavemente até parar completamente, na ponte perto do rio, saí do veículo e abri a passagem secreta que me permitia sair em baixo da ponte, não iria deixar simplesmente uma porta lá, alguém poderia ver, é uma porta que se parece com a parede da ponte, ela possui um eixo no meio de modo que para abrir ela gira em torno desse eixo, como uma porta de um banco. Eu saí da porta e me direcionei para o local do evento, no caso, o mesmo lugar de sempre, uma escola. Nunca me lembro do nome dela, mas não creio que isso seja importante.

Assim que vi o primeiro prédio o escalei, usando as habilidades que a roupa permitia, então dei uma de super-herói e corri e pulei de prédio em prédio, para chegar no teto da escola e começar a festa, no caminho avistei Damien indo na direção oposta do evento, não sei se ele sabia para onde estava indo, então ele virou para a esquerda e foi embora, dei de ombros e segui para o caminho, logo eu me encontrava no telhado da escola, me sentei e comecei a hackear os sons para avisar a eles que cheguei, para avisar a ela que eu estou aqui.

Tomei um pequeno susto ao ouvir um zumbido do som interrompendo a música, isso aconteceu devido eu ter esquecido de consertar a frequência do microfone dentro da fantasia mas eu corrigi rapidamente, então fitei as pessoas do evento, se perguntando o que havia acontecido, havia algumas pessoas batendo na caixa de som, então olhei para trás, ainda conseguindo ver Damien, ele havia se virado para cá, mas ficou ali, devido sua face, diria que ele estava triste por algo, infelizmente não sei dizer o que, fitei o evento novamente e me levantei. Vi algumas apontarem para mim e falar alto batendo no amigo ao lado por eu ter acabado de aparecer, sorri por dentro da fantasia por ser lembrado, estava na hora da diversão.

— Acabou? O que acabou? Eu não sei, sabem porquê? Porque eu estou de volta pessoal! – Falei, eu conseguia ouvir minha voz modificada sair da caixa de som, então comecei a ouvir gritos, agora sabiam que eu estava aqui. Pulei de um lado para outro para descer do telhado, chamando a atenção deles – Quem está aqui para se divertir!? – Perguntei, então eles vieram para cima de mim, eu deixei a música tocar e comecei a dançar, como sempre fiz.

No entanto ela não estava aqui e isso me deixava triste, triste por não a ver e triste por não poder sair dali, mas continuei no evento me divertindo e dançando até a hora que eu costumava sair, mas mesmo assim eu não a vi, em lugar nenhum, nem ela nem Damien.