Minha "Amiga" Vampira escrita por pedrojonassm


Capítulo 12
Capítulo 12 - Agora é!




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O silêncio era perturbador, podia-se escutar o som dos lápis dos alunos rabiscando seus respectivos cadernos fazendo a atividade que a professora passou. A mesma lia um livro em sua mesa em completa paz sabendo os alunos estavam ocupados com exceção, é claro, de mim. Eu já havia terminado a atividade a um bom tempo e estava me sentindo entediado, sem nada para fazer a não ser escorar a cabeça na mesa e tentar dormir, ou simplesmente pedir para sair um pouco.

Me levantei e me dirigi para a porta, claro que pedindo licença à professora antes e sai da sala para andar pela escola um pouco. Eu andava pelos corredores e me lembrava do dia em que fui perseguido pela sala inteira, o banheiro onde me escondi do mistério, a sala onde a encrenqueira me escondeu e o corredor. O corredor onde fui visto, o corredor onde Riley pulou em cima de mim e onde a mistério disse-me que sou estranho.

— Você não sabe como – Pensei alto me lembrando do que disse à encrenqueira depois dela falar a mesma coisa que a mistério, sorri ao lembrar do fato que dormimos juntos e que ela permitiu que eu a abraçasse apesar de estar dormindo, mesmo assim não falou nada sobre isso, mas não acho que ela não tenha gostado afinal sorriu com minha desculpa por tê-la abraçado. Acho que se fosse eu, também sorriria afinal nunca é ruim ser elogiado.

— Vai ficar muito tempo aí? – Perguntou, eu balancei a cabeça para sair dos pensamentos. Dayane me fitava com os braços cruzados e batia um dos pés no chão repetitivamente.

— Desculpe diretora, estava viajando em minhas memórias – Respondi colocando uma das mãos na nuca – Vou voltar para a sala agora – Falei me dirigindo para a sala. Assim que abri a porta todos me fitaram ao ouvir o barulho dela abrindo, alguns voltaram a fazer a atividade depois que me fitaram e outros deitaram a cabeça na mesa, provavelmente já haviam terminado a atividade. Eu fui para minha cadeira e me sentei, então aconteceu. Um celular tocou na aula e chamou a atenção de todos, principalmente da professora que fechou o livro e se levantou, o celular parou de tocar pouco depois dela se levantar.

— Muito bem, já sabem – A professora falou cruzando os braços e batendo os pés no chão. Não pode levar celular para a escola, portanto agora poderia acontecer duas coisas, ou o dono do celular o entrega, ou a professora vasculha a bolsa de todos e pega todos que encontrar, pegando o que tocou e o dos outros que trouxeram porque precisam – Então, vou ter que vasculhar cada bolsa e pegar todos os celulares que encontrar – Falou.

— Qual é gente, de um jeito ou de outro o celular vai ser pego, então entrega logo, que é melhor que ferrar todo mundo – Falei, me levantando e fitando a turma.

— Fala isso porque foi seu celular que tocou – Ele falou, era um dos amigos de Damien. Um dos que haviam me segurado no dia em que o conheci, eu abri a boca para retrucar, mas desisti rapidamente e sorri.

— Se você acha, pode vasculhar minha bolsa – Falei apontando para minha bolsa. Ele se levantou e começou a vasculha-la, não demorou muito para ele tirar o celular de minha bolsa. Não havia senha, ele destravou e mostrou as últimas chamadas, foi aquele celular que tocou na aula. Todos me fitaram com um olhar surpreso, mas tem um porém, eu nunca levo celular para a escola, mas eu não estava surpreso, na verdade estava sorrindo diante disso e havia cruzado os braços.

— Desgraçado, queria que alguém entregasse para você se safar de perder o celular, não foi legal – Reclamou.

— Tem razão não foi legal, é melhor dar o celular para a professora – Falei, então tomei o celular das mãos dele e entreguei para a professora, que o guardou na gaveta de sua mesa, pouco depois de me sentar em minha cadeira, mas mal sentei e o sino para o intervalo tocou.

— Novato, fique. Eu preciso falar com você – A professora pediu, alguns me fitaram antes de sair com cara de que eu mereço isso e outros apenas saiam.

— Pois não, professora? – Perguntei depois que todos saíram da sala.

— O que passa nessa sua cabeça, pra tu fazer isso? – Perguntou, dei de ombros em resposta.

— Eu não faço a mínima ideia, mas não faz mal, depois peço pro meu tio ligar e pegarei o "meu" celular com Dayane – Falei, fazendo aspas com os dedos quando falei meu.

— O que quer dizer com as aspas? – Ela perguntou, eu dei de ombros em resposta e saí da sala sorrindo, para me juntar a Jake e Eduardo.

— Por que? – Eduardo perguntou assim que me sentei na mesa.

— Porque o que? – Perguntei fitando-o.

— Você disse que não trazia o celular para a escola, porque trouxe ele justa hoje? – Jake perguntou.

— Ata, eu não trouxe – Respondi fazendo-os me fitar e eu recebi um tapa que acabou me assustando, a encrenqueira estava do meu lado.

— Deixa de mentir, todo mundo viu Fred retirar seu celular da sua bolsa – Ela falou colocando o braço na cintura.

— Então esse é o nome dele.

— Você não deveria estar com Damien? – Eduardo perguntou.

— Ele faltou hoje.

— Bem que eu senti a falta de alguém na sala hoje – Falei, ainda alisando minha bochecha.

— Vai explicar não? – Jake pediu.

— Vocês não viram Fred retirar meu celular da minha bolsa, vocês o viram retirar o próprio celular de minha bolsa, assim como você disse, Jake, eu não trago celular para a escola.

— Então porque simplesmente não explicou para a professora que o celular não era seu? – Ela perguntou cruzando os braços.

— É bem simples, mas vou deixar que a mistério explique. Eu já te vi aí, pode sair – Falei fitando a parede, logo a mistério saiu de lá com uma face de desapontamento.

— O que me entregou? – Ela perguntou ao sentar entre Jake e Eduardo.

— Você é a única que possui cabelo com trança rosa da escola, além do mais tem espelho no banheiro.

— Você estava de olho no banheiro feminino! – A encrenqueira berrou.

— Não, algumas garotas entram e saem de lá, então não foi difícil de perceber a mistério na parede devido o cabelo, além do mais ela foi a única que fez algo diferente.

— Como assim diferente? – Jake perguntou.

— Alguns me fitavam com desaprovação, outros simplesmente saíram ignorando tudo, esse foi o caso de vocês, já a mistério parecia entusiasmada com alguma coisa, então me lembrei do lugar onde ela senta e concluí que ela viu Fred colocando o celular em minha bolsa.

— Exato, eu vi, de qualquer jeito, acredito que você tenha dito que era seu, basicamente porque é esperto – Falou, então pegou uma fruta do prato de Jake.

— Entendi, você deixou que a escola pensasse que o celular era seu, dessa forma você pode recuperar o celular como se fosse seu e ele perderá o celular como lição – A encrenqueira explicou e eu acenei com a cabeça.

— Idiota, mas vai dar certo – Falou dando de ombros. O sino tocou, eles voltaram para a sala e eu fui para um telefone para ligar para meu tio.

— Bom dia, tio.

— Ah, bom dia garoto.

— O senhor pode me fazer um favor?

— Depende do que for – Falou, então eu expliquei o que aconteceu, desde o momento em que o celular tocou até o momento em que entreguei para a professora e ouvi o suspiro dele ao terminar.

— Difícil de acreditar, não é – Comentei.

— Pelo contrário, apenas suspirei por me lembrar de seus pais, você lembra muito a eles, sempre me envolviam em algo, mas tudo bem ligarei para a diretora, ela liberará o celular. De nada – Falou, então eu desliguei o telefone e fui para a sala sorrindo.

***

Depois da aula ter acabado eu fui à diretoria e a diretora me entregou o celular rapidamente, mas pediu para isso não se repetir facilmente e assim que saí da sala me deparei com Fred ao lado da parede me fitando com raiva, enquanto eu andava jogando o celular para cima e o pegando.

— Muito engraçado, pode me devolver agora – Ele falou estendendo a mão para mim, eu parei de jogar o celular e estiquei meu braço para ele e quando ele tentou pegar puxei o braço rapidamente.

— Desculpe, é meu agora, no entanto pode ficar com isso – Falei retirando o chip do celular e jogando para ele.

— O que!? Isso é sério? – Berrou, eu o estava fitando e ele estava surpreso por estar segurando o chip – Idiota! Me devolva meu celular.

— Desculpe, esse celular é meu agora, você não tem um que eu saiba – Falei guardando o celular na bolsa – Se me der licença eu preciso ir para o ônibus – Concluí dando as costas para ele e me afastando. Devolverei o celular dele outro dia. Quando ele merecer.

 


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